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A cidade mais perigosa do mundo

A cidade mais perigosa do mundo

Você já se perguntou qual a cidade mais perigosa do mundo? Para responder isso, vamos direto pro lugar que carrega um título nada honroso. A região mais perigosa do país mais perigoso do planeta. Uau! Sim, tudo isso ao mesmo tempo e por pelo menos dois anos seguidos. Mas antes de responder, que bom estarmos juntos novamente. Espero que esteja tudo bem com você. Bem, a resposta para esse lugar tenebroso é Colima. Não, não é uma cidade fictícia de série policial. É a capital do estado de mesmo nome, no oeste do México e que lidera um ranking que ninguém quer encabeçar. O de maior taxa de homicídios do mundo. Isso é surreal quando a gente lembra que existem zonas de guerra ativas em vários lugares do planeta e todos eles, todas essas zonas perdem para esse lugar. Esse ranking foi elaborado por uma ONG mexicana com nome longo e Missão Séria, o Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal. O cálculo é feito com base na taxa de homicídios a cada 100.000 1 habitantes. Ou seja, não é só a quantidade bruta de crimes, mas o peso proporcional deles. Para se ter uma ideia do absurdo, Colima registrou em 2022, segundo o último levantamento disponível, impressionantes 181,94 mortes violentas por 100.000 1 habitantes. E quando a gente fala em morte violenta, estamos incluindo aqui tudo aquilo que envolve níveis altíssimos de brutalidade, perversidade e, é claro, violência extrema, misericórdia. Mas o que levou Colima a se tornar a capital mundial dos assassinatos? E por, mesmo com todo o esforço do governo, a situação só parece piorar? A verdade é que a cidade não é um ponto de passagem de cartéis. Ela virou o epicentro de disputas tão intensas que dá para dizer sem exagerar ou talvez o mais perigoso do [Música] planeta. Colima, além de ser o nome da cidade, também dá nome ao estado mexicano onde ela está. fica na costa oeste do país, praticamente na linha reta a oeste da cidade do México. Apesar de ser um dos menores estados mexicanos, tanto em tamanho quanto em população, conseguiu o infame destaque de ser um dos lugares mais violentos do planeta. O contraste é chocante. Um estado pequeno com uma estatística gigantesca de violência. Todo ano a mesma ONG mexicana, o Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal publica uma lista atualizada das 50 cidades mais violentas do mundo. Mas além disso, a cada 4 anos eles lançam um relatório especial. Nele fazem uma média com base nas cidades que apareceram no ranking durante esse período e reavaliam os dados reformulando os gráficos para mostrar quem, infelizmente se manteve. no topo da violência. E adivinha quem ficou em primeiro lugar nesse ranking macabro por dois anos seguidos? Sim, Colima, campeã em 2022 e 2023. O relator de 2024 ainda não saiu, mas em 2023 já houve uma ligeira melhora. A taxa de homicídios caiu de 181,94 para 140,34, né? uma queda interessante de 50 pontos por 100.000 1000 habitantes ainda é um número altíssimo, mas mostra que mesmo com toda a crise houve alguma movimentação nos indicadores. Embora não seja o único fator, os cartéis ainda são os principais responsáveis pela maioria dos assassinatos no México. E é por isso que o país aparece com tanta frequência nos rankings das cidades mais violentas do mundo. Para você ter uma ideia, a segunda colocada da lista está ali do lado. é a cidade de Obregon com assustadoras 117,83 mortes violentas por 100.000 habitantes. De acordo com os pesquisadores da ONG que elabora o ranking, o nível de violência em Colima é tão absurdo que chega a ser comparável com a Colômbia no final dos anos 80 e início dos 90, bem no auge do poder de Pablo Escobar. Foi nessa época que o cartel dele declarou guerra ao estado colombiano para tentar evitar a extradição para os Estados Unidos. Sim, o paralelo é esse. Então, quando a gente fala que Colima é perigosa, não é só por causa dos acontecimentos recentes. O buraco é bem bem mais embaixo. Estamos falando de um histórico pesado, de décadas de violência extrema que transformaram a cidade num dos lugares ou talvez o mais perigoso do mundo, mesmo fora de contextos de guerra declarada. E não é só assassinato que entra na conta, não, tá? Em Colima, o cardápio do crime é bem variado. Tem fraude, roubos, violência doméstica, ameaças, depredação, tráfico de drogas, arrombamentos, furtos