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Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo fala sobre a morte de Francisco

Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo fala sobre a morte de Francisco

Aspetta che pena che que já vinha se agravando. la memoria Vaticano Papa Francisco, eh, naturalmente há muitos aspectos do seu pontificado que podem ser destacados, mas uma coisa é certa, ele pegou firme eh na continuidade da implantação do Concílio Vaticano II no que diz respeito à própria igreja e tornar a igreja eh realmente mais missionária era uma das grandes questões. Uma igreja não voltada para dentro apenas cuidando de si, mas uma igreja para o mundo, portanto, para comunicar a riqueza da sua mensagem, do seu testemunho para o mundo. Por outro lado, também na reforma interna da igreja. para que ela aparecesse mais e mais como aquilo que de fato ela é a comunidade dos batizados e não uma instituição clerical que tenha apenas o clero como praticamente senhor da igreja, não? A igreja é de Jesus Cristo e todos na igreja são filhos da igreja, membros do povo de Deus. Os ministros da igreja, o clero, eles são servidores do povo de Deus naquilo que fazem, que é muito importante, mas eles não são senhores donos da igreja. E o Papa lutou muito por isso, para fazer com que a igreja fosse mais participativa, mais consciente, como um todo, a partir justamente da participação de todos na vida e na missão da igreja. e tantos outros aspectos também do pontificado do Papa Francisco. Primeiramente, o seu testemunho eh pessoal de simplicidade desde o primeiro dia da sua eh depois da sua eleição, ele fez algumas escolhas que marcaram a escolha de não morar no Palácio Apostólico, por exemplo, mas na hospedaria, né, chamada Casa Santa Marta. Depois o fato de também eh se apresentar de maneira muito singela, eh dispensando dispensando até mesmo eh no começo ele queria dispensar o corpo de guarda, né, de seguranças, mas depois teve que assumir que era necessário também um corpo de segurança. Porém, ele queria muito contato direto com as pessoas. E foi um papa que mais do que ninguém, por exemplo, teve contato com a imprensa, com entrevistas, às vezes até surpresa, né, de telefonar para um canal de televisão para entrar ao vivo num programa e nas viagens eh apostólicas dele, visitando países, a igreja, etc., nos vários países, sempre ele deu uma entrevista coletiva a bordo, né, do avião na viagem de retorno e tantas outros, tantos outros aspectos do pontificado do Papa Francisco que poderiam ser destacados, inclusive também a questão da eh da firmeza na busca de correção de certos desvios morais dentro do clero que precisavam ser corrigidos com firmeza e ele o fez com muita coragem, dando continuidade, naturalmente aquilo que já vinha sendo feito pelo Papa João Paulo I, o Papa Bento X, mas Papa Francisco eh fez eh tomou medidas novas, drásticas, legislações novas para corrigir naturalmente uma chaga moral existente no meio de membros do clero. Papa Francisco se preocupou eh com as periferias do mundo, as periferias sociais, periferias geográficas, até mesmo periferias econômicas, as periferias, né, as periferias também dentro da igreja, né, com aqueles que estão mais distantes, mais afastados e sempre com este apelo, né, de ir ao encontro, de buscar o diálogo, de buscar ouvir, né? O Papa que falou muito do de ouvir. A igreja deve ouvir, nós devemos ouvir eh as dores e as eh muitas vezes até mesmo eh as queixas das pessoas em relação à própria igreja. O papa procurou fazer isto muito. Ele que eh fez as suas escolhas também em relação à periferia, mas o que ninguém escolheu cardeis de fora, digamos, dos eixos referenciais comuns, que eram as grandes metrópoles, né, os centros, né, até ali tidos tidos como importantes. A Europa. Papa escolheu muitos cardeis de, digamos, regiões periféricas da igreja, até mesmo