hoje nós vamos discutir um tema delicado e polêmico vamos falar sobre o aborto e para tratar desse assunto nós trouxermos o doutor jefferson drezett que é o coordenador do ambulatório de violência sexual e de aborto legal no hospital pérola byington aqui em são paulo antiga cruzada para a infância como funciona esse serviço de violência sexual e aborto legal já exibe está organizado até a participação de vários profissionais diferentes para poder oferecer a pessoas que estão em situação de violência sexual as principais modalidades os principais tipos de tratamento ou de intervenção que essa pessoa precisa numa situação como essa por tempo de serviço não pode ser e cirurgia apenas prestar atenção médica por exemplo apenas prestar atenção psicológica um grupo de pessoas que une principalmente enfermeiros médicos assistentes sociais psicólogos se reúnem em um grupo no grupo núcleo exatamente para cuidar desse tipo de situação como são situações muito variadas com espectros com situações completamente diferentes entre si é o trabalho tenho várias portas de entrada várias maneiras de atender essas pessoas que chegam ou espontaneamente ou chego encaminhadas principalmente pelos serviços policiais mas é um um núcleo vamos dizer assim dentro da instituição que tem por finalidade atender pessoas que passam por qualquer tipo de situação de violência sexual ou de suas consequências e então a questão do abortamento entre essas consequências para ver em outras como as doenças sexualmente transmissíveis por exemplo mas o peso da questão do abortamento ea fragilidade delicadeza desse tema sempre tomo bastante atenção da equipe você consegue escrever um tipo de um perfil da mulher logicamente média que procuram o ambulatório que procura o serviço é esse nós vamos pensar por exemplo a questão da idade nós temos hoje metal de um pouquinho mais da metade dos casos que nos procuram são crianças com menos de 12 anos de idade nessa nesse grupo etário a questão do aborto por exemplo tem pouco significado porque aos 67 anos de idade as crianças estão protegidas da ocorrência de uma gravidez pela própria é é a propriedade pela própria maturidade nem iniciar ou sequer a menstruação mas não é incomum temos ter crianças de 11 ou 12 anos nessa situação sendo atendidas pela instituição os outros 30 35% dos casos não ser compostos por adolescentes e uma parceira de 30 a 35% em torno disso serão de mulheres adultas para as crianças nós vamos ter situações e com ocorrências principalmente dentro da residência dessa criança ou do autor dessa violência e o autor geralmente é um autor conhecido muito próximo dessa criança pode ser um pai um padrasto tinha um avô ou alguém com acesso a essa família essa criança um acesso privilegiado esse perfil de violência muda completamente a mulher adulta e nós temos uma preponderância maior de casos relativos a mulheres que são abordadas embora no espaço público são abordadas no ir e vir da escola no nível do trabalho nas suas atividades cotidianas aí sim muito mais por pessoas desconhecidas então não é exatamente um perfil esse perfil se assenta um pouco mais conforme a idade dessas mulheres mas que elas têm todas em comum delas é a chegada da instituição numa situação de uma vulnerabilidade de uma delicadeza frente às circunstâncias que sofreram todas elas com uma com o impacto muito grande com consequências muito grandes para a saúde em que caso fica caracterizado que essa é ficar caracterizada a gravidez causada pela violência sexual o que a gente sabe hoje 11 que a maioria das mulheres que sofrem violência sexual são mulheres jovens e que estão em idade reprodutiva né as crianças é realmente um grupo muito grande mas não vamos falar de crianças nessas circunstâncias vamos dizer que a violência sexual acontece aos 18 e aos 68 da mesma forma com a mesma freqüência não acontece ea grande freqüência de violência entre mulheres jovens que não têm na circunstância do estupro nenhuma possibilidade de negociar por exemplo uso do preservativo d de qualquer forma de prevenir e evitar essa gravidez então essa é a questão mais importante essa taxa de gravidez hoje deve estar em torno de 1 a 6 por cento dos casos de estupro pensando imaginando o episódio só um episódio único de estupro nessas circunstâncias e como os médicos aceitam um apartamento você porque entre nós médicos há muitas divergências também aos que são francamente favoráveis ao abortamento achando que a mulher tem de si é quem deve decidir o destino da gravidez e outros que são frontalmente contra por razões religiosas ou de outra ordem dentro da