[Música] Olá meus amigos o fim do ano costuma ser uma época de felicidade celebração e festa muita festa é um momento em que nós por outro lado avaliamos o ano que passou e pensamos o que houve de bom e o que aconteceu de ruim nos meses anteriores Existe alguma coisa assim meio Agridoce nesse período né e muitas vezes a gente é invadido por uma tristeza que a gente nem sabe explicar e não tem nada de errado com isso né na frustração esse vazio a apatia e a concentração e o ânimo também são alterados e é possível que você esteja experimentando um fenômeno conhecido como depressão de fim de ano a depressão de fim de ano é um quadro que aparece junto das datas comemorativas de natal e ano novo é bem descrito na psicologia se você tem inclinações e ficar mais desanimado durante as festas Existem algumas recomendações para reduzir a chances de você ser afetado pela depressão de fim de ano por exemplo tem uma boa rotina de sono evitar o isolamento e buscar a companhia de pessoas queridas vamos lembrar também que não se sobrecarregar de responsabilidades e de eventos no final do ano então gente que vai organizar festa que fica desesperada e corre para cá e corre para lá e compra as coisas e vai atrás de presentes etc às vezes fica uma carga muito pesada né Principalmente se você sentir que a barra tá pesada procura ajuda em um profissional de saúde mental para cuidar desses sintomas e para te ajudar a sair de uma possível crise hoje conosco está o psicólogo Clínico Bruno Farias o Bruno trabalha no espaço de Psicologia clínica em Santos e ele se fica muito a psicologia cognitiva o comportamental e vamos conversar com o Bruno para falar sobre essas depressões de fim de ano o Bruno o que caracteriza a depressão de fim de ano ela só dá no finalzinho do ano que dia começa que dia acaba tem um período fixo assim Dr Drauzio vamos lá em primeiro lugar eu agradeço de coração pelo convite agradeço pelo carinho a depressão de final de ano ela leva o nome técnico de táxi tas que é o transtorno afetivo sazonal e alguns profissionais da Saúde Mental foram percebendo que alguns pacientes apresentavam quadros semelhantes a depressão que ativavam somente em determinados períodos do ano esses estudos geralmente focavam no inverno conforme esses estudos foram se desenvolvendo perceberam que no Brasil cerca de 1% da nossa população apresenta depressão no final do ano quando estamos em pleno o verão mas drósio a coisa mais importante para falar sobre a depressão do final do ano é que ela não é um mero aborrecimento não é um mero tédio o paciente quando está entediado ele tem consciência que quando estiver envolvido com uma atividade motivadora aquele Estado de Espírito muda uma pessoa aborrecida porque teve um dia cheio fico preso no trânsito sabe que um bom banho uma boa noite de sono também vai recuperá-lo já a depressão de final de ano é um quadro que não causa incômodo é um quadro que causa sofrimento o paciente estará enfrentando sintomas muito severos que vão deixá-lo incapacitado Então acho que a primeira coisa bacana para trocar umas ideias não se trata de um mero tédio nem de um mero aborrecimento e esses sintomas os quais você se referir Quais são os principais os principais sintomas são uma agonia o paciente ele relata Sensações físicas desagradáveis inespecíficas então é comum a pessoa falar que sente um aperto no peito um bolo no estômago e é uma agonia que vai deixar um quieto agitado junto com essa agonia uma tristeza uma tristeza profunda e incapacitante E então na depressão do final do ano vamos perceber que o paciente apresenta uma desregulação emocional que é quando a pessoa reage de uma forma emocionalmente desproporcional aos eventos uma irritabilidade e uma impaciência aguda confusão mental Doutor é difícil para o paciente organizar como que ele vai trabalhar naquele dia tomar decisões também vamos observar o abandono das atividades laborais e das atividades sociais alguns pacientes eles estão por por exemplo como a viagem marcada para o final do ano e quase chegando na data do embarque eles cancelam porque sentem que não tem condições de aproveitar aquele momento e então esses são os sintomas principais baixa energia tristeza profunda Sensações físicas de agonia inespecíficas e também transtornos do Sono a depressão de final de ano afeta profundamente o sono dos pacientes que alterações do ritmo do Sono Bruno a pessoa deita e não consegue dormir ou