Essa é a antiga cidade de Jerusalém e foi aqui que Jesus chegou para viver as últimas horas antes de sua morte. Ele estava prestes a se sentar com seus apóstolos para a última refeição. Em menos de 24 horas seria executado pelas mesmas pessoas que dias antes o exaltavam como rei. Enquanto ele entrava na cidade próximo ao templo. A atmosfera estava carregada e o destino de Jesus já estava selado. Entre os que estavam ao seu redor havia um rosto conhecido, mas com intenções ocultas. Judas Iscariotes, um dos 12, um dos mais próximos. A Bíblia descreve que ao sair do cenáculo naquela noite foi possuído por Satanás, seu destino, a casa dos sumos sacerdotes, não muito distante dali, um lugar onde a conspiração já o aguardava. Judas sabia exatamente o que fazer. Conhecia os hábitos de Jesus. sabia que depois da ceia ele se retiraria para orar em um jardim atrás das muralhas da cidade, Getsemani, um lugar silencioso envolto por oliveiras, onde o mestre se recolhia para falar com o pai. Esse jardim Getsemani ou prensa de azeite, como o nome sugere, existe ainda hoje impressionantemente. Muitas das oliveiras ali tos e são testemunhas silenciosas daquela noite. Na escuridão, os discípulos ainda não sabiam, mas as orações que ecoavam entre as árvores estavam prestes a ser interrompidas. Judas e os soldados já estavam a caminho. Enquanto isso, algo profundo se desenrolava no jardim. Os apóstolos, vencidos pelo cansaço, adormeceram. Sozinho, Jesus se ajoelhou e começou a suar sangue, literalmente. E a ciência chama isso de hematidrose, uma condição rara, causada por estresse extremo ou emoções avaçaladoras, em que vasos sanguíneos se rompem e o sangue se mistura ao suor. É como se o corpo gritasse o sofrimento antes mesmo da dor física começar. Jesus sabia exatamente o que viia. Ele já sentiu o peso da cruz antes de sequer ser tocado por ela. E mesmo assim, em meio ao pavor, fez uma oração que atravessaria os séculos. Pai, não seja feita a minha vontade, mas a tua. Lucas 22:42. Uma entrega total, uma rendição ao propósito, mesmo sabendo do sofrimento que estava por vir. Ao fim da oração, Jesus desperta os discípulos e ali está Judas. A noite já não era mais silenciosa. Soldados o acompanhavam com tochas e espadas. No impulso, Pedro reage, corta a orelha de um dos soldados, mas Jesus, surpreendendo a todos, cura o ferido e se entrega sem resistência. Naquele momento, todos os discípulos fugiram. Sozinho o pastor seria ferido, como dizia a profecia. Ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão. Zacarias 13 79. Jesus agora é preso. É levado às pressas para a casa de Anais, sogro do sumo sacerdote Caifás, a primeira de seis audiências que enfrentaria naquela madrugada. A residência ficava na cidade alta, uma região nobre, onde moravam os poderosos de Jerusalém. Era o início do julgamento mais controverso da história da humanidade. Os sumos sacerdotes, reverenciados quase como reis pelo povo, mesmo com autoridade política limitada, preparavam-se para acusar Jesus. Durante o interrogatório, Anais o questiona sobre seus discípulos e seus ensinamentos, mas mal sabia ele que dois desses discípulos, Pedro e João, estavam mais próximos do que imaginavam, observando tudo à distância. Com firmeza, Jesus responde que não tinha nada a esconder. Nunca falou às escondidas. Ele havia pregado abertamente no templo, especialmente no pátio das mulheres, um espaço de encontro entre homens e mulheres, onde qualquer um podia ouvir suas palavras. Ele não precisava se defender. Sua verdade já havia sido proclamada em voz alta. Quando Jesus disse isso, um dos soldados o agrediu com um tapa no rosto. E mesmo ferido, Jesus não se calou. Olhou nos olhos daquele homem e disse: "Se falei mal, prova-o, mas se falei bem, por que me bates?" João 18:23. Uma pergunta simples, mas que ecou até hoje. Em seguida, Jesus foi levado até Caifás, o sumo sacerdote principal daquele ano. Já era quase meia-noite quando Jesus chegou à casa de Caifás. Recentemente, arqueólogos identificaram com precisão onde essa residência teria existido. Antes mesmo daquele