Olá meus amigos e minhas amigas o tema de hoje é depressão depressão é um transtorno psiquiátrico depressão não é simplesmente tristeza tristeza a gente tem na vida a todos os momentos a depressão é uma tristeza que não tem fim e venha acompanhada de outros sintomas um desinteresse pelas coisas um desinteresse pelo trabalho uma falta de motivação para fazer o que a gente fazia antes enfim ela tem muitos aspectos e há casos mais leves de depressão e casos mais graves nesses casos mais graves precisam ser tratados normalmente por muito tempo alguns precisam ser tratados pelo resto da vida é o transtorno psiquiátrico mais frequente e em todas as classes sociais o tratamento deve ser sempre não adianta tratar a depressão uma semana 15 dias um mês tratamento deve durar pelo menos alguns meses quando não deve ser mantido por mais tempo nos casos em que a doença recorrem no caso em que a doença volta com uma determinada frequência hoje felizmente a gente pode falar sobre depressão do ponto de vista médico e social no passado depressão era considerada como uma frescura daquela pessoa que não reage que não que não faz questão de de voltar a vida normal fica aí sem motivação para fazer nada etc felizmente essa interpretação ignorante da depressão hoje está sendo abandonada cada vez mais esses outros aspectos da depressão nós vamos discutir com doutor Jairo Bauer Dr Jairo é médico psiquiatra e anos trabalhando com a divulgação dos transtornos psiquiátricos de um modo geral Jairo fora dos estereótipos O que é mesmo a depressão é uma patologia né uma doença é crônica recorrente que atinge de acordo com os estudos aí 18 a 20% da população mundial Em algum momento da vida das pessoas né e basicamente uma alteração do humor uma tristeza profunda é uma falta de energia em uma falta de prazer né que invadem todos os campos da vida do indivíduo né então provocando em mudança alterações de comportamento nas emoções nas atitudes com impacto né Bem bem importante no funcionamento do indivíduo funcionamento psíquico do dia a dia dele Funcionamento social o funcionamento do trabalho enfim né Há quem diga que é uma espécie de nuvem ou de filtro escuro que se coloca na frente da vida da pessoa e ela passa a se relacionar com tudo e com todos A partir dessa perspectiva é uma doença só ou é uma doença com vários aspectos e várias apresentações são vários tipos de depressão né várias apresentações a gente fala tá mais acostumado a trabalhar nessa Perspectiva da depressão maior né que aquela depressão com sintomas clássicos né tristeza desânimo alteração de apetite alteração de sono falta de prazer de Desejo de fazer as coisas né a gente pensa mais né quando a gente fala em depressão nessa nesse quadro de depressão maior né que pode ter intensidades variadas durações variadas mas a gente foca mais nesse tipo de depressão mas existem Outros tantos tipos né então a gente tem por exemplo a distinguia né que é uma depressão crônica os sintomas um pouco mais leves basicamente desânimo irritação e mau humor se confunde às vezes até com as pessoas acham que é um jeitão da pessoa é a personalidade dela mas é uma depressão é crônica e que pode a pessoa pode levar essa depressão por ano a gente tem depressão pós-parto por exemplo que está associada né as alterações hormonais que acontecem e as alterações de vida que acontecem é da mulher né nos dias ou duas semanas que se seguem ao parto a gente tem depressão sazonal né mais comum do Hemisfério Norte mas também pode acontecer por aqui que tem a ver aí com encurtamento do dia né da exposição a luz solar né a gente tem depressão atípica por exemplo o indivíduo Pode não ter tristeza e tem basicamente é uma irritação uma impulsividade uma ansiedade uma raiva generalizada né Então essa é um outro tipo de depressão é que a gente fala muito a gente tem as depressões psicóticas né que são depre que são acompanhadas por episódios ou por fases de quebra de contato com a realidade delírios alucinações E por aí vai né então só que a gente ficar em alguns tipos de depressão né e para a gente entender que na verdade é a gente estava de um grupo né de patologias de doenças que podem ter aí é causas e etiologias bastante variadas Na verdade o que a gente chama de depressão é um nome de Várias Vários transtornos psiquiátricos não é diferentes e todos leva esse rótulo de depressão né e quais são as causas principais de casos de depressão a gente tem um componente genético ou seja né filhos de pessoas que têm depressão né tem um risco aumentado para ter depressão né então a gente tem diversos estudos diversas de