Ah, essa cena é uma cena muito importante, muito emblemática no filme. É um momento onde Flávio Godói vai ver as imagens do crime, do tráfego, da violência que a dona Nina registrou, captou da janela do seu apartamento com a câmera. Ele tá colocando as fitas no vde cassete e assistindo as essas imagens. E é um momento onde no dia ali no sete a gente tava era uma cena de silêncio, né? Então tava muito concentrado para fazer essa cena, porque tinha que entregar muita informação através do olhar o tempo todo. Em todo corte, em todo momento de de mudança, de posicionamento, eu estava sempre pensando naquilo que eu tinha que passar, no que eu tinha lido do roteiro, porque as imagens que são passadas pro telespectador, parece que a televisão tá ligada para mim, mas na hora ela não tá ligada para mim. Eu tô tudo trazendo através da emoção, sempre trazendo na emoção, através do olhar, através das sensações, do pensamento e das lembranças da vida e do personagem, né? Era o Flávio Godói, lembrando de várias notícias, várias informações que ele já viveu e já presenciou na vida dele. E o jornalista, o real, o Fábio Guzmão, quando viu essa cena, ficou muito impressionado, falou para mim e ficou muito contente porque ele lembra, ele se viu na cena, ele lembrou do que aconteceu com ele na época e deu esse retorno para mim falando quanto que ele se emocionou vendo. Ele ficou arrepiado com essa cena. Lembro que a cada momento tinha mudança de cena, tinha corte, mas eu tava ali focado na história, entregando algumas ideias através do corpo, através do olhar. E o Andrúcha captou um momento que eu tô com a cabeça para trás, com o pé no sofá. Aí ele falou: "Olha, olha, olha". Foi olhando, se [Música] aproxima filho da [ __ ] Tem tu é carão. Agora deu tiro. Aí acontece a magia. É uma conexão, um monte de coisa acontecendo e eu fiquei muito, muito feliz, impressionado com o resultado dessa cena.
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