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Drauzio Entrevista | Lilia Schwarcz

Drauzio Entrevista |  Lilia Schwarcz

E aí Oi boa noite é um prazer estar aqui com vocês e com a Lili eu não vou dizer que é uma velha amiga mas é amiga há muitos anos e eu confesso que fiquei muito impressionado com esse trabalho a lista longa produção todos vocês conhecem mas esse trabalho Trabalho monstruoso uma coisa que começa quando o Brasil foi descoberto e vem até hoje e vem no tom coloquial muito interessante e o que eu achei mais brilhante é que eu trabalhei com outra história das pessoas que no Brasil e os fatos a gente aprende na escola história muito chata na escola né porque decora data data de batalha quando começou quando terminou e acaba afastando a gente da história do Brasil e esse trabalho ao contrário ele vem contando a história das pessoas desde o descobrimento até agora e a relação que essas pessoas os costumes a forma de agir o ambiente social toda a antropologia tem com os fatos históricos foi uma decisão combinada de vocês e ele antes antes de começar a escrever então foi combinada a gente fez nós fizemos um plano esse aqui é uma encomenda né da companhia das letras e da pinguim na Inglaterra então a gente tinha um plano eu tinha que fazer um livro muito narrativo mas a Heloísa vem da história e da ciência política e eu venho da história e da antropologia nós sentamos juntos e combinamos O que é que o livro tinha que ter e eram algumas questões que nos incomodaram essa que você menciona da cronologia da seriação era uma questão que incomodava né Ou seja que era a gente queria convencer o leitor que a história não é um acúmulo de datas né Que história é o as questões que você faz e que organizam as datas outra questão muito importante essa que você menciona também era trazer temos da cultura não é a linha de frente né geral a gente conta a história sobretudo uma história política uma história Econômica EA cultura vem a reboque né vem como consequência vem como floreio a famosa cereja de bolo né e mas ela não tem essa densidade de explicar um momento de construir um momento então nós temos essa preocupação muito grande de que a cada momento da história em vários elementos da cultura e cultura no plural né e é um aparecendo a música os costumes os rituais eram muito importantes a o teatro né enfim a literatura a pintura Então essas quatro era uma partida a gente não sabe onde é dar né mas essa era uma intenção tanto minha como delorido e como é que vocês de dividir o trabalho vão a Heloísa já tá trabalharmos um bom tempo e acho que só se faz um livro desse uma pessoa que você tem intimidade que você confia e nós também tínhamos especialidades Diferentes né Eu sempre fui lá na lá na Ciências Sociais quando tinha aula trote não tem mais isso eles quando eles de alguma maneira de escrever um o que eu dava na aula eles não é ela chega na hora ela termina na hora mas toda vez que ela falar porque o nosso século é o 19 então eu tive essa especialidade do século 19 o meu século né eu tinha trabalho sobre o século a chegada dos portugueses por conta da antropologia e contra o os meus editores aqui representados Luiz eu queria muito falar a dos ameríndios do perspectivismo e da importância desse Brasil antes de ser Brasil né então eu eu tinha essa especialidade século 16 tenho estudado a primeira república por conta dessa biografia que eu tô escrevendo um bom tempo que tem interrompe para fazer esse livro é uma biografia do Lima Barreto e a Heloísa Mineiro aqui é também tinha esse fla-flu são paulo-minas nessa Heloísa eu tivesse aquela já tava me corrigindo em Minas onde entra vindo né então Heloísa tem essa escrita linda né E esse Minas profundo né então Claro ela que escrito tinha que escrever sobre a mineração e a Heloísa é a foi a historiadora da É verdade então ela tem uma produção muito importante muito significativa mês que nós chamamos de história do presente né E então eu acho que era uma boa combinação então o modelo era assim primeiro um escrevia a outra vinha corrigir muito brigava muito porque a Heloísa sempre vinha com muita política eu vinha com muita cultura e as nossas dois editores Luiz Soares e Otávio Marques da Costa brigavam mais ainda com a gente então os capítulos viraram um produto totalmente distinto alguns Capítulos nós escrevamos juntas mas eu não conto não porque acho que sim as pessoas tem que descobrir quais a gente vendo não percebe a parte Inicial tem uma antropologia muito forte aí dá para Cuidado então não respeitar que foi você não é a parte Inicial é minha a vacina eu tava muito preocupada em mostrar a por quê a TV é um projeto de um lado história do outro né até os alunos estão muita frequência dizem isso mas você que escolhe a antropologia né Eu queria mostrar quando é que essas disciplinas Se encontravam mesmo e sobretudo acho que era importante mostrar essa ideia de um verdadeiro genocídio né seja conta o livro também empatia dessa ideia de que era preciso desmontar uma certa uma série de verdades arraigados entre nós dentre elas a questão dos anúncios indígenas né que nós sabemos hoje que o encontro foi um grande desencontro e a uma questão que você pode explicar muito melhor que eu que é a batalha biológica né os indígenas morriam de doenças absolutamente desconhecidas para eles não é um resfriado mas a gente sabe também que os índios morreram muito das Guerras que foram guerras provocadas pelos europeus e também da escravidão na linguagem da escravidão começa com os indígenas essa discussão Inicial que você faz do o mercado relação amistosa entre o branco o índio naqueles Branco chegam Celebra a primeira missa e Os vídeos estão ali no meio daquela cerimônia religiosa o mito que passou de geração para geração no Brasil é esse mito eu não sei se vou quantos lembra que isso já denuncia nossa idade quando teve a mostra do redescobrimento sei quantas de vocês lembro veio a famosa a tela do Victor Meirelles a primeira missa as pessoas faziam filas para ver a primeira missa não que não tem o que fazer tem que escrever né mas por motivos equivocado As pessoas dizem o essa é a nossa carteira de identidade ou dizia sempre só se for ao contrário não é a gente sabe que a tela foi feita no exterior que foi inspirada pelo mordomo do Passo né