em países onde a presença da igreja é mínima, é para dar ocasião de ouvir e de participar também a igreja daqueles lugares, aqueles países que, por assim dizer, eh estariam na periferia da igreja, para dizer não estão na periferia da igreja. estão no coração da igreja, como aqueles que estão no centro geográfico onde a igreja está mais fortemente presente. Por isso, e muito mais que nesses dias certamente será recordado do Papa Francisco. Nós hoje damos graças a Deus pela vida dele, eh pelo exemplo dele, o testemunho dele, que certamente ficará marcado na igreja. E como ele gostava de dizer, na igreja importa eh o processo, né, o processo do caminhar, né, o desencadear processos muito mais do que eventos que tem um começo, meio e fim ali mesmo. desencadear processos que ao longo do tempo vão produzir efeitos, vão produzir as suas eh eh os seus frutos. E é o que ele procurou fazer, né? Procurou fazer inclusive com a iniciativa do último sínodo, que teve a conclusão em outubro do ano passado, mas que foi inauguração de um processo de igreja mais sinodal. Isso naturalmente não se concluiu com a assembleia sinodal de outubro do ano passado, mas é um processo que continua e vai ter naturalmente os seus frutos ao longo do tempo e outras etapas que estão por vir. Com isso, com a consciência de não ter dito tudo sobre o Papa, evidentemente, mas disse alguma coisa que me pareceu, me parece importante destacar neste momento, convido a todos naturalmente a fazerem as suas reflexões e a buscarem destacar aquilo que na figura e no na ação do Papa Francisco está sendo e vai ser uma contribuição importante, não só para a igreja, mas para a humanidade. Para a humanidade. Eu acho que o seu exemplo, por exemplo, de firmeza na afirmação dos princípios, mas de abertura ao diálogo, abertura ao diálogo com todos, sem excluir ninguém, fica como um exemplo justamente daquilo que precisaria acontecer muito mais em toda a sociedade e para se superar muitas vezes um clima de polarização, de antagonismo, que leva a conflitos, que leva a violência e que leva à desintegração social, o que não é bom para ninguém, não é bom paraa sociedade, não é bom para o mundo. E agora fico à disposição para então responder alguma pergunta. queiram, porém, se identificar que meio vocês, OKs, eh, organismo de comunicação, vocês representam e deixa o padre Michelino aqui para estar coordenando. Domilo, bom dia. Nanda Apple da TV Globo. O senhor deve participar desse novo conclave? E de que forma o senhor imagina um novo papa depois de todo esse exemplo que o senhor refletiu aqui? Sim, devo participar do conclave. Eu sou um cardeal com menos de 80 anos, portanto devo participar do conclave. Ainda não temos a data. Eh, estamos à espera de algumas definições que virão da Santa Sé nesses próximos, talvez nas próximas horas, senão nos próximos dias. Eu pretendo ir a Roma para o funeral do Papa Francisco e depois para eh a preparação do conclave, que é aquela semana de reuniões gerais dos cardeis, ditas congregações gerais. E destas congregações gerais podem participar todos os cardeais, também aqueles que têm mais de 80 anos. E finalmente o a participação no conclave que é reservada para os cardeais com menos de 80 anos de idade. Ainda não temos estas definições sobre o funeral, nem a semana das congregações gerais e nem sobre conclave, mas isto virá com os próximos momentos agora certamente e vai ser anunciado. Agora que imagino do próximo papa. Eh, vocês eh quem já tem um pouco mais de de serviço na imprensa, né, se dá conta que um papa não é igual ao outro, né? Ninguém espere que o próximo papa seja um Francisco I. Pode até ter o nome de Francisco I, mas não será a imagem sielhança de Francisco II. será um outro papa que naturalmente vai cuidar da igreja, vai seguir, sem dúvida, a linha do anúncio da eh da do ensinamento da igreja, das posições da igreja em rela em