julgamento, Caifaz havia declarado algo que marcaria narrativa. É bom que um homem só morra pelo povo. João 11:51. palavras que tentavam justificar o injustificável. Até hoje essa frase intriga estudiosos e teólogos pela sua complexidade. Uma sentença política, mas com um peso profético que Caifaz, talvez nem [Música] imaginasse. Do lado de fora da casa, Pedro tentava se manter próximo. Queria saber o que estavam fazendo com seu mestre, mas quanto mais se aproximava, mais se expunha. Três pessoas da multidão o reconheceram e uma a uma começaram a questioná-lo. Você não é um dos discípulos dele? Diante de cada pergunta, Pedro negou uma, duas, três vezes. Com medo, com o coração em pânico, ele se afastava da verdade. E então ecoou o som do galo. Mais diferente do que muitos pensam, não se tratavam de um animal, era um chifre de sopro usado para marcar a troca de turnos da guarda romana. Um detalhe histórico que dá ainda mais precisão ao relato bíblico. Nesse exato momento, Jesus era levado para fora da casa de Caifás após ser brutalmente agredido. E seus olhos se cruzaram com os de Pedro. Foi como se o tempo parasse. Pedro lembrou do que Jesus havia lhe dito poucas horas antes: "Em verdade te digo, nesta mesma noite, antes que o galo cante três vezes me negaráis". Mateus 26:34. Incapaz de conter a dor e o arrependimento, Pedro saiu correndo e chorou amargamente. Mateus 26:75. Enquanto isso, Jesus enfrentava sua terceira sessão de julgamento. E Judas, aquele que o havia traído, agora estava consumido pelo arrependimento. Já não era mais movido por Satanás. carregava apenas o peso do que havia feito. Ao amanhecer, Judas caminhou até o templo, jogou no chão as moedas do suborno e confessou sua culpa. Pequei entregando o sangue de um justo. Mateus 274a. Disse ele aos anciãos, mas não foi ouvido. Abandonado, Judas deixou o templo e caminhou até os arredores de Jerusalém. Foi até o Vale do Inon, também conhecido como Gina, um lugar sombrio, associado a práticas idólatras e sacrifícios de crianças nos tempos dos cananeus, um símbolo físico do que os textos bíblicos descrevem como inferno, um lugar de suplício eterno. Quando o sol, enfim, começou a surgir no horizonte, Jesus ainda era interrogado por Caifás e os sacerdotes. Um deles o confrontou diretamente. És tu o filho de Deus? Jesus respondeu com firmeza: "Eu sou Lucas 22:70B. Naquele instante, Caifás rasgou suas vestes em sinal de indignação. Para ele, aquela declaração era blasfêmia da pior espécie. Mas Jesus estava citando a profecia do livro de Daniel, Daniel 7:13, que os judeus da época interpretavam como a revelação da vinda do próprio Deus. Naquele instante, a acusação final estava formada. Para os líderes religiosos, Jesus não apenas afirmava ser o filho de Deus, mas o próprio Deus. No entanto, havia um obstáculo. Os sacerdotes não tinham poder para decretar a pena de morte. O Império Romano era quem detinha essa autoridade. Por isso, Jesus foi levado até Pôcio Pilatos. O local exato para onde Jesus foi levado ainda é motivo de debate entre estudiosos e arqueólogos. Durante muito tempo, acreditou-se que fosse a Fortaleza Antônia, próxima ao templo e repleta de soldados romanos. No entanto, pesquisas mais recentes sugerem um outro cenário, o palácio de Herodes, a construção mais imponente de Jerusalém daquela época, um edifício grandioso, possivelmente situado ao lado da casa de Caifás, ironicamente, onde o poder político e o religioso se encontravam para decidir o destino daquele que afirmava ser o filho de Deus. Esse palácio onde Jesus seria julgado foi construído por ninguém menos que Herodes, o grande, o mesmo rei que décadas antes havia ordenado a matança de todas as crianças com menos de 2 anos em Belém. Um massacre cruel que aconteceu logo após ele receber a visita dos magos do Oriente, que lhe falaram sobre o nascimento de um novo rei dos judeus. Herodes, paranoico e obsecado pelo poder, tentou destruir a promessa antes mesmo dela crescer. Depois da morte de Herodes, Jerusalém passou a ser administrada por uma série de governadores romanos. Um deles