A prisão de Alcatrá é um local que faz parte do imaginário, não apenas dos Estados Unidos, mas também de todo o mundo. Há diversos filmes, livros, séries e jogos que retratam de um modo ou de outro essa prisão como um lugar terrível. Até mesmo a saga Harry Potter, a prisão de Ascabane é inspirada nela. Agora, mais de 60 anos depois de ter fechado as portas, o presidente Donald Trump anunciou que possui planos para reabrir. No vídeo de hoje, você vá entender melhor sobre a história de Alcatrá. Desde quando a ilha foi vendida para os Estados Unidos, abrigou criminosos perigosos, protagonizou uma fuga cinematográfica e acabou fechando as portas. Hoje, décadas depois, planos para sua reabertura vem sendo discutidos, mas ao que tudo indica, dificilmente esses planos irão para a frente. Mas antes, que bom estarmos juntos mais uma vez. Espero que esteja tudo bem com você. Localizada na Califórnia, Alcatrá é uma pequena ilha na costa oeste dos Estados Unidos, mas que nem sempre pertenceu aos norte-americanos. O primeiro a chegar à ilha foi o tenente espanhol Juan Manuel de Ayala. em 1775, batizando-a de Isla de los Alcatraces. O nome foi uma referência a grande quantidade de pelicanos que viviam no local. Somente em 1849, após a guerra com o México, a ilha foi cedida ao governo dos Estados Unidos, sendo rebatizada então para Alcatrá. Com apenas 8 haares e meio de tamanho, o plano nunca foi transformar o local num grande empreendimento. A ideia era aproveitar a localização para construir faróis e fortes militares. Em 1854, Alcatras recebeu seu primeiro farol e logo no ano seguinte deu-se início à construção dos prédios. Os primeiros prisioneiros a chegarem na ilha vieram em 1861 após cometerem crimes militares. Durante quase um século, Alcatras funcionou como uma prisão militar, abrigando prisioneiros de guerras. Foi somente em 1934 que o local se tornou uma penitenciária federal. Desde então, a ilha abrigou diversos grandes nomes do crime, como Alcaponi, o chefão do crime organizado de Chicago, o mais famoso deles. A prisão era constituída por um prédio de três andares com quatro blocos de celas indo de A a D. As celas eram pequenas, um espaço apertado e praticamente sem privacidade. Conforme o Federal Bureau of Prisions, o órgão responsável por administrar os presídios dos Estados Unidos, Alcatras podia suportar até 336 detentos. No entanto, ele abrigava uma média de 260 por vez. Isso fazia com que, mesmo sendo um lugar pequeno, ele não ficasse isolado e os prisioneiros adquirissem uma certa liberdade. Teoricamente, Alcatrá era uma fortaleza na qual ninguém podia escapar. A penitenciária reutilizou a estrutura do forte militar, além de ser localizada numa ilha isolada, cercada por águas do mar, infestadas de tubarões brancos. Ao longo dos anos, vários presos tentaram fugir do local, sendo recapturados ou mortos ao se afogarem no mar. Contudo, em 1962, três detentos protagonizaram uma fuga de cinema e até hoje não se sabe o paradeiro deles. Os irmãos John and Clarence Englin, ao lado de Frank Morris, pensaram na fuga nos mínimos detalhes. Os três colocaram bonecos de gesso em suas camas para enganar os guardas e ganhar mais tempo enquanto fugiam. Para fuga, eles utilizaram colheres roubadas da cozinha para escavar túneis, até conseguirem escalar até o teto através de um poço de ventilação e com uma jangada improvisada remaram em direção ao mar. Até hoje não se sabe se eles conseguiram realmente escapar ou acabaram afundando para nunca mais serem encontrados. Após muito investigar, em 79, o FBI deu o caso como encerrado, concluindo que os três provavelmente se afogaram. Em 2020, a Rothco, uma agência irlandesa da Excentury Interactive, ao utilizar uma inteligência artificial para reconhecimento facial, chegou a dizer que tinha finalmente desvendado a fuga de Alcatrá. Em 2015, uma suposta foto dos irmãos Englins circulou na internet, a qual os mostrava vivendo aqui no Brasil. Durante muito tempo, a dúvida pairou no ar. Seriam estes os fugitivos da prisão mais segura do mundo e que agora estariam morando aqui no Brasil? A Rothco acha que desvendou o caso e confirmou que sim, a imagem no Brasil correspondia aos fugitivos. Apesar disso, o FBI não aceita o reconhecimento facial como prova final e mantém a narrativa de que os prisioneiros morreram no ar. Enquanto cada um teste uma narrativa diferente, o mistério permanece, tendo dado origem a vários e vários filmes que fizeram parte do imaginário das pessoas. No dia 4 de maio de 2025, o presidente Donald Trump, através de sua rede social Truth, que significa verdade em português, publicou uma mensagem dizendo que era hora dos Estados Unidos finalmente reabrirem Alcatrá. Em suas palavras, eu estou instruindo o Departamento de Prisões, juntamente com o Departamento de Justiça, o FBI e a segurança interna, a reabrir uma alca atrás substancialmente ampliada e reconstruída para abrigar os