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Maratona do Rio | Podcast Outras Histórias

Maratona do Rio | Podcast Outras Histórias

e não começa em 2013 e o aceitei o convite de uma amiga para correr a maratona do Rio de Janeiro não há prova que eu não tinha participado ainda é o Olá eu sou Drauzio Varella e aqui você vai ouvir outras histórias a E aí [Música] e no dia que antecedeu a maratona o meu enteado o Gabriel decidiu nos acompanhar durante os primeiros 21 km mesmo estando destreinado eu não sei onde eu tava com a cabeça naquela noite menos atenção foi tanta que eu não cortei as unhas do pé não separei as roupas para o dia seguinte como eu sempre faço e nem fui cedo para cama a 5 horas da manhã quando o despertador tocou eu desliguei para descansar aqueles 10 minutos fatídico jamais né a 5:30 eu acordei com o interfone o Gabriel tava me esperando um táxi no horário que tinha combinado comigo que apavorado combinam lembra o que voando vestiu o calção a camiseta com o número isso aí com o tênis na mão para calçar no elevador na pressa eu esqueci o boné os óculos escuros e não lembrei de proteger os mamilos com esparadrapos que tava ali no canto da pia do banheiro é importante proteger os mamilos que a camiseta um pano e machuca como desgraça pouca é contra tempo o trânsito por um Recreio dos Bandeirantes onde começa a prova tava Infernal às tantas eu achei que ia perder mesmo a prova sente ódio de mim mesmo não crente não é também a responsabilidade Só porque a maratona era no Rio de Janeiro sei lá em casa não sei lá o que me deu na cabeça Chegamos em cima da hora e fomos colocados à frente por uma gentileza de uma organizadora com o Gabriel que na época atuava numa novela na TV Globo nós ficamos no pelotão de Elite junto com os demais corredores eu achei perigoso que assim que fosse dada a partida o estouro da Boiada com aqueles corredores que passar por cima da gente quando fui pedir que nos deixasse mudar de lugar já era tarde a prova tava começando E aí um puxão Gabriel e nós nos encostamos na grade lateral um atrás do outro até que aquele pelotão o ensino uma velocidade que a gente não teria menor condição de acompanhar tem que não tivéssemos tomado esse cuidado eu acho que eles tinham passado por cima de nós passado o susto a multidão de camisetas coloridas de uma volta pelas ruas do Recreio E chegou a Avenida Lúcio Costa Ribeiro Mara ali em toda a Barra do Rio de Janeiro ao longe apareceu o Morro Dois Irmãos EA Pedra da Gávea imponentes assina in completamente indiferentes às limitações da condição humana já alta sete horas da manhã o sol batia de frente né na cara da gente que falta fazer os óculos escuros e o boné que o crente não tinha esquecido de pegar assim que as montanhas eo mar apareceram um corredor de camiseta verde-limão me alertou com a isenção habitual dos cariocas ao referir-se a própria cidade e disse assim pode se preparar Doutor você vai correr a maratona mais e do mundo carioca são modestos da Silva a prova segue à beira-mar por muitos quilômetros com os prédios é esquerda os coqueiros você Ana direita e com o azul que se perde no horizonte e ali no fundo o Morro Dois Irmãos EA Pedra da Gávea quando completamos 15 km pelas rochas vulcânicas o morro e a pedra que sempre me encantaram na paisagem da cidade começaram a me irritar tanto esforço naquele sol sabe e as montanhas lá mastodônticas impassíveis só para dar impressão de que nós estávamos parados no quilômetro dezoito o Gabriel me disse vai embora eu tô muito cansado eu respondi que não tinha pressa e reduzirmos a velocidade do quilômetro vinte e lamentou em voz baixa Que absurdo não chega nunca o Marco do quilômetro 21 foi um alívio para ele que saiu da pista com aro de felicidade dos tempos de criança para mim nem tanto é apenas na metade do martírio meus mamilos começaram a arder não estavam protegidos aproveitei para pedir um pedaço de esparadrapo no posto de atendimento Providência aqui foi de pouca valia porque com peito molhado de suor