foi Herodes Antipa, seu filho. Mas naquela madrugada quem detinha o poder na cidade era o governador romano Pôcio Pilatos, que estava hospedado justamente no palácio construído por Herodes o Grande, o mesmo lugar. onde o Messias agora se encontrava sendo julgado. De acordo com os relatos bíblicos, o julgamento de Jesus não aconteceu dentro do palácio, mas sim do lado de fora, nos portões. Isso porque os líderes judeus se recusavam a entrar na residência de um gentil para não se tornarem impuros e assim poderem participar dos rituais da Páscoa. A contaminação que temiam vinham da presença de estátuas pagãs, representações de deuses romanos e gregos que decoravam o interior do palácio. Arqueólogos acreditam que nos fundos desse palácio, já fora dos antigos muros da cidade, havia uma espécie de praça ou tribunal ao ar livre. Os soldados romanos saíam por um dos portões e os judeus se posicionavam do lado de fora, reunidos em frente ao local para acompanhar os julgamentos e exigir decisões. Assim começou o quarto julgamento de Jesus agora, diante de uma nova multidão. Diferente daqueles que haviam testemunhado os três julgamentos anteriores. Esses judeus estavam ali não apenas como espectadores, queriam ver uma condenação e exigiam de Pilatos que aplicasse a pena de morte mais cruel disponível, a crucificação. No início, Pilatos ficou confuso. Ele não entendia porque aquelas pessoas queriam a morte de um homem que para ele parecia inofensível. Por que tanto ódio? Por que tanta pressa? Pilatos levou Jesus para dentro do palácio e começou a interrogá-lo. Então você é o rei dos judeus? A resposta de Jesus foi direta, mas enigmática. Meu reino não é deste mundo. João 18:36. Pilatos ficou ainda mais perplexo. Aquele homem não falava como um criminoso. Então voltou-se para a multidão e declarou: "Não vejo culpa alguma neste homem." Mas aquilo só inflamou ainda mais os ânimos. Para os líderes judeus, a sentença já estava decidida. Eles não tinham poder de matá-lo. Por isso, exigiam que Pilatos o fizesse por eles. E foi nesse momento que Pilatos teve uma ideia. Ao conversar com os sacerdotes e com a multidão, percebeu que Jesus era Galileu, ou seja, vinham de uma região sob jurisdição de Herodes Antípas. Aproveitando a coincidência de Herodes está em Jerusalém. Naquele dia, Pilatos enviou Jesus para ser julgado por ele. Ao saber da chegada de Jesus, Herodes se animou. Ele estava curioso. Queria ver os supostos milagres que tanta gente comentava. Ele esperava algum truque, alguma demonstração. Mas Jesus permaneceu em silêncio. Já havia sido esbofeteado, humilhado, cuspido. E agora calado diante de Herodes, não respondeu a uma única pergunta. Herodes, frustrado, uniu-se aos seus soldados para zombar de Jesus. Vestiram-no com uma túnica vistosa, ironizando sua fama de rei. Mas mesmo diante de todo deboche, Herodes não encontrou nenhuma culpa nele. Então, decidiu devolvê-lo a Pilatos. Quando Jesus retornou ao local do julgamento, a multidão já era muito maior. A cidade que havia recebido Jesus dias antes, com ramos e cantos de hosana, agora se juntava em couro para clamar por sua morte. Naquele momento, o sol já começava a esquentar sobre Jerusalém. O povo que se aglomerava em frente ao palácio era o mesmo que poucos dias antes havia estendido folhas de palmeiras no caminho de Jesus. E essa prática era uma forma tradicional de homenagear reis vitoriosos que retornavam de batalha. E foi assim que muitos enxergaram a chegada de Jesus à cidade. Os judeus esperavam um Messias guerreiro, um rei que formaria um exército, enfrentaria os romanos e devolveria liberdade ao povo de Israel. A fé nessa ideia cresceu quando testemunharam milagres extraordinários, como curas, multiplicações de alimentos e, principalmente, a ressurreição de Lázaro. Para muitos, esse era o sinal definitivo de que Jesus era o libertador prometido. Mas agora diante deles estava um homem completamente diferente daquele que imaginaram, preso, machucado, coberto de sangue e humilhação. A imagem do rei triunfante havia sido substituída por uma figura abatida. A