instituição grau jô nós temos uma dificuldade eles a qualquer comportamento nós temos uma equipe pequena mas uma equipe suficientemente capazes de dar conta de todos os casos que nos procuram a questão é qual é a opinião do pop ginecologista brasileiro e é uma pesquisa da federação brasileira de ginecologia e obstetrícia que foi conduzida foi feito pela febrasgo mas é conduzida pelo cemicamp que é um órgão muito responsável de pesquisa no campo de saúde sexual reprodutiva é concurso de ecologistas brasileiros e foi perguntado a eles o que eles achavam dessa questão ea resposta dos ginecologistas brasileiros é muito interessante menos do que 1% dos ginecologistas brasileiros gostariam que o abortamento fosse proibida em qualquer circunstância inclusive nos casos de estupro inclusive nos casos de risco de morte para a mulher essa posição mais retrógrado pra mim isso por favor nós é importante a pesquisa que foi feito com mais 10 mil ginecologistas brasileiras menos de 1% dos ginecologistas brasileiros menos do que um por cento gostariam que a lei fosse modificada para é ser mais restritiva ainda proibir inclusive o abortamento nos casos de estupro nos casos de risco de morte para a mulher é mais de 99% estão de acordo que se escala ou menos de acordo quando a gente verifica esses dados nem em profundidade o que a gente encontra que 60% do sinicon hoje 60 a 80% dos ginecologistas brasileiros acreditam que as lei deveria ser modificada para ser mais aberto e mais ampla para as mulheres eo número de ginecologistas brasileiros que gostaria o que é acredita que deveria ser completamente descriminalizado abortamento está na casa dos 16 a 18 por cento no entanto esse número 16 por cento é 16 vezes maior que aqueles 1% que querem o retrocesso da lei brasileira esses 1% se comportam falam de maneira a parecer 90% ea opinião pública às vezes acham que o ginecologista brasileiro é conservador não é verdade oitenta por cento dos ginecologistas brasileiros gostariam que a lei fosse ampliada sendo que uma parte desses ginecologistas quase 20% gostaria o o prevê né que fosse feito um complemento à descriminalização do aborto já que na sua visão com toda a experiência de tantos anos como você acha que deveria ser a lei nos casos de abortamento agora não discutindo mais violência de um modo geral no abortamento como é feito no brasil hoje como a lei teria que se comportar pra atender às necessidades das mulheres grávidas que decidiu interromper a greve texto e essa é uma questão delicada do brasil que a gente tem discutido há décadas da maneira mais estúpida possível é dividindo essa questão em pessoas contra ou pessoas a favor do aborto quando existe nenhuma pessoa favor do aborto aborto em si não é um bem que uma mulher possa buscar não é um bem que um ginecologista que o médico desejasse para sua paciente toda a situação de aborto é uma situação penosa difícil para qualquer mulher seja que ela interromper porque a gravidez resulta de estupro ou seja interromper a gravidez do esposo para evitar sua própria morte não deixar os filhos em casa seja interromper a gravidez porque é uma gravíssima numa linha fetal seja interromper a gravidez que o progra vida do meu namorado aos 15 anos de idade não era para ter acontecido isso falhou um método anticoncepcional minha vida a virada ao avesso às mulheres têm milhões e milhões e milhões de problemas importantes para decidir que aquela gravidez não é o momento néné e o que a gente faz para ajudar essas mulheres a gente simplesmente proíbe o aborto e disse que por enquanto portanto se está proibido às mulheres não têm mais problemas não precisam recorrer ao aborto porque você tem uma idéia da dimensão desse problema graus hoje a organização mundial de saúde não é estimativa minha não é uma estimativa nenhum órgão é é senão a organização mundial de saúde que tem toda a nossa credibilidade ela calcula a morte de 70 mil mulheres jovens e saudáveis por ano vítimas do aborto realizado em condições inseguras do país aqui no brasil da promotora mundo promotor 70 mil mulheres é uma mulher a cada sete minutos morrendo inutilmente por uma situação onde a lei a obrigou a procurar o abortamento clandestino isso não existe nos países onde o abortamento foi permitido e mais interessante holanda por exemplo que o país onde o abortamento é mais acessível para as mulheres cmulher pode interromper a gestação por um motivo que ele é que lhe couber não é preciso ter nenhuma condição especial e é dado assistências a mulher com qualidade com um processo exatamente na holanda é o país onde ao menos as mulheres