de carro, agressões, lavagem de dinheiro, extorção, tráfico de armas de pessoas, incluindo crianças. É um verdadeiro catálogo do caos. Olha, se eu quisesse dava, na verdade, para fazer um vídeo inteiro só listando os crimes que acontecem por lá. Infelizmente, se existe um crime, é bem provável que ele já tenha sido cometido em Colima. Mas o ponto é, nem sempre foi assim. A cidade não nasceu com esse rótulo sombrio. Ao longo dos anos, várias regiões do México enfrentaram suas próprias ondas de violência e crime organizado. Mas em 2006, por exemplo, Colima mal aparecia no radar da violência. A taxa de homicídios, para você ter uma ideia, era de apenas cinco por 100.000 habitantes. Hoje são 180 ou caiu recentemente para 140. Cinco diante dos números de hoje. E o mais curioso é que Colima por natureza é uma região riquíssima. O estado é uma potência na produção de frutas e grãos. tem uma biodiversidade incrível, com reservas que abrigam milhares de espécies, incluindo 1/3 de todas as aves e 1/4 dos mamíferos do México. Além disso, é um centro industrial ativo. As palmeiras de lá são cultivadas para produzir uma infinidade de produtos, tanto que Colima ganhou apelido de Cidade das Palmeiras. O lugar ainda tem uma tradição forte em tapeçaria, praias deslumbrantes, montanhas imponentes, vulcões ativos. É um verdadeiro combo de natureza e cultura que poderia render um documentário à parte. Só que hoje em dia a única coisa mais explosiva que os vulcões no horizonte é o clima nas ruas da cidade. E aí fica a pergunta que não quer calar, é claro, o que aconteceu para tudo mudar tanto em menos de duas décadas? Para responder isso, a gente vai precisar voltar um pouco no tempo. É hora de entender como Colima foi se moldando a sombra da violência ao longo dos anos e como esse histórico acabou criando o cenário explosivo que a gente está vendo atualmente no século XX. Vamos dar um passo atrás para entender Colima desde as suas raízes. Essa área já era habitada há milhares de anos. Entre 20.000 antes de Cristo e 1000 depois de Cristo, várias culturas indígenas viveram por lá. Otomei, Naruato, Tolteca, Titimeca, Taraska. Depois, entre 100 e 1530, os Purepcha, que se tornaram o povo dominante da região, convivendo de perto com os índios Colimas. Mas essa convivência nem sempre foi pacífica. Quando os espanhóis chegaram em região, os pureptos índios Colimas estavam em guerra. Naquela época, boa parte do oeste mexicano estava sob o controle do poderoso reino Sunsan, o segundo maior império da Mesoamérica, que ia de Michoacan até Guadalajara e incluía partes de Colima até o Pacífico. Apesar disso, o sistema político permitia um certo nível de autonomia. Um nome importante surge aqui, o rei Coliman, líder dos índios Colimas. Ele é a origem do nome da cidade e do estado. Colimã venceu os por Éepat e os empurrou para o sul, assumindo o controle da região. Quando os espanhóis chegaram de vez, Polimã entendeu o tamanho da ameaça e resistiu com firmeza. Os indígenas até conseguiram vencer algumas batalhas iniciais contra os conquistadores, mas em 1523 veio o golpe decisivo. Perderam uma grande batalha e os espanhóis avançaram. Depois disso, foi fundado um assentamento espanhol no que hoje é Colima, batizado de São Sebastião de Colima. A partir daí, os europeus começaram a construir estradas e integrar a cidade à rota comercial do México colonial, ligando-a diretamente à capital. E com essa conexão, a região cresceu muito rápido. Colima virou um ponto estratégico no transporte de mercadorias, especialmente prata que ia direto para o bolso da coroa espanhola. O porto de Mansanilho, ali pertinho, virou peça-chave nesse xadrez comercial. E olha que curioso, séculos depois, o porto de Mansanilho continua firme e forte. Hoje ele é um dos principais portes do México e Colima ainda tem um papel central na logística e transporte de cargas pelo país inteiro. Em 1810, o México conquistou sua independência após mais de 300 anos de domínio espanhol. Só em 1857, Colima foi oficialmente reconhecido como estado e aí começa a separação entre o que é Colima capital e Colima estado. Mas a calmaria durou pouco. Em 1910 veio a revolução mexicana trazendo instabilidade política para a região. Facções revolucionárias e contrarrevolucionárias brigavam pelo controle especialmente das rotas comerciais. É claro, só na década seguinte é que as coisas começaram a se