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Momento decisivo para enfrentamento da crise climática global | COP30 AMAZÔNIA

Momento decisivo para enfrentamento da crise climática global | COP30 AMAZÔNIA

um dia o Brasil leu às 18 horas de uma quarta-feira que um empresário americano voltava à vista para a nossa borracha Parecia apenas um dia como outros mas dali em diante as horas os dias as semanas os meses e os anos nunca mais foram os mesmos [Música] Houve momentos em que um presidente depósito fugiu do palácio Outro escolheu deixar a vida para entrar na história e um terceiro abruptamente ficou para a história como mártir da nova república Em muitos dias olhamos o céu para encontrar maravilhas para ir além da ficção para lamentar e chorar Outros mantivemos o pé no chão atrás de façanhas de sonhos de perdas de união e de beleza Houve ocasiões em que foi preciso falar de guerra mas houve muitas outras em que se clamou pela paz Ao longo do tempo o papel daquele primeiro dia também se transformou As horas se multiplicaram a notícia se espalhou Vieram as cores os computadores a internet a inteligência artificial o carnaval dia dos pais o gibi o bonequinho Todos foram inovações surgidas na esteira daquele primeiro dia Aos poucos o que era apenas informação virou contexto virou análise virou missão lazer gastronomia humor reconhecimento Em um século foi preciso fazer diferença a cada dia e muitos outros dias não teriam existido se não fosse aquele 29 de julho de 1925 em que um jornalista teve a iniciativa de lançar um novo jornal que se reinventa a cada dia pensando no dia seguinte O Globo 100 anos O maior aprendizado que eu tive foi essa ideia de mudar o ângulo se ligar com as pessoas com as atividades Por isso que o André Norunha da Jornada Amazônia tá aqui com a gente A jornada Amazônia ela é justamente esse novo olhar pra floresta A gente dá suporte para empreendedores que são daqui Um bom exemplo é o Gilberto da Paraóia Esse aqui é o cupo açúcar Além do suco você extrai uma manteiga que é super hidratante antiinflamatório e a floresta dizendo: "Eu tenho valor" Fazer a diferença pra Amazônia juntos tem a ver com a Vale Abram alas pro [Música] futuro Nessa travessia entre o hoje e o amanhã Que venha o passo seguinte a nova jornada É assim que o nosso estado segue abrindo caminhos olhando pra frente na ponte do agora pro depois todos juntos no caminhar das águas do rio no tempo do fazer e do cuidado no trabalho que deixa legado Vem aí a COP 30 com o Pará se transformando o estado inteiro avançando mostrando pro mundo todo como crescer preservando como preservar crescendo 25 O paraminho do [Música] futuro É o primeiro Tá dando para ouvir bem Esse seminário é o primeiro de uma série de encontros do projeto COP 30 Amazônia uma iniciativa dos jornais Valor Econômico Globo e da Rádio CBN com patrocínio de JBS Vale apoio do governo do estado do Pará e parceria institucional do Instituto Clima e Sociedade do Centro Brasileiro de Relações Internacionais Nessa estreia estamos reunidos diretamente aqui de Belém essa cidade linda a cidade sede da COP 30 eh que no que vai acontecer em novembro para começar a aprofundar as discussões que terão destaque na conferência e ao longo do ano Como vocês sabem a conferência das Nações Unidas sobre Mundça do Clima é um encontro global anual que reúne governos cientistas ONGs empresas representantes da sociedade civil é o maior e mais importante evento mundial que discute as ações relacionadas ao clima do planeta eh determinante portanto para enfrentar a crise atual É importantíssimo essa a nossa COP 30 aqui A gente sabe disso E pro Brasil sedial evento em Brasil e sedial evento em Belém do Pará representa uma oportunidade histórica Na sua primeira carta o presidente da COP 30 o embaixador André Correa do Lago disse que a crise climática só será enfrentada com um mutirão global de esforços Isso em um momento turbulento no mundo e que em que o multilateralismo está em cheque A gente tá vendo isso todos os dias Aproveito desde agradecer a presença dos nossos convidados a plateia aqui presente e de quem nos acompanha pela internet Esse encontro está sendo transmitido ao vivo nos sites e nas redes sociais do Valor e do Globo agora Então vamos lá Vamos então à abertura do nosso evento Quem está lá conosco é a Ana Tony secretária nacional de mudança do clima do Ministério do Meio Ambiente e diretora executiva da COP 30 CEO da COP 30 Ana Tony tinha confirmado presença no nosso debate aqui em Belém mas ela foi convocada para uma reunião em Brasília pro presidente Lula mas felizmente conseguirá falar conosco agora ao vivo Bom dia secretária Anatônia É um prazer ter você aqui conosco Bom dia Dani Peço novamente desculpas de não poder estar nessa cidade maravilhosa em Belém mas como você mencionou teve tem que ficar aqui em Brasília eh convocada aí por uma reunião no palácio e Brick eh também tá se reunindo Então peço me desculpas juntar aí com vocês Adoraria Muito obrigada Ana Tôn como vocês sabem é economista doutora em ciência política e ela tem uma trajetória no Brasil no exterior muito forte com entidades ambientalistas instituições filantrópicas mercado financeiro entre 2015 e 2023 foi diretora do Instituto Clima e Sociedade até ser convidada pela ministra Marina Silva a compor o Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática e ali liderar processos importantes como o plano clima o plano de adaptação participar da formação da NDC brasileira que é o compromisso climático de reduzir emissões brasileiras de 59% a 67% até 2035 em relação aos níveis de 2005 Bom não os 20 minutos começa a contar agora A Ana foi nomeada em janeiro diretora executiva e CEO da COP 30 Ana o que que significa essa tua posição Qual é esse papel Eh qual é esse teu papel na conferência E se você puder falar também há poucos dias a presidência da COP 30 ficou ligada à presidência da República Muito rapidamente o que isso quer dizer Eh bom a esse cargo né CEO eh da COP 30 é um pouco como eh você falou a COP 30 é o maior evento das Nações Unidas de meio ambiente e mudança do clima Ele vem se complexificando muito aonde a gente tem não só eh os países negociando nós temos o setor privado sociedade civil governos subnacionais Então para ajudar o nosso presidente da COP 30 embaixador André Correa do Lago eh inventar esse esse cargo que é CEO da COP 30 que é como se fosse uma uma vice ali para poder ajudá-lo eh na coordenação geral da COP 30 E eu vou me dedicar é ao conteúdo da COP 30 nos pilares que foram já agora eh decididos que é o pilar Nós teremos quatro pilares um é o pilar da reunião de chefes de estado o segundo pilar é das negociações né razão de ser da COP um terceiro pilar de a agenda da ação e o quarto pilar que é a mobilização porque a gente sabe que a COP traz uma mobilização nacional e internacional muito grande Então esse será o meu papel tentar ver esse todo e assegurar que as coisas ocorram com o sucesso da COP 30 pro Brasil paraa Amazônia e Pará e Belém Muito obrigada Ana Só engatando no que você tá dizendo ontem o presidente Lula nomeou empresário Dan Yosp como champion né da COP Qual o papel dele na mobilização do setor privado O que que é essa agenda de ação Então a agenda de ação ela nasceu eh na COP eh 21 na COP 21 aonde a gente o mundo inteiro queria que a o tema de mudança do clima não ficasse só nos governos federais queria envolver os setor privado governos subnacionais Então foi uma maneira de criar o tal do Champion né o campeão para que esta pessoa se dedicasse em trazer os outros setores pro debate climático Acho que conseguiram né conseguiram bastante porque hoje em dia eh as COPS são eventos imensos 50.000 pessoas 60.000 pessoas Então acho que mostra o êxito dessa decisão da COP naquele momento eh de trazer uma pessoa e não só uma pessoa um grupo de pessoas para ajudar envolver outros atores Então o papel do Dan que como você disse foi nomeado ontem eh é conversar com o que a gente chama as constituênces os outros atores setor privado sociedade civil governos subnacionais E agora isso se tornou tão grande que vai é uma parceria entre o presidente da COP e eh logicamente o campeão para que esses outros atores participem não só nas duas semanas de COP mas no processo da COP como um todo que são pensar em ação climática todos os dias nas posições que eles têm E o Dan tem um tem uma trajetória com o setor empresarial muito grande Eh organizou o B20 né para o o a área de business do G20 que eu tenho certeza que ele vai contribuir muito pro envolvimento do setor privado governos subnacionais sociedades Muito obrigada Ana Nós estamos no dia depois do anúncio das tarifas dos Estados Unidos né mais um BAC pro mundo esse ano O o multilateralismo tá em frangalho segundo alguns analistas né A gente tá vendo isso essa transformação toda como a COP se insere nesse quadro Excelente pergunta Obviamente o a atmosfera texto geopolítico não está eh fácil tá realmente muito difícil A gente tá vendo isso O presidente Trump não só fez o tarifário o tarifá ontem mas saiu eh do acordo de Paris né