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A Cúpula da Amazônia e as questões que unem (e dividem) a região I AO PONTO

A Cúpula da Amazônia e as questões que unem (e dividem) a região I AO PONTO

[Música] começa hoje em Belém a Cúpula da Amazônia que reúne chefes de estado representantes de governos e da sociedade civil e que buscará compromisso sobre a preservação da floresta mas as diferenças sobre a mesa são numerosas assim como os desafios os países reconhecem a necessidade de frear

A devastação da Amazônia e o governo Lula quer um compromisso para por fim o desmatamento ilegal até 2030 mas os governos e alguns setores empresariais também querem concessões para explorar minério petróleo e ampliar as atividades agrícolas são todos os países que querem o desenvolvimento que são muito conscientes da importância do bioma

Amazônico para o mundo não só para nós nos países Amazônicos mas para todo mundo representantes dos povos indígenas buscam ainda mais vós nas decisões sobre o futuro da Amazônia também querem ações contundentes para a proteção das populações que vivem em áreas de floresta e que são vítimas recorrentes da violência

Qual o ponto de hoje discute a Cúpula da Amazônia em Belém e traz as expectativas diferenças e Alerta dos ambientalistas sobre a urgência de medidas para proteger a floresta que enquanto os detalhes da reunião eu repórter Rafael Garcia que acompanha o encontro em Belém e que fala também sobre as ausências e

Presenças de líderes internacionais eu sou Carolina Mourão [Música] eu sou o Felipe Marini [Música] Rafael Garcia diretamente de Belém inclusive saudade de Belém é essa reunião é tratada com uma grande uma das grandes iniciativas ambientais do presidente Lula nesse primeiro ano de governo Mas como você explicou ontem

Nossa matéria no Globo consenso não é uma palavra tão simples a gente vai discutir alguns pontos de atrito ao longo desse Episódio e a gente já começa com um tema que é extremamente delicado que a situação dos povos indígenas tem uma presença importante aí nos representantes dos povos originários e

De ONGs mas a expectativa tem alguma expectativa de avançar em termos práticas e alguns pontos como a defesa dos Direitos Humanos dos povos indígenas existe essa Esperança ontem vários representantes da PIB que reúne os povos indígenas do Brasil e da Cohab que Mais especificamente de reuniões da Amazônia

Eles disseram que eles têm esperança de que no texto final na declaração final aqui da Cúpula da Amazônia entre de alguma maneira algum alguma sinalização de que o reconhecimento dos direitos dos territórios indígenas e da defesa de direitos humanos dessas populações precisa avançar e eles esperam inclusive usar esse documento

Como uma forma de fazer uma pressão internacional uma pressão política sobre o julgamento da questão do Marco temporal é que deve acontecer no mês que vem no Supremo Tribunal Federal agora a maneira que cada um dos países da Amazônia ali com a questão territorial indígena é muito diferente o Brasil é o

Único país que reconhece o direito a a terra das populações indígenas na Constituição e outros países tem outros figuras que não são a homologação e demarcação de território que a gente conhece aqui eles têm tipos diferentes de titulação de território e alguns como peru até tem avançado mais do que o Brasil

Mas os povos indígenas esperam sim que entre de alguma maneira uma uma menção ao reconhecimento territorial e a proteção dos povos indígenas o Brasil com relação a proteção de direitos humanos tem uma questão em aberto que é o Brasil é signatário Tratado de ficar azul que é

Esse tratado que já tem cinco anos o Brasil assinou e não ratificou ainda tratado presidente Lula mandou para o congresso tá esperando lá a ratificação e ele é um mecanismo diplomático importante de de reconhecimento da importância dessa questão e e eles cobram isso também não só eles mais os

Ambientalistas também né os Defensores do meio ambiente também cobram ratificação desse tratado e e se tiver algum tipo de menção a essa questão na declaração conjunta aqui também pode ser uma pressão a mais para que o congresso aprece a votação dessa ratificação do tratado dos casos Rafael aqui no Brasil

A gente está em meio a discussão sobre o Marco temporal das terras indígenas que chegou a ser aprovado na Câmara e tá em discussão no Supremo Tribunal Federal mas em outros países como no peru os indígenas não têm direito constitucional a terra dá para conciliar posições legais e políticas tão distintas Há