que que era melhor amor do homem do Passo a figura mais poderosa do segundo reinado do que poeta ele dizia meio caminha e caminha dela e a primeiro documento de Caminha e caminha e ele pede para que o Meireles Dizem que ele desenhasse a marca como se fosse uma catedral a ideia de que uma mata bem Vale numa Catedral né então se nós não tínhamos o castelo nós temos uma imensa floresta e a ideia Qual é construído não sei quantos de vocês lembram da dessa tela grandiosa é colocar a a floresta a igreja ao centro rodeada pelo Estado e os indígenas numa situação absolutamente passiva né preferia na periferia da imagem com assim aprendendo para civilização né Fica quando nós sabemos que guerras as guerras foram terríveis de lado a lado né quer dizer essa situação passiva não é uma situação que a gente pode verificar quando você se observam os dados EA um outro o silenciamento fundamental nessa tela como em todo o romantismo o indigenismo romântico que quer um movimento nacionalista do segundo segundo reinado brasileiro que é no momento em que no Rio de Janeiro naquela pequena África que é a área que circundavam o passo 75 por cento da população era Negra escrava ou não a pintura a poesia a literatura se voltou para um tempo sem tempo uma geografia sem geografia e sobretudo um tempo que não tinham escravos africanos Então se a gente for olhar não só a esse essa operação de silenciamento das populações indígenas que são colocadas literalmente à margem como escravos africanos não existem né e o na verdade na escola primária antiga escola primária e a gente aprende a que os paulistas eram Destemidos fizeram as entradas e as bandeiras a heróis que se metiu no sertão Fala um pouquinho sobre esse essa história é bom essa história isso é interessante quando a gente vê por exemplo a tela do Victor Meirelles a primeira vez eu eu pergunto aos professores por quê que essas telas constam dos nossos livros do século 16 Elas têm o que está no século 19 que é quando até ela foi produzida e comissionada porque as telas tem data a mesma coisa vale para os bandeirantes tem data de nascimento a imagem que nós guardamos os bandeirantes o famoso puxa puxa empurra empurra dobrei ser e estátua ou então o famoso bandeirão pode pagar com aquelas botas aqueles é uma figura totalmente construída romântica né eles Nunca irão sempre a mata com aquelas botas com aquele chapéu que aprender na mata de jeito nenhum e quando foi construída essa é uma história bonitinha a primeira uma das primeiras medidas do Brasil independente foi a criação do Instituto Histórico geográfico no Rio de Janeiro foi feito nos anos 30 a ideia que era pré médico fazer o quê Faculdade de Medicina porque o pai estava doente e até então era proibido só abre com Dom João né com a vinda da corte 1808 faculdade de faculdade de direito Porque até então a nossa Constituição era Portuguesa era preciso fazer uma Nacional a terceira instituição foi um Instituto Histórico porque o suposto é que não dava para fazer história de Portugal bom Instituto Histórico geográfico no Rio foi criado esse chamou logo Instituto Histórico geográfico brasileiro a primeira frase a história do Brasil história do Rio de Janeiro não é a grande discussão Quando acaba a história e não na vinda da corte é bom parar com a vinda da Corsan bom não tinha outros institutos históricos no final do século se criou o Instituto Histórico Arqueológico de Recife Recife logo se esqueça mar que o lógico que não podia ser histórico logo esse usaram o nome que não acharam nada de ruim porque o lógico tudo eram o que os holandeses e faltava criar um Brasil que a virando Republicano e Paulistano Instituto Histórico geográfico de São Paulo que foi criada com a república a primeira fase do Instituto Histórico e geográfico de São Paulo a história do Brasil é a história de São Paulo a primeira figura criada pelo Instituto Histórico geográfico de São Paulo no Bandeirantes foi o Instituto Histórico geográfico de São Paulo que na ausência de figuras símbolos da região não tinha tirou a imagem do Bandeirante que mais coreografia até então era um apresadores de indígenas a fazer um papel de feito de eles caçavam escravos fugidos não é para criar essa imagem dessa figura entrepe né que entra Fronteira dentro que descobre os nossos eles acabaram fazendo isso mas os motivos eram bastante singulares com o meio acadêmico recebeu esse tipo de discussão que vocês armaram eu diria que que depende da região né Por exemplo o Rio de Janeiro lançamento no Rio de Janeiro foi um fenômeno né Heloísa e eu não não conseguimos que não dá para acreditar no que foi a recepção no Rio de Janeiro em outros lugares Foi mais tímida mas está crescendo que é muito impressionante né quer dizer eu acho que que academia durante muito tempo ficou bastante insulado né Eu sou uma pessoa que acredito não passa no papel da academia a gente conversava aqui antes de começar essa essa a conversa pública não é eu dizia ter entre Brasil que o meu livro tá correndo atrás do dele e não consegue alcançar né que ele o dele está na minha frente vai continuar acho que agora muito mais do que isso rapaz mas é que não eu também sou corredor a gente tava discutindo disso lá que não maratonista que eu dizer que para ele é sofrimento para mim é só alegria né coisa que eu não faço nada mas enfim durante muito tempo academia ficou muito fechada e nos seus próprios instrumentos que são instrumentos importantes esse livro Só existe por conta da academia eu acho que ele faz um apanhado da produção riquíssima da historiografia brasileira um apanhado da produção igualmente rica das Ciências Sociais da crítica de a crítica literária da crítica de arte É mas ele tem uma ambição de trazer uma linguagem sem simplificar uma linguagem que saia desse lugar seguro da academia a a situação difícil como eu já faço isso há um bom tempo e a Heloísa também acho que ele já até se acostumaram não é assim não há outro jeito é um pouco assim ela é um pouco assim né Já fiz o Dom João carioca com espaco as barbas do Imperador em quadrinhos mas acho que academia tem que um pouco na minha opinião se Reinventar sem perder os seus instrumentos sem perder o seu Rigor É claro que eu não posso dizer qual exatamente qual é a diferença do meu livro para outros livros escritos por