Ela deita dorme depois acorda no meio da madrugada e aí não consegue mais pegar no sono nesse quadro Doutor geralmente é um sono intermitente o paciente relata que ele acorda muitas vezes durante a noite tem uma noite repleta de agonia porque ele quer dormir e não consegue você percebe muito agitado para conseguir dormir então dorme alguns minutinhos acorda novamente Talvez seja o transtorno mais observado e existe algumas pessoas que correm maior risco de desenvolver esse tipo de depressão ou ela pode acontecer com qualquer um de nós doutor essa pergunta é muito interessante existem sim pessoas que são mais propensas a ficarem deprimidas no final do ano esse quadro o transtorno afetivo sazonal ainda requer mais estudos nós não conhecemos esse quadro em sua Total profundidade mas o que sabemos até aqui é que existem três situações em que uma pessoa ela pode estar mais propensa a primeira situação São pessoas que já tem predisposição a depressão então é aquele paciente que já lidou com a depressão em algum momento da vida que já percebeu que um certo final de ano ele já não esteve bem A segunda situação Doutor são das pessoas cujo final de ano irá despertar memórias afetivas por exemplo aquela pessoa que sempre gostou do final do sempre gostou das reuniões mas esse ano aquele ente querido que ela gostava tanto já não está mais entre nós por exemplo aquela vovó que fazia uma rabanada deliciosa Então como será para esse paciente a interpretação desse final do ano que vai despertar essas memórias afetivas Talvez o luto não tenha sido bem elaborado tão precisamos tomar um certo cuidado eu acho muito importante falar sobre a terceira situação porque ela está acometendo muito jovem 16 anos 15 anos 14 anos de idade sofrendo de depressão no final do ano por quê essa característica ela é chamada de comparação pessoas com foco na comparação hoje em dia Doutor Drauzio é comum as pessoas terem contas tem quatro cinco redes sociais ou até mais em cada uma dessas redes teremos muitos bons conteúdos mas também teremos os influencers e influência daquele que a todo momento vai apresentar uma vida Épica uma vida incrível e o jovem vai consumindo esse conteúdo e se compara a ponto de achar a própria vida ruim ele olha para a vida do influência que está passando no final de ano no lugar paradisíaco numa festa e o meu final de ano está aqui com a minha família Então o meu final de ano é chato é ruim a jovem fala Olha eu não quero ir para praia eu não vou me sentir bem com roupas de praia porque o meu corpo não se assemelha ao corpo daquela influência E então eu não quero vou ter vergonha e essa comparação tem afetado muitas pessoas como eu já disse principalmente hoje jovens por isso que vale a pena os responsáveis ficarem de olho nos conteúdos que estão sendo consumidos no Brasil nós temos um grande especialista né que é o Cristiano Nabuco que estuda esses efeitos e infelizmente nós estamos percebendo alguns jovens com esse foco na comparação possuem a proteção para desenvolverem a depressão de final de ano o Bruno que critério vocês usam para dizer olha isto é uma depressão de fim de ano o simples fato de acontecer um episódio depressivo no final do ano já caracteriza não não doutor Drauzio a depressão ela é grave é Severa o paciente percebe que algo de errado com ele porque a agonia e a tristeza profunda não vão abandoná-los ele está se sentindo mal de manhã tarde e noite e a pessoa ela apresenta uma desregulação as emoções estão desreguladas a organização desregulada motivação desregulada e a tristeza ela é uma emoção comum faz parte da vida e a tristeza ela pode ter um objeto eu falo para você poxa Doutor esse final de ano eu tô um pouco mais abalado porque me aconteceu isso é a vida pode me incomodar a tristeza mas ela não me deixa incapacitado então acreditamos que essa é a diferença e quando você identifica a depressão faz o diagnóstico tem tudo para ser uma depressão de fim de ano como é que vocês o tratamento Nossa Ótima pergunta Dr Drauzio para toda a audiência que nos acompanha ao perceber que o nosso familiar o nosso amigo ele não tá bem nós precisamos encaminhá-lo para profissionais da Saúde Mental capacitados aí Parece que eu estou falando uma obesidade e não é tão Óbvio por conta de duas situações A primeira é um número gigantesco de charlatães que existem atuando na área da saúde como um todo mas nessa em particular né Doutor nessa em particular a