investigação que vão nesse sentido mas a gente sabe que não é só a genética né Por exemplo as depressões que que as mulheres enfrentam algumas fases da vida né mostram para a gente que tem também por exemplo é um gatilho hormonal né para alguns tipos de depressão a gente tem extensores né que a gente chama de de eventos lives pode acontecer na vida da pessoa que também podem funcionar como um gatilho para depressão uma perda uma separação o desemprego um luto né pode levar pode ser um estressor para um quadro de depressão violência abusos sexual preconceito situação de vulnerabilidade social muito muito intensa muito marcada de alguns tipos de droga álcool alcalinas algumas doenças né Hipotireoidismo alguns remédios para tratar algumas doenças isso tudo também pode funcionar como filho né para uma pessoa que por exemplo né Tem uma certa predisposição genética para depressão então Possivelmente uma combinação de fatores de casos que levam né O que podem levar um quadro de depressão uma doença tão complexa assim já era com tantas possibilidades e que atingem a pessoa em muitas áreas você como psiquiatra quando você recebe alguém que diz ah eu ando deprimido quais são os sintomas que você mais valoriza porque já está deprimida porque brigou com o namorado ou porque ele é uma separação de um casal se as coisas que acontecem na vida das pessoas né Mas quais são os sintomas que falam não aí eu acho que é um quadro depressivo mesmo boa parte dos médicos porque assim a maior parte dos diagnósticos do psiquiatra né acontecem no consultório de ginecologista do clínico do médico de família ortopedista E aí acho que assim Acho que o primeiro esforço a gente tentar diferenciar O que que é uma tristeza né é que pode ter né um desencadeantes e que pode estar e pode ser mais alto limitada de um quadro de depressão a tristeza da depressão é uma tristeza profunda grosa é uma falta de vontade de desejo é de prazer em qualquer tipo de atividade a gente chama até de anedonia né falta de vontade de interesse em tudo né um humor depressivo essa história que a gente falou parece que tem um filtro na frente da pessoa e ela interpreta tudo a partir daquela desse filtro né Tudo Fica Mais fica mais sombrio fica mais difícil fica mais pesado né Eu acho que mais chama atenção da gente para usar essa tristeza profunda essa falta de prazer em qualquer tipo de atividade apenas coisas que antes dava muita muito muito prazer para pessoa né é alterações que a gente chama de marcadores biológicos que a gente chama também tem alterações de apetite de sono é muito impactantes a pessoa é muitas vezes ela acorda as três quatro horas da manhã não consegue mais não consegue mais pegar no sono né algumas pessoas têm dificuldades em outras fases de sono tem gente que dorme o dia inteiro seis sete horas de repente não tem mais vontade de sair da cama essa falta de de cuidado consigo mesmo sabe cortar o cabelo fazer a barba tomar no banho eu vou ficar assim porque não me faz diferença Então essa falta de de cuidados essa baixa na autoestima eu acho que são as coisas que mais chamam atenção da gente são coisas que estão aí com o indivíduo já há algum tempo né não é uma coisa momentânea de um dia de uma semana né elas vem acontecendo ao mesmo tempo você tava falando eu tava lembrando de dois casos que eu tive de pacientes que não eu não sou psiquiatra né então não me procuraram por isso e uma delas dizia hora eu não tenho vontade de da cama de manhã eu só saio da cama porque também ficar deitado na cama é ruim e vai ser ruim quando eu levantar também e um outro paciente meu que já tinha tido vários episódios de depressão ele dizia eu sinto quando ela chega e quando ela chega eu só aguento porque eu sei que com a medicação eu vou melhorar porque senão para ficar desse jeito não vale a pena continuar vivo isso são Dados importantes né É quase como uma dor né uma dor de viver né uma dificuldade peso insuportável de você levar em frente né e a gente tá falando de dor muitas vezes também com dor física diagnósticos dessas pessoas que às vezes tem dores determinadas físicas sem origem Sem Causa muitas vezes é isso também pode ser decorrente de um quarto de depressão e aí acho que é um ponto super importante que você tocou na graça porque tem Ainda tem muito preconceito em relação ao transtorno psíquico né e com depressão não é diferente né Então as pessoas confundem a depressão com falta de vontade com preguiça com rebeldia quando o indivíduo tem muita irritação muita raiva né é curioso né Que mesmo hoje né a gente costuma dizer né o indivíduo tá jogando bola futebol