jornalistas eu não tenho nada contra ao contrário eu acho que qualquer maneira toda a maneira de ler vale a pena né Se eu fosse fazer uma fazer um paralelo com a música do Milton Nascimento mas acho que talvez a nossa o nosso Desafio Foi a introduzir a riqueza da academia as questões que academia atrás os problemas que academia atrás e entender que história não era solução na história é sempre problema dessa complexidade porque a escravidão ou se discutir de uma forma superficial que representou aquilo ou se entra na tragédia que viver aquelas pessoas e Vocês conseguem fazer uma discussão em profundidade de toda a economia relacionada com a escravidão das relações entre os senhores e os escravos e e fica por lá questão urgente do sofrimento daquelas pessoas todas mas colocado de um jeito que você vai entendendo por facilidade como Aquela como se estabeleceram aquelas relações interpessoais não é um texto que e é do Nabuco chamado massangana talvez é o texto mais discutido enfim da nossa do nosso pensamento intelectual brasileiro porque é um texto absolutamente ambivalente aquele texto que o Caetano canta né escravidão permanecerá por muito tempo há quem Leia como uma ordem a boa escravidão aquele meia como uma crítica à escravidão há quem Leia como uma ideia de que enfim a escravidão é incontornável entre nós há quem Leia como a visão de um grande senhor né da casa grande para com a Senzala esse capítulo foi um capítulo escrito com muita indignação vou contar uma coisa aqui que vale a pena da história da vida privada eu escrevi esse capítulo depois de assistir no cinema Brasil uma sala de cinema brasileiro aquele filme que é um grande livro 12 anos de escravidão há 12 anos como escravo né e eu fiquei muito impactada com um filme apesar de achar que o filme tem muito má perspectivas of time Santa eram vítima assim os escravos ninguém nega que eram vítimas por isso que no Livro Nós tomamos de escravizadas e não escravos porque escravizado é uma circunstância não é uma definição né ninguém foi escravo no passado mas as pessoas foram africanas no passado foram muitas coisas frescas escravizada é uma situação mas o que me impressionou muito durável foi a reação da plateia brasileira as pessoas saíram muito aliviados dizendo assim puxa Que bom hein Que bom que aqui não foi desse jeito né lá nos Estados Unidos vou te contar uma coisa terrível é a gente tinha criadouro de escrava lá uma coisa terrível E aí que a gente vai ver os dados né questão nesse livro A média de de uma escravizado no campo de vida nos Estados Unidos era de 35 anos baixo né no Brasil era de 25 anos os escravos eram considerados adultos 12 a 35 anos nos anúncios de fuga de escravos os escravos com 40 anos são descritos Como diz dentados com cabelos brancos alquebrados e eles usam esses sinais para captura dos carros portanto não me parece que sejam mentirosas porque o interesse de um senhor que qual a qual o anúncio de furor é a captura então eles usam pega os sinais de serviço e usam esse envelhecimento precoce que é resultado das dezoito horas de labuta diária na sobretudo no campo então uma coisa que eu acho que a gente tem O que é que aqui foi diferente mesmo nos Estados Unidos porque aqui é escravidão tomou um território tudo a escravidão o Brasil recebeu quarenta por cento da população africana que deixou compulsoriamente o continente é são dados e irrefutáveis e mais fomos o último país a abolir a escravidão no acidente existe escravidão no mundo ainda existe existe escravidão no Brasil e desisti mas a gente Heloísa eu não referimos aqui escravidão Mercantil Então essas são marcas profundas mas são marcas profundas não só por conta da vitimização dessas populações que existiu Eles foram de fato vítimas das circunstâncias sua história mas agora nós sabemos por causa da mãe fotografia Rick cima da Bahia não é sobretudo liberada pelo João José Reis que no Brasil desde que existiu lá instituição os escravos se rebelaram bom então a ouvir todo tipo de rebelião individual coletiva Quilombos Quilombos a a visão seis comum tem secção áreas isoladas que existiram áreas muito isoladas existiu um quilombo que nós sempre citamos na fronteira com o Suriname em cima de uma cachoeira que eles chamavam de Cachoeira brava imagina o que era mas existiram quilombos como quilombo do macaco que era na verdade congregação eram na verdade grandes amplas relações de comunidades e eles faziam parte fundamental daquela sociedade e sim o que é preciso dizer que a escreve como diz o Alberto da Costa e Silva que é um grande técnico da escravidão é que nós vamos ter que nos a ver com essa questão da nossa história né Eu penso que a história se escreve a muito de passado nosso presente e a escravidão uma questão incontornável enfim eu acho que a gente tem que pensar a legenda dos inúmeros traços que esse sistema deixou e deixa né no nosso cotidiano e a repercussão dessa convivência brutal quadros populações na no Brasil de hoje Ah tá bom o Brasil é um país que combina perversamente a inclusão cultural com exclusão social eu acho que são dois lados de uma mesma moeda toda vez que a gente fala de exclusão social as pessoas falam mas olha tem Isso inclui aqui em incluir lá eu concordo mas nosso problema é lidar com essa lógica dos dois lados da moeda a gente se nós pegarmos os dados do censo demográfico Assim como nós podemos concluir que não temos o Apartheid na Lê isso não é pouca coisa né o fato de nós não temos leis discriminatórias é um elemento que fala muito a nosso favor não é isso aí inegável por outro lado se nós pegamos tomados os censos é muito fácil Verificar como raça e eu não me refiro a raça biológico ela que não tem eu tenho que falar eu me refiro a raça social porque antropólogo que eu sou eu sei que a sociedade tá passei a com a natureza é né Eu acho que nossos Campos dialogam nessa parte não é grave eu tô sempre preocupado em ver como é que nós homens como humanidade enfim dá piruetas por sobre a biologia e Raça social é isso não é a raça biológica eu concordo que só existe uma raça que a raça humana mas nós homens construímos diferenças então enfim é falta nessa ideia que se você se vocês qualquer um de vocês tomarem os dados do censo Vocês verão que raça ainda é um plus no Brasil né quer dizer populações negras morrem