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Inflação oficial desacelera em abril, mas tem maior resultado para o mês

Inflação oficial desacelera em abril, mas tem maior resultado para o mês

O rendimento mensal do brasileiro bateu recorde e ficou em R$ 3.057 em 2024. A informação é do IBGE. O levantamento da PINADE analisa informações sobre rendimentos de todos os trabalhos, mas também de outras fontes, viu? como aluguel e pensão, por exemplo. Esse é o maior número registrado em toda a série histórica, superando o recorde lá de 2014, mas tem uma grande diferença no rendimento médio de todas as fontes entre os estados. Os das regiões Norte e Nordeste tiveram os menores rendimentos no ano passado, enquanto os estados do Sul e Sudeste são a maioria entre aqueles que tiveram os maiores. Para falar mais sobre isso, para fazer uma análise pra gente entender melhor, vamos fazer conexão com a economista conselheira do Coricon São Paulo e professora da FGV, a Carla Bene. Professora, boa tarde, seja sempre muito bem-vinda. Boa tarde, Kelly, um prazer estar aqui com vocês. Prazer. Nós também, professora, são muitos dados pra gente entender todo esse contexto. Quais são os principais destaques, hein? O principal destaque é realmente esse que você falou, que é o aumento da renda média, né? Ou seja, da soma de todas as rendas. Isso é o que a gente busca, é o que a gente espera pro país. Inclusive diminuir a questão da desigualdade. E aí a gente tem que entrar ali um pouco nesses dados. Nós continuamos com um problema estrutural que é ele muito grande, que é a desigualdade regional. Então você pega o maior valor, por exemplo, você pega o Distrito Federal, que aí a gente tem uma quantidade muito grande de funcionários públicos e tudo com uma renda média mais elevada e pega, por exemplo, o Maranhão, né? A diferença é gigantesca. Então esse é um grande desafio nosso, melhorar o desequilíbrio regional. Um ponto importante, quando a gente pega a massa do trabalho, ela também melhorou. Então, nós temos mais pessoas trabalhando com uma massa salarial melhor. E eu não posso deixar sempre de citar aqui a importância do aumento real do salário mínimo, ou seja, acima da inflação quando você inclui o produto interno bruto. Então, esses são os principais destaques que a gente tem aqui nessa grande pesquisa aí do IBGE. Agora, professora, pra gente diminuir essa diferença entre os estados, acho que um caminho para melhorar os índices de quem tá lá embaixo é conseguir gerar emprego, né? Como é que os estados podem criar ferramentas para atrair realmente mais a geração de trabalho e assim, claro, não só conseguir melhorar a vida das pessoas que já estão, né, nessas regiões, mas até quem sabe conseguir atrair mais mão de obra também, né? Isso, exatamente. A indústria, Kelly, ela é fundamental. Então, quando a gente pega o programa de desenvolvimento industrial do Brasil, é muito importante que ele caminhe, que ele evolua. Então, quando a gente pensa em emprego, a gente tem que pensar, né, vai ser na indústria, vai ser em serviços. O Brasil é um país, né, 70% do PIB são serviços. Então, a aumentar a oferta de mão de obra é muito importante e também capacitar, ou seja, aí vem a escola, vem como que esse aluno sai da escola, questões básicas aí de português, de matemática, para poder minimamente preencher uma vaga. Então são desafios estruturais nossos, a gente muito lentamente, então isso às vezes dá aquela angústia pra gente, né? que a gente gostaria de caminhar mais rápido. E um outro ponto muito relevante é sempre os eh os programas de transferência de renda. Então, quando você pega esse aumento de renda nosso, grande parte dele é justamente a composição toda que veio lá da pandemia, do auxílio emergencial, que depois se transformou em outros auxílios e aí você aumentou o Bolso à Família. Então isso daí é importante para melhorar a massa salarial, mas emprego, renda e capacitação com educação é fundamental. Ah, com certeza. Agora tá chegando uma notícia. Quero muito a sua análise. E você que tá em casa também presta atenção porque a gente vai ampliar inclusive essa informação, viu? A inflação desacelerou em abril, mas atingiu o maior resultado para o mês desde 2023. O resultado foi puxado principalmente pela maior variação do grupo de saúde e cuidados pessoais. A variação para o mês foi de 0,43%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE. Autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, que passou a valer a partir de 31 de março, influenciou o resultado com aumento de 2,3% nos produtos farmacêuticos e 1,09% em itens de higiene pessoal. Bom, primeiro vamos entender então por que a inflação desacelerou no mês passado. Professora, primeira coisa, a gente tem uma melhora na parte dos alimentos. Isso daí também foi importante, ou seja, subiu menos. Outro ponto importante, Kelly, todos os combustíveis tiveram queda de preços, etanol, gasolina e diesel. Então isso tem um outro componente muito grande dessa composição. E o vilão do mês, né? Todo mês tem um vilão. Aqui nós tivemos o aumento que é anual. Todo mês de março você tem a correção anual dos medicamentos e ele é escalonável. O máximo é 509. Outros medicamentos podem ter 2%, 3% de aumento. E a gente também teve o vilão do mês na no nossa mesa que foi o tomate e a batata inglesa, mas o arroz caiu. Então eu já vou soltar uma notícia menos pior junto aqui. Ótimo. Olha, já aconteceu meme, né, de quando o tomate aumentou em outras vezes fazziam anel, como se o o tomate fosse uma jó. Então, vira e mexe realmente tem um vilão do mês. Agora, vilão mesmo, tá? Taxa Selic, né, professora? Inclusive a gente inclusive analisou ontem aqui, subiu mais uma vez dentro desse cenário todo, o dinheiro tá tão caro, você que precisa aí fazer um financiamento, né, seja para comprar sua casa, seja para comprar um carro, o dinheiro nunca teve tão caro em quase 30 anos. Então, veja, uma situação muito complicada. Qual que é a sua análise, professora? Essa elevação da taxa CELIC, ela já estava, digamos assim, anunciada, né? Espera-se que você tenha encerrado esse processo e seja dali para baixo paraas próximas reuniões, mas esse assunto que ele ele é importantíssimo. A gente precisa cada vez mais mencionar, falar isso. Olha os dois itens que nós pegamos, tomate, batata e os o aumento anual dos remédios. Quando eu subo a taxa Selic, eu dificulto a vida dos financiamentos, eu dificulto empréstimos. Que que isso vai causar de verdade com o tomate, a batata e o aumento anual dos remédios? Então, é a mesma, o mesmo remédio, a taxa Selicas inflacionárias. Então, a solução que é extremamente amarga e é importante ser questionada é que eu acabo diminuindo a atividade econômica e já posso ficar esperando uma queda da ocupação ou melhor entendendo, um aumento do desemprego, que é esse daí a grande tragédia. Como é que você diminui a inflação? Menos gente com dinheiro na mão para comprar. Pois é, acho que até por isso que eu tô tão brava, professora, que eu até ampliei aqui esse índice, né? Eu falei que era o maior em 30 anos, na verdade é bate aí os 20 anos, né? Mesmo assim, veja como a SELIC tá alta. E a gente só reforça que a SELIC é a taxa básica, ela serve de referência para todas as outras. Professora, muito obrigada, viu, pela análise. Sempre pra gente é importante te ouvir. Uma boa tarde. Até a próxima. Boa tarde, Kelly. Boa tarde a todos que nos estão nos ouvindo e vendo. Até a semana que vem. Até bom final de semana.

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