necessitam realizar o abortamento não há nenhuma relação entre a proibição eo número de abortamentos mas existe uma forte relação entre proibir o aborto e matar mulheres você sabe quando era então hospital das clínicas ea gente atende a essas meninas que fazer um aborto na periferia de são paulo e eram encaminhadas ao pronto-socorro um sangramento com febre com infecção em si ea gente tinha que completar a curetagem desses abortos feitos em condições inadequadas isso era feito sem anestesia e o dia mais um grupo político não tem cabimento coisa né só o chefe do pronto socorro não tem sentido fazer isso eles 13 e sabe que ele disse olha não temos anestesista pra essa função e depois as meninas fazem quando existe é que a colocação de volta grávidas outra vez como se as mulheres tivessem o prazer de engravidar só para fazer um aborto sob a reação delas tese existe um tipo de argumento semelhante é esse que ainda há gente ouve muito zé não adianta porque aí o sus não vai ter condições de arcar com essa dispensa de toda essa população que faz a bordo o que você pensa em receber essa justificativa ou esse argumento é um argumento que expressa a enorme ignorância desculpe o termo que o be vem à cabeça neste momento é uma ignorância nuno a não há não existe precedente nenhum país nesse mundo que as mulheres acharam divertido a partir do ano que vem a partir do mês que vem engravidar indesejadamente só para ter o prazer de realizar o abortamento não conheço em quase 30 anos de ecologia não conheço uma mulher nessas circunstâncias que quis experimentar uma gravidez indesejada para saber quanto bom possa ser um abortamento que o ensino é realmente tratar a mulher mais do que maltratar a mulher no pronto socorro não usando anestesia é tratar a mulher como estúpida né eu acho que isso não pode ser permitido no país com lojas é uma cidadã que tem que ser tratada com respeito mínimo que uma cidade tem então essa história que vamos ter uma explosão de aborto no dia seguinte realmente revela enorme ignorância sobre a questão desse tema a segunda questão que tem que ser vistas que nós vamos poder se isso acontecesse no país amanhã teremos dinheiro para fazer isso teremos recursos econômicos para poder cuidar dessas mulheres drauzio hoje ele garante que os recursos que nós gastamos por acatar as graves complicações do aborto clandestino são muito maiores do que dos que os recursos que nós precisaríamos para poder atender essas mulheres dentro do ambiente seguro e dentro do ambiente minimamente ético e humanizado e na verdade não sabemos que essa é uma questão que pode ser rapidamente o nível de organização que hoje tem o ministério da saúde que pode ser rapidamente é suplantada que pode ser rapidamente corrigido como você vê a um desses grupos religiosos que são frontalmente contra o aborto e que exercem uma pressão muito grande sobre os políticos e os políticos fogem nora nem medo de enfrentar grupos religiosos de modo geral não é verdade e é absolutamente lamentável a sua formação não só a inflação esteja certo mas é lamentável que a gente tem aqui afirmar algo sobre isso nesse país é eu acho que esse país na sua constituição deixou bastante claro que esse é um estado laico esse estádio novo estado religioso por exemplo a nossa instituição é absolutamente inútil nós não temos nenhum tipo de possibilidade de sofrer qualquer mudança de posição de conduta mediante qualquer pressão é uma pressão inútil uma perda de tempo por exemplo frente o nosso grupo de trabalho agora porque isso tem que atingir por exemplo um grupo de políticos não deveria atingia a cidade brasileira não é obrigado a ser católica ou seresta ou ser aquela religião é obrigada nem é obrigado a ter religião e continua sendo cidadão enquanto mantendo direitos portanto confundir questões religiosas nas circunstâncias de direitos humanos de direitos constitucionais nos parece um equívoco enorme né e nós temos vivenciado esse equívoco tempo todo não é possível que um prefeito um governador de estado não garanta esse direito às mulheres ao abortamento em condições seguras por exemplo nos casos de estupro porque a igreja católica por exemplo não agrada à igreja católica o estado não existe para agradar a igreja católica o estado existe para cuidar dos direitos do cidadão tentamos entrar um pouco mais nos aspectos do aborto legal é que são as situações é excludente que a gente tem nosso código penal e que ainda trazem muitas dúvidas ainda trazem muitas questões não são tão claras que não são tão bem conhecidas por todos
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