relação a essas questões fundamentais do ensino da igreja e do testemunho da igreja, do serviço da igreja ao mundo. Ninguém espere um papa a favor da guerra. Ninguém espere um papa que não cuide dos pobres. Ninguém espere um papa que não diga os padres sejam bem formados. Isso é norma geral. E, portanto, o próximo papa será alguém que vai cuidar bem da vida da igreja, da missão da igreja. Porém, o próximo papa será uma pessoa humana, não será um robô. e, portanto, vai governar a igreja com o seu jeito, seu caráter, sua personalidade, sua capacidade humana, né? Por isso, estejamos abertos a acolher eh a figura do novo Papa quando ele for escolhido. Eh, bom dia. Eh, meu nome é Valéria França, eu sou da revista Veja e queria perguntar, sem nenhum constrangimento, obviamente, eh, o senhor já foi indicado a Papa. Qual é a perspectiva nisso? Nós estamos aqui na torcida. Todos têm um direito de torcer. Evidentemente que agora vem as especulações e como aqui no Brasil, no México, nos Estados Unidos, em Portugal, na Espanha, na Itália, na África do Sul, na Indonésia, em todo lugar, vão se fazer as especulações e torcidas. Isso é natural. Isso é natural. Eh, evidentemente que eh a escolha do Papa feita pelos cardeais é resultado de um discernimento coletivo. Por isso tem as chamadas congregações gerais ou reuniões gerais dos cardeis, onde os cardeais ali livremente eh analisam a situação da igreja. falam das situações do mundo, dos desafios, das necessidades, né? E por aí vão traçando, vão traçando, sem dúvida, mesmo sem mencionar diretamente, vão traçando identiquit do que deve ser escolhido como papa. Portanto, a escolha do Papa vem não de, eu diria, de conchavos já feitos anteriormente, já feitos, já comprontos. Isso é é fantasia, né? A escolha do Papa vem de um discernimento que se faz num clima de oração de um alto senso de responsabilidade em relação à igreja, né? A responsabilidade é pela igreja, não é salvar uma ideologia, uma um partido, um gosto. É a grande responsabilidade sobre quem vai conduzir a igreja para desempenhar bem a missão da igreja. E por isso mesmo, eh, a, a escolha do Papa, né, nós, né, os cardeais eh celebram o conclave, celebram, não é não é uma campanha eleitoral, é uma celebração. Assim é previsto justamente na escolha do Papa. Aí vocês podem pesquisar porque é um documento público que fala do rito da escolha, né, do Papa no conclave. Claro, o que é secreto no conclave é a votação, né? a votação, ao resultado da votação. Isto é secreto e por isso que a os votos são queimados também e os cardeais são obrigados a manterem sigilo sobre a questão da votação. Porém, sobre o rito propriamente, isso não é sigiloso. Isso está, portanto, num documento público sobre a escolha do Papa. vocês podem pesquisar e encontrarão esse documento. E, portanto, eu também estou me preparando para participar justamente desse rito, desta celebração e naturalmente do discernimento coletivo que se vai fazer sobre a escolha do futuro papa. Agora, quanto à especulações, candidatos, isso isso não conta muito. Tudo bem ou conta pouco. Tudo bem? Boa tarde. Eu sou Valentina do Portal Metrópolis. Como que o senhor está? Eh, queria perguntar, o senhor participou da escolha do primeiro papa latino-americano? Eh, hoje a gente tem uma mudança no colégio de cardeis, né, recente com a nomeação de cardeis que saem do continente europeu. Enfim, queria perguntar pro senhor que participou dessa escolha em 2013, o que mudou na Igreja Católica desde então e como que essa novo perfil de cardeais pode influenciar nessa escolha. E uma segunda pergunta, se o senhor entende que nesse momento a Igreja Católica deve escolher eh um papa voltado paraa Europa para esse resgate dos fiéis europeus ou expandir para outros continentes, como a África ou a Ásia? Comecemos responder pela segunda. Se o papa deve, o conclave deve escolher um papa voltado paraa