Isso não é a primeira vez ele já saiu do acordo de Paris Então infelizmente eh quando tivermos o nosso encontro Estados Unidos ainda vai estar mas logicamente já tendo decidido sair Agora a gente tem que lembrar que eh a o acordo de Paris tem 198 países um país saiu do acordo de Paris Então a gente tem a determinação de 197 países eh reforçando a importância de lidarmos com a mudança do clima de maneira multilateral Então o multilateralismo vivo para o regime climático E eu acho que a gente tem uma oportunidade em Belém de quase virar um símbolo da importância do multilateralismo de os países cooperarem para o enfrentamento a mudança do clima Então é isso que a gente tá apostando e até agora a gente percebeu que o governo federal americano resolveu sair do acordo de Paris mas as empresas americanas e eh os governos subnacionais americanos já estão nos contactando e querem muito participar da reunião em Belém Serão muito bem-vindos COP 30 como um símbolo O que que você quer dizer sobre isso Eh como você falou tem alguns analistas estão vendo multilateralismo em frangalhos né que é a palavra que você usou E a gente sabe que para eh combater a mudança do clima não tem outra saída a não ser eh de uma maneira internacional porque eh as moléculas de carbono elas não entendem as nossas fronteiras de estados nação Então se eu poluo no Brasil um chinês um inglês ou americano vai sentir da mesma maneira e vice-versa Então a gente tem que encontrar soluções globais para combater a mudança do clima E nesse sentido é exatamente isso que a gente vai fazer em Belém eh acelerar as ações climáticas de todos os países para combateros aí e tentarmos chegar no objetivo que atingir um grau e meio Ana obrigada Você acaba de voltar da Alemanha né para participar dos diálogos de Petersberg e de Londres também Então se você puder nos dar um pouco o o senso que você eh sentiu lá quer dizer nas eleições alemãs clima desapareceu do discurso político Na Europa Agora só se fala da necessidade de ter recursos paraa defesa Eh fala assim em guerra né Não em urgência climática Como é que você vê a competição por recursos financeiros em um momento que em que há poucos avanços em financiamento climático E uma das tarefas por favor conte pra gente do governo brasileiro da negociação qual é o que você chama de 1.3 Eh uma viagem muito interessante porque ao mesmo tempo que como né acabamos de falar do governo Trump saindo do acordo de Paris então tinha uma união muito grande de que temos trabalhado de maneira cooperativa entre todos Então a grande palavra lá estarmos todos juntos né e fortalecer o regime climático ao mesmo tempo muitos países e os governos muito preocupados e colocando recursos muito mais em defesa e em guerra do que na cooperação climática Então esse foi o grande tema que nós conversamos lá E alguns países o que estão tentando colocar é colocar recursos eh para eh a defesa de para o clima dentro dos orçamentos de defesa contando com que a mudança do do clima é o maior combate que todos nós temos que fazer Então é a segurança da humanidade a segurança de todos deveria também contar aí eh nessas defesas que que estamos colocando Tem uma tem um um uma palavra que sempre foi colocada que guerras são intrinsecamente antiecológicas As guerras são antiecológicas no sentido de elas destróem elas não constróem nesse sentido de que elas estão tirando a atenção do que a gente quer construir e manter da ecologia e manter logicamente de um desenvolvimento sustentável Eh a gente conversou bastante sobre essa eu tem aí uma determinação que o governo brasileiro a presidência da COP 30 aí na presidência da COP 29 chegue com o relatório na COP 30 paraa gente atingir 1.3 trilhões de dólares para os países em desenvolvimento A gente tem que chegar com um relatório estamos aí eh mobilizando economistas logicamente as partes da UNEP CCC Mas principalmente Brasil agora eh aprendendo com o G20 a gente pediu pro nosso ministro da Fazenda eh liderar um processo que vai junto com outros ministros de fazenda nos eh trazer um relatório de como é que poderia o mundo eh chegar a dar 1.3 ou mobilizar o ponto trê trilhão O recurso existe viu Dani O recurso está lá como a gente viu tá sendo gasto em outras coisas Eh na área de clima o recurso tá indo pros Estados Unidos paraa Europa e paraa China Então o que a gente tem que fazer é como é que a gente faz com que esse recurso flua pros países do Sul como o Brasil países africanos e outros E tem muitas propostas na mesa Eu tô muito otimista que essas propostas serão debatidas e espero que a gente chegue em algum consenso Ana obrigada Vamos falar um pouco dos círculos que você mencionou São quatro círculos Um é um círculo como é que eles funcionam Então são quatro círculos e cada um desses círculos trará paraa presidência da COP um produto Então temos o círculo como eu falei de ministros de finanças que será liderado pelo ministro Fernando Hadad Eh teremos o segundo círculo que é de povos indígenas em populações tradicionais populações locais Será liderado pela ministração Guajajara O terceiro círculo que será um círculo do balanço global ético muito importante é que olhar não só o que falta de recursos tecnologias mas princípios éticos nessa cooperação internacional será liderado pela ministra Marina Silva E um quarto ciclo que é olhando paraa governança e aí vai ser liderado pelo eh ex-ministro francês Fabis que foi que logicamente trouxe aí o acordo de Paris Então serão quatro círculos Cada um deles trará da perspectiva desses eh desses atores que vão estar nesse círculo eh inputs e eh entregas para ser considerado pela presidência do Brasil e ver como é que a gente traz as demandas desses setores específicos para dentro da negociação agenda de ação mobilização e o encontro dos chefes de estado Obrigada Ana Vamos falar um pouco de logística antes do conteúdo né Todos sabem o problema de acomodação e mobilidade de Belém quanto isso preocupa e ao mesmo tempo como o paraense gosta de receber bem a todos né Eh como é que você falaria o que que você pode nos falar sobre isso Tá se avançando como é que bom eu acho que os paraenses que estão aí né Dani são os primeiros que podem nos contar como está avançando e eu tive recentemente aí em Belém está avançando e avançando muito Eh essa parceria do governo federal através da Casa Civil o governo estadual eh com o governador Éber e com a prefeitura de Belém eh tem feito um trabalho impressionante rápido né Esperamos e como você falou assim essa é o evento mais importante de sustenabilidade do plano assim do mundo né das Nações Unidas e vamos Amazônia que é o Pará que é que é Belém Então se a desculpa Ana o áudio tá falhando Um minutinho e também só vou te pedir um segundo só porque eu acho que o governador Élder Barbalho tá tá chegando Só só te peço um segundo Bom dia Bom dia Vale E só para não Martin Vai Obrigada governador por sua presença Ana é porque você falhou nesse minuto em que você tava falando Bom dia governador Eh você tava falando um pouco de tava falando de Belém e eu tinha acabado de falar o Belém é do governador Eu tinha tinha acabado de falar que o governador o estado do Pará tá fazendo um trabalho muito eh efetivo impressionante de trazer aí a cidade para receber né a COP 30 Então a gente fica muito feliz nessa parceria do governo federal estadual e municipal Mas eu dizia Andani que essa é a COP eh da sustenabilidade maior do mundo Vamos ter esse evento num lugar muito especial que é a Amazônia que é vista né como um ponto de não retorno Depois que a gente atingiu já passou de 1,5 e se os paraenses recebem sempre maravilhosamente bem Então eu não tenho nenhuma dúvida que essa será uma COP eh muito bem organizada E e nesse sentido se tem a se terá problemas logísticos a gente tem que pensar o ao contrário Ess se tem um problema não é o problema de Belém não é o problema da Amazônia é o problema de uma cópia ser muito grande Então a gente precisa eh assegurar que essa COP vai entregar e não tem lugar melhor para entregar o que a gente precisa entregar que é a aceleração da ação climática num lugar tão simbólico como é Belém como é o Pará como é a Amazônia Então eu tô muito muito feliz que a gente tá tendo eh essa reunião na Amazônia no Pará em Belém Ana obrigada a cúpula do chefe de estado que vai acontecer antes nas cópias anteriores em todas as histórias da COP os chefes de estados costumam chegar falam por 3 minutos fazem declarações e promessas O Brasil pode propor algo diferente Sim esperamos que sim porque como você falou normalmente os chefes de estado chegam correndo competem quase com as negociações e com a agenda de ação e tem que visitar o pavilhão e não dá tempo para eles conversarem entre eles Então a gente tá tá eh logicamente pensando como é que vai ser essa reunião mas a gente espera e precisa de um de liderança eh no regime climático que dê as mensagens coletivas necessárias para avançarmos juntos fortalecer o multilateralismo E a gente acredita que a reunião de chefes de estados acontecendo um pouco antes eh da da das negociações vão dar o