machuca o dedo em 15 minutos ele tá na produção fazendo raio-x botando tala sofrimento psíquico às vezes não digo ficar meses anos desse jeito né e ele acha que tem que dar conta do recado ou os outros acham que ele não tem nada aí ele é assim mesmo né e não é o que é engraçado na depressão Engraçado não tem graça nenhuma mas o que é estranho na depressão é exatamente eu brinquei falei que muitas vezes é o ortopedista eu como Clínico oncologista doentes tomando medicamentos antidepressivos há anos e escuta mas quem foi que para escreveu esse medicamento Ah eu torci o pé Isso aconteceu uma vez de uma paciente assim e eu torci o pé E aí o ortopedista me receitou esse antidepressivo foi mas por que que ele te respeito Ah porque eu me queixei que eu tava muito triste Tava me separando do meu marido e como é que você interpreta essa essas prescrições dadas para casos de pessoas que estão tristes por alguma razão né o remédio né o antidepressivo tem que ser usado né nas situações em que a gente né fez uma história fez um diagnóstico correto a pessoa tem um quadro impactante E aí a gente usa o remédio para encurtar essa fase de depressão ou para para diminuir o impacto dos sintomas para diminuir a intensidade dos sintomas aí faz sentido né então a gente tá percebendo um remédio num momento que a pessoa tá precisando o que eu acho que às vezes dá pressa do dia a dia né de muitos de muitos médicos né ela tá reclamando muito é a segunda terceira vez que ela vem aqui do consultório ela tá sempre falando que tá desanimada que tá isso aqui você nem se ocupa de fazer um diagnóstico muito rápido o médico acaba prescrevendo ali o antidepressivo e essa pessoa vai conseguir nossa receita e vai repetir nessa receita e indefinidamente né quando na verdade ela podia até né Se valer do benefício desse remédio se ele fosse bem dado por um período limitado de tempo né Se ela tivesse fora de fase por exemplo né E ela poderia né fazer uma entrega gradual sobre a supervisão do médico e por aí vai eu acho que a gente tem uma uma questão importante de de excesso de medicação né em relação a transtornos mentais né que a gente vai tomar cuidado com essa questão também da Polly em farmácia que muitas vezes você você começa o médico começa a prescrever não vai até o final das possibilidades terapêuticas daquele remédio troca né queima um remédio troca antes da hora faz uma associação que às vezes não precisava fazer um único antidepressivo em geral né ele dá conta de 60 70% dos casos que vão melhorar com remédio alguns casos são muito resistentes né E aí sim você precisa investir né no acompanhamento com especialista vai fazer alguma combinação propor alguma troca de remédio tal Mas no geral o que a gente vê é isso há um excesso de prescrição muito mais tempo do que o paciente talvez precisasse né E às vezes queimando remédios né antes de descontar na possibilidade de terapêutica dele Olha nós em outras áreas da Medicina temos métodos diagnósticos que nos dão muita segurança não é eu tenho um paciente que aparece com um nódulo no pescoço ele faz uma biópsia o exame colocado o tecido é colocado no microscópio E você tem o diagnóstico do que é aquilo que dá bastante segurança para programar o tratamento na psiquiatria não existem métodos diagnósticos Claros como esse que eu citei né isso não explica essa quantidade de Diagnósticos equivocados de que o diagnóstico às vezes exige né é uma história cuidadosa uma avaliação psiquiátrica feita bem feita muitas vezes até o próprio psiquiatra precisa ver o indivíduo duas ou três vezes às vezes até mais pode ter certeza do que ele tem né Às vezes a gente não consegue fechar o diagnóstico numa única entrevista numa única consulta né é isso né não tem um exame bioquímico por exemplo que vai dar para gente com precisão esse essa certeza diagnóstica né o indivíduo tem depressão o indivíduo tem ansiedade né a gente faz o diagnóstico baseado no relato na história navegação de sintomas né Às vezes a gente é demais de uma vez para fechar esse diagnóstico esse cuidado é importante para que a gente não tenha né a gente não exagere no diagnóstico não faça né um diagnóstico não é necessário que a gente possa tratar que realmente precisa você acha que existe um excesso de prescrições de antidepressivos e eu acho apesar dos números que a gente falou é muita gente que a depressão na vida em algum momento da vida eu acho que é a gente tem um muitas vezes um excesso de prescrições e eu acho que muitas vezes também o tempo de prescrição né o indivíduo ele começa a tomar o remédio ele tem uma uma certa melhora E aí