Algum candidato a moderador os indígenas discutiram muito a forma de representação na Cúpula da Amazônia né é a gente viu muitas lideranças indígenas passarem aqui nos primeiros dias do encontro que era esse evento batizado de diálogos Amazônicos Teve muitas muitas apresentações deles mas na Cúpula da Amazônia que é a cúpula

Que reúne os chefes de estado e coloca algumas figuras de liderança em contato direto com os chefes de estado os indígenas não devem ter tanta representação assim inclusive chegaram aqui reclamando disso que não tinha um espaço adequado de representação para levar diretamente as demandas deles para os chefes de estado

A gente acredita que isso avançou um pouco aqui praticamente com a ministra Marina que teve muitos contatos chegou ontem e já começou a se aqui para para articular esse contato Mas eles eles não chegaram aqui satisfeitos com com o espaço que eles tinham não a maioria das organizações indígenas

Estava dizendo isso principalmente a goiaba e Mas tem uma questão que o Brasil que o governo brasileiro chegou em Belém com o Literalmente com os dois pés na porta que é o a vontade de Aprovar Na cúpulo compromisso para os países elimine até 2030 o desmatamento legal mas inserir sua declaração final

Que precisa ser feito por consenso vai ser uma tarefa simples não vai ser uma tarefa simples e as primeiras versões que vazaram da declaração ontem algumas organizações mentalistas tiveram uma versão em espanhol do texto que já deve ter alguns dias de idade a gente não sabe qual ela

Tá ela não mencionava essa esse acordo comum para que se termine com o desmatamento em 30 e mencionava a política de desmatamento zero como um exemplo de que de que se devesse incluir políticas desse tipo na declaração mas a gente sabe que o governo brasileiro tá trabalhando muito para isso a ministra

Marina mencionou muito isso nos pronunciamentos dela nos últimos dois dias e a gente tem notícia de que em princípio o Brasil tem apoio da Colômbia que é um apoio importante para isso mas não é em tudo que o Brasil concorda com a Colômbia um monte de diplomatas aqui

Falam que esse texto Já tá pronto já tá fechado então é muito difícil mudar mas a gente não sabe ainda o que vai ser a gente só vai saber o conteúdo integral desse texto na quarta-feira mesmo Rafael também a expectativa de discussões sobre exploração de recursos econômicos como petróleo né o Gustavo

Petra o presidente da Colômbia prometeu freá exploração de Petróleo em áreas de Floresta Mas nem todo mundo concorda inclusive o Brasil como as decisões da Cúpula tem que ser tomadas em consenso isso pode ficar para depois esse tema provavelmente vai acabar ficando para depois até porque ele não foi suficientemente debatido

Aparentemente entre os países e não existe uma vontade deles de apressar isso mas a Colômbia tem sido muito vocal nisso a ministra de ambiente Colombiana Suzana muham falou muito disso ontem numa apresentação que teve ao lado da ministra Marina e da mestra peruana e eles manifestaram interesse

Em que se isso não se não sair uma decisão sobre isso agora que existe um processo de discussão gradual que para os próximos anos os países entra em acordo para para que não se permita abertura de novos Campos de exploração da região agora nesse tema do petróleo o

Presidente Lula ele tem dado sinais que não desistiu completamente de explorar petróleo na Foz do Amazonas o Bruno Rosa repórter de Economia até falou sobre isso no episódio do ponto de ontem e a colunista Malu Gaspar também revelou que o governo trabalha uma nova argumentação para liberar as atividades mesmo com o

Método Ibama teve algum comentário aí em Belém nas autoridades federais sobre o tema o presidente Lula acabou de chegar que no hotel passou rapidamente na frente do jornalistas a única pergunta que deu tempo de fazer para ele era sobre essa questão do petróleo e ele respondeu para

Nós vocês acham que eu vim aqui para falar sobre isso então a gente acha que ele vai tentar realmente deixar de Fora esse tema aqui porque ele é um tema delicado agora particularmente para o Brasil por causa da questão da Foz do do Amazonas e desse embate aí entre o Ibama

E outras autoridades federais que são favoráveis a liberação da prospecção desses Campos e como esperado especialistas ambientais criticaram a ideia né claro você conversou com Carlos Nobre Presidente do painel científico da Amazônia e ele foi bem duro ao fazer uma análise desses planos para fora do Amazonas né o Carlos nobres foi muito