espaço pros chefes de estados demonstrarem que estamos unidos numa liderança coletiva para o combate à mudança do crime Então estamos trabalhando para isso E de novo digo que eh a inspiração da Amazônia e de Belém e do Pará eu tenho certeza que vai inspirar muitos chefes de estados eh de entender o que que é a mudança do clima e a urgência da mudança do clima porque a gente tem que preservar a Amazônia eh e logicamente os amazônidas que estão todos eh estarão todos conosco E acho que essa vivência nesse lugar é o que vai trazer eh eh a emergência da reação ao combate à mudança do CR Ana sobre conteúdo noss nosso tempo tá acabando mas precisamos falar sobre isso Os combustíveis fósseis né Esse é o elefante da sala das copas E a decisão de os países se afastarem dos combustíveis fósseis saiu há do anos em Dubai E não se avançou nada nesse fronte né No Brasil a licença para se explorar petróleo no ponto da chamada margem equatorial aqui em frente ao Amapá está eh numa discussão muito sensível num ponto muito sensível Sai não sai Eh vocês dizem que essa é a COP da virada a COP de implementar decisões Quer dizer na COP 30 pode sair um plano para ser saídos combustíveis fósseis O que que você pode esperar sobre isso como você falou eu acho que esse é o grande tema Eh importante lembrar que essa decisão sobre transitar para o fim do combustível possa de maneira ordenada justa equitativa saiu já foi acordado por todos os países e agora o debate tem que saber como vamos fazer isso Então não é o debate mais do C é o debate do como Uma das maneiras que foi acordado já é que isso deveria se refletir nas NDCs dos países Como você sabe todos os países vão estar entregando até setembro todas as suas NCs O Brasil já fez isso e se você lê na nossa NDC fala qual é a contribuição nacional brasileira para essa transição energética eh de triplicar energia renovável duplicar eficiência e transitar para o fim de combustível falso Então eh primeiro temos que coletar o que todos os países vão estar falando nas suas NDCs que isso vai nos dar assim uma percepção se estamos começando a implementar ou não E o mais importante é termos um plano O problema é se não termos se não tivermos um plano para começar esse debate como eu falei já foi decidido que faremos é como faremos e tem que ser feito de uma maneira ordenada equitativa e justa Cada país vai saber a melhor maneira de fazer mas eles têm que apresentar os seus planos Acho que o governo brasileiro através do plano clima através do plano de transição energética vai tá trazendo esses planos e a gente tem que enfrentar E digo uma coisa Dani se me permitir quando se falava sobre desmatamento zero há 20 anos atrás 20 e poucos anos atrás era assim quase um tabu né Principalmente em algumas regiões era assim um problema Isso A sociedade brasileira eh amadureceu esse debate Hoje a gente conversa sobre planos para acabar com o desmatamento de uma maneira muito tranquila pensando quais serão os instrumentos que vão ajudar a acabar com desmatamento ter desmatamento zero como o presidente Lula fala em até 2030 A mesma coisa vai acontecer eh com combustível posso A gente precisa de planos programas Agora temos que amadurecer esse debate de uma maneira qualificada dentro do Brasil E acho que esse debate que agora temos na margem equatorial que tá muito polarizado eu espero que ele traga elementos pra gente qualificar e começar a planejar de uma maneira ordenada como isso vai dar quem e e logicamente sempre protegendo as populações mais vulneráveis não causando inflação pra gente poder fazer isso de uma maneira eh justa que é o que esperamos que aconteça Ana a gente tá chegando aqui no final do seu tempo e a gente tem uma longa manhã pela frente mas eu queria te perguntar outras duas coisa Uma é adaptação Eh sobre a agenda da COP também o que o Brasil tá fazendo aqui A gente sente aqui conversando com as pessoas na Amazônia conversando com quem eh tá trabalhando com bioeconomia né com esses eh o problemas de adaptação em culturas né Eh talvez o governador fale um pouco sobre isso não sei mas enfim eh as culturas começam a sofrer sofreram ano passado culturas de açaí cultura por problemas climáticos né de cacau Eh a COP pode avançar nisso nesse sentido de adaptação eh ou trazendo planos ou trazendo tecnologias ou trazendo financiamento ou não Que que a gente pode esperar Não certamente assim como presidência da Copa a gente espera que o tema adaptação vai ser realmente um dos grandes temas da nossa COP A gente sempre fala muito de mitigação é absolutamente fundamental falar de mitigação que é a única solução mas o ano passado a gente já ultrapassou 1 grau e meio Então é a primeira COP que a gente tem depois que a gente ultrapassou no primeiro ano né não como média já ultrapassou 1,5 Vamos ter uma cópia então que tem que enfrentar o tema de adaptação Não tem nenhuma eh maneira de não fazer Eh eh temos a gente sabe que a mudança do clima paraa população não só brasileira mas global ela não entrou pelas decisões de uma das Nações Unidas Ela entrou através das ondas de calor através das enchentes que entram nas nas casas através dos incêndios né que nessa região acontece muito Então a gente tem que enfrentar adaptação tem que pensar em recursos para adaptação capacitação para adaptação E tem sido pedido a todos os países que entreguem os seus planos de adaptação os chamados NAPS né NDC para mitigação e os NAPS para adaptação O Brasil está fazendo o seu A gente já tá em um plano clima para adaptação que já foi paraa consulta pública Agora tem os planos de adaptação 16 deles setoriais que estão em consulta pública Aproveito para convidar todos e todas para a eh participar da consulta pública para nos ajudar a fortalecer os planos de adaptação Temos até lançamos viu Dani o plano eh de adaptação chamado Adapta Cidades que é para ajudar as eh as cidades mas não tem jeito a gente vai ter que fazer ambos mitigar e adaptar porque e os que mais sofrem são os agricultores Eh o Brasil sabe disso O Brasil é um país muito vulnerável então a gente tem um interesse muito grande em elevar o tema de adaptação na COPT 30 E Ana muito obrigada A última pergunta que eu queria te fazer que o tempo tá mais do que estourado mas o o que que é o que significa a COP 30 E é a COP da Amazônia É a COP na Amazônia É a COP da Floresta E se você puder esclarecer isso e também porque há tanta expectativa em relação à COP 30 aqui em Belém Bom eh começar pelo porque tem tanta expectativa Tem que lembrar que a Convenção de Mudança do Clima nasceu no Brasil no Rio de Janeiro na época de 92 Todos nós nos lembramos alguns de nós participamos disso Depois tivemos a Rio Mais 20 Então o Brasil tem sido uma liderança eh no debate climático global tem liderado pelo exemplo temos sempre fizemos a nossa LDC que é da economia como um todo com eh diminuição de emissão antes de muitos todos os outros países em desenvolvimento Então o Brasil tem uma liderança obviamente é um país democrático eh então tem uma expectativa que eh o esse acúmulo de debate nacional com a nossa sociedade civil com a nossa imprensa ele vai ajudar eh a negociação internacional a atingir novos patamares olhando pro futuro Eu acredito bastante nisso porque a nossa sociedade é muito eh eh entende bastante das vulnerabilidades do clima e sim a mobilização da sociedade civil vai ajudar aquele puchãozinho extra que a gente sempre precisa na negociação Agora sobre a COP se a COP na Amazônia da Amazônia da floresta não da floresta é uma COP no em Belém Eh obviamente em Belém tando estado do Pará na Amazônia ela se torna uma uma cópia emblemática só pelo lugar que será E não tem como eh nem queríamos de jeito nenhum não debater o tema floresta bioeconomia ecossistemas Isso vai ser importantíssimo pro debate Agora não vai ser o debate não então não é uma uma COP que vai debater só floresta é da floresta é uma COP no Brasil que vai debater os temas de Amazônia de floresta para valorizar a sóciobiodiversidade que temos é uma oportunidade incrível pra gente mostrar pro mundo essa nossa sóciobiodiversidade e trazemos também investimentos né porque a gente sabe que a gente precisa de apoio precisa de investimento e vamos ter essa oportunidade de ir num lugar magnífico para poder fazer isso Muito obrigada secretária Anatoney CEO da COP 30 pela tua presença aqui hoje e a gente agradece muito realmente teu tempo E agora eu chamo ao palco a Ana Lúcia Azevedo minha colega repórter especial do Globo para conduzir o nosso primeiro painel e o segundo também Olá muito bom dia a todos Muito obrigada pela presença de todos aqui É uma satisfação conduzir esse painel A Floresta em Foco que o Brasil e o mundo esperam da COP 30 É um tema bem ambicioso né Porque como a própria secretária Anaton falou né O Brasil sediou a Rio 92 que é a origem de todas as COPs de toda deu início a toda essa discussão E agora o Brasil recebe de novo a a meu ver e ao ver todo mundo aqui a cúpula de climática mais importante desde a Rio 92 no momento decisivo já seria sem o cenário internacional conturbado mas a gente a própria