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Chico Caruso: 40 anos de humor no papel

Chico Caruso: 40 anos de humor no papel

Eu acho que a gente vai envelhecendo né Com certas bebidas algumas melhoram outras pioram Mas eu sinto que tá de certa maneira melhorando ficando mais mais aguçado eu vejo que agora eu me considero mais engraçado do que eu era naquela época ou mesmo do que era 20 anos atrás do que era 10 anos atrás porque agora tem aquele negócio o diabo sabe mais por ser velho do que por ser diabo né então você faz umas piadas que você não faria se você tivesse 10 anos [Música] M eu quando criança meu tio tinha todos os jornais eu recortava os desenhos entre os desenhos que eu recortava eu recortava o Chico né para mim sempre foi um privilégio trabalhar com ele sou Alessandro Alvim sou editor executivo visual do glob extra e trabalho com Chico há 27 anos eu sou Marina caruzo sou auditora executiva responsável pela revista el do Jornal Globo ser filha de um cartonista que tá todos os dias H 40 anos na primeira página do Jornal de alguma maneira também me [Música] moldou o Chico ele é um cara muito amigável muito gentil na relação do dia a dia por exemplo eu nunca pedi um desenho ao Chico mas eu Já presenciei várias vezes pessoas pedindo para que ele por exemplo fizesse Ah faz a minha caricatura ele vai lá e faz naturalmente assim e ele é um cara muito compenetrado no trabalho dele assim né sempre muito ligado no noticiário para poder fazer a crônica dele visual do noticiário eu sou meio leit mod antiga então não sou muito de de internet né de mdias sociais e tal eu leio os jornais sem muita preocupação T est informados o que tá acontecendo dia a dia e depois começo a rabiscar em termos de caricatura o que que é possível sintetizar com imagens os fatos do dia tal sempre chegando numa solução de humor né que é o que prende o leitor o meu pai ele começou a desenhar quando era muito menino porque o avô dele era pintor amador ele tinha uma fábrica de sapatos ele adorava pintar e a minha avó como meu pai era gêmeo a minha avó tinha muito medo porque diziam que gêmeo sempre morria cedo um dos dois então a minha avó trancava o meu pai e meu tio em casa não deixava eles saírem enchia eles de papel e caneta e meu avô ensinava eles a desenhar a pintar Então os dois se tor Aram não por acaso os maiores cartunistas do Brasil porque foram meio que treinados para isso e ele tinha uma um desejo de trabalhar desenhando a mão livre fazendo o que ele mais gosta e trabalhar assim mais ou menos C horas por dia dedicado só ao desenho e aí como é que foi o primeiro emprego que ele arrumou foram 5 horas por dia mas era fazendo retrato falado numa delegacia das 2as da manhã às 7 da manhã ele dizia você tem que tomar cuidado com o que você deseja que vai acontecer Paulistano adotado pelo rio ch começou na imprensa em 1967 não parou mais fazia 10 desenhos porque fazia futebol e crônicas Fazia horoscop tudo em dezembro 68 eu começo a fazer dois dezemb são só as crônicas do máo de Moraes que mandava aqui já em 69 surge o pasquin quando surg opinião Corral que quer trabalhar bonito concertado político e tal sério né E aí veio a censura também com opinião e aí trabalhamos sobre censura da opinião no movimento Até que a censura caiu aí eu já fui trabalhar no J do Brasil trabalhei C anos lá o trabalho começa em casa logo cedo Chico caruzo Analisa reportagens e fotos dos jornais procura inspiração para o desenho que vai dividir a primeira página com as notícias mais importantes A Busca Pela ch do dia prossegue aqui na redação do Jornal Globo Chico lê mais alguns jornais assiste um pouco de TV E lá pelo fim da tarde as primeiras ideias surgem no papel adant você pensar Ah vou fazer isso se não se resolver no no lápis na como imagem e tal não não rendes né PR para a char no sequestro do Ônibus 174 eu já era jornalista trabalhava numa grande semanal de informação e me lembro do fervor da redação e de eu ligar para ele e dizer pai que que você vai fazer de desenho amanhã né e ele falou não tô conseguindo desenhar não tem como desenhar ele e fez um não desenho que ele até repetiu recentemente naquele episódio do sequestro do ônibus na rodoviária Novo Rio que foi assim pela primeira algo do tipo pela primeira vez em não sei quantos anos de profissão esse cartonista não conseguiu fazer humor com os fatos do dia até quando não tem como ele ele faz com brilhantismo assim é impressionante além da caricatura e da charge ele adora a arte eu já comprei livro para ele de desenho ele comprou livro para mim porque foi num lugar que ele viu e lembrou de mim e me deu e eu acho que a arte meio que liga a gente no lugar que não é o jornal né assim a gente tem a relação do jornal mas a relação eh do universo nosso fica no entorno da arte também né as grandes influências são na na na juventude né quando descobertas gráficas então lembro alguns desenhistas Lu trimano foi um cara que quando apareceu fez uma revolução na caricatura nos jornais e tal depois loredano também ah agora as cores né do Ziraldo do do o humor do Jaguar tudo isso acaba influenciando a gente tentando ser corresponder à altura desses Mestres aí Naquele tempo era Branco e Preto né E aí o O Globo tinha Cor na primeira página então deses começo eu comecei a pensar em fazer desenhos coloridos e tal e foi assim eu comecei a só tinha cor as segundas-feiras depois foi ficando colorido todo dia então foi um desenvolvimento para mim também como desenhista como pintor embora não posso chamar de pintura porque o desenho de ugor tem uma necessidade de se relacionar com o jornalístico dia a dia eu e o Fernando a gente tem muito essa lembrança do cheiro da ecoline que é essa tinta que ele usa é como se fosse o cheiro do nosso pai a gente tem uma memória afetiva assim quando ele começou a publicar em cor foi um feito assim porque mudou a dinâmica do trabalho ele que trabalhava ali só com o nanquin passou a usar uma cartela de cores muito maior né ele tinha um um cuidado uma cuidade maior fa uns esboços a lápis antes e depois desenhava esse movimento da charge colorida na primeira página foi um movimento que o Chico fez junto com o Roberto Maria né o jornal passou a ser colorido à segundas-feiras por causa do caderno de esporte o Chico propôs fazer a charge colorida na capa então isso foi um movimento histórico assim porque a gente tem uma tradição de charge ilustrada em capas de revista em charges ilustrados em capa de jornal A gente tem a Angela agustin no século XIX pro início do século XX Você tem o J Carlos você enfim né o Brasil tem essa história do desenho de humor gráfico em capa Mas o que o Chico fez foi de tornar isso um elemento diário né um elemento cotidiano da do formato do jornal da primeira página do Globo ele muda o formato da exposição da charge no jornal que permanece até hoje então do pertencimento à primeira página né o desenho dele pertencer à primeira página Obrigatoriamente Se tiverem que fazer um livro sobre a história da atura da charge no Brasil o Chico ele tem que est citado Eu acho que eu herdei do meu pai Essa visão jornalística do mundo e o meu irmão herdou o humor né Ele sempre foi ensinando muito a mim e ao meu irmão como prestar atenção nos fatos do dia e usar isso como material mas também colocando assim umas pitadinhas do seu desejo pessoal era o caminho a ser seguido Eu acho que o desenho de humor é meio saída PR PR comunicação quem resolve fazer isso acaba já tendo escolhido a profissão né Eu acho que a leitura dos jornais faz a gente avançar na na caricatura tant SA meu Son meu [Música] Sona na [Aplausos] [Música] programação l

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