a carga horária do trabalho pesada anestesia era a única especialidade que a gente tinha folga pós plantão é porque o plantão era acordado 24 horas com 24 anos ainda na residência médica meus colegas e eu enfrentava os frontões tão pesados que a gente ficava feliz quando dava tempo de tomar um banho entre o final de um eo começo do outro agora imagine a combinação é uma responsabilidade enorme de cuidar pela vida daquelas pessoas exercida em estado de vigília praticamente constante nesse quadro a saúde mental vai pro espaço lembro de alguns casos de suicídio durante a faculdade dois dentes e amigos próximos nos dias de hoje é muito diferente cada especialidade lita com essa realidade de um jeito e os anestesistas são atingidos de forma particular desde cedo [Música] desde a nossa formação isso incluindo o o um formação médica anestesista o médico em geral e anestesia em particular ele é convencido é convencido de que não pode falhar sonhava de noite com anestesia acordava achando que estava tendo uma intercorrência isso aconteceu inúmeras vezes simplesmente no primeiro ano o segundo ano eu tive um pouco mais de respiração ali acho que foram os dois anos mais estressantes que eu já passei dentro da medicina a residência é uma responsabilidade que provavelmente o estudante não imaginava que ela fosse desse jeito porque num processo de anestesiar um paciente você é você utilizar fármacos que são venenos só que você faz uma dose baixa e tratando os efeitos colaterais por exemplo a maioria dos anestésicos fazem você parar de respirar se acontecer alguma coisa o paciente eles têm que está apto para atuar seja a condição que for então é muita responsabilidade que está na mão dele essa responsabilidade naquele momento é como o na hora que o avião vai levantar vôo você está com tudo preparado mais acontecem deslizes e quanto mais experiência a gente tem a gente encara isso de uma forma mais tranquila quando você está começando na especialidade é um estresse muito grande o pior do que o stress é a antecipação do stress ele sabe que a qualquer momento que em determinado momento pode acontecer e que ele vai ter que resolver ele é solitário junto acompanhado vamos assim ele está acompanhado barbie é um só a solidão dentro da multidão são vários e não está só não está solitário mas como goleiro ele é o único que exerce aquela função não pega a bola com a mão o ambiente de trabalho é é realmente essa área aqui a gente fica sentado a maior parte do procedimento colhendo os dados do monitor que a gente fica os nossos pensamentos e e cuidando do paciente é diferente de um trabalho que está no escritório é que está rodando até o computador e se pode parar um pouquinho conversar com um colega o nes e não pode fazer isso ele tem que estar o tempo inteiro focado no paciente ele né se ele for horas de procedimento ele ficou horas submetido a um nível de exigência muito grande uma muitas vezes não sabe se está sol cita a chuva qual é o tempo que está fora é o fator fator de estresse é um fator de insalubridade no trabalho né então hoje se discute muito isso que você precisaria ter intervalos de tempo pra se recuperar netão ser substituído por outro médico anestesista pra pra dar uma relaxada muitas vezes nós temos um profissional doente é tomando conta é de uma pessoa que está doente está errado uma pesquisa com mais de 15 mil médicos de 29 especialidades mostrou que os anestesiologistas estão entre os menos felizes no exercício de suas profissões cerca de 43% deles afirmaram sofrer de bournout depressão ou ambos 82% nunca participaram de qualquer programa de redução de estresse em seus locais de trabalho e mais de 23 por cento admite recorrer ao álcool para lidar com a pressão do dia a dia graças a este geologia procedimentos que eram inimagináveis no passado hoje fazem parte da rotina mas carregar a responsabilidade por manter a vida de um paciente um centro cirúrgico às vezes por horas a fio dias seguidos têm impacto direto sobre a saúde mental dos profissionais ea forma de obter alívio pode se mostrar uma armadilha no encontro com a droga e aconteceu depois de dez anos mais ou menos onze anos de trabalho machuquei o joelho e e foi medicado com aquela substância dolantina ela foi aplicada em mim pra muscular para me tirar da crise de dor e essa droga ela estava dentro do carrinho de anestesia se eu tinha a chave a minha esposa ela organizou a intervenção familiar ou você pára ou você para dessa vez fiquei 58 dias internada nos anos de 1860 foi quando anestesia começou então um dos pioneiros que trabalhava com isso que ele que que utilizava pro forma que utilizava o óxido nitroso que geram gases anestésicos ele era um jovem que estava muito frustrado porque ninguém estava acreditando muito no que estava falando entrou em depressão e começou a ser usuário de clorofórmio e se matou por uso de clorofórmio então assim é interessante porque desde o início da profissão isso já é um problema a droga mais em contradição nos médicos em geral ainda é o álcool a a cocaína ea cocaína e no caso dos anestesistas em particular o uso nocivo por vezes dos opiáceos já que são drogas com as quais eles trabalham cotidianamente têm acesso às mesmas começou a ter alguma desconfiança é melhor chamar pessoa e abrir o jogo se tem um lugar que onde há fumaça há fogo é nessa área topava qualquer parada dentro do trabalho eu era o cara que trocava plantão que queria ficar no plantel mais