Europa ou para outros continentes. Não, o papa que vai ser escolhido deve cuidar da igreja, da igreja no todo. e, portanto, eh e olhar para situações eh desafiadoras, as necessidades e assim por diante, né? e e não, digamos assim, não deverá descuidar nenhum aspecto, nem geográfico, nem quanto à própria missão e identidade da da igreja, da sua missão. Mas o que mudou, né, desde o Papa Francisco para cá, o colégio dos cardeis hoje está muito mais internacionalizado do que antes. Um processo que já vinha desde os anos 60. Papa João 23, Paulo VI já começaram eh antes, até ali, até os anos 1950, o Papa Pio X, o colégio dos cardeis era sobretudo italiano e europeu e depois foi abrindo mais e mais. Papa João Paulo II já escolheu muitos cardeais da América, América Latina, da alguns da África, Ásia, um ou outro. Depois Papa Bento X também continuou na abertura mais e mais e o Papa Francisco ainda mais. De modo que hoje o colégio cardinalício, ele realmente é muito menos italiano, muito menos europeu, embora ainda tem um número bastante significativo de cardeis europeus e italianos. E é bastante compreensível, né? Porém, a maioria, a grande maioria dos cardeais não são mais europeus. América Latina e do Norte tem um grande peso, a África tem um peso significativo e a Ásia também tem um peso, né, no colégio cardinalício. Porém, eh, ninguém deveria se surpreender se fosse escolhido um cardeal africano para ser papa ou um cardeal asiático para ser papa ou novamente um cardeal italiano para ser papa. está nas possibilidades. E se isso acontecer, não significará que a igreja, ah, voltou-se só para África ou voltou-se apenas para Ásia, ou voltou às costas paraa América ou voltou a se centrar na Europa. Não, não. Qualquer um que for escolhido como Papa receberá o cuidado da igreja como um todo. E, portanto, eh, é o tempo do pontificado que vai depois dizer por onde vão naturalmente as escolhas pessoais que o Papa fará. Bom dia. Eh, Cardeal, queria perguntar ao senhor sobre existe uma análise, né, de que o papado do Papa Francisco eh foi mais progressista, tratou eh de questões, mais de questões que seriam tabu dentro da igreja. Eh, qual o senhor acha que é a tendência nesse momento eh de escolha do novo Papa que vai seguir essa essa tendência do Papa Francisco de continuar abordando essas questões e de ter uma linha mais progressista? Ou senhor acha que pode vir um papa de uma aula um pouco mais conservadora da igreja? Essa pergunta eu deixo para vocês responderem e suas análises depois que foi escolhido o papa. Eh, eh, não me cabe fazer esse tipo de análise antes da escolha do Papa, né? E, eh, o certo que a preocupação na escolha do Papa, com toda a certeza, não é a questão se ele é progressista ou conservador, não é esta preocupação. Esta é uma preocupação externa. A igreja em base ao ensinamento dela, do evangelho, é tanto progressista como conservadora. O evangelho dá base para isso, claramente, a opção pelos pobres, eh, a atenção à justiça social, o cuidado dos migrantes, a preocupação com a paz no mundo. São são posturas progressistas ou conservadoras? Não são posturas do evangelho. Agora, se alguém quer enquadrar isso como progressista ou conservador, isto por conta de quem o faz, mas para nós são consequências, coerências com o evangelho. Temos o colega ali, Giovani do Portal Laudi Dias. Dom Odilo, a simplicidade do Papa Francisco, né, foi uma das características mais marcantes, né, como a Igreja Católica pode continuar vivendo esse exemplo, né, dele de humildade após sua morte. É, o Papa Francisco procurou ser um papa simples, era o jeito dele. Mas isto não é só do Papa Francisco, né? Ele tomou o nome de Francisco, inspirando-se também na simplicidade de Francisco, um homem que viveu há 800 anos. E Francisco inspirou-se em Jesus Cristo, que viveu há 2000 anos. Então isto é marca da igreja, é marca justamente do evangelho