criminosos mais cruéis e violentos dos Estados Unidos. Não seremos mais reféns de criminosos, bandidos e juízes que têm medo de fazer o seu trabalho e nos permitem remover criminosos que entraram ilegalmente em nosso país. A reabertura de Alcatrá servirá como um símbolo de lei, ordem e justiça. Quanto você acha que o presidente fez certo ao pedir pela reabertura da prisão? Para que possamos entender se realmente a reabertura de Alcatras é algo viável? Primeiro precisamos entender o que levou a prisão a fechar as suas portas. Em 1963, um ano após a fuga dos três prisioneiros, a prisão de Alcatrá encerrou suas atividades. O seu fim? Nada teve ligação com a fuga? Na verdade, o motivo foi financeiro. Por estar localizado numa ilha, o único modo de chegar até o local era através de barcos, sendo que todas as semanas alimentos, suprimentos, combustível e até mesmo água potável chegavam à ilha de barco. Tudo isso fazia com que os custos para manter a penitenciária fossem superiores a de qualquer outra prisão pelos Estados Unidos. Na época, o estimado era que diariamente a prisão custava aos cofres do governo 13 por prisioneiro, em comparação à média de cinco em qualquer outra prisão do país, um gasto três vezes maior do que a média nacional. Além disso, sempre que um dos prisioneiros precisava ser deslocado da ilha para uma audiência, este era um gasto extra que o governo tinha de arcar. No final, os gastos não justificaram a utilização da ilha, sendo que todos os prisioneiros foram transferidos para outros locais e Alcatrá fechou de vez. Na verdade, a prisão fechou, mas não a ilha. Alcatrá reabriu em 1973, mas agora como uma atração turística. A antiga prisão deu lugar a um museu administrado pelo Serviço Nacional de Parques, se tornando um dos pontos turísticos mais populares de São Francisco, recebendo mais de 1.400.000 visitantes todos os anos. No dia 5 de maio de 2025, um dia após o anúncio de Trump, uma multidão de turistas resolveu visitar a ilha, superando o número rotineiro de visitantes. O anúncio de Trump é visto com um certo ceticismo por todos os especialistas. Martin Horn, especialista em prisões e diretor executivo da Comissão de Sentenças do Estado de Nova York, vê essa medida como algo inviável. Para começar, conforme ele aponta, os prédios da ilha deverão ser reconstruídos, pois não é mais possível utilizar as instalações antigas. Apenas essa reformulação da prisão seria cara, pois vale lembrar, para chegar à ilha, diversos trabalhadores e materiais de construção deverão ser transportados até o local. Mesmo que a penitenciária seja reconstruída, o mesmo motivo que levou ao seu fechamento permanece. Os custos diários para administrar uma prisão como Alcatrá continuam bem superiores aos de uma prisão comum, conforme diz Martin Hall, é certamente ineficiente. Se seu objetivo é reduzir custos do governo, essa é a maneira errada de fazê-lo. Quem também rebate a fala de Trump é Nancy Pelosi, a ex-presidente da Câmara da Califórnia. No EX, ela disse que Alcatrá fechou como penitenciária federal há mais de 60 anos. Agora é um parque nacional muito popular e uma grande atração turística. A proposta do presidente não é séria. O que depois de tantos anos poderia ter motivado Donald Trump a ter a ideia de reabrir a mais famosa e mais cara prisão dos Estados Unidos? Uma reportagem do The Hollywood Reporter fornece uma explicação para que essa ideia tenha vindo justo agora. A justificativa, conforme consta a reportagem, é no mínimo curiosa. Presta atenção. Desde que Alcatrá foi fechada em 63, nunca houve conversas sérias para sua reabertura. Pelo menos não até agora. Apesar disso, a imagem da famosa prisão sempre esteve presente entre os norte-americanos, principalmente através de filmes e documentários a seu respeito. No dia 4 de maio de 2025, poucas horas antes de Trump utilizar suas redes sociais para divulgar o seu grande plano, a emissora WL RN ou WLN exibiu uma reprise do filme Alcatrá, Fuga Impossível, um clássico do final dos anos 70. Muita gente deve se lembrar. Coincidência ou não, foi logo após o filme que Trump teve a sua brilhante ideia e a divulgou em suas redes sociais, sem antes conferir a sua viabilidade. Até o momento, não sabemos se Trump levará essa ideia adiante, se ele pretende desativar o museu de Alcatrá, que recebe milhões de turistas todos os anos e muito menos como ele pretende contornar o problema dos custos elevados para manter uma prisão em alto mar. Além de uma mensagem em sua rede social, não há mais informações sobre a reabertura de Alcatraz. No entanto, se formos nos basear nas falas de todos os especialistas no assunto, essa é uma ideia que não vai sair do papel, ou melhor, das redes sociais. Você acredita que Alcatras deve permanecer com o museu? Ou seria esse o momento de trazer de volta a prisão mais temida da história dos Estados Unidos? M.
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