crise climática que se impõe então é uma cópia extremamente importante são os 10 anos do acordo de Paris né Então é uma vai ser uma é uma honra chamar os nossos convidados o nosso anfitrião o governador do Pará Hélder Barbalho Por favor governador Paul Igor e do presidente do Tribunal de Contas do Estado Fernando Ribeiro eh dizer que esta é uma oportunidade fantástica Sempre quando me provocam no bom sentido eh a falar sobre os desafios eu eh busco o olhar e da oportunidade a oportunidade do legado ambiental e a oportunidade do legado de infraestrutura que nós estamos tendo a partir da implementação de obras e do preparo para a cidade de Belém Me atendo ao legado ambiental como disse a Ana Tony no painel anterior nós temos um simbolismo extraordinário a partir do momento em que a COP é realizada pela primeira vez eh em uma região com tamanho destaque ambiental como símbolo ambiental de resistência que é a a Amazônia Eh claro também com o ingrediente de o calendário promover Belém a ser Paris mais 10 portanto 10 anos após o acordo de Paris o que gera um natural processo de avaliação daquilo que se comprometeram os países nas suas NDCs lá em Paris quando ali estiver em 2015 E não podemos deixar eh de registrar de que nós estaremos fazendo uma COP depois de duas outras que estiveram sendo realizadas em países que têm eh em combustíveis fósseis a locomotiva das suas economias Portanto eu diria que é um reencontro eh do terreno adequado para discutir meio ambiente E por último um ingrediente muito relevante eh um país que tem uma democracia estruturada o que fortalece a participação popular fortalece e convoca os movimentos do terceiro setor a participação da sociedade civil E aqui não tenho dúvida de que a participação dos povos tradicionais indígenas quilombolas extrativistas mas produtores rurais como um todo todos estarão tendo a oportunidade do palco destas discussões para que nós possamos ouvir os líderes possamos ouvir a iniciativa privada mas possamos mobilizar também a ciência o conhecimento a todos que mobilizam o setor da pesquisa em torno da agenda ambiental com o ingrediente extraordinário da participação popular E o que nós queremos Ana é claro eh discutir o processo das crises climáticas e as soluções sob o olhar transversal E é natural que a transição energética esteja no palco central como esteve nas últimas COPES É natural que se implementem discussões sobre outras agendas mas nos cabe como povos amazônidas sempre discutir floresta e colocar floresta como um ponto estratégico 95% das emissões no estado do Pará são adivindas do uso da terra Portanto nós temos o grande desafio é o nosso grande desafio de quem vive com o pé no chão aqui porque tem muita gente que fala sobre floresta sobre o conceito da importância para o equilíbrio climático mas não traz uma solução que conjugue a pressão sobre a floresta diante do desafio social Se nós não estivermos sempre dialogando de forma integrada este processo nós vamos fazer um belo discurso Nós vamos ter aderência com aquilo que aqueles à distância defendem mas nós não teremos efetividade porque nós sempre na vida real nós iremos viver um conflito entre a agenda ambiental e a agenda social E isto será um problema Isto tem sido um grande problema Por isso no estado do Pará nós trabalhamos de forma absolutamente transversal que é comando controle e fiscalização é combater a ilegalidade ambiental E os números mostram que o combate à ilegalidade ambiental no Pará tem tido resultados Em 2018 o Pará perdeu de floresta 4 Em 2018 em 2024 o Pará perdeu 2.200 km² Portanto nós tivemos uma redução de 50% E nesse mesmo período nós aumentamos a produção da pecuária nós aumentamos a produção do cacau nós aumentamos a produção de outras culturas produtivas Portanto nós estamos efetivamente conseguindo o quê Naquilo que é floresta preservada cerca de 75% do nosso território é innegociável Nós temos que manter este território naquilo que está antropizado naquilo que está em processo de degradação Nós temos duas missões O que está degradado tem que estar na agenda da recuperação florestal E nós acabamos de fazer o primeiro leilão de concessão de floresta do Brasil e foi profundamente exitoso na última sexta-feira que é recuperar a floresta é fazer com que ao invés de nós estarmos ali discutindo plantação de alimentos nós estamos plantando floresta gerando empregos verdes e fazendo com que as pessoas possam ah reflorestar e recuperar o ativo florestal naquilo que está antropizado e voltado para a área produtiva que seja intensificado Não é possível que nós tenhamos aqui uma cultura produtiva de pecuária por exemplo com uma ocupação de uma cabeça de gado por hectare Nós podemos ter três quatro cabeças de gado por hectare mas com rastreabilidade porque aí eu mostro que eu posso produzir mostrando a integridade produtiva o que aponta para toda a cadeia que quem produzir com sustentabilidade terá espaço de mercado Nas outras atividades conciliando pecuária lavoura e floresta nós temos incentivado culturas que geram empregos que produzem alimentos e que restaurem área E aí o cacau e o açaí são as nossas duas grandes culturas estimuladas por nós para que esta conciliação possa acontecer Portanto ah dentro deste contexto com o ingrediente da biodiversidade gerando bioeconomia e com o mercado de carbono sendo uma nova commodity global e eu falarei se for possível sobre isso num segundo momento para que nós efetivamente sejamos um player internacional para facilitar a neutralização das emissões ofertando o nosso crédito de carbono e monetizando aqueles que protegem a floresta nós conseguiremos chegar na equação de valorização da floresta viva e sobre o âmbito da do legado de infraestrutura aqueles que estão vendo Belém transformação urbana obras fantásticas que farão com que a cidade possa ser uma cidade melhor uma cidade mais estruturada para quem vive aqui e certamente um lugar extraordinário uma bela experiência para quem vem nos visitar Muito obrigada governador Eh professor Paulo Aras seu pioneiro no estudo de ciência do clima no Brasil Essa cópia acontece acredito que no momento de maior crise climática a mudança climática que se achava que viria em algumas décadas ela já chegou e chegou com muita força com muita agressividade né Então imagino que isso só aumenta o desafio da COP né Então que expectativa a gente pode ter esse com esse cenário internacional e com esse cenário climático também que já nos afeta a todos É pergunta muito difícil mas eu acho que é importante eh pegar o ponto principal que a ciência coloca paraas necessidades da COP 30 São eu citaria três principais pontos O primeiro deles é reduzir emissões de gás de efeito estufa O segundo deles é reduzir emissões de gás de efeito estufa E vocês podem imaginar qual é o terceiro Bom para fazer isso são dois setores essenciais Um é a questão dos combustíveis fósseis e o segundo é a questão do desmatamento que é ah o ponto dessa dessa discussão aqui Do ponto de vista de combustíveis fósseis É evidente que a ciência há mais de 30 anos coloca claramente que temos que acabar com a exploração e uso dos combustíveis fósseis porque senão essa é a raiz do problema pela razão pela qual todos nós estamos nessa sala e pelos quais nós vamos fazer uma COP 30 Do ponto de vista de redução do desmatamento eh o Brasil está sim tendo um papel de liderança importante reduzimos em 62% o desmatamento ao longo dos últimos 4 anos e estamos indo numa trajetória de desmatamento zero Não vai ser trivial não vai ser simples mas é uma é a única trajetória possível pro caminho da sustentabilidade não só da Amazônia como do clima global Agora esses dois essas dois setores estão interligados porque a Amazônia recentemente tá sofrendo um processo de degradação florestal muito importante causado pelo aquecimento global essencialmente pelos combustíveis fósseis Então não são duas questões que não tem ligação entre si Então é um arranjo muito complexo mas que a gente espera que a COP 30 seja efetivamente a COP da virada onde a gente possa estruturar planos concretos de acabar com a exploração e uso de combustíveis fósseis em todo o planeta e com isso poder construir uma sociedade que seja minimamente sustentável E para isso nós vamos também ter que atacar duas outras questões chaves Primeira adaptação climática Quer dizer como a Ana Tony falou o clima já mudou e vai continuar mudando E o Brasil é muito vulnerável à mudanças climáticas por duas razões Primeiro uma economia baseada no agronegócio que é muito sensível ao clima e à chuva E segundo 60% da nossa energia vem de hidroeletricidade que também depende da chuva Então vocês vejam que o Brasil tem vantagens estratégicas importantes mas também tem vulnerabilidades que a gente tem que levar em conta no equacionamento da estratégia do Brasil paraa COP 30 e que vai dirigir a estratégia dos 196 países signatários do acordo de Paris que a gente espera que a COP ataque esses pontos eh de uma maneira muito muito forte porque as últimas três cópias esses pontos todos acabaram ficando meio escorregadios e é um