que nós todos somos chamados a seguir e naturalmente o próximo papa, a sua maneira certamente viverá isso também. Eh, bom dia, Dom Odilo. Eh, o senhor citou que o É, perdão, Ana Virgínia Balucer da Folha de São Paulo. Sim. O senhor citou o Papa Francisco como alguém firme contra o que o senhor chamou de chaga moral na igreja. Eu queria só colocar em palavras. O senhor se refere a denúncias de abuso sexual dentro do clero e como esse tema deverá ser abordado no próximo papado e pela Igreja Católica. Eu falo do Papa Francisco porque o próximo papado ainda não temos. O Papa Francisco. Sim, eu devo dizer em continuidade com o Papa Bento X, que tomou medidas muito firmes também, mas naturalmente eh não teve todo aquele êxito porque eh era necessário algo mais. Mas o Papa Bento X já e levou muito a sério e as suas consequências. essas questões, por exemplo, da corrupção moral, pedofilia, abusos sexuais dentro do clero, Papa Francisco eh fez uma legislação para eh eh claramente, digamos assim, e limpar, digamos, né, na no meio do clero estas situações que naturalmente atingem uma porcentagem muito muito pequena no clé. clero, mas acaba que o clero todo leva de alguma maneira a fama. Isso é é infelizmente é é a grande injustiça e também a responsabilidade de quem o faz, né? Se um jornalista é corrupto, nem todos os jornalistas são chamados corruptos. Mas de repente, se um padre é pedófilo, de repente os padres são pedófilos, né? Se generaliza, isso é muito ruim. Mas o Papa Francisco justamente pôs a mão nessa chaga e e felizmente também com bastante firmeza e êxito, mas isto não significa que está resolvido, porque é uma condição humana que sempre de novo pode voltar. Por isso mesmo, requer tanto um cuidado com a escolha dos candidatos, cuidado na formação para que os sacerdotes não caia nessa situação, não caia nessa tentação. Agora, quanto ao próximo papa, evidentemente não se espera dele outra atitude, não se espera dele uma atitude diferente, porque evidentemente isso prejudica enormemente a igreja, a sua missão e a sua credibilidade. Então, com toda certeza não haverá mudanças nisso em relação ao próximo papa. Senhora serbispo, Fernanda Câmara aqui do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC, ainda falando sobre escolha de papa. Como que a escolha de um papa afeta a economia e a política global, por gentileza? Oxalá pudesse influenciar mais, né? Porque a igreja, né, que o Papa representa, ela não é uma potência econômica, não é uma potência bélica. Ela sim poderíamos dizer, é um poder moral. Ela tem a força, a autoridade dos princípios morais e doutrinais. E por isso, eh, a o chamado a uma verdadeira justiça social, justiça econômica, uma maior equidade econômica mundial, isso é a e e são princípios que que são coerentes com o ensinamento da igreja, mas que isso seja imediatamente posto em prática ou aceito. Não é, não é dito. Isso precisa depois passar naturalmente pelos organismos locais, pelas pelos parlamentos que legislam, eh pelos executivos que põe em prática ou não põe em prática. E aí existem pensamentos diferentes, existem muitos pensamentos diferentes a respeito da gestão da economia. Eh, há quem faz a gestão da economia pensando em vantagens de um povo e não globalmente nos outros povos. Há quem faz a gestão da economia não se importando com a miséria dos outros povos, né, contando que tem vantagem para si. Eh, e assim também internamente uma empresa ou um patrão ou um dono de qualquer coisa ou nós mesmos. Depende a maneira como nós eh fazemos a gestão da vida econômica. Nós podemos ser mais ou menos coerentes com os princípios do evangelho. O Papa Francisco, ele foi, e não é ele só, né? Há vários, várias gerações de papa, papas a partir do ensino social da igreja procurou dar ao mundo referências partindo ensino social e referências éticas. a orientar a economia, a orientar a vida social, né, e