influência dos sumos sacerdotes, mestres da lei e anciãos acabou sufocando a fé da multidão. Aqueles que o aclamaram dias antes, agora o condenvam com os mesmos lábios. Pilatos, na tentativa de satisfazer o ódio crescente daquele povo, deu a ordem para que Jesus fosse flagelado. A punição ocorreu num dos pátios internos do palácio, provavelmente em uma área onde ficavam os soldados romanos. Apesar de ser mencionada rapidamente nos Evangelhos, essa cena foi uma das mais brutais de toda a paixão. Para executar a flagelação, os soldados usaram um temido Azorrag, um chicote com várias tiras de couro, cujas pontas tinham pedaços de osso metal ou vidro. Cada golpe era capaz de arrancar pedaços da pele e atingir até os músculos. Mas por que tamanha crueldade? contra alguém cuja culpa ainda era incerta até mesmo para os próprios soldados. Na verdade, era comum que os romanos tratassem os judeus com violência, porém no caso de Jesus, a situação se agravou. A raiva crescente da multidão inflamava também os soldados que viam naquele homem a razão de todo o tumulto. Alguns deles já haviam acompanhado Jesus durante os julgamentos anteriores e também se deixaram levar pelo clima de escárnio e crueldade. A tortura foi tão severa que muitos outros condenados morriam apenas por causa dessa etapa. O sangramento era intenso e a dor insuportável. Segundo arqueólogos, o local exato onde Jesus teria sido flagelado pode ter sido descoberto recentemente sob as fundações de um estacionamento moderno em Jerusalém, o que reforça o peso histórico de todo esse cenário. Os soldados no auge da zombaria ainda fizeram uma coroa com galhos de espinhos e a colocaram na cabeça de Jesus. E para completar a encenação, o vestiram com uma túnica e fingiram reverenciá-lo como rei dos judeus. Enquanto o sangue escorria por seu rosto e corpo. Resultado da flagelação e da coroa, Jesus foi levado novamente a Pilatos. Agora, diante de uma multidão ainda maior e mais enfurecida. O homem que retornou não parecia mais o mesmo. Seu rosto estava inchado, deformado. O corpo mal se mantinha em pé. Mesmo assim, os gritos não cessaram. Crucifica-o. Lucas 23:21. A violência da cena não comoveia os presentes. Pelo contrário, parecia alimentá-los. Como era costume libertar um prisioneiro durante a Páscoa, Pilatos tentou uma última cartada. apresentou duas opções ao povo. Jesus, aquele que curava e pregava o amor, ou Barrabá, um criminoso conhecido, acusado de assassinato e insurreição. Pilatos acreditava que o contraste seria óbvio, mas se enganou profundamente. Um detalhe curioso e pouco conhecido, tá? Em alguns manuscritos gregos antigos, o nome do criminoso Barrabás também era Jesus. Nesses textos aparece Pilatos fazendo uma pergunta surpreendente. Qual Jesus vocês querem que eu solte? Jesus Barrabaz ou Jesus o Nazareno. E essa coincidência tornava a escolha ainda mais simbólica entre um malfeitor armado e um Messias da paz. Quando Pilatos anunciou a condenação final, lavando as mãos em público para deixar claro que não se responsabilizava por aquela morte, o povo respondeu com uma frase marcante polêmica: "Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos". Mateus 27:25. palavras pesadas que seriam lembradas e interpretadas de muitas formas ao longo dos séculos. Mas afinal, por que os líderes judeus queriam tanto a morte de Jesus? Primeiro motivo foi a inveja. Jesus falava com autoridade, interpretava as escrituras de maneira acessível e tocava o coração do povo, muito mais do que os próprios mestres da lei e sacerdotes. Aos poucos, multidões começaram a segui-lo, deixando de ouvir os líderes religiosos tradicionais. Outro fator era o medo político. Se Jesus fosse mesmo coroado rei, os romanos poderiam interpretar isso como uma rebelião e, nesse caso, não hesitariam em destruir Jerusalém e massacrar o povo. Para os líderes judeus, era melhor sacrificar um homem do que colocar toda a nação em risco. Até hoje há debate sobre o local exato da crucificação. Uma das hipóteses aponta para uma área próxima aos muros da cidade, o que faria sentido, pois execuções públicas