mais cedo nascem menos são passo muito preconceito adas no trabalho na escola e se vocês pegarem os dados do Judiciário nós sabemos que negros você pegar um negro e um branco que estão entrando no sistema da justiça por conta da mesma penalidade o negro tem 20 o centro de chances a mais de acabar na cadeia do que um branco isso se nós não formos pensar a sobre o que é que são as batidas policiais as batidas policiais visão é claro os carros mais mais antigos os carros mais Detonados mas todo mundo sabe qual é a cor mais parada pelos policiais né então enfim são essas práticas quando o corpo conta o corpo diz né O corpo fala né que vão aparecendo na época da escravidão uma um escravo que um escravisado que tivesse conseguido a liberdade a alforria era uma espécie de franja da escravidão era uma escapatória e uma especificidade do sistema brasileiro apesar de até o século 19 não corresponder a mais do que um por cento ao ano então a gente também tem muita Fumaça em torno de um elemento muito pequeno mas ex-escravos libertos que percorrer sem o interior do país com passaporte o dia você apreendidos por suspeita de escravo hoje nós sabemos como uma toda uma geração de meninos negros são socializadas na ideia de mostrar humildade diante da polícia sobretudo se são negros porque senão Vão apanhar feio né então Enfim acho que essas são as recorrências são são elementos teimosos da nossa história que estão atentamente presentes no nosso cotidiano que um dia nós vamos livrar disso só se aquilo Brasil muita gente diz não a Brasil não tem preconceito o preconceito contra pobre porque também tem preconceito contra Branco pobre tem muito preconceito eu acho que nós vivemos muitos preconceitos preconceitos de gênero né eu podia escrever esse livro todo sobre o gênero essa pergunta podia ser sobre gênero e discriminação de gênero discriminação de sexo né porque na é uma coisa discriminação de região né que temos discriminações tremendas em relação as diferentes regiões do país sabemos disso né a provérbio é um pouco isso é uma coisa que todo mundo diz ninguém pensa né Então velho provérbio de que os nordestinos tomaram muita insolação mas por isso pensam menos né Por verbos podem ser politicamente incorreto eles são preconceitos de região temos preconceitos de geração né sabemos como a gente muda os nomes mas enfim como é que nós tratamos a velhice tem um problema né Ela é quase um vácuo na nossa sociedade e tenho sim um problema muito grande com relação aos padrões faciais Eu acho que o Brasil não existe racismo bom todos os cachos não são perversos mas eu uso no plural porque o nosso racismo racismo muito silencioso e parte do nosso racismo tem esse tipo de discurso a ideia de que nós não temos mas todo mundo reconhece que o outro tem eu comprei de falar Bom dia que eu não tenho mais o Drauzio tem só vou provar para vocês que ele tem isso nós fazemos com grande recorrência eu acho que uma forma de superar o racismo é falando dele na verdade de São Paulo nós fizemos a um tempo um censo demográfico e um senso racial eu fui acusada de racista e eu respondi que eu saiba que outros corantes não é não falar né falar não pode ser obscurantismo e várias pessoas responderam a este questionário com frases do tipo eu não tenho esse problema eu te dou uma chance para dizer que a pessoa que disse eu não tenho esse problema de que cor ela é esse ela tem ou não esse problema né então eu fico acho que negar é uma forma muito forte muito pujante de não assumir não tem Cruz Center isso na caro até hoje acho que não é um negro que não tenha sentido essa e essa violência racial é o eu gosto muito do Mano Brown diz uma coisa muito boa né que quando nós dizemos não no Brasil não há racismo não a linha de cor né ele disse É só perguntar para os grandes especialistas né e ele disse que quem são os grandes especialistas da polícia né na polícia não tem nenhuma dúvida sobre a linha de cor né ou ferreiros que é um é um literato da Periferia ele diz né a noite na favela até japonês é preto mas a gente pensar nos nossos provérbios provérbios se aplicam o nosso dia a dia nós vamos pensar em dois né que a gente fala pro velho é assim você quer impressionar está dando uma aula né você termina e solta um provérbio não é mesmo você não entenda como eu dizia que então a os dados à noite todos os gatos são pardos então eles que são brancos que se entendam põe junto essas duas frases o mapa pardo-pardo é ainda terminação do nosso preconceito né paga quase uma categoria de acusação Ou eles que são brancos que se entendam porque né porque enfim a um acordo silencioso entre classe e cor social que é um acordo muito importante essa é uma outra faceta do nosso racismo né A questão do manejo da cor da manipulação da cor o Brasil na colônia é considerado uma dívida por uma divisão didática do espaço antes da chegada de Dom João sexto Rio de Janeiro e depois da chegada o impacto não jogo sexta que foi tão grande assim além daquele é relacionado com a cidade do Rio de Janeiro foi tremendo eu acho que às vezes a gente conta a história do Brasil assim então para as crianças né o Brasil virou uma monarquia que a gente não vale a pena é porque virou uma monarquia num país de vocação republicana Doutrina Monroe era isso América para os americanos da República pode ficar publicando né Essa nossa opção pela monarquia é uma circunstância né não tem nada que diga que o Brasil tinha que virar uma monarquia nada que escrito no nosso DNA ou coisa assim a explicação para isso foi a vinda da coxa a vinda da corte a gente eu peço que nos Capítulos engraçados do livro né a gente começa a Oliveira Lima dizendo o que a maré traz amarela porque amar é a entrega a maré tira leva né que e o livro é esse capítulo é todo escrito quase que como uma maresia né do dão e não João foi uma figura muito maltratada pela nossa historiografia durante muito tempo né ele gostava de comer coxinha de galinha parece que gostava ele era indeciso muito ele foi mal estrategista não você gente pensar muitas coroas perderam a sua hegemonia nesse momento basta pensar na cor O que aconteceu com a coroa espanhola do lado de Portugal quer ver a saída do Governo de Dom João de deixar Portugal e se dirigir para sua colônia quero uma colônia desconhecida ele já essa ideia já havia