desafio enorme paraa diplomacia brasileira botar essas questões em cima da mesa Muito obrigada Eu gostaria de perguntar ao André Guimarães né que é um veterano de COPES né participou de muitas copes né [Risadas] e também na luta pela defesa da Amazônia né qual é a expectativa seu ver né da sociedade civil das empresas né qual o melhor cenário que a gente pode esperar como um resultado dessa Copa Obrigado Ana Eh bom bom dia a todos e todas Governador Hélder cumprimentando o senhor todas as autoridades aqui meu amigo chefe Dr Paulo Artacho Rafaela eh bom dia a todos e todas Olha Ana deixa eu deixa eu primeiro colocar um pouco a perspectiva da minha resposta à sua pergunta Eu respondo essa essa pergunta do ponto de vista brasileiro do ponto de vista de um país que tá sediando como a Ana Tony falou um dos eventos se não o evento mais importante pro futuro da humanidade que vai ser a COP 30 Eu falo da perspectiva de um país que é guardião eh do governador Hélder de 65% do maior tesouro que o planeta tem que é a Amazônia E esse país também eh é um enfim um país estratégico na questão da segurança alimentar do planeta Então acho que é importante a gente dar essa eu dar essa perspectiva da pra minha resposta Acho que o primeiro ponto Ana é o fato de que a gente precisa de entender que o Brasil talvez seja o único um dos poucos países do mundo que tenha a ganhar cumprindo com seus compromissos climáticos Deixa eu colocar isso em números em percentuais 50% das emissões brasileiras é desmatamento em torno de tá Aí 25% é é agricultura e pecuária 25% são as outras emissões 90% do desmatamento é ilegal tá Quem diga que até mais do que isso é ilegal Então se a gente combater o crime se a gente parar de desmatar ilegalmente a gente resolve quase metade do problema das emissões brasileiras Então acho que em primeiro lugar é importante a gente colocar em perspectiva e mais uma vez respondendo a sua pergunta o que que eu espero Eu espero que o Brasil lidere pelo exemplo Liderar pelo exemplo dentro da nossa nosso perfil de emissões é reduzir desmatamento como bem colocou o governador Hélder aqui como bem está fazendo o Ministério do Meio Ambiente o IBAM o ICMBO a gente tá na trajetória correta Agora acho que é importante fazer aqui mais uma ponderação Eh né o professor Paulo Acho falou do do agronegócio que realmente carrega a nossa economia que depende de ciclos naturais de chuvas Agora deixa eu colocar meu chapéu de agrônomo aqui governador e Paulo tá Nossa grande vantagem comparativa é que a gente consegue aqui no Brasil produzir duas safras às vezes três safras no mesmo ciclo Ele planta a soja colhe a soja planta o milho colhe o milho Antes de colher o milho planta capim nas linhas e bota o boi São três safras ao mesmo tempo Nenhum país do mundo tem isso Por que que a gente tem isso Porque a gente tem uma distribuição de chuva correta A chuva chove quando tem que encher o grão para de chover quando tem que colher Isso funciona como um relógio Não mais A um dito no Mato Grosso ali na região do Xingu no Mato Grosso e eh que é uma região enfim muito importante para produção agropecuária Existe que o dia 28 de outubro é o dia de plantar soja Por quê Porque nas próximas semanas começa a chover e aí começa o ciclo Não acontece mais Essa desorganização do sistema nada mais é do que colocar nada mais faz do que colocar a gente em risco colocar a segurança alimentar do planeta em risco Vamos olhar o copo meio cheio nesse processo Se a gente então combater o desmatamento ilegal e se a gente cumprir o Código Florestal eu vou dizer o seguinte nós temos hoje no Brasil central tô falando aqui Amazônia e serrado um déficit de algo em torno de 22 milhões de hectares de floresta de vegetação nativa que deveria estar lá mas não tá O Código Florestal exige que esteja mas não está Imagine se a gente conseguir recompor esses 20 e tantos milhões de hectares com uma lógica de maximizar o serviço ambiental gerado por essas áreas E por que isso Deixa eu dar aqui rapidamente para corroborar o que eu tô dizendo Eh a gente estudou no IPAN estamos estudando no IPAN e essa relação floresta agricultura tá e duas pequenas descobertas interessantes que nós fizemos recentemente A primeira é que a soja chega a ser governador 20% mais produtiva até 100 m de distância de um fragmento de vegetação nativa Isso é uma primeira indicativa Segundo eh existe uma correlação direta entre percentual de vegetação nativa numa propriedade e produtividade de soja e milho Quanto mais vegetação eu tenho mais é produtiva a soja de milho Então a gente começa a entender que a a floresta o serrado a vegetação nativa ela passa a ser um fator de produção e não um obstáculo a ser vencido para eu fazer agricultura Tudo isso trocando em miúdos Eh Ana eu acho que eh mais uma vez o Brasil é um dos únicos senão o único país do mundo que tem a ganhar estabilizando o clima local com vegetação nativa permitindo a nossa agricultura continuar a prosperar 90% dela não é irrigada e não será porque não tem água disponível para isso Eh então a gente precisa de olhar e como eu disse no início essa essa liderança brasileira tem que ser pelo exemplo né Eu não posso deixar de de de aproveitar esse momento aqui pra gente falar um pouco de petróleo Eu acho na na na nossa opinião lá no Ipan a gente entende que essa discussão tá no lugar errado Nós estamos fazendo um flaflu desse negócio Ou é sim ou é não pro petróleo E tem uma zona cinzenta aqui no meio Tem alternativa pergunta na minha opinião sinceramente deveria ser: qual que é o melhor investimento pro Brasil É furar petróleo na margem equatorial do Amazonas ou é investir em biocombustíveis por exemplo pra gente mais uma vez liderar pelo exemplo e mostrar que é possível fazer essa virada gerando emprego e renda sendo justo com os estados que precisam de Rots para se desenvolverem Então para finalizar Ana e já já me estendendo um pouquinho demais eu quero dizer o seguinte: olhemos as oportunidades que o combate a mudança climática pode trazer pro nosso país E ao olharmos isso a gente vai investir no lugar certo a gente vai reduzir mais velozmente o desmatamento a gente vai poder restaurar florestas com uma visão de maximizar a nossa capacidade produtiva e vamos liderar o mundo pelo pelo exemplo Acho que aí eh a gente tem um espaço interessante para discutir nessa cópia Obrigada André Rafaela né Frente né Essa missão é difícil porque frente a um governo negacionista no país que é historicamente o maior emissor ele é o segundo maior emissor atual né Os Estados Unidos né E é uma Europa car que a Europa que sempre teve lá na frente da liderança das questões climáticas Agora se volta para dentro se volta paraa defesa né o que a gente pode esperar e como a gente pode contornar esse essa dificuldade na COP Vamos começar agradecendo aqui a oportunidade o prazer de estar aqui com o governador Hélder André Paulo e você Ana Bom eh eu vou primeiro antes para responder assim botar um pouco mais de molho Acho que dei a sorte de ser a última aqui nessa primeira rodada eh com dados né assim pro tamanho do desafio não sendo pessimista mas já trazendo assim o tamanho desse desafio posto É se a gente olha as emissões em 2020 elas estavam em 34 GB toneladas de CO2 quando no meio da pandemia a Agência Nacional de eh Agência Nacional de Energia Agência Internacional de Energia eh publicou o cenário Net Zero ela dizia que em 2020 em 2030 as gig toneladas tinham que estar em 21 Gonelas A gente chega em 2023 em 37 E as estimativas para quando fechar o número exato de 2024 é que a gente esteja praticamente em 40 G toneladas E aí entramos no ano de 2025 eleições nos Estados Unidos Estados Unidos saem A gente tava conversando antes né André E e os e os assim são mais de 15% das emissões advém dos Estados Unidos Então a gente tem menos de menos de 15% estão na mesa negociando Então mais desafios postos A gente olha aí eu peguei uns dados recentes do FMI e aí quando eles colocam o curto prazo versus o longo prazo em termos de riscos que que os que que que tem de risco aqui no curtíssimo prazo E a gente vê que paraa maioria desses países quando é feita essa pergunta segurança energética Então mais do que nunca quando o país tá olhando e aí não só sobre a perspectiva brasileira mas mundial opa o que que eu tenho que me preocupar aqui eh vem olha eu tenho que garantir pode até custar mais caro mas eu tenho que garantir eh que eu não vá ter uma um uma interrupção das energias advinas Infelizmente eh não tem como ser eh positiva nesse sentido A gente deve ver em 2025 também um crescimento dessas emissões Eh tem eh conversando com empresas a gente vê claramente que eh fábricas eh produzindo a carvão estão sendo religadas na Alemanha enquanto estamos falando Eh discussões aí nuclear e outras fontes gás natural como solução E aí muito se usa do A gás para transição Então essa é a vida como ela é E e é nesse momento que a gente entra no ano de 2025 com esses desafios postos Quando a gente olha as tecnologias a agência internacional ela elencou 50 eh principais fontes e tecnologias que deveriam