eram feitas em locais visíveis. A outra opção é um pouco mais distante, num monte chamado Golgota ou lugar da caveira. Esse nome se deve à forma do terreno que lembra um crânio reforçando a tradição desse ser o local mais provável. O caminho percorrido por Jesus até o Gólgorta também é tema de discussão. Como não há consenso sobre onde exatamente ficavam o Tribunal de Pilatos e o local da cruz, há diferentes teorias. Alguns estudiosos afirmam que Jesus teria saído da fortaleza Antônia passando pelas ruas de Jerusalém. Outros acreditam que ele pode ter caminhado pelos arredores da cidade, fora dos muros. Por volta das 9 da manhã, Jesus foi pregado na cruz ao lado de dois criminosos. A crucificação não era feita para matar rapidamente, mas para causar dor extrema e prolongada. Era uma pena cruel, pensada para servir de exemplo e intimidação. E isso incluía horas de sofrimento sob o sol com o corpo pendurado apenas pelos pregos. Além dos ferimentos nos pulsos e nos pés, o condenado precisava fazer força com as pernas para conseguir respirar, o que aumentava ainda mais a dor. No caso de Jesus, o sofrimento foi ainda maior por causa das chagas já abertas pela flagelação. Cada movimento na madeira da cruz causava novas feridas em suas costas. Durante o trajeto até o Golgota, Jesus caiu três vezes exausto, ferido. Mesmo assim, encontrou rostos familiares e solidários no meio da multidão. O primeiro foi o de sua mãe Maria, que o acolheu com um olhar de dor e compaixão. Depois, Verônica se aproximou e enxugou seu rosto com o pano que, segundo a tradição, guardou a marca ensanguentada do rosto de Jesus. Esse pano ficou conhecido como Santo Sudário. E então veio Simão de Sirene, um homem comum que voltava do trabalho. Ele foi falçado pelos soldados a ajudar Jesus a carregar a cruz. Sem essa ajuda, talvez Jesus nem conseguisse chegar ao topo do monte. Pelo caminho também havia mulheres que choravam ao ver o sofrimento dele. Mesmo machucado, Jesus se dirigiu a elas e as consolou. Ao chegar ao Calvário, Jesus passou por mais uma humilhação profunda. Suas roupas foram arrancadas de seu corpo ferido e ensanguentado. Os soldados então sortearam as vestes entre si, deixando Jesus completamente nu diante da multidão pregado na cruz. Mais uma dor, mais uma vergonha para completar seu sofrimento. Por volta do meio-dia, algo extraordinário aconteceu. O céu escureceu repentinamente, como se a própria natureza reagisse à aquela cena. E então Jesus, pendurado na cruz, gritou em aramaico, Eli, Eli, lama, Shabat Shatani, que significa: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?" A frase que à primeira vista parece um desabafo de desespero na verdade tem um significado muito mais profundo. Muitos pensam que naquele momento Jesus se sentiu abandonado pelo Pai, mas na verdade ele estava citando o Salmo 22, uma antiga profecia que descreve com detalhes impressionantes o sofrimento do Messias. Era como se com aquelas palavras ele estivesse mostrando ao povo que tudo o que estava acontecendo já havia sido previsto nas escrituras e que ele era sim o salvador prometido. Já entendemos porque os homens quiseram matar Jesus. Mas talvez a pergunta mais importante seja porque Jesus aceitou ser morto? E a resposta veio nos seus últimos momentos. Antes de entregar seu espírito, Jesus disse: "Tudo está consumado". Não foi uma frase de derrota, foi uma declaração de missão cumprida. Tudo está consumado. Significa que todas as profecias sobre o Salvador haviam se realizado. Jesus veio ao mundo com um propósito, salvar a humanidade. E ele cumpriu esse propósito até o fim. Não foram os pregos que o prenderam à cruz, mas sua vontade de se entregar. Ele quis ser preso, quis ser flagelado, quis ser crucificado, quis morrer tudo por amor para abrir as portas do céu a todos os povos e nações. Como tá escrito em João 3:16, porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna. E esse é o verdadeiro motivo de tudo. Amor, um amor tão imenso que escolheu sofrer para que nós pudéssemos viver.
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