a dignidade humana, né, o os direitos humanos e assim por diante. Oxalá isso seja mais e mais compartilhado e aceito. Mas como em tudo, isso são sementes que não imediatamente produzem fruto, mas são lançadas à terra. Algumas germinam, outras não. Algumas produzem 100 por um, outras produzem 30, outras produzem um por um. E assim são os princípios religiosos, princípios morais e éticos também em relação à vida social. Nós temos duas últimas perguntas. Primeiro da da Canção Nova e depois da Rede Vida. Bom dia, Domilo, Aline da TV Canção Nova. O ano passado, o Papa Francisco também modificou o rito funeral, né, dos papas do quê? O ano passado o Papa Francisco modificou, né, o rito de funerais dos papas, tornando mais simples, né? O que que a gente pode esperar de diferente desse rito funeral do Papa Francisco? O Papa simu uma simplificação do rito e a gente espera que isso seja posto em prática. Agora é difícil você imaginar, né, e um rito mais simples de funeral do que um caixão no chão na frente do altar. Uma vela, uma bíblia em cima do caixão. Povo presente rezando, prestando suas homenagens, autoridades presentes. Sim, o Papa é uma autoridade internacional. Então isso certamente haverá. Agora para venerar a imagem de Nossa Senhora, né? Eh, muito venerada pelo povo de Roma, né? Eh, salus pópoles romanos, ou seja, a salvação do povo de Roma, porque ela está muito relacionada a um fato acontecido durante a Segunda Guerra Mundial, quando a cidade de Roma estava para ser bombardeada, quer pelos nazistas, quero pelos aliados. E o povo romano fez uma grande eh romaria, um grande uma grande manifestação de devoção a Nossa Senhora nesta imagem, representada nessa imagem, de fato, cidade de Roma foi minimamente bombardeada, não foi foi salva, digamos. E por isso esta imagem venerada na Basílica de Santa Maria Maior, uma das basílicas marianas mais antigas do mundo. E ao voltar das suas viagens, o Papa sempre ia lá de novo depositar o ramalhete de flores junto desta imagem. O Papa manifestou o seu desejo de ser sepultado nesta basílica e não na Basílica de São Pedro, como normalmente os últimos papas foram sepultados. Bom dia, Dom Odilo, Jan Estenísa da Rede Vida. Eh, mesmo nesses nesses últimos meses, né, a gente viu o Papa realmente já mais debilitado em relação à sua saúde, mas sempre eh agora, principalmente nesse seu último dia, indo ao povo, né, querendo falar com o povo e ver o povo. Então, a gente fica com essa imagem do Papa Francisco, né? Isso mesmo. Fiquemos com essa imagem do Papa Francisco, né, que quis sempre esse essa proximidade, esse contato com o povo, né? E eu acho que eh vai ficar marcante como ontem, domingo de Páscoa, apesar da sua situação visivelmente debilitada, ele fez o esforço para estar na praça de São Pedro, na sacada da basílica, como costuma fazer no Natal e na Páscoa, para abençoar o povo. E depois, paraa surpresa de todos, acabou ainda e subindo no papa móvel, puseram no sobre o papa móvel e passou no meio da multidão para saudar. Acho que isso fica como uma última imagem do Papa muito marcante que quis justamente esse contato, essa proximidade do povo. Dilo vai responder mais uma pergunta só e depois convida a todos a participarem da missa que ele presidirá aqui na catedral pela alma do Papa Francisco. Ah, tendo início ao meio-dia. Dom Adilo, bom dia pro senhor aqui. Luís Felipe Nunes da Rádio Bandeirantes. O senhor tava falando sobre essa última imagem do Papa Francisco, como foi o último diálogo do senhor com o Papa e como o trabalho dele sendo no papado ou nas últimas décadas influenciou a sua atuação também na fé. Bem, eh eh desde que ele foi eleito, eu tive muitos contatos com o Papa. Eh, naturalmente, os contatos com o Papa não são para tomar um cafezinho, contar longas histórias, né? Mas são contatos sobretudo formais. Mas tive algumas conversas mais prolongadas, pessoais com o Papa