ser olhadas Dessas 50 apenas três estão on track E essas três que estão on track são painéis fotovoltaicos baterias e carros elétricos A gente pode falar: "Opa tão em direção e são focadas em transição." Sim mas a pergunta seguinte é: exclusivamente por causa da transição ou por causa de política industrial Eh adivinda fortemente da China Então esse também é um outro ponto pra gente olhar assim olha e aí a gente vê também dados do FMI dizendo olha 90% em especial para os países em desenvolvimento 90% desses em financiamentos não vão vir do governo eles vão ter que vir do setor privado Então eh quando a gente olha pra COP e a Ana trouxe muito isso na fala dela e não diverge nada do que tá trazido aqui eh a gente vai precisar trazer o setor privado cada vez mais para essa mesa e talvez as formas como a gente vem discutindo eh e que não foram tão eh se tivessem sido talvez a gente não tivesse nesse a frente avante com as emissões talvez não tenham sido as melhores que outras formas de negociar que outros jogos podem ser jogados para chegarmos a modelos econômicos que façam sentido e que façam os sustainable development goals começarem a se tornar mais realidade assim como assim como a redução das emissões climáticas E aí eu eu fecho dizendo que que realmente o Brasil ele tem muitas eh oportunidades né Eh pode ser que no futuro não seja assim mas hoje eh a gente em termos de de disponibilidade hídrica somos o segundo maior produtor de energia hidrelétrica Em solar a gente é a sétima maior capacidade Em bioenergia a gente é o segundo maior produtor de bioenergias E aí eu falo da do quão eh entusiasta eu sou das possibilidades em termos de bis Eu sei que o André Correia do Lago eh eh também fala muito disso porque agregando eu acredito que no mesma terra a gente pode sim usando de lavoura pecuária floresta fazendo uma melhor integração sermos eh produzirmos não só os que a gente tem aqui mas avançarmos no Sustainable Aviation Field avançarmos no Biobanker e outras formas que serão necessárias Eh sem falar dos minérios a gente tem muitas oportunidades e olhando uma agregação dessa cadeia de valor uma integração dessa cadeia para que a gente não fique continue refém só de commodities mas como é que a gente pode agregar mais valor nessa cadeia produtiva eh trazendo cadeias que gerem mais valor ao nosso território de norte a sul Então com isso é assim que a gente entra na COP Não não será fácil mas eu acho que mais do que pensar né mirar na nas estrelas quais são as pequenas vitórias quais são as pequenas negociações que possam trazer ganha a ganha para o setor privado para o para a comunidade de uma forma geral para pro setor eh público e a grande sociedade e que a gente consiga avançar Obrigada Eh uma coisa que chama muita atenção nessa COP é que em todas as COP sempre fala de metas e de futuro muito em função dos cenários climáticos estabelecidos pelo né pelo IPCC né o que a gente esperava O problema é que agora essas coisas estão acontecendo Então a gente está falando de presente e não apenas de futuro né Então eh eh a e como todos vocês pontuaram de alguma forma isso passa também pela mudança econômica que quando se fala de transição energética se fala de mudança de modelo econômico ou seja é trocar o pneu com carro andando nesse momento né O que era futuro já é realidade Aí eu queria perguntar a a a cada um de vocês em relação por exemplo a a a essa mudança da economia O governador apontou muito bem que por que que as por que que se desmata Se desmata porque se tem uma economia do desmatamento Isso gera um recurso É preciso que a floresta de pé seja mais valiosa do que a floresta no chão né Eh eu vou começar pelo governador e essa mudança de chave porque senão vai ser sempre um enxugar gelo A gente vai lá combate acaba com aquele desmatamento pontual mas daqui a pouco ele tá de volta Eu acho que o o viés econômico ele é central nesse processo para que nós possamos compatibilizar os compromissos ambientais com os desafios sociais e econômicos Eh e particularmente eh compreender de que o mundo precisa precificar as boas práticas precisa valorizar as boas práticas Aqui nós temos vivido e eu falei há pouco e vou repetir o processo da pecuária O Pará tem o segundo maior rebanho bovino do Brasil com 26 milhões de cabeças de gado Claramente nesta última década há um processo avançado de sinalização internacional de restrição de mercados a práticas não sustentáveis você tem uma decisão eh do mercado comum europeu em restringir de forma drástica a comercialização de pecuária advinda de áreas de desmatamento E aí eu não tô falando de desmatamento legal desmatamento ilegal tô falando de desmatamento Portanto inclusive é um degrau acima do Código Florestal um degrau acima das leis eh da soberania local Perfeito Inclusive esse debate que o Congresso acaba de aprovar com relação à reciprocidade inclui este ponto não apenas o ponto tarifário mas também a pauta ambiental O que nós fizemos aqui em 2022 nós iniciamos o processo de criação de um selo para animais advindos de boas práticas Isto inicialmente tá aqui o presidente da Federação da Agricultura do Estado que foi um parceiro desde sempre inicialmente um ruído absurdo Nós fomos acusados aqui de que nós estávamos promovendo o colapso da pecuária no estado do Pará E eu dizia naquele momento não o que nós estamos apenas é prevendo que ou nós repensamos as práticas produtivas ou nós sofreremos embargos econômicos e nós não conseguiremos habilitar plantas para a exportação E um estado que consome apenas 10% do que produz precisa entender que deve se moldar para o mercado consumidor seja ele o mercado consumidor nacional na exportação nacional seja o mercado da exportação internacional Vencemos essa etapa estamos já na fase da implementação da rastreabilidade individual com o apoio do IPAN certo com o apoio eh do fundo JBS com o apoio do fundo Bezos e temos uma meta ousada até dezembro de 2026 a integralidade da rastreabilidade individual E quando eu falo integralidade é desde o animal de nascimento ao abate no pasto até a circulação para a indústria da carne Qual a nossa meta Por um lado garantir que esta ação não gere custo para os produtores principalmente de pequeno porte Porque os produtores de maior porte já fazem isso Porque eles já têm uma relação direta com os frigoríficos que exigem isto E ele usa também desta modalidade para manejar e conhecer o seu animal Mas para o proprietário que tem menos de 100 cabeças de gado ele vende para quem Ele vende para o açogue da cidade que não tá nessa agenda Ele não tem capital para fazer o investimento para colocar para colocar o brinco em cada animal rastreado para a o aplicativo para o bastão que vai fazer a leitura da vida daquele animal Então qual é a nossa meta é como a gente financia isto garantimos já uma parte dos recursos estamos buscando novas parcerias mas a nossa meta é que todas as unidades que representam ali cerca de 65% de todas as unidades rurais do estado que eh estas possuem até 100 cabeças de gado nós possamos ofertar isto E qual a importância hoje nos dados do desmatamento As pequenas propriedades cada vez mais t representado um papel de protagonismo no desmatamento ilegal no estado Assentamentos áreas de produtores de pequeno porte Estes portanto precisam ser olhados com maior atenção Sob o olhar econômico o ministro da agricultura e pecuária esteve aqui antes de ir pro Japão e eu coloquei isso para eles Não é possível que vocês não enxerguem que um estado que está querendo ser exemplo e sendo protagonista deste movimento de rastreabilidade individual que vai garantir a palavra chave para o mercado internacional que é integridade não seja reconhecido E aí vocês vão lá no Japão abrir mercado vocês vão no Vietnã abrir mercado Vocês precisam compreender que tem que prestigiar quem está fazendo o dever de casa porque na hora que eu habilito mais plantas para o mercado internacional eu sinalizo para o produtor rural e diz: "Olha vale a pena tu ter prática sustentável Vale a pena tu aderir para rastreabilidade individual e garantir com que isto possa estar consolidado porque você vai vender para fora e na hora que você vende para fora você tem um valor adicional para o mercado de exportação Então aí você conjuga consciência ambiental práticas de integridade produtiva com reconhecimento de mercado Aí você fecha esta conta Por outro lado e por último encerro nós precisamos criar uma nova economia verde E aí como já foi dito aqui o mercado de carbono existe o Brasil existe Congo e existe ah a Indonésia com o estoque florestal que nós temos Perfeito Nós precisamos portanto nos adaptar a esta oportunidade para sermos o grande ofertante desta commodity de neutralização das emissões do planeta para que nós possamos monetizar a retenção a contenção do desmatamento Investimentos em ciência e tecnologia para que bioeconomia possa ser uma nova estratégia econômica Hoje nós estamos mudando o nosso discurso no Pará O Pará na década passada dizia que tinha duas grandes vocações mineração e produção rural Hoje nós temos mineração