estabilizar com a ascensão do PR, partido que dominaria a política mexicana por grande parte do século XX. Durante esse período, Colima cresceu bastante. Com a globalização acelerando, o porto de Mansanilho virou o maior do país na costa do Pacífico, se tornando uma verdadeira porta de entrada para produtos do mundo todo. Só que junto com o comércio legítimo veio também o tráfico. Foi nessa época que os cartéis começaram a se estruturar, transportando drogas da América do Sul para os Estados Unidos. E adivinha quem estava ali bem no meio do caminho? Colima, claro, como se o cenário montado lá atrás pelos colonizadores tivesse sido feito sob medida para facilitar o crime organizado séculos depois. Mesmo assim, a trajetória de Colima até aqui não é tão diferente da do restante do México. Então, o que será que fez essa região virar? especificamente um dos lugares mais perigosos do mundo. Como ela acabou levando o título de capital mundial dos homicídios. Bem, quando falamos de perigo, Colima, tanto o estado quanto a cidade, não está tão distante da realidade de outras regiões mexicanas. Mas isso levanta uma dúvida importante. Por que então justamente Colima lidera o ranking mundial de homicídios, superando com folga até outras regiões violentas do próprio México? De acordo com o Conselho Cidadão para Segurança Pública e Justiça Penal, além de Colima, outras cinco cidades mexicanas estão entre as mais violentas do planeta e ainda assim Colima se destaca. Isso porque ali ocorre uma mistura explosiva de fatores. Veja só, uma geografia estratégica, decisões políticas do passado, presença de gangues e até comportamentos enraizados na própria dinâmica urbana. No centro de tudo estão os cartéis e o tráfico de drogas. Essa combinação somada à geografia única da região transforma a colina num ambiente instável. A cidade fica próxima à costa- oeste do país, ao lado de Mansanilho, aquele porto gigantesco que a gente já mencionou e que é o maior do México no Pacífico. E falando nele, é impossível entender a violência em Colima sem falar de mansanilho. As duas cidades estão praticamente coladas uma na outra e mansanilho, por si só, aparece como a quinta cidade mais violenta do mundo. Já dá para ter uma ideia da gravidade da situação, né? O motivo principal, você deve estar pensando, bem de novo, as drogas, quase sempre elas, né? Mais especificamente os precursores químicos usados na fabricação delas. O destaque vai para o fentanil, um dos opioides sintéticos mais letais em circulação e que tem causado um verdadeiro estrago também nas ruas dos Estados Unidos. Você deve ver uns vídeos por aí na internet. O fentanil é brutal, julgo bruto. 50 vezes mais forte que a heroína e 100 vezes mais potente que a morfina. Destruidor. Uma dose, para você ter ideia, de apenas 2 mg pode ser suficiente para matar alguém que não tem alta tolerância a opioides. Esses produtos químicos chegam a mançanilha ouvindos principalmente da China e da Índia. De lá são distribuídos para laboratórios clandestinos no México, onde são sintetizados e depois enviados às fronteiras, especialmente rumo aos Estados Unidos. É uma operação altamente lucrativa, com produção em massa e lucros exorbitantes. Só para você ter uma ideia, em lugares como a Philadélphia, 1 g de fentanil pode custar $5 nas ruas. 1 g, mas os preços variam. Pode ser mais barato em cidades como São Francisco e mais caro em Nova York, por exemplo. E não é só isso. Como o fentanil vicia rapidamente, usuários precisam usá-lo a cada 3 horas para evitar os temidos sintomas de abstinência. Isso alimenta um mercado constante e extremamente lucrativo para os cartéis que lucram em todas as etapas do processo. Mesmo com grandes apreensões de drogas sendo realizadas pelas autoridades, especialmente em mansanilho, as forças armadas mexicanas não conseguem barrar o fluxo constante de narcóticos e insumos químicos entrando e saindo da região. E olha aqui, não é só drogas que passam por ali. Mançanilho é um dos maiores portes do mundo com acesso global. Vamos pegar um outro exemplo. A metanfetamina. Ela é usada tanto medicinalmente quanto de forma ilícita. Nos Estados Unidos, 1 g pode valer mas na Austrália esse valor pode ser 10 vezes maior. E adivinha por onde ela passa? Sim, mançanilho. Quem controla esse porto tem as chaves de um mercado bilionário. E não é só para os Estados Unidos. Estamos falando de conexões com o