Duro e ele nesse ponto ele tá sendo um grande porta voz da ciência se tem um apoio que o governo não deve ter nessa questão do petróleo na voz do Amazonas que trabalham com o clima porque ele sabem que a agenda de transição energética para que se acabe com

Combustível fóssil no mundo ela tá com prazo para anteontem o planeta teria que que derrubar metade das emissões de Petróleo em relação ao começo do século até 2030 e não tá acontecendo as missões ainda estão tão subindo depois que teve uma pequeno freio aí na pandemia voltaram a subir depois e o

Cientistas são são contrários é um ponto eles dizem que é basicamente um contracenso você fazer todo esse esforço para frear a deterioração da Amazônia que é uma combinação de desmatamento com mudança climática e pelo outro lado Abrir Campos de exploração na Amazônia que vão contribuir para gravar

Combustíveis e o que o Carlos falou ontem né Que países deixarem o mundo aquecer mais de dois graus e meio Amazônia vai entrar nessa condição de ponto Bom retorno que ela não vai conseguir se sustentar mais sozinha porque o clima vai ser vai ser quente demais vai ter muitos eventos extremos e

E a floresta começa a se transformar nesse ambiente de Savana emitindo Então nesse ciclo vicioso nesse círculo vicioso um uma quantidade enorme de carbono que comprometeria as metas do acordo de Paris e tudo mais absolutamente urgente necessário reduzir a queima de combustíveis fósseis portanto não faz sentido nenhum lugar do

Mundo você fazer novas explorações porque tá cheio de milhares de petróleo gás natural carvão no mundo não precisa mais ao contrário precisa começar reduzir metade Paris reduzir as emissões em 50% até 2030 como você vai reduzir as emissões de petróleo carvão gás natural natural se você começa a explorar novos

Poços não vai nenhum nenhuma chance de atingir esses objetivos e coloca o país no risco suicida não é o suicídio então cientistas aqui são tão sendo uma das principais vozes contra mesmo que se abra Novos Campos de exploração na Amazônia e inclusive pedindo aos países desenvolvidos que que acelerem a

Redução de emissões de combustíveis fósseis Porque sem isso Amazônia também não vai sobreviver no futuro ao mesmo tempo que a em Belém você tem essa as vozes científicas falando alto contra a exploração de petróleo na Amazônia tem também os representantes do Lobby petrolífero incluindo o presidente da

Próxima cópia cop 28 A medalo Jaber que também é senhor da estatal de petróleo dos Emirados Árabes Unidos que vão sediar a copy vai ter uma queda de braço aí pela frente né vai ter uma queda de braço né Essa é uma preocupação presidentes para travar e atrasar todo o processo de

Transição energética que que o mundo precisa ter o papel do al Jaber aqui em Belém ainda é uma coisa que eu é um pouco um enigma a gente não sabe ainda que tipo de articulação ele vai fazer em princípio é apesar de defender a indústria do petróleo não necessariamente ele vai ser

Uma pessoa que que vai apoiar a abertura de novos Campos de exploração na Amazônia porque se você imagina num mundo futuro onde vai existir menos espaço para escoar a produção de petróleo é do interesse do Oriente Médio que que ele tenha menos concorrência do petróleo

Vindo de fora mas a gente não sabe se essa lógica vai vai fazer valer aqui ainda se pronunciou não sabemos nem se ele vai se pronunciar sobre o que é que ele pretende articular aqui com essa vida dele [Música] falando em Lobby duas das atividades responsáveis por boa parte da devastação

Na Amazônia que são agronegócio e o garimpo também terão seus interesses representados direto e indiretamente em Belém o que dizem esses lobistas e eles podem ter voz nas decisões que eventualmente serão tomadas eles estão sendo muito discretos aqui principalmente da mineração você não tem encontrado pessoas aqui fazem bem

Eventos e falando publicamente em Belém do agronegócio existe bastante gente de um setor mais progressivo do agronegócio que são pessoas que estão tentando liderar esse processo de transição de uma agropecuária predatória para uma o que eles chamam de bioeconomia na Amazônia que é mais ancorada em extrativismo e mais ancorada

Numa economia que sustente os modos de vida das populações locais essas pessoas estão tendo aqui em Belém E então defendendo muito isso mas a gente sabe que o Lábio do agronegócio forte Talvez seja mais forte de todos em Brasília e e o blog desse agronegócio de pecuária extensiva