produção rural e bioeconomia e economia verde Portanto agora para isto nós temos um grande desafio escala Como que a gente consegue escalar E aí eh fonte de financiamento para poder gerar escala produtiva E aí é desde a produção mas tem que ter fonte de financiamento para pesquisa para que a gente possa pegar o conhecimento ancestral certo que já produz aqui Certamente os que estão me assistindo já devem ter escutado falar de Andiroba de Copaíba Andiroba e Copaíba A minha mãe quando eu era pequenino a minha mãe pegava um pouco de andirobíba com algodão e botava na nossa garganta para curar certo Uma tosse Isso vem da onde Isto vem dos conhecimentos indígenas E se eu consigo com ciência e tecnologia fazer com que o conhecimento ancestral possa se transformar em escala num produto que estará numa farmácia eu agrego valor como disse aqui a Rafaela pra gente poder agregar valor a esta estratégia de nova de nova economia Portanto nós temos que atuar neste sentido para que a gente possa gerar empregos sustentáveis gerar empregos verdes gerar aquecimento econômico a partir da oportunidade das peculiaridades que o Brasil ah pode trazer E o posicionamento sobre combustíveis Nós temos aqui o biocombustível temos temos oportunidades que podem fazer com que o Brasil da mesma forma que foi protagonista em outras matrizes que nós possamos fazer desta virada de chave de matriz energética junto com eólica e solar nós possamos fazer da matriz ah de produtos advindos da natureza para gerar a nova matriz energética uma grande oportunidade pra frente Obrigada Eu vou pegar uma carona que o senhor falou e depois eu vou voltar a esse tema Eu quero explorar um pouco o mercado de carbono mas o senhor mencionou a questão de produtos da floresta na Rio 92 né que eu cobri eu me lembro isso nitidamente né se falava muito da biodiversidade amazônica e da importância de transformar agregar valor a isso e transformar isso numa indústria de biotecnologia que pudesse gerar desenvolvimento Só que isso basicamente ficou no discurso Você acha que essa COP ela pode ajudar a impulsionar esse processo de transformar né a a o conhecimento da biodiversidade a força da biodiversidade em uma indústria altamente tecnológica e sustentável E aí a gente é outro patamar inclusive não é só né a commodity mas são produtos com valor agregado E aí você tava falando investimento em ciência o que que é preciso para isso Eu acho que nós temos que algumas questões Primeiro o Brasil precisa entender que investimento em tecnologia e inovação não é custo é investimento Acho que este é um grande eh paradigma que tem que ser eh pensado O problema do Brasil é que nós temos eh redução da valorização do planejamento de médio e longo prazo e tudo é imediatista Nós somos um país que quer resolver ontem eh o que já se venceu no mês passado Então nós precisamos compreender isto para que nós possamos agregar valor aos conhecimentos que nós já possuímos para nós podermos pegar da nossa biodiversidade e com investimentos em conhecimento nós possamos fazer com que isto agregue valor O segundo ponto nós precisamos ter escala Este é um outro ponto que eu tenho discutido muito eu tenho batido muito E aí fonte de financiamento o estado do Pará eu citaria este exemplo Nós neste momento nós atuamos na frente das pesquisas e aqui está a FAPESP que é um exemplo disso que é a nossa fundação de amparo à pesquisa Nós vamos entregar na COP um centro de bioeconomia da Amazônia que será um grande espaço um hubm unicórnios com incubadoras com produtos e pesquisas que possam estar centralizados E nós já criamos no Banco do Estado nós somos um dos poucas unidades da Federação Brasileira que possuem um banco público E nós pegamos o nosso banco público como uma agência de desenvolvimento e criamos uma fonte específica de financiamento para bioeconomia chamado Bampar Bi Isto é o suficiente Não mas isto aponta um caminho Então nós precisamos agregar para que os bancos públicos sejam os indutores para que bancos comprometidos com a agenda da sustentabilidade possam subsidiar o acesso a crédito para serem indutores desta nova economia Porque aí com o conhecimento ancestral com a nossa biodiversidade com a agregação dos centros de pesquisa que nós já possuímos nós conseguiremos fazer chegar na prateleira para o consumidor na mais diversas demandas de mercado os produtos que estejam atrelados a esta economia verde eh da Amazônia e dos demais biomas do Brasil Obrigada Eu quero fazer uma pergunta na verdade a todos um dos grandes assim Bacu foi muito criticado mas uma das avanços um dos grandes avanços que foi considerado em Bacu foi o mercado de crédito carbono né Eh o que que ele o que que a COP pode fazer ele avançar esta COP a COP 30 né E a expectativa de vocês em relação a isso Eu não sei quem gostaria de começar Pode ser Vamos lá Tá funcionando isso aqui Tá Eh Ana eu acho que primeiro lugar a gente não não não pode tratar mercado de carbono como uma panaceia uma bala de prata tá Ele é parte da solução Primeiro lugar acho que é importante colocar isso em perspectiva Eh segundo como bem colocou o governador Hélder eh nós estamos temos que buscar formas de valorizar mais a floresta em pé do que a floresta deitada tá Crédito de carbono é uma maneira sim tá Mas eu acho que se a gente fizer um um um olhar mais um retrospecto tá Eh todo mundo deve lembrar que ali entre 2004 e 2012 2013 nós reduzimos em 80% o desmatamento da Amazônia Eh eu para vocês terem ideia a contribuição do Brasil naquela década e paraa mitigação de mudança climática foi equivalente à contribuição de toda a Europa com a redução de 80% do desmatamento Agora depois que caiu de 26.000 1000 km quad para 4500 km² O ano seguinte foi 5 depois seis depois 7 depois 8 depois explodiu para 13 14 15 e assim faz E agora a gente tá vendo descer de novo E por que que isso aconteceu Eu acho que tem uma razão intrínseca aí Comando e controle ou seja funciona para derrubar o desmatamento A caixa de ferramenta para reduzir desmatamento é uma A caixa de ferramenta para manter o desmatamento baixo é outra É uma caixa de ferramenta econômica Nós temos que substituir um modelo datado ineficiente e danoso pro meio ambiente por uma por um por um sistema um modelo de desenvolvimento sustentável Isso significa capital O crédito de carbono e os mercados de carbono podem ajudar nisso Podem mas uma vez eu repito não pode pensar em panaceia A boa notícia né muito mais do que enfim créditos de carbono e a legislação que nós temos É ótimo ter isso tudo mas nós temos umas políticas públicas que às vezes são esquecidas como por exemplo o plano safra O plano safra coloca 80 90 bilhões de dólares todos os anos para financiar a nossa agricultura Hoje o plano safra ainda financia a abertura de novas áreas na Amazônia Ora isso é dinheiro público Nós temos que tratar esse tipo de ferramenta pública Nós temos o plano safra nós temos a rapa nós temos as universidades nós temos o terceiro setor como o IPAN fazendo pesquisa buscando caminhos Então eu acho que há uma necessidade sim da gente eh oxigenar esses mercados de serviços ambientais mas entendendo que eles têm que servir ao propósito de valorar a floresta em pé de ajudar a intensificar a produção existente E eu não posso deixar de falar nós temos que encarar de frente a pecuária na Amazônia São 4 milhões de pessoas que dependem todos os dias da pecuária como bem mais uma vez colocou o governador boto meu chapéu de agrônomo de novo ou menos de uma cabeça por hectar Isso é inconcebível tá Como agrônomo eu digo 300 kg de nitrogênio cerca treinamento pro pro pros funcionários e uma bomba para tirar o boi da beira do rio você aumenta de uma para cinco cabeças por hectare Nós não estamos falando aqui de ciência de foguete né Então volto a dizer a questão econômica aonde o crédito de carbono tá inserido ou o pagamento serviços ambientais tá inserido ela é a equação fundamental pra gente dar o próximo passo e não falar mais de desmatamento nem de aumento nem de queda de desmatamento no futuro Você quer falar Não não ia perguntar pro Paulo Archo né em relação à própria porque é isso o crédito de carbono ele foi muito incensado ele é sem dúvida importantíssimo mas ele não pode ser visto como bem colocou o André como uma bala de prata né E aí em relação à própria questão climática eu queria que você falasse um pouquinho do papel do crédito de carbono e do crescimento desse mercado É eu também como o André sou meio cético da questão do mercado de soluções de mercado porque obviamente eh isso pode resolver uma questão eh pontual aqui outra questão pontual ali E veja a atmosfera do planeta é compartilhada por todos os 7 bilhões de pessoas que habitam o nosso planeta hoje Então de nada adianta você deixar de emitir num lugar para emitir num outro lugar eh porque obviamente o saldo líquido praticamente fica zero né Isso é muito óbvio qualquer pessoa percebe isso Então isso não pode ser enxergado como uma solução Mas eu queria voltar no ponto que você tocou na questão do modelo econômico né que eu acho que é um dos cernes da questão da COP 30 