ele deixa de ir ao médico não faz o acompanhamento adequado Então ele pode continuar um remédio de uma hora para outra também não é bom se ele realmente precisa né ele pode ter sintomas para ter pior adequado de novo é olho às vezes fica tomando remédio por muito tempo você né sem supervisão alimentação do médico isso não acontece só quando a gente depressivo né isso acontece por exemplo com os bens de fazer bíblicos né Tem tanta gente que começa a tomar que direto tomar ele por 15 dias 20 dias e de repente recebe paciente tomando desde Diazepam os ansiolíticos né por 20 anos 15 anos né olha eu atendo em cadeias há muitos anos você sabe disso né eu segundo As feiras vão no Centro de Detenção Provisória do Você não imagina a quantidade de meninos e na penitenciária feminina era o mesmo Panorama talvez até pior dos quais se receitam bens o diazepamicos a longo prazo para lembrar para quem está nos assistindo os bens de azepínicos São aqueles todos que terminem pam clonazepam Diazepam etc e são medicamentos que tem que ser usados como você disse por um período muito curto né E essas pessoas ficam tomando durante anos e anos Qual é o risco de fazer isso hein que o pessoal popularmente chama de tarja preta né mas tem outros que não são tarja preta mas que também são ansiolíticos que também podem provocar esses impactos né dependência é um deles né Precisa de nozes cada vez mais fortes para ter o mesmo efeito né dependência alguns trabalhos mostram que o uso no longo prazo alguns medicamentos como os pedidos pode ter um efeito prejudicial à saúde dos nossos neurônios né quer dizer talvez casos de processos oxidativos nos neurônios que podem levar eventualmente ao quadro de demência ou podem ser mais um fator né numa cadeia numa Cascata que pode levar um corte de bebês a gente precisa usar com moderação e né na dose e no tempo correto né o uso de desses remédios no longo prazo sem nenhum tipo de controle exponho de vida uma série de risco né Por exemplo de tomar ou pode ter por exemplo uma potencialização de efeito pode por exemplo entrar em alguns quadros de Amélia né Por conta dessas associações ou de um excesso de medicamento enfim é uma série de riscos que mostram que certamente esse uso de ter sido interrompido antes né apesar das receitas e do envelhecimento a as receitas esses pacientes eles conseguem essas receitas né às vezes com um colegas mesmo canso de ver esses casos assim não só em consultórios particulares como no SUS não é muito frequente você vê as pessoas vai lá e troca a receita acabou a validade faz outra receita outra prescrição né e sabe o que que me deixa mais preocupado com essa história já é que até onde eu conheço e eu não conheço muito é claro que você estudar isso com muito mais profundidade mas até onde eu conheço Nós não sabemos nós não temos estudos que mostram que vai acontecer com essas pessoas 20 30 às vezes 40 anos depois de ter mantido essas medicações todos os dias né eles estão aí desde os anos 60 então a gente a gente tem né um corpo de informações maior que a gente não tem essa história de 30 40 anos de evolução de um paciente usando Esses medicamentos por tanto tempo né pensando que o nosso sistema neuronal é super plástico né quer dizer o que a gente faz o nosso comportamento tem a ver com a plasticidade mas também o padrão de comportamento também pode interferir da forma desses neurônios se relacionam enfim né E se remodela o tempo todo né é o uso de um medicamentos longo prazo pode prejudicar né sempre dando nenhuma estrutura da Aeronáutica o contato dessas células e disponível alguns riscos no futuro mesmo né o Brasil como os Estados Unidos são países que usam de muitos desses medicamentos são feitos de uma maneira muito muito comum né muito prevalente né tá valendo outro dia um artigo do York Times assim que falava da Polly farmácia hoje para jovem para adolescente né então você tem às vezes sobre a supervisão de uma professora sala de aula e e eu vou te falar em São Paulo Assim muitos colégios a gente tem esses mesmos relatos e a professora tem que de alguma forma controlar o uso de medicamentos psiquiátricos para as vezes 20 30% dos alunos precisa até mais assim e não é às vezes não só remédio mas a gente precisa cuidar do diagnóstico que a gente precisa limitar né O diagnóstico é o tratamento para aqueles casos que eles são né Realmente necessários de uma forma que a gente saiba que vai ser benéfico para o indivíduo pelo tempo que que for programado né É lógico tem indivíduos que tem depressão recorrentes que vão precisar tomar medicamento da vida toda não tem jeito