sido ventilada com Vieira história do Futuro mas nunca tinha sido uma um projeto da podem imaginar o que significa transportar uma uma monarquia não é aquele a curte inteira os dados mais conservadores falam cinco mil pessoas os dados mais enfim fora de 15 mil a 20 mil pessoas que vão primeiro para Salvador o pessoal que Salvador isso é muito engraçado eles tentem tentam convencer Dom João ficar a gente não pode esquecer que Salvador tinha sido a capital até mesmo 1663 Nec Z Como desmanchar da história só é previsível quando já aconteceu e que tal se dá um João ficasse lá eles revertesse a situação é capital voltasse para Salvador eu vou fazer isso é verdade pois é só que não deu certo que o pessoal do Rio tava de olho já àquela altura né mas São João bem que gostou de ficar em Salvador abriu as portas lá né Quer ver ficou tomando aquela brisa mais gostou muito do que viu lá o vento Rio do Rio de Janeiro de fato se transforma é a primeira vez falar vamos disso que se abrem abre a possibilidade de existirem Universidade significa o quê criar uma elite intelectual aqui e não uma elite intelectual Coimbra é a primeira vez que você pode ter indústrias não faz marca com a indústria da Pólvora Mas enfim vai embora é a primeira vez que você podem ter jornais não se podia ter jornais o controle da monarquia Portuguesa era muito maior que o controle da monarquia espanhola basta vocês verem a idade das universidades na América Espanhola contratadas com as nossas universidades é fácil entendi a sua pergunta porque a maioria dos benefícios vão para ficam no Rio de Janeiro mas a história não é não tem volta para trás então com a cor se veio autonomia de fato Brasil começou a Jeri é sério Quero um império que tinha Pontas no oriente a gente esquece disso eu quero império Português o que é gerido do Brasil sobretudo quando o Brasil vira Em 1815 Reino Unido de Brasil e Algarve essa Independência autonomia que é Concebida no pai no território todo não tem retorno então por exemplo Pernambuco reclamou reclamou Se Revoltou o tempo todo né reclamou que os impostos não revestiam para Pernambuco reclamou tinha razão de reclamar mas esse desejo de autonomia veio nesse momento aí enfim condicionou toda a sorte da nossa emancipação caso único na história universal de um rei que volta para Portugal deixa o filho aqui O que é o mesmo tempo é o príncipe de ir em Portugal e esses filho declara a independência do Brasil mas eu tô bons provérbios né tem um problema não sei o que que eu encarnei de provérbios que tem aquele famoso para ver quem foi para Portugal perdeu o lugar tá errado tá errado porque o suposto fiquei de um lado perdeu de outro não perdeu porque a gente sabe que Dom Pedro esse provérbio existe por conta da volta de Dom João e mais dão João vai lá para garantir as duas partes Tá certo que o projeto não deu certo porque ele sai com ele um a seguinte recomendação que ele dá para o padre da mas o que era o chefe da real biblioteca você cuida bem do meu filho e da minha biblioteca não deu certo porque o Brasil ficou Independência biblioteca ficou no Brasil mas é um caso bastante singular de uma monarquia que é a ideia da emancipação é o próprio re E se a gente pensar nos símbolos dessa monarquia eles são do maior interesse porque eles mostram a continuidade por exemplo o símbolo dos braganças o dragão alado acerp foi mantida a bandeira manter os símbolos que ficar de Portugal que ver é uma Independência como um golpe que procurava manter esse passado monárquico Então nesse sentido Brasil é um caso muito singular e não é à toa que as republicas vizinhas confiaram muito da independência brasileira assim como os Estados Unidos é mas foi uma solução Muito boa essa não foi a gente ficou independente sem guerra para quem vir ela Brasil pergunta Brasil com os movimentos de libertação na América Latina plano sala da África não tão boa se a gente pensar né que a gente sabe que o brasileiro é boa de fechar junto né vamos ver agora não tenho crise e fecha junto né não tem problema não tem cisão tamo junto o caso da independência brasileira na época da Independência a ele estava toda partida tanto que os deputados brasileiros que foram para Portugal nos estados de Pernambuco e ele é um reclamar do Rio de Janeiro hoje Salvador queriam reclamar de Pernambuco é tavam todos divididos por que eles acreditavam que a rebelião do porto era como diz o nome rebelião Liberal do Porto realização que era Liberal para o Brasil e é só que a rebelião era só Liberal para Portugal no que se refere ao Brasil queria o que a recolonização Esses deputados voltam e fala uma coisa vai engrossar para o nosso lado então essa Elite que era profundamente dividida ontem fazer uma Independência e manter ia coesão do território por exemplo se vocês repararem no mapa da América do Sul a gente pode achar nós como o Brasil é grande né natureza que é grande a natureza que é grande é o tipo de independência que produziu né os três vice-reinados viraram essa enormidade de país e o Brasil com a opção pelo Rei pela monarquia evitou desmembramento Você tem razão evitou a revolução social e Victor mais fez uma emancipação que não mexia uma questão que nós estamos tratando aqui que a escravidão não mexer em outra que O tratamos que é a grande propriedade não mexeu e mais um outro elemento que não tratamos aqui que é grande propriedade monocultora e voltada para exportação então a pergunta que o historiador sempre tem que fazer foi bom para quem não é a famosa pergunta foi bom para você como é que foi sim a pergunta é foi bom para essas elites governantes garantiu que não existisse uma rebelião sim mas pensado nesse povo miúdo e na história da escravidão foi muito ruim né porque fortaleceu essa Elite que se pautava na escravidão sempre difícil saber como teria sido se não fosse Mas é para mim sempre mesmo o que despertou muita curiosidade como é que esses portugueses um povo que 1 milhão de habitantes em Portugal não é o meu trabalho agora mesmo Como é que Conseguiram manter um país desse tamanho você sobe o Rio Negro vai lá no fundo que chega prova de São Gabriel da Cachoeira uma fortaleza que eles fizeram lá no século 17 naquele lugar que é difícil você chegar hoje com todo o conforto dos aviões dos Barcos etc é como é que conseguiram fazer