internet ela Aumentou a publicidade do charlatão que promete curas promete o desenvolvimentos e ao ver um familiar em sofrimento o nosso processo racional ele é abalado Então temos que tomar cuidado com o charlatão ele não é um profissional da área da saúde mental capacitado o segundo lugar infelizmente nós Ainda temos muito conceitos em relação à saúde mental são muitas pessoas que relatam eu não sou doido para procurar um psicólogo eu não sou maluco para marcar um psiquiatra eu sou homem o suficiente para resolver os meus próprios problemas e Então temos que tomar cuidado com essas duas situações e o que fazer ao perceber encaminhamento para os profissionais capacitados Às vezes a necessidade de prescrever medicamentos Dr drauz muito bacana essa pergunta porque o tratamento ele é multidisciplinar a procura pela psiquiatria ela é fundamental ela não é opcional é esse profissional que vai avaliar o paciente vai dar o parecer de quais são os medicamentos mais adequados para aquele caso e a psicologia Clínica Ela também é fundamental nós vamos trabalhar em conjunto com a psiquiatria não é psicologia clínica o paciente ele será acompanhado através de um método científico que vai tratar a sua existência então como assim tratar existência na ciências cognitivas Nós temos muitas evidências para acreditar que não são as coisas que acontecem que nos abalam e sim o modo como eu interpreto o que me aconteceu e essa interpretação que nós chamamos de processo cognitivo acontece em um nível inconsciente é automático nós não temos acesso ao que está acontecendo com a nossa mente e na psicologia clínica nós vamos aprender sobre esse processo ele vai se tornando cada vez mais Consciente e com tudo esse alto conhecimento o paciente pode desenvolver habilidades para enfrentar esse quadro ele vai aprender técnicas que irão ajudá-lo enfim a terapia oferece uma grande recursos que vão ajudar o paciente a minimizar ou eliminar o quadro Doutor é muito comum trabalharmos em com a nutricionista com educador físico Ou seja é todo uma equipe compartilhando saberes em prol do melhor para o paciente pegar uma pessoa que tem tido um episódio ou dois desse tipo de depressão ou dessa forma de depressão o que se pode fazer para evitar que aconteça a segunda ou a terceira crise além de tudo que o senhor falou no início do nosso bate-papo que isso é muito importante nós sempre recomendamos o tratamento preventivo uma pessoa que já apresentou depressão de final de ano e essa data vai se aproximando se ela percebe que ela não tá muito legal vale a pena ela buscar um profissional de forma preventiva não é bacana ela aguardar chegar ao final do ano para ver como que ela vai se sentir sabe nós temos muitas evidências muitos estudos que mostram os benefícios de estarmos em terapia a pessoa não precisa ficar em terapia por 90 anos seguidos se ela quiser vai fazer bem mas não é necessário mas é muito benéfico procurar por uma terapia de certas fases da vida percebeu que a fase mudou é bacana ter esse acompanhamento nesse momento então para evitar a depressão de final de anos muito importante procurar o tratamento preventivo para se fortalecer e conseguir vivenciar essa fase com o máximo de Equilíbrio e saúde possível quem teve uma crise dessas aí teve uma segunda também no final de ano pode esperar que a terceira vai vir com certeza sem tratamento nenhum Doutor não não na psicologia cognitiva Nós acreditamos que existem múltiplos fatores Então como é que está a vida desse paciente esse ano Quais são as suas relações como está a sua motivação em relação a tudo que ele faz esse paciente ele esse ano passou a ter um hábito mais saudável encerrou uma relação abusiva iniciou uma atividade físicas passou a tomar mais cuidado com a alimentação tudo isso pode ajudar então não é certeza que ele terá novamente uma crise por ter passado por crises anteriormente olha final do ano a gente chega na casa das pessoas já todo mundo serve bebida né o álcool movimenta bastante Essa época de festas né Fala um pouquinho sobre o papel do álcool para quem está deprimido nessa fase do ano geralmente a psiquiatria ela recomenda a abstenção o álcool existe ele serve para ser um prazer para que naquela noite um vinho uma cervejinha Na quantidade adequada é aquele prazer que vem para somar mas em determinados momentos da vida quando estamos enfrentando alguns quadros ou uma doença precisamos tomar certos cuidados