uma doença crônica né então o indivíduo teve uma única fase de depressão na vida tem 50% a mais de risco de chance de ter outro indivíduo que já teve duas tem 70% da indivíduo que já teve três tem 90% a mais de risco de ter uma nova fase é assim por diante ou seja algumas pessoas vão precisar usar estabilizador de cor vão precisar usar talvez a gente depressivo uma maneira mais prolongada Mas essa não é a maior parte dos casos né muitas vezes você vai usar por um tempo limitado né e o mesmo medo de azepínica às vezes nas fases mais agudas também para o tempo limitado né e depois né Na medida do possível aqui a gente não consiga ficar sem os medicamentos né E aí a gente tem outras formas né a gente tem psicoterapias né para tratamento de depressão uma série de mudança de hábito de vida que podem fazer muito bem né também para o indivíduo que tem depressão atividade física regular né considerado um potente aliado né no combate as quadros de depressão e também é para quem tem uma depressão instalada você precisa usar remédio por muito tempo e menos dose a questão por exemplo do indivíduo aprender a se reconhecer e a manejar o seu estresse fazer meditação por exemplo mais então algumas das possibilidades né de outras outras abordagens que podem também beneficiar o indivíduo que enfrenta quadro você analisa o impacto da covid-19 nos quadros nos transtornos psiquiátricos entre eles a depressão de sintoma de quadros de depressão de quadros de ansiedade já antes da pandemia né o Brasil é considerado pela OMS um dos principais seleiros do mundo de depressão de ansiedade né e boa parte dessas questões a gente a gente consegue explicar ou entender é por conta né dessa desigualdade social das vulnerabilidades sociais dos indivíduos preconceitos violências né isso tudo são expressões ambientais potentes aqui no Brasil né então eu tenho plena convicção se a gente melhorasse as condições sociais das pessoas as condições econômicas a gente já tem um Impacto Profundo né dessas questões de depressão e de ansiedade aqui no Brasil isso é um ponto né com a pandemia tudo isso ficou muito mais aumenta Então a gente tem aí o medo o receio a separações os lutes as perdas no caso dos adolescência por exemplo a questão de isolamento social da perda de vínculos com os colegas o afastamento né das relações sociais nas escolas tudo isso contribuiu né para um adoecimento psíquico maior né as mudanças de rotina né então toda essa parte essa mudança de hábitos de rotinas né de alguma forma estressaram muito essa questão esses gatilhos sociais a gente tem também o vírus mesmo com um tropismo ali né pelo sistema nervoso e é possível desencadeamento de um quadro inflamatório nas células nervosas também pode trazer um aspecto orgânico né para os quadros de depressão é maior né das condições sociais mesmo da população né menos dinheiro mais fome mais desemprego então todo esse lado social né E a gente tem todas as mudanças de rotina né com medo perdas luto e distanciamentos que isso tudo também impactou muito né então a gente tem de uma maneira geral né pelo menos boa parte dos trabalhos feitos aqui no Brasil mostra isso né índices maiores né mais mais evidentes né de transtornos como ansiedade depressão Jairo a depressão atinge todas as classes sociais igualmente Ela atinge todas as classes sociais as classes sociais que tem tomar esse expostas as questões das vulnerabilidades né Elas são mais impactadas o indivíduo que tem dificuldades econômicas muito evidentes o indivíduo que vive em situação de rua o indivíduo que é exposto a situações de violência ou de insegurança indivíduo que é vítima de preconceito de bule de discriminação que são mais expostos aí a esses gatilhos e portanto né os transistores mentais podem aparecer numa frequência maior né então se você pensar por exemplo uma população lgbtqia+, né é uma população que a gente sabe que tem riscos de adoecimento psíquico maior do que a população geral e muito disso ligado essa questão da exclusão do preconceito da discriminação então Ela atinge sim a todos né a gente tem depressão de todos os estratos sociais né nas mais diferentes pessoas mas ela ela conversa ela dialoga muito próximamente com as questões que envolvem preconceito violência vulnerabilidades e explosões quer dizer essa história de dizer tá com a vida feita por isso que tá aí deprimido e tal se tivesse que pegar o ônibus trabalhar ou pegar uma enxada para carpir estaria tudo bem isso é um mito não é isso todos nós a gente já atendeu né ao longo da nossa vida sem pacientes do ponto de vista socioeconômico são super