tarde que se alguém quisesse trocar o fim de semana eu trocava o fim de semana eu fazia então ele começa a ter um comportamento que é estranho mas é bom para os outros e assim ninguém quer fazer aquilo ele vai lá e faz então todo mundo está com uma quase certeza que aquilo está acontecendo mas como é conveniente para o grupo as pessoas fecham um pouco os olhos e fingir que não está acontecendo nada quando eu comecei a não dar conta mais da carga horária não conseguir mais da conta do trabalho é que as pessoas vieram falar comigo opa virou um problema já era problema muito tempo se eu tivesse tido na residência um tópico lá dependência química isso aí ficaria chumbado na memória [Música] os formadores em anestesia eles não foram tão bem treinados até o momento para isso a nossa geração de professores de formadores em anestesia replica o que foi feito conosco no passado então eu aprendi desse jeito também vão replicar isso desse jeito então acho que a gente vem em uma fase nenê se dizia onde a gente está aprendendo a lidar melhor com essa situação a que realmente os residentes novos profissionais que estão se formando que vão sair em breve no mercado não vejam isso como uma fragilidade como um assunto que não deve ser abordado que ele não pode não vai buscar ajuda porque acho que aí o começo do precipício é o começo do caminho das coisas não darem certo desse profissional se enveredar por um caminho sem volta a sensação que eu tenho é que a residência vai embrutecendo a gente acha que é aaa a forma de lidar com o estresse é isso e símbolo tecimento né isso era o modus vivendi naquela época há pouco tempo atrás um médico era considerado aquele que detinha mais saber dentro da das profissões da saúde a perder a atuação desse mito leva a um necessariamente a um isolamento que não interessa a ninguém a questão da cultura do médico de ter essa resistência de pedir ajuda de se abrir eu acho que ela ainda se perpetua vai levar anos ou talvez décadas para a gente diz construir essa imagem que eu preciso resolver sozinho não tenho que resolver sozinho [Música] [Aplausos] a gente sabe que o isolamento social é um fator importante para a depressão é um fator importantíssimo que muitas vezes pode predispor ao suicídio muitas vezes a gente tem aquela visão já pessoa que está fazendo abuso de substâncias ou que vai se matar ela segue um padrão e na verdade não segue quero uma pessoa que você olhava que não seguir aquele estigma de são paulo lançam pessoa depressiva que parece que não tem vontade não quer um futuro não muito pelo contrário fazendo planos que você tinha a impressão que estava tudo bem e de repente vem a notícia chocante que aquela pessoa perdeu a vida se tirou a própria vida na verdade o suicídio é sempre travestido de um tabu um tabu porque assim nenhuma família que até alguém que se suicidou porque não entendi o que aconteceu porque que o que eu fiz de errado uma instituição não quer ter a ser conhecida como um lugar onde várias pessoas se suicidaram um hospital uma empresa então se escondia muito tudo isso e se esconde ainda estou me acostumando já tem os dois a três anos que eu falo desse assunto abertamente à vergonha ficou pra trás eu acho que aos poucos muito lentamente está se criando um ambiente mais propício pra que isso possa vir a ser falado debatidas em um vergonha vamos dizer assim sem sem medo essas gerações mais recentes têm dado abertura que nos procurar e formar realmente olha eu não tô legal não tão bem eu não tenho um desempenho bom na prática eu tive um atraso no plantão atraso na actividade da rotina coisa que alguns anos atrás os residentes não tinham essa intimidade não tinha essa confiança em chegar nos falar então acho que isso é o maior indicativo que nós temos que vale a pena insistir no assunto então começamos a falar disso começamos a falar há a nos nossos eventos há sempre botar algum tipo de atividade em que isso fosse fosse focado em mostrar que aquilo não é um problema individual e que a solução passa exatamente pela pessoa que tá sentindo é mal paciente internauta está sentindo em procurar apoio nos seus pares ou então se necessário até impressionar específicos para isso a primeira páscoa você vê qualquer problema em reconhecer quando existe eu não tenho uma rede de intervenção e meu local de trabalho juntei as pessoas que trabalhavam próximas a mim e para todas elas eu expus o problema expulso o que elas tinham que observar em mim caso eu começasse a adoecer novamente sábado agora vamos fazer seis anos que eu tô limpo e recuperação conversar botar o assunto na mesa está claro que essa estrutura sufocante se perpetua há décadas frente a um sistema que segue uma lógica de pressão constante fica cada vez mais difícil cuidar da própria saúde o primeiro passo é deixar de lado a onipotência nós médicos sabemos o que precisamos fazer para lidar com o estresse atividades lúdicas conviver mais com a família sair com os amigos praticar esportes só que nós não fazemos nada disso nós porque conhecemos o funcionamento do corpo humano nos achamos super homens e mulheres maravilha não venham com a desculpa que você não tem tempo se você não tira 30 40 minutos no dia para cuidar de você está fazendo errado tá vivendo de uma forma que vai ter consequências futuras e tem em mente o seguinte buscar ajuda de um profissional não é motivo de vergonha [Música] o [Música]
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