mundo inteiro. O volume de dinheiro movimentado por ali supera até mesmo os lucros com o tráfico de drogas todo em si. E é justamente por isso que a violência explodiu. Todos os cartéis querem controlar o porto. Quem tem o controle domina o fluxo de drogas, dinheiro e influência. Quem não tem está disposto a matar ou morrer para conseguir, tá? Mas aí você vai se perguntar: "OK, André, já entendi mansanilho, mas e Colima, lembra que lá atrás, ainda na época dos espanhóis, como eu disse, o porto já era essencial?" Pois é, Colima virou o principal canal terrestre de escoamento dessa mercadoria toda pelo México. A logística toda passa por lá. O controle de acesso ao porto se dá pelas estradas que passam por Colima. Quem domina essas rotas domina o sistema inteiro de transporte de entrada e saída do porto, entendeu? E isso, é claro, atrai uma quantidade absurda de interesse e violência por parte dos cartéis. Bem, e o resultado? Claro, uma guerra sangrenta. E o pior, os civis no meio desse fogo cruzado. Hoje não são só dois, mas três cartéis disputando Colima. Temos o cartel de Sinaloa ligado ao famoso El Chachapo, o CJNG, cartel ralisco nova geração, conhecido por suas ações brutais, e los setas, que dispensam apresentações pela fama de extrema violência e crueldade. Atualmente, quem controla a região é o CJNG. Eles dominam Colima e Mansanilho, movimentando uma rede constante de drogas e dinheiro. Mas como vimos, essa influência já tem raízes profundas. A pergunta é: por que essa escalada de mortes só explodiu agora? Bom, a resposta tem nome e sobrenome. Fentanil sintético. Ele é um fenômeno mais recente com a produção crescendo vertiginosamente desde 2016. E se a gente voltar um pouco, nós vamos ver que até o fim da década de 2010, quem controlava a região era o cartel de Sinaloa. Isso até El Chapo ser preso e extraditado para os Estados Unidos. Com a queda de El Chapo, um vácuo de poder foi criado em Colima. Desde então, a guerra territorial começou. Hoje o CJNG domina, mas os outros cartéis continuam tentando tomar esse valiosíssimo território. E o resultado disso, a cidade mais violenta do mundo. Outro fator que joga a gasolina na fogueira da violência em Colima são as próprias políticas públicas adotadas pelo Estado mexicano nos últimos anos. Pra gente entender melhor, precisamos dar uma voltinha no tempo até 2016. Vem comigo. O México enfrentava décadas de problemas profundos com o narcotráfico e os cartéis, OK? Várias estratégias sendo tentadas com diferentes níveis de ousadia. Em 2016, o então presidente Felipe Caleron declarou uma guerra aberta contra os cartéis. Ele mobilizou os militares, buscou o apoio internacional, iniciou uma ofensiva sem precedentes contra o crime organizado. A princípio, parecia que a estratégia estava funcionando. Grandes líderes do tráfico foram presos, mas na prática as taxas de homicídio não caíram. A violência continuou firme e forte. Essa política seguiu em vigor até 2018, quando Andrés Manuel Lopez Obrador foi eleito presidente e resolveu mudar completamente o rumo da abordagem. Obrador propôs uma estratégia de paz que causou bastante polêmica. Ela envolvia, entre outras coisas, anistia para pequenos traficantes e produtores de drogas, especialmente aqueles vindos de regiões pobres e rurais. O objetivo era tirar essas pessoas da margem e impedir que caíssem no crime, teoricamente. Mas na prática, o governo passou a ignorar certos territórios, permitindo que os cartéis tomassem o controle e até assumissem funções sociais como se fosse um estado paralelo. Em 2019, Obrador anunciou oficialmente o fim da guerra contra os cartéis, com a mesma confiança que George W. Bush teve ao declarar missão cumprida no Iraque, mas mais uma vez os índices de violência não melhoraram. Em 2022, o último ano do seu mandato, os gastos militares dispararam e mesmo com os pedidos públicos para que os soldados voltassem aos quartéis, as ruas estavam mais militarizadas do que nunca. Só que agora sob um estranho pacto de não agressão. Já sob a nova presidência de Cláudia Senba o governo tenta agora encontrar uma nova abordagem. Uma coisa já ficou clara. Prender ou matar chefões dos cartéis não resolve o problema. Eles funcionam como uma hidra mitológica, né? Você corta uma cabeça aqui, nascem outras três ali. Desde 2006, líderes foram presos ou mortos e o que se viu foi um aumento na disputa interna e com isso, claro, mais