privilegiados e tem quadros de depressão muito sérios e de uma maneira geral os transtornos psiquiátricos podem acontecer em qualquer estado econômico Fala um pouquinho sobre o tratamento assim e nem a Gerais quais são os cuidados que quem está fazendo vai fazer um tratamento medicamentoso para depressão quais os cuidados que ele deve ou ela deve observar eu acho que é importante a gente saber que a pessoa que vai fazer tratamento por depressão precisa estar né assistida por um profissional de saúde né E isso pode acontecer nos consultórios particulares isso pode acontecer no SUS a gente sabe que o SUS a maior parte das unidades tem um atendimento em psicologia e muitas vezes os caps né os centros de atendimento psicossocial também tem os especialistas que podem atender as pessoas que estão de depressão Então acho que o primeiro cuidado é Tá acompanhado por um especialista segundo saber que de uma maneira geral né os tratamentos com a medicação de depressiva eles demoram alguns dias ou até algumas semanas para começar a funcionar existe todo um processo de readequação né dos níveis de neurotransmissor e da sensibilidade né dos neurônios a esses neurotransmissores então a gente leva em média uns 15 20 dias para ter um efeito bom depois que você já chega numa dose efetiva Então tem que ter um pouquinho de paciência no começo outro cuidado as pessoas que estão em risco de suicídio muitas vezes elas têm uma inibição de comportamento muito grande em função do grau da depressão né quando elas começam a tomar o remédio muitas vezes a designação psicomotora acontece um pouco mais rápido do que a ideação né suicida então É principalmente essas pessoas que têm risco de suicídio precisam de um de um contato muito próximo com alguém que tá o tempo inteiro com elas porque em algum momento nessa transição elas podem ter né acesso podem estar mais desinibidas do ponto de vista psicomotor e ainda com uma ideação muito forte não precisa de um cuidado também nesse momento efeitos colaterais podem acontecer né e Normalmente eles acontecem é Principalmente nesse início de tratamento né de novo nessa fase de adequação né de essa questão de neurotransmissão então podem aparecer né E aí é importante esse contato com o médico para entender como lidar com esses efeitos colaterais seguir as orientações aumentar a medicação gradativamente né A medida que o que o especialista é recomenda e na hora de descontinuar a medicação também não dá para largar tudo e sair correndo e parar de morar para outra via de regra essas medicações tem que ser interrompidas gradativamente para evitar né um efeito remete uns balanço das outras pessoas pode causar efeitos colaterais muito sério na pior do que de um quadro que já estava estabilizado né Eu acho que os antidepressivos tem uma armadilha na qual muitos pacientes caem eles em geral como você disse leva o dias às vezes semanas para funcionar para você ter um efeito benéfico e começar a melhorar do quadro depressivo por outro lado os efeitos colaterais esses aparecem nos primeiros dias né boca seca às vezes um pouco de tontura tudo isso vai melhorar mas a pessoa começa a sentir tá tratando a uma semana eu não tinha tontura agora tô tonto a minha boca tá seca eu tô com um destino preso e não melhorei nada da depressão e aí para de tomar medicação aí alguém diz que tá tomando um outro antes depressivo e que tá bem ele Arranja um jeito de tomar esse outro antes depressivo onde vai repetir a mesma história não é verdade porque o remédio só me piora E é isso que você não repete Que pior indivíduo né aparecem antes em geral né dos efeitos benéficos né então por isso precisa ter um pouquinho de paciência de persistência esperar um pouquinho né aumentar a dose né porque as pessoas respondem de formas diferentes né as diferentes medicações recentemente saiu um estudo grande né Drauzio questionando né a eficiência dos antidepressivos na mediação da serotonina né no aumento da serotonina o quanto esse aumento serotonina realmente tem um efeito Impacto importante na melhora da depressão né e questionando né esse essa função dos dos principalmente esses inibidores de recaptação de serotonina que é uma geração né diante depressivo ali dos anos 90 2000 né Fluoxetina paroxetina E por aí vai né E aí acho que é importante a gente entender que não é só aumentar outras pessoas mas todo esse balanceamento que ele faz é que a gente ainda sabe muito bem como funciona droga né a gente ainda não tem ferramenta para dizer ó ele vai aumentar esse esse neurotransmissor e vai melhorar esse receptor x a gente não sabe né mas o que a