Principalmente soja que são dois motores de devastação na Amazônia nas últimas décadas eles estão uma atuação muito discreta aqui não tem Aparecido assim publicamente para para se manifestar então esperando ver o que acontecer para dar as cartas depois porque tem muitos projetos que prevêm retrocesso ambiental no congresso hoje que podem

Avançar no segundo semestre Então eu acho que a posição deles aqui em Belém tá sendo de esperar um pouco para ver o que vai acontecer e obviamente que no multilateralismo não existe imposição de um olhar de um país ao outro existe ao estabelecimento de consensos progressivos sem prejuízo de que cada

País possa defender suas teses no âmbito da própria organização porque é assim que a gente dá continuidade ao debate dos participantes da cúpula dos países participantes tem um elemento europeu na na reunião que a França que o território da Guina Francesa A briga certa de 1% da extensão total da Amazônia o presidente

Emanuel não vai estar em Belém mas os seus interesses especialmente os relacionados ao acordo entre União Europeia e Mercosul que em boa parte tá travado por questões ambientais vão estar representados sim a França vai ter representante aqui não é mas vai ter representante na copy bem como a

Alemanha Noruega que são os dois capaz doadores do fundo Amazônia então a Europa até tem tem gente aqui para conversar com os países e para entender o que que vai o que que deve sair de sinalização da Cúpula da Amazônia é essa versão de texto que vazou alguns dias atrás ou na

Folha de São Paulo deu um extrato de um pedaço desse texto que vazou é ele eles mencionam que o texto da declaração fala em condenar os países que estão tentando impor Barreiras comerciais para as nações amazônicas que que não conseguirem rastrear os produtos exportados e provar que eles não estão

Saindo de diárias desmatadas enfim é uma coisa um pouco vaga mas existe uma sinalização aí para Europa que a cúpula vai dizer para eles que eles consideram isso uma espécie de um de um jogo sujo então é nisso a gente espera e isso existe aparentemente consenso entre os

Países Amazônicos então isso disso deve sair alguma coisa mas eu acredito que o presidente Lula tá se esforçando para que isso não não seja aquilo que vai ganhar destaque no texto final e porque ele sabe que precisa ter algum avanço realmente algumas sinalização de funcionária ambiental é para que se considere essa

Reunião um sucesso ou seja esse tema esse tema do impasse ambiental entre Mercosul e União Europeia a gente não deve ter nenhuma novidade de peso nesses próximos dias não é a gente a gente precisa esperar para ver mesmo os presidentes mesmo se reúnem na terça-feira e na quarta-feira

E no final da quarta-feira que vai ser divulgada a versão final da declaração dos países da organização do Tratado de cooperação amazônica que essa entidade que tá reunindo aqui os países da região da Amazônia indo além do clima o presidente da Venezuela Nicolás maduro estará em Belém mas suas expectativas dizem mais

Respeito à diplomacia do que propriamente a questão ambiental né Rafael quando a gente acha que ele vai ser discreto aqui o maduro ele hoje não tem um interesse direto em exploração da Amazônia então é possível até que ele que a Venezuela Concorde em alguma coisa relativa a desmatamento zero até 2030

Da Venezuela já existe muito petróleo fora da Amazônia eles têm também possíveis exploração dentro da Amazônia mas não acredito que que maduro esteja interessado em explorar isso de imediato e a preocupação dele é mais aproveitar essa amizade que ele tem com o Lula para tentar quebrar um pouco essa

Situação de isolamento que ele tem com outros países da América Latina especialmente os que têm chefes de estado de direito hoje tentar retomar laços para diminuir seu próprio isolamento [Música] Rafael Garcia Obrigada pela participação bom trabalho para você aí em Belém Obrigado Rafael pelas informações Eu também Recomendo a todos que fiquem

Ligados na cobertura que o Globo faz da reunião em Belém o Luiz não comprar para o Rafael Obrigado Marina Obrigado Carol estamos junto até a próxima então [Música] Esse foi o ponto de hoje podcast Diário da redação do Globo essa conversa a gente conta com a participação de toda a equipe do jornal

As mesmas pessoas que levam até você a informação e análise de qualidade todos os dias quer saber mais assim no globo.com [Música] a edição desse Episódio [Música]

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