violência. Por um tempo, os cartéis se fragmentaram em facções menores, cada uma brigando por um território e poder. Isso gerou ainda mais sangue, mais caos, mais instabilidade. Não. E pior, essa pulverização também enfraqueceu os governos locais, tornando o combate ainda mais difícil. Alguns dizem que abraços em vez de balas poderia funcionar. O problema é arrancar o mal pela raiz. Quando o governo já havia passado mais de uma década em confronto direto, os cartéis se tornaram mais resilientes, mais organizados e muito mais violentos. E quando o governo recuou, foi como se tivesse entregado as chaves da casa para os criminosos. As atividades ilegais continuaram e, em muitos lugares, aumentaram. Especialistas concordam que talvez qualquer uma dessas estratégias, guerra ou paz, pudesse ter funcionado com o tempo. O grande erro foi o V e Volta, uma mudança abrupta de direção sem continuidade ou coerência. Um exemplo que chama atenção vem de El Salvador. Lá, você deve saber, após a eleição de Naie Bquelê, o governo reprimiu duramente as gangues com ações militares coordenadas e altamente organizadas. O resultado, a gente sabe, a taxa de homicídios despencou. No México, aconteceu o oposto. Primeiro, a guerra empurrou os cartéis para uma violência ainda mais brutal. Depois, com o recu do estado, eles simplesmente ficaram livres para operar. O resultado foi uma escalada dramática na violência, como a que vemos hoje em [Música] Colima. Mas o que toda essa confusão política tem a ver com Colima? Bem, a resposta é simples. Tudo. A cidade está no centro de um furacão. As drogas alimentam uma economia paralela tão lucrativa que muitos vem no estilo de vida dos cartéis uma forma real e rápida de escapar da pobreza. É claro, esse cenário escancara os erros e omissões do governo mexicano. Com o fracasso das estratégias adotadas, o que surgiu foi um novo modelo de cartel, mais bem estruturado, mais violento e ainda mais preparado para disputar cada centímetro do território, especialmente em Colima, onde está o acesso ao grande prêmio, o porto de Mansanilho, uma mina de ouro com potencial de lucro simplesmente inigualável. Ninguém quer largar o osso. E enquanto os cartéis se fortalecem, a população local segue sofrendo. Muitos vivem uma situação de pobreza extrema. Um paradoxo, né? Tanta riqueza e pobreza extrema. E poucos ou nenhuma delas tem oportunidade real de mudar de vida. Nesse vácuo de esperança que os grupos criminosos se estabelecem e se expandem, alheios ao sofrimento do povo. E se alguém ainda duvida do poder que esses grupos têm por lá, basta lembrar do que aconteceu em 2020. No dia 16 de junho, um membro do CJNG cometeu um crime que chocou o país. Assassinou o juiz federal Uriel Valhegas Ortiz e sua esposa Verônica Bararras. Ambos foram brutalmente executados, com mais de 20 tiros cada. Infelizmente eles foram apenas os primeiros de uma longa lista de alvos [Música] marcados. Bem, mas no fim das contas todas as políticas públicas falharam em Colima. A polícia local fragilizada mal consegue agir, não por falta de vontade, mas por estar em desvantagem total, tanto em número quanto em poder de fogo. Por isso, não é raro ver o exército assumindo o papel da polícia nas ruas da região. Bem, mas agora o novo governo tenta mudar o rumo dessa história, pedindo ajuda internacional. E é aí que entra um nome curioso nessa equação, Donald Trump. Apesar das divergências, especialmente no campo econômico, Shan Boown, atual presidente, e Trump compartilham um mesmo objetivo. Ela quer tirar o poder das mãos dos cartéis. Ele quer barrar o fluxo de drogas que cruza a fronteira em direção aos Estados Unidos e tem causado tanto estrago na população americana também. Muita gente ainda acredita que a política do abraço é mais eficaz do que a da bala, mas será que Shimba vai seguir os passos de Calderon, só que numa versão 2025? Só o tempo vai dizer. O que a gente precisa lembrar é que essa não é uma batalha só do México. Na verdade é uma luta global que atravessa fronteiras, mares continentes. E talvez, mas só talvez, se Colima conseguir virar esse jogo, pode se tornar um exemplo para o mundo. O que você acha de todas essas notícias, toda essa situação deprimente? Que você achou do tema? Nós pedimos que você deixe os comentários e agradecemos. Muitíssima sua companhia sempre muito especial.

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