gente sabe é que ele provoca de alguma forma o rebalanceamento da dessas desse sistema de neurotransmissão e o indivíduocentes indivíduos melhoram com o único antidepressivo né não derrubou por terra né essa história que a gente depressivo não faz efeito a gente depressivo continua sendo uma estratégia muito importante de abordagem deste que a gente toma esses cuidados que você falou aí então também a duração do tratamento vamos pegar um caso Inicial pessoa começou a se sentir deprimida e realmente estava e procurou rapidamente atendimento psicológico e um caso grave desses casos como você disse que a doença vai e volta vai e volta várias vezes o que muda no tratamento dois grupos de pessoas alguém que está tendo empresa de depressão não é com sintomas não tão impactantes né não tá numa depressão psicótica por exemplo mais tem uma depressão que merece um tratamento farmacológico né A Evolução é boa a gente tende a trabalhar aí isso vai variar muitas pessoas para pessoa de médico para médico mas aí pode colocar aí de três a seis meses pelo menos diante depressivo e alguns médicos um pouco mais conservadores vão falar de seis meses a um ano diante depressivo isso no caso não é mais limitado primeiro episódio por exemplo agora um paciente que já teve três quatro situações de depressão e cada vez que tem uma depressão essa depressão impacta profundamente a vida do indivíduo a ponto dele não conseguir sair de casa não conseguir trabalhar tem dificuldade de sair da cama esses casos graves que a gente falou né então muitas vezes esse indivíduo vai precisar tomar remédio Talvez né pela vida a gente passa a entender a depressão nessas situações como uma doença crônica né o indivíduo que tem hipertensão vai passar Possivelmente tomar remédio a vida toda o indivíduo ou uma boa parte da vida eu indico que tem diabetes com essa depressão recorrente nesse nível né É pode precisar tomar remédio e muitas vezes não necessariamente antes de crescer mais o estabilizador de humor por exemplo durante boa parte da sua vida ou né a sua vida toda tem gente que melhora né Depois de 10 15 anos tratando né o indivíduo passa por uma outro momento de vida uma maturidade para lidar com a questão da depressão de uma outra forma uma percepção né que nem aquele teu paciente que você falou eu sinto quando ela tá chegando né então esse indivíduo que sente quando ela tá chegando e que lida bem com a questão da medicação Talvez o indivíduo que possa ser indicado só nas fases né não seria tomar remédio o tempo inteiro mas o que a gente vê que as pessoas às vezes com resistência deixa de [Música] aprendizado pode recidivar e às vezes recidiva no nível mais grave do que o anterior então vai precisar às vezes demais medicamento por mais tempo Associação de medicamentos não em comum que esse indivíduo falar esse remédio não faz mais efeito né aí às vezes você vai ter que trocar ou associar contra o medicamento essa é uma decisão que não dá para tomar sozinho né tem que ser conjuntamente com médico que vai explicar vai avaliar vai mostrar como ela pode ser feita né É para evitar nesse tipo de situação aí que pode ser pior para o indivíduo e além do tratamento medicamentoso que medidas Você acha que a pessoa deve adotar Que mudanças no estilo de vida podem melhorar ou podem colaborar para uma um controle mais rápido atividade física regular a gente sabe que tem papel importante Principalmente as atividades Aeróbica para a redução dos episódios de depressão ou para importar esses Episódios até para diminuição do nível de remédio o indivíduo precisa tomar qualidade do sono e quantidade de sono é muito importante uma alimentação saudável né e manejo de estresse esses quatro pilares são muito importantes quando a gente pensa em qualidade de vida é para Impacto Positivo né na questão da Saúde Mental eu acho que indivíduo que tem uma depressão né acho que todo mundo né se beneficiaria de uma psicoterapia mas o indivíduo que tem uma depressão é o enfrenta um quadro de depressão tem um motivo a mais né para fazer um pelo menos um ciclo de psicoterapia entender o que que tá acontecendo como que ele lida melhor com as suas com as suas questões o que que ele teve de gatilho na vida que pode ter precipitado ou piorado no quadro de depressão como ele lida com essas questões com entorno todo você Sabe às vezes nos quadros graves de depressão um indivíduo tem uma uma volta é muito complicada né ele se afastou dos amigos ele às vezes terminou a relação afetiva dele ele saiu do emprego passa a se considerar menos apto que os outros para fazer as coisas ele tem uma