Francisco e foram muito boas. E como sempre ele escuta muito, depois fala com com muita sabedoria, falava, né? Com muita sabedoria, com poucas palavras, mas palavras muito orientadoras e e as palavras dele sempre surpreendiam, né? A gente falando com ele, punha alguma questão, ele se saía com uma resposta que você não esperava. Mas uma resposta adequada, boa. Bem, a última vez que estive com ele, pude saudá-lo foi dois dias antes dele ser internado no Hospital Gemel. No dia eh 12 de fevereiro, eu estive em Roma junto com três padres e era quarta-feira e eu participei da audiência geral. era o único cardeal presente naquela audiência. Tem alguns outros bispos e também já impressionou como o papa estava abatido. Me impressionou muito. Mas ele também ali ele saudou o povo com duas, três palavras e se desculpou por não poder ler pessoalmente a mensagem e disse: "Na próxima vez já estarei melhor". Depois pude saudá-lo. Ele passou rapidamente também entre as pessoas. Em vez de esperar que as pessoas fossem saudá-lo, levaram-no cadeira de rodas para ele passar, inclusive para ser mais rápido e menos desgastante para ele, porque ele não estava bem. Tanto é que dois dias depois ele foi pro hospital já com pneumonia, né? Então eu guardo com muita, muito carinho esta, este último encontro, essa última participação numa audiência com ele que foi no dia 13 de fevereiro deste ano. Jor Mário Bergolho nasceu no dia 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires. Filho de imigrantes italianos. Viveu a infância nesta casa, no bairro de Flores, na capital argentina. Na juventude, Bergollio precisou retirar parte do pulmão por causa de uma doença respiratória. Foi arcebispo de Buenos Aires e pautou a vida pública dentro da igreja pelo compromisso e dedicação aos mais pobres. Já era noite no Vaticano em 13 de março de 2013, quando Jorry Mário Bergolho se tornou Francisco, o primeiro Papa sul-americano da história. O nome foi uma homenagem a São Francisco de Assis, que dedicou a vida aos mais humildes. A trajetória do novo Papa como chefe da Igreja Católica começou de maneira diferente, substituindo o alemão Bento 16, o primeiro pontífice a renunciar em seis séculos. A escolha de um papa argentino fez os nossos hermanos se emocionarem. Lágrimas de orgulho e de alegria de milhares de fiéis que acamparam dia e noite para ver Francisco chegar ao posto máximo do catolicismo. Ao longo dos anos de pontificado, viajou por dezenas de países. O primeiro deles, o Brasil. Apenas 4 meses após se tornar papa, Francisco veio para a Jornada Mundial da Juventude sob um forte esquema de segurança. O período à frente da igreja também ficou marcado por falas e propostas progressistas dentro dos padrões da religião católica. Em discursos e entrevistas, defendeu o acolhimento de homossexuais e propôs que casais divorciados possam comungar. Durante a pandemia, protagonizou essa imagem histórica, a de um pontífice que reza diante de uma praça de São Pedro deserta por conta do confinamento. [Música] Nos últimos anos, Francisco vinha se locomovendo com uma cadeira de rodas por causa das dores nos joelhos causadas por uma artrose. O Papa chegou a admitir que pretendia renunciar se as condições de saúde se agravassem. Os problemas respiratórios também foram ficando mais frequentes a ponto de Francisco deixar de fazer leituras durante as celebrações. Em fevereiro de 2025, o Papa foi internado por conta de uma pneumonia dupla e uma infecção respiratória polimicrobiana. O quadro de saúde do pontífice era grave. Mesmo assim, depois de mais de cinco semanas, o argentino se recuperou e recebeu alta. debilitado, despediu-se da vida, cumprindo o papel a qual foi designado, o de deixar o legado de uma igreja mais justa e mais humana a um próximo papa, que em breve será escolhido e dará continuidade à historia.

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