principalmente com a questão medicamentosa então a pessoa será muito bem orientada principalmente na psiquiatria para que ela consiga estar longe do álcool temporariamente para se recuperar bem e voltar a uma normal Você sabe que eu acho curioso nesses quadros você pega nos Estados Unidos na Europa no hemisfério norte esses quadros são mais frequentes a partir do Outono mesmo né geralmente final de outono no começo do inverno tem um pouco de lógica né Essa época do ano paisagem mais fria mais escuros dias são mais curtos e ambiente fica mais triste mesmo né de um modo geral e agora aqui no Brasil isso vem no auge do verão né vem no finalzinho da primavera e no verão qual seria a explicação para essa disparidade Olha que interessante Dr Drauzio todos os estudos sobre a depressão né o transtorno afetivo sazonal começaram na Finlândia e a Finlândia tem um inverno muito rigoroso uma noite na Finlândia no inverno pode durar até 20 horas então perceberam as pessoas em depressão por conta do afastamento social a baixíssima exposição à luz solar e quadro na Finlândia chega a atingir até 10% da população são muitas pessoas e nós observamos o contrário quando o verão tá se aproximando é uma alegria generalizada as pessoas se mostram relatam que estão mais alegres e felizes mas também lá no verão percebe-se a depressão E por que que isso acontece principalmente no nosso verão né no Verão Brasileiro nosso final do ano e juntam duas datas bacanas nós só temos respostas a uma analisar individualmente cada caso Qual é a história de vida desse sujeito Quais são as interpretações o que que ele tá enfrentando eu não tenho como responder por que que isso acontece numa data que Teoricamente é tão comemorativa efetiva olha para mim já tive muitas tristezas na vida é claro né mas nunca tive nenhum quadro que eu pudesse dizer que ela faz da vida eu fiquei deprimido isso que aconteceu isso quer dizer que eu Apesar desse passado todo eu posso ainda ter uma depressão dessas de fim de ano Sim o senhor e qualquer ser humano sabe por quê que nós acreditamos que a nossa vida ela é muito dinâmica então uma pessoa que ela nunca teve nenhum transtorno mental nunca teve nenhuma Abalo até aqui ela não Pode garantir que ela estará equilibrada até sempre até o fim da vida às vezes um acontecimento é muito forte para aquela pessoa uma notícia que ela recebe pode mudar todo o jogo então pessoas que nunca apresentaram um quadro elas podem ver apresentar sim e eu acho interessante aproveitar e falar que isso não é nenhuma vergonha Nós não precisamos ter vergonha de tratar a saúde mental esse preconceito precisa se afastar o máximo possível uma pessoa que procura um tratamento pela saúde mental ela não é inferior a ninguém ela não é mais fraca no bom sentido é uma doença como outra qualquer nós procuramos os especialistas realizamos o tratamento e ficamos bem nos reequilibramos o preconceito precisa desaparecer e sim quem nunca teve se Abalo pode Em algum momento apresentá-lo vou fazer uma última pergunta agora vamos imaginar que eu tenho um quadro depressivo neste final do ano mas eu não procuro nenhum tipo de tratamento Sem tratamento como costumam evoluir esses casos né Doutor Drauzio infelizmente pessoas que não procuram tratamento geralmente abusam de substâncias para enfrentar os sintomas para enfrentar essa Sensações ruins e também são pessoas que se isolam acabam estando cada vez mais afastadas a recomendação é que não façamos isso se uma pessoa perceber que ela não tá legal não se sente bem Procura pelo acompanhamento e faça essa Procura o mais rápido possível dessa forma ela consegue ser acompanhada para tratar a sua saúde da maneira mais adequada possível é totalmente desaconselhável o paciente entre aspas querer enfrentar esse quadro sozinho Muito obrigado por esses esclarecimentos todos queria dizer que no nosso portal você encontra mais de 100 Episódios do Drauzio cast que versão sobre os mais variados temas conheça também os nossos outros podcasts o porquê dói o saúde sem tabu e outras histórias todos estão disponíveis nos principais agregadores e no nosso canal no YouTube nós acabamos de falar com o Dr Bruno Farias que é psicólogo especializado na área cognitivo comportamental Muito obrigado Eu que agradeço de coração pelo convite um grande abraço para toda audiência e desejo um final de ano muito feliz para todos e todas
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