isso segurar um país com toda essa dimensão um povo número de habitantes estão pequenos é porque Portugal na sua pergunta é ótima eles dão pulo do gato né eles constroem a gente chama também de um sistema colonial sistema colonial português vale ou também quando a gente pensar que era o sistema é um sistema colonial plástico o problema de Gilberto sair na minha opinião de falar da plasticidade dos portugueses não está na descoberta da ilha da e está madjer ativação da parte cidade mas eles são plásticos Então isso é muito bom eles são plásticos você é muito bom nem sempre mas a gente pensar os portugueses criaram diferentes sistemas coloniais no Oriente eles tinham tipo de colonização na África uma colonização de entrepostos só das Fronteiras que não é preciso colonizar o resto no Brasil eles pretendiam fazer uma colonização desse desse tipo tanto que começaram como exploração só da Fronteira dizimaram o livro A gente encontra como o pau-brasil foi uma espécie dizimada de Fato né quiser ecologicamente também falamos dos problemas dos encontros culturais e biológicos na da do descobrimento houve um desencontro Ecológico terrível Portugal pretendia fazer um mesmo tipo de colonização o que que deu errado o Tratado de Tordesilhas né o Tratado de Tordesilhas a pérola da diplomacia internacional é mais ou menos assim vocês me perdoem a caricatura desse lado para cá é seu desse lado para cá é meu só Esqueceram de combinar com os outros né portugueses espanhóis dividiram o mundo e não combinaram para o restante o que que aconteceu eles holandeses franceses holandeses e ingleses começaram a invadir a França se estabeleceu de uma maneira na França Antártica no Rio de Janeiro atual Rio de Janeiro na França equinocial atual Maranhão e inacreditável o domínio Holandês todos sabemos o que que foi não é e a importância EA profundidade da colonização Então Portugal cirrê em toda a quinta da seguinte maneira construindo uma colônia de povoamento e de exploração de facto a colônia inglesa Esse é o modelo do Celso Furtado que a gente Questiona um pouco porque ele é um pouco keima Tico né falando da colônia de exploração colônia de povoamento dizendo que as colônias inglesas eram colônias de povoamento e a as colônias portuguesas eram de exploração no caso do Brasil O que foram as capitanias hereditárias Você já leu o documento vai ficar fazer detalhes não é eles do para donatário e o texto é mais ou menos assim desse daqui nesse canto do que eu conheço o litoral até onde você quiser entrando é seu não quer dizer não tinha mapa ela dividida a partir da Costa a partir da Costa em trechos retos no respeitado acidente jogar como respeitar lá nada e qual foi o pulo do gato e por que que se enraizou tanto entre nós a escravidão ou seja Portugal não tinha população para povoar esses locais não tinha situação da Inglaterra que você tinha uma população que estava sendo expulsa né por conta das guerras de religião por conta de enfim de uma série de elementos que tavam na Inglaterra vez pulsando a sua população Portugal não então é preciso entrar com trabalho compulsório primeiro se tentou usar o trabalho indígena não deu certo porque é muito difícil escreve escravizar alguém na própria terra e aí a escravidão compulsória africana virou um grande negócio no final do século 16 o tráfico rendia mais do que a cana-de-açúcar porque era uma maneira de manter os navios sempre cheios ia cana voltava escravizado e os preços Como Portugal dominava as pontas dominava as feitorias na África e dominava o aba o abastecimento Era um negócio uma lucratividade incalculável fazia trabalhos como do rapper foi na glória que mostram que os lucros auferidos com o tráfico eram de fato mesmo com a mortandade de elevada da viagem muito elevada eram de fato inacreditáveis então oposto da fama e a gente não está aqui eu não tô aqui jogando se foi bem ou não mas enfim como saída foi uma saída absolutamente inventiva e quando nós chegamos na fase da República não como aconteceu aquela desintegração ali naquele momento que levou à tomada do Poder pelos militares vá o império foi um momento muito interessante do Brasil na minha opinião porque o império de novo essa equação inclusão e exclusão né o império foi um momento Pedro Segundo talvez foi o grande estadista que conhecemos né quer dizer você é possível dizer que ele vai governar no momento de pujança do café de uma Maré Econômica favorável a gente sabe que isso é sempre importante né ninguém inventa um milagre Mas ele foi um estadista no sentido de contemplar as diferenças de priorizar a educação de fatores Oi nega mais ao mesmo tempo tá boa com a questão da escravidão grande momento que marca o apogeu EA queda do império EA guerra do Paraguai a guerra do Paraguai era para ser muito curta era para ser uma questão fortuita na os três países Argentina Paraguai e Uruguai iriam se uniram Argentina Paraguai e Uruguai iriam sumir e derrotar Paraguai rapidamente EA guerra Demorou cinco longos anos a Brasil Demorou cinco longos anos levou uma morto andar de tremenda a escravizadas foram para o front como libertos voltavam e voltaram com a situação lá escravizadas outra vez Então após a guerra do Paraguai se monta os grupos abolicionista que foram muitos Abolição vai virando uma questão do coração não é uma questão de vontade Popular a partir de 1870 Ah e só faz crescer aos impressionantes e se monta o Partido Republicano tão que vai acontecendo aqui de setenta a oitenta e nove a gente vai vendo o império cada vez mais isolados quando ocorre o golpe da República a instituição Império já não tinha força nenhuma quem segurava o império Por incrível que pareça Pedro Segundo tanto que deu Dori costumava dizer que ele preferia que velho morresse antes a mãe de Deus da hora é verdade você sabe ela não tá no livro ela ela ela nunca mais fala quando eu adoro desde que ele proclamou a República ele ela enfim decreta guerra Deodoro fala que não fala mais com ele que ele teria feito uma grande maldade dizem que a família imperial foi mandado embora de madrugada porque o medo não era o medo de que a família imperial fosse utilizada o medo é que a população Viesse a favor da família O Dom Pedro era uma figura Popular mesmo tanto que ele vai embora em fantasma da monarquia continua mas as tituição