questão de autoestima importante então de novo como é importante né Essa essa questão da psicoterapia para que ele possa voltar de uma forma melhor né E aí tem diversas técnicas e possibilidades né Há casos que você recebe e você diz olha a sua depressão é uma depressão leve eu acho que você não precisa de medicamento vou te encaminhar para psicoterapia e aguardar o resultado da psicoterapia antes de medicar é possível sim se você consegue entender ou perceber claramente que o indivíduo não corre nenhum grande risco naquele momento que assim tomatologia é leve que ele pode se beneficiar de um processo de autoconhecimento né para superar uma fase inicial de depressão é um caminho né existem linhas de terapia como as terapia cognitivo comportamentais que de alguma forma elas elas fazem com pedido finalizar com as suas questões e poder né atravessar essa fase mais difícil de uma maneira um pouco mais tranquila via de regra assim se você tem né depressão a ponto do indivíduo né tá sofrendo e tem uma certa prece uma certa urgência para melhorar né às vezes essa Associação de psicoterapia com medicamento porque conectar é um caminho importante também né mas sem dúvida nenhuma psicoterapia é fundamental aí para essas abordagens todas né Você sabe eu gosto muito de Correia corram muitos anos eu quando termino de correr enquanto ocorreram na pessoa sofrendo né mas quando terminei de correr a gente dá uma sensação de bem-estar sabe você que dura horas você vê aquele dia vai ser um dia diferente dos outros porque você vai se sentir muito melhor eu dizia isso para os colegas psiquiatras vezes e olha intimidade física é fundamental nos quadros de depressão eles iam parece Talvez seja mas não há nenhuma demonstração científica eu tô falando de 10 anos atrás ou mais nós temos demonstração científica de que atividade física tem um efeito antidepressivo os trabalhos mostram pra gente que quem tem né eles são trabalhos efetivos assim que comparam eh grupos de pessoas que fazem atividade física com grupos de pessoas que não fazem atividade física regular e Óbvio é aquela questão toda quando a gente fala de uma doença muito fatorial só tem né É difícil você isolar todos os fatores né para fazer uma análise estatística mais confiável né mas assim o corpo de evidências sugere fortemente pra gente sim é hoje é quase um conceito que a atividade física é um ponto fundamental né para qualidade de vida questão de saúde mental dele e aí aí você vai falar assim nossa mas consegue convencer o indivíduo deprimido a correr e é difícil a gente tá dependendo Então eu acho que assim é muito mais essa incorporação dessa prática no dia a dia na vida de vidro né mas uma estratégia de prevenção e de diminuição do risco de uma nova fase óbvio que indivíduo em depressão profundo você não vai conseguir fazer ele correr mas a medida que ele começa a melhorar né é introduzir Pouco a Pouco essas questões da vida dele isso é muito importante né E lembrando que pacientes mais mais velhos né que muitas vezes estão com o uso de antidepressivos precisam também né ter uma avaliação cardiológica adequada é porque muitos desses remédios também né Tem impactos na nossa saúde de uma maneira geral então a gente também de uma avaliação né cardiológica para saber que o indivíduo pode tomar aquele remédio naquela quantidade e que o indivíduo pode estar fazendo atividade física né da vigência daqueles medicamentos né Muito obrigado Você é sempre muito didático e faz um trabalho muito importante nessa área que eu acompanho a décadas embora você não tenha tantas décadas de vida assim muito obrigado Drauzio Muito obrigado né você sabia sempre Adoro falar com você né já te falei assim que eu aprendi a fazer o que eu faço com você você sabe que Jesus é o responsável foi muito mais longe muito obrigado viu um grande abraço e espero que a gente encontre ao vivo em cores em breve ótimo eu conversei com o Dr Jairo Bauer que é médico psiquiatra que praticamente todas as pessoas conhecem e que faz um trabalho de divulgação da psiquiatria que é muito importante esse tema depressão é um tema da mais alta importância a Organização Mundial da saúde antes da epidemia de covid já Calculava depressão seria a maior causa de absenteísmo no trabalho a partir de 2020 Nós já estamos em 2022 não é uma doença de quem não tem o que fazer não é uma doença que poupa uma determinada classe social é um transtorno psiquiátrico muito frequente e que tem tratamento e que esse tratamento permite que as pessoas toquem a vida para frente como todos nós
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