um esparadrapo de escolar seja o que o diabo quiser pensei naquela hora ver a Pedra da Gávea desaparecer por trás dos dois irmãos foi um alento saber que a paisagem mudaria Serviu de consolo para enfrentar a subida do Juá nem tão íngrime mas é longa essa subida e na descida junto ao Morro do Vidigal veio em sentido contrário um grupo de rapazes um deles de bermuda sem camisa cordão de ouro no pescoço uma latinha de cerveja em cada mão levantou os braços para reclamar num cantado carioca Moreira da Silva de samba de breque bonito você sai na moleza na descida enquanto nós aqui sofrendo nesse subidão de a correr 30Km a maratona chegou Leblon com calçadão lotado de Gente em movimento na plateia ouviu o chamado da minha mulher e vi que ela estava com a minha nora e o Gabriel que tinha pegado um táxi no quilômetro 21 e tinha ido encontrar com ela numa hora dessas um beijo na boca mesmo de passagem que eu evito alisa mais que glicose na veia aí começa a fase mais dura você tem que percorrer o Leblon e Ipanema para então atravessar Copacabana inteira Botafogo e boa parte do Aterro do Flamengo é preciso ser de Ferro para não sentar num daqueles quiosques do calçadão no meio de gente bonita pediu um chopp bem gelado e mandar maratona para o inferno ou para mais longe ainda essa vontade não faltou naquele momento já não estava bom ter completado 30 km que motivação nos faz persistir sem levar em consideração os lamentos e depois haurido o que a gente pretende provar os outros EA nós mesmos as maratonas atrai indivíduos obstinados que encontram graça em criar desafios É lógico que o preparo físico adquirido os benefícios à saúde admiração que causa no Imaginário alheio a capacidade de correr tanto servem de estímulo mas constitui motivações secundárias acima de tudo está o desejo de demonstrarmos a nós mesmos que temos força de vontade disciplina e destemor para enfrentar o desânimo e as dores que surgiram no percurso até a linha de chegada aprendizado que nos tornará mais resistente as interpéries e impostas pelo destino para chegar à Praia de Botafogo com o Pão de Açúcar e os barcos na Enseada lindo as minhas pernas já não lhe pertence o mesmo amigos deixaram duas rodas concêntricas de sangue na camiseta os pés do rio o sol ofuscava os olhos minha careca desprotegida ardia sobre aquela bola de fogo que não dava um minuto de trégua o corpo era um fardo torturante impermeável a menor sensação de prazer a fisionomia de meus companheiros de infortúnio não podia ser mais lamentável é possível que eles achassem o mesmo da minha como foi esqueceu o esparadrapo e o boné em pleno Rio de Janeiro e as unhas dos pés que nunca havia machucado pela primeira vez iria perdendo os como tanto os maratonistas nesse estado de espírito com pesar notei que a praia de Botafogo faz uma curva Sem Fim quase 360 graus detalhes percebido para quem passa de carro fiquei com ódio da Enseada e os barquinhos das velas brancas do Pão de Açúcar do Sol do braço suado que vez valor no meu da Areia dos banhistas embaixo do guarda-sol dos transeuntes uma das nossas misérias e do Maldito bondinho abarrotado de gente desocupada como sair vivo daquela curva assassina quando finalmente entramos no aterro do Flamengo empurrados pelos espectadores que gritavam palavras animadoras e cheguei um raio de luz no fim do túnel a estratégia havia dado certo a pesados 33 graus terminaria a prova num tempo razoável mal cruzei a linha de chegada fui invadido por uma sensação de paz celestial sentir um twit nos ouvidos igual a barato de droga mas aí agora com vista para o Corcovado eo Cristo Redentor caminho de volta atrás de um táxi o Pão de Açúcar continuava lá com o Bondinho a areia os barcos e os reflexos do sol na água o rapaz de camiseta Verde tinha razão aquela foi a maratona mais bonita que ocorre e semanalmente estarei aqui para contar outras histórias a trilha sonora foi feita pela in sonoris e a produção é da usemika conteúdo e [Música]

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