propriamente dita não tinha mais força e ela é o império briga com a igreja briga com os grandes proprietários e o que vai ser lá a sorte do império é a lei Áurea em 1888 porque ele desagrada a todos de um lado é uma lei muito curta né A partir dessa data não há mais ficava no Brasil por parte dos grandes proprietários do Vale do Paraíba que eram os que tinham ainda parte do seu Cabedal muito concentrada na escravaria eles aguardavam uma abolição com indenização que não existiu Então ontem e eles são os republicanos tardios ou republicanos de última hora são os últimos republicanos aderirem ao partido por outro lado né no que se refere aos movimentos populares e abolicionista sa lei não previu o quê e como é que essa população ia ser inserida como seria o Day After dessa população não houve nenhum programa e ao contrário desde a década de 70 começam os primeiros projetos de incentivo aos Imigrantes primeiro europeus e depois orientais essa uma população que não estava preparada para competir sobretudo nas cidades é uma população que aflui as cidades que é ganhar cidades estão muito dessa conformação Que nós conhecemos hoje né com as cidades e os seus arredores né cuja coloração é basicamente Negra né como diz o Lima Barreto né no subúrbio estudo é uma grande gradação de tonalidades do negro vem desse momento de afta da Abolição então o império conseguiu desagradar a todos não é não é à toa que cai logo após a abolição e esse começo tumultuado da república eu sou eu acho a primeira república um período muito interessante né tanto que no Livro Heloísa e eu nós defendemos a ideia que é o melhor que não é Nossa que vende uma historiadora que eu gosto muito Angela de Castro Gomes que esse nome república velha foi o nome não sei se vocês sabem foi o nome criado pelo pelo governo de Getúlio Vargas que chamou a si logo do estado novo né a contraposição entre Novo e Velho muito forte né quer dizer o estado o governo de Getúlio seria novo e a antiga a primeira república quero o nome que tinha na primeira república porque enfim assim que nasceu né nasce dos primos dos primeiros né da do começo é logo Vila Velha essa ideia de velha é uma ideia correta novamente e incorreta também estourado Tem essa mania né a gente acha que vai concordar e discorda nem um pouco do movimento da história é a correta porque o que foi dramático é que logo após a abolição Júri e não é com a lei Áurea tomar um forte força o que as teorias raciais determinista sociais então quando a gente diz que o racismo o racismo as teorias raciais nascem após a abolição da escravidão porque o que acontece a ciência constrói uma outra desigualdade tão forte com uma da escravidão é uma desigualdade de natureza não é que diz os homens nascem iguais e pior ainda são os mestiços esses sim são degenerados então aí eu Primeira República tem esse lado da exclusão social mas a Primeira República é um experimento social Drauzio da maior importância tem tudo tipo de greve você tem a greve dos Imigrantes à greve dos trabalhadores tem a Revolta da Chibata tem Canudos enfim tem todo tipo de manifestação social que a gente não via no império né é interessante o Euclides da Cunha que tem aquele primeira parte do livro A Terra aquele descreve as plantas a vegetação geografia com a precisão maravilhosa e com talento poético na muito interessante Capítulo de no pode discutir Ele explica porque é que o mestiço quando você tem uma raça inferior que se mescla que se acasala com uma raça superior o mestiço não adquire as características da raça superior e fica com mais barato inferior um homem daqueles brilhante daquele jeito podia ter um mais das reconceituação atmosfera preconceito isso era feito em nome da se era conceito né eu lembro civil Romero nessa época escreve uma frase que eu fiquei muito impressionado que eles é preciso não ter preconceito Eu lembro que você tava no final da página falei graças a Deus uma pessoa que e eu virei a página e dizia os homens são diferentes ou seja preconceito nessa época dizer que os homens eram iguais eles chamavam isso da balela do livre-arbítrio Nina Rodrigues que é um médico bairro da Escola Baiana da escola Tropical logo após a abolição da escravidão escreve um livro que chama a responsabilidade Penal em que ele propõe aexistência de dois códigos penais não tá brancos outro planeta e o que é interessante é que a hipótese do do Nina Rodrigues era muito interessante porque ele dizia o crime é relativo cada povo tem uma noção de crime o problema não era a hipótese era o remédio porque o remédio qual era a criação de duas constituições uma para brancos e uma para Preto então quando Euclides da Cunha faz um livro Como Sertões que a primeira parte é uma beleza a terra se vocês forem lei alto faço um sozinho para ninguém achar que você é maluco mas a Sibila sabe Muito bonito você tem que falar por mais bonita do livro beleza parte sobre o cacto né que o cacto ele é seco que tem espinho por fora mas é doce por dentro que esse é o sertanejo é uma beleza aí você vai para a última parte que é a luta é comovente porque é o próprio Euclides da Cunha dizendo o que que deu errado porque no meio tem uma parte que ninguém cita que é o homem e na parte sobre o homem ele fala que o sertanejo é um desastre é o desequilíbrio é que eram as teorias da época o Brasil e a fracassar por causa dos seus povos misturados e quando ele vai para a luta o que que vai acontecer a teoria não dá certo e ele acaba dizendo oposto e ele acaba dizendo que o sertanejo é um forte né porque veio acaba totalmente vencido né a força do sertanejo que enfim com tão pouco ele faz tanto né ele reage tanto ele resiste tanto ela é tão Valentina aí o Brasil passa por essa confusão toda por essas rebeliões por tudo ir acaba chegando Getúlio Vargas a personalidade absolutamente controversa mano totalmente acho que a maioria das pessoas que que fala do jeito políticos falam muito dele nem falo com grande respeito e admiração acho que não conhecem direito a história do Brasil não é eu penso que Cada um carrega o seu Getúlio né o Getúlio para chamar de seu né seja porque eu fico pensando das que a um primeiro Getúlio até dia tudo foi tudo né que às vezes você quiser contar no Whats no a história do Brasil conta do Getúlio por ele foi o nosso pai dos pobres né foi quem deu as leis teu Olha lá quando a gente fala de eu não né que ele foi uma luta política danada mas tem as nossas leis trabalhistas né ele foi uma um populista ele foi um ditador ele aderiu a gente sabe né o Lia nos mostra também né ele foi isso tudo né quer dizer então é é um é um político é difícil de domesticar né e acho que enfim temos o Bóris Fausto Lyra que lhe dão tão bem com esse personagem porque ele é muito aí acho que não vale a pena tentar achar talo a partir de um primeiro momento do Caudilho ou de um segundo momento ou do momento em que ele se mata no livro A essa nós desenvolvemos uma tese que arriscada mas que tá chamando muita atenção que é o momento do suicídio de Getúlio Vargas que é um momento dramático da nossa história mas que enfim um povo fez a democracia Porque o povo assumiu as ruas com uma força que uma pessoa como Lacerda não imaginava que eles achavam que Getúlio estava vencido e ele se reinventa né também eu acho que outra dificuldade de Getúlio Vargas é um pouco que ele é modal a gente pensar no Nossa no nosso modelo de político por isso eu digo modal que essa ideia de que um bom político vai mudando isso a Glória E ai dom Pedro assim não era quase um pai né quiser a ideia de que era um bom governante porque era um pai Getúlio Vargas era um bom governante que era um pai Lula tentou durante muito tempo beber nessa ideia da paternidade Esse é um problema muito bem muito bem depois falar dessa família completa já que temos essa família complexa constituída Qual o problema desse tipo de compreensão seja pai seja mais mãe mas não né mal mas é porque nós Pensamos a política como um efeito da relação pessoal e não pública nossa missão a tese que nós desenvolvemos muito do livro desde o começo que é essa questão de que no Brasil nós temos uma relação muito complexa entre o público eo privado né o nosso começamos o livro dizendo que o nosso primeiro Historiador o Frei Vicente já começava a dizer o Brasil todo mundo é casa e ninguém é república né ah o Cabral levando é só na convidou convidou nada contratou os marujos para o fim estarem nas suas Caravelas ele disse cada um que leve a sua casa né então enfim essa ideia da casa como um elemento fundamental por sobre o estado né é uma é uma ideia dramática e vem muito desse modelo de Getúlio Vargas né do pai dos pobres né só que significa ser o pai é um pai Severo nós um pai Justo mas de novo voltamos a ideia dos índios né Os brasileiros são passivos né E que se acomoda um frente a autoridade paterna democracia não é isso estamos chegando no final que a gente fazer mais uma pergunta só inevitável como é que você interpreta o momento político brasileiro atual e função é do que veio antes dele e a gente tem dito que esta biografia que nós escrevemos é uma biografia bastante esperançosa né quer dizer que é uma biografia que nós temos uma empatia com o biografado e às vezes estranhamos muito esse biografado né Eu acho que nós estávamos Talvez o momento mais difícil desse livro foi a conclusão né que a gente toda vez que iria recomeçar Houve um momento que a gente já tinha colocado um ponto final depois das manifestações na Paulista Você jura que vai até muito pertinho e a Heloísa fosse uma ideia eu vou levar Heloísa nem vem aí mesmo eu mostro até porque acho que a gente tá vivendo um momento de muita aceleração o tempo vai passando muito rápido muita novidade Este era um problema do nosso livro O que que a gente podia colocar no livro que não ficaria datado muita muito rapidamente o que que era quais eram os processos que se encerraram em que nós como historiadores podíamos dizer olha aqui eu enxergo como se encerrou mas sobretudo quando nós estávamos e esse livro que Portanto acho que era Janeiro nada esse ano a já era um país muito indignado muito nervoso muito indignado com muita vontade de entender com muita vontade de lidar com as suas ambivalências e que talvez um momento muito Republicano na quer dizer nós fizemos isso e eu tô aqui corro perigo de me repetir Mas acho que isso é importante quando o Cunha diz na nossa democracia está em questão não é a democracia que está em questão para ver Verde está em questão não é a instituição tá forte o tanto que pode colocar o Cunha em questão Então as instituições democráticas estão fortes né Por mais que enfim estamos vivendo um problema um momento muito delicado As instituições constituídas estão lá estão cumprindo o seu papel e pensa que nós brasileiros Devemos lutar para que elas continuam cumprindo o seu papel agora nós nós estamos tomando de lavada no nosso É mesmo né nos valores públicos no nosso valores cidadãos né nas nossas lutas pelos direitos das batalha muito por isso é que vivemos um novo momento em que nós batalharmos não só pelo direito à igualdade Mas pelo direito a diferença na igualdade nesses direitos a diferença nesses direitos e nos valores que nós temos de lutar pela pela cidadania só pode ser um projeto de cada um não adianta para o pau estado não é só o estado somos nós também então enfim nesse terreno nós estamos enfim como a gente dismal na ficha né e acho que quando tava nós estamos terminando esse livro A pensa que os brasileiros já estavam reagindo a indignada mente a isso que nós estamos fazendo com o nosso espaço público né do que do que é feito o nosso espaço público a corrupção não é endêmica né se nós acreditarmos e endemia é nada contra os médicos nós vamos estar o que nós temos um defeito de natureza nosso problema não é de natureza não é biológico é uma construção social e mais ainda a gente fala que nós endemicamente não somos republicanos nós estamos dando para nós aquele lugar passivo que não passei por quê Qual é a reação a isso eles é bom se isso aqui é da natureza dos brasileiros não vão fazer há muito o que fazer e não há nada que diga que a corrupção eo mau uso da máquina pública seja um elementos naturais do brasileiro é tudo construção histórica e social é muito obrigado obrigada muito obrigada tá eu estou soubessem influenciadas pelos meus filhos Mônica daquele jeito ela disse que não eu não sou tudo isso ela é assim é uma Galina Magali assumir eu como mesmo gosta de comer com bastante amostra das vezes e outras vezes e é elegante elegante pra vocês se

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