do que nós estamos discutindo aqui Cada vez é mais claro de que o modelo econômico que temos hoje é absolutamente sustentável mesmo a curtíssimo prazo né E a grande questão é como é que a gente vai mudar esse modelo econômico Ninguém tem solução do bolso do colete dando olha isso vai vamos mudar para essa direção né Nós estamos utilizando os recursos naturais do planeta ah de uma maneira irresponsável de uma maneira com que obviamente eh nós vamos se dar mal né Não só nós mas todas as espécies que a gente compartilha o planeta Inclusive lembrando a questão da da biodiversidade que cada vez mais é uma questão absolutamente atrelada a questão da mudança climática né São duas ameaças enormes paraa humanidade E o nosso modelo econômico por exemplo o atual governo Lula quando começou deu um fez um plano de governo para 4 anos Uma empresa mesmo de grande porte dificilmente faz planos além de 4 anos né Então ninguém olha o que é que nós estamos fazendo com o planeta daqui a 10 15 20 ou 50 anos Então a questão da falta de governança global e regional é absolutamente estratégica E eu acho que isso tem que mudar o mais rápido possível se quisermos que a gente saia desta crise né digamos assim minimamente eh saudáveis do ponto de vista do nosso planeta e do nosso próprio sistema econômico que tá mostrando que se esgota ah rapidamente e que tá pedindo por mudanças E essas mudanças vão ter que ser construídas na verdade pela sociedade como um todo Obrigada Sim É não apenas somar aqui a a todos os pontos e fazer algumas provocações Honestamente não tem as respostas mas sempre que eu olho diversidade eh e dentro dessa como economista também eh olhando a questão de de agregação de valor e de novas fontes e olhando as políticas tive o prazer de estar na Universidade Federal aqui do Pará Tem muita coisa boa acontecendo já Mas aí voltando algum alguns pontos que me chamam atenção por exemplo eh dado que teremos outras pandemias que teremos outras eh que temos uma busca constante por aumento de expectativa de vida de longevidade vacinas eh estudos voltados para para fármacos né que apesar usam pouco espaço são capital intensivo são indústrias do futuro biotecnologia nanotecnologia os probióticos Porque dado que todo mundo vai continuar comendo boi como é que a gente produz com menos metano sendo emitido Eh então de novo eu acho que carece ao Brasil e e de uma forma acho que mais estruturada uma política industrial onde eu não adianto eu não vou fazer tudo bem mas quais são aquelas coisas que eu posso me dedicar e fazer com com qualidade aí E e a gente tem daqui a pouco vai ter em São Paulo né a o Fórum Internacional de o Fórum Internacional de Economia Circular E aí por que não falar na cadeia da mineração Eh e e como é que eu posso avançar com ela E dentro da lógica da circularidade também eh que outros pontos dentro da biorrefinaria o açaí que o caroço de repente se é um problema né Mas é um problema para um mas pro outro pode ser uma solução como uma como fonte de oleaginosa para entrar na refinaria e daí produzir bioprodutos A gente sabe e e eu tô fazendo doutorado nisso essa questão das tecnologias realmente para as refinarias a mescla de diferentes produtos é uma complexidade mas por que não focar nisso e usar os recursos que tão vindo de PID de ólegás de PID de eh da mineração mas destiná-lo de uma forma mais direcionada a algumas fontes eh que vão gerar prosperidade e maior valor agregado para que o quilombolo ribeirinha as populações indígenas não desejem porque quem roda por aí já viu eu tive a oportunidade de fazer algumas incursões e você vê o jovem ele ele ele não quer mais ficar ali ele e ele migra e se ele tiver essas oportunidades de centros de inovação de novas tecnologias eh aqui cada vez mais no território é certamente isso gera mais valor A gente tem o upscaling dessas cadeias e eh e trará Então eu acho que são essas E e aí um último ponto eh saiu Estados Unidos mas eu tenho ido muito ao Oriente Médio tem muito interesse pelo Brasil tem muito interesse por desenvolver coisas aqui inúmeras regiões ali da Ásia também Eh então que novas eh que novas ganha ganhas que novas rotas comerciais E porque não falar da África né A gente vai ter aí o G20 saiu daqui foi para lá eh buscam o tempo todo olham pro Brasil como inspiração mas por que não também pensar nessas alternativas Então eu acho que é uma oportunidade eh que eu tenho certeza que o que o que que o Pará Belém vai recepcionar muito bem mas de pensar essas novas esses parceiros não óbvios também né e que podem sim trazer novas fontes de comércio bem interessantes Obrigada Ana Eu queria só só colaborar um pouco com essa discussão do carbono Eh e eu compreendo pelo conhecimento científico e e técnico aqui das observações do André e do professor Paulo mas é muito importante que nós possamos nesta neste cardápio de soluções eh ambientais neste cardápio de agenda verde nós não podemos deixar de compreender de que o mercado de carbono é uma grande oportunidade para o nosso perfil de desafio É importante que nós possamos ter isto em mente O norte global ele está lá com o seu modelo de desenvolvimento ah voltado pra indústria voltado para estratégias que hoje impulsionam as emissões de gases de efeito estufa o sul global E aqui eh destacando particularmente os países que detém floresta tropical nós vivemos o dilema de termos estoque florestal termos estoque de biodiversidade termos a responsabilidade deste equilíbrio climático global ao mesmo tempo que nós temos o desafio de vocações como por exemplo produção eh alimentar Quando eu defendo a questão do carbono é porque acho que isto é a grande oportunidade que nós temos de ofertar para o norte global uma commodity que possa permitir a neutralização das emissões sob pena de nós estarmos excluídos desta mesa de negociação de equilíbrio diante do perfil econômico de cada Nós aqui no Pará construímos o nosso sistema jurisdicional de RED Nós aqui estamos dialogando com coalizões internacionais para fazer a medição e a certificação com integridade do crédito gerado por redução de desmatamento consequentemente da redução das emissões Isto hoje aponta um estoque até 2027 de cerca de 300 milhões de toneladas O Pará foi a melhor e mais valorizada comercialização tonelada jurisdicional do mundo Operação anunciada em setembro do ano passado em Nova York Isso representa apenas eu falei em 300 milhões de toneladas de carbono até 2027 Nós comercializamos 12 milhões de toneladas Isso monetizou cerca de R$ 1 bilhão deais de uma receita que não estava certo na nossa agenda Uma receita oriunda do quê De redução de desmatamento E isso vai para onde Isso vai ser repartido com povos indígenas com povos quilombolas com povos extrativistas com a agricultura e produção eh que esteja contribuindo com a redução das emissões Isto pode ser a grande oportunidade quando eu citava de monetização de floresta viva e de pagamento por serviços ã ambientais olhando pelo que é área de reserva mas também sendo uma moeda que vai participar do cardápio de uma propriedade rural E aí Ana eu volto a provocar este tema porque o mundo caminha para tentar imputar a nós uma legislação superior ao Código Florestal nesta relação mercadológica internacional Eu dei uma entrevista ontem-ontem a um jornalista eh de um veículo internacional e ele me perguntou: "Ah nós vamos se nós íamos conseguir ser desmatamento zero?" E aí eu disse para ele "Nós precisamos entender que há desmatamento zero ilegal e há desmatamento zero integral Ser desmatamento zero integral pressupõe que quem tenha excedente de estoque florestal possa de alguma forma ser monetizado por esse excedente de estoque florestal Porque senão Ana eu posso aqui falar e ser aplaudido mas quando eu saí daqui lá na Transamazônica o dono de uma propriedade rural que pelo Código Florestal Brasileiro ele já acha que é pouco ele só poder produzir em 20% do seu território Aí ele produziu 15% Portanto pelo Código Florestal ele tem direito a antropizar mais 5% Ele vai deixar de antropizar porque o Éder pediu para ele deixar de antropizar Ele vai deixar de antropizar porque o Brasil assinou um tratado de desmatamento zero Vamos pra vida real na vida real se eu não chegar com um produtor lá da Transamazônica e dizer para ele que ele pode ganhar o dinheiro dele com pecuária intensiva que ele pode ganhar o dinheiro dele com o cacau que produz é rentável e restaura e que ele pode ganhar dinheiro com a floresta em pé não será efetiva as estratégias Por isso nós precisamos na vida real trazer para o processo de monetização da floresta em pé para que isto seja efetivamente tratado com responsabilidade ambiental mas como uma nova modalidade econômica E aí é uma coisa que tem que se discutir aprofundadamente Quanto vale a floresta viva em uma região que está sob pressão Tem um valor adicional para conter a pressão sobre a floresta Mas quem tem reserva quem tem floresta em outras áreas que não estão sob pressão não vai valer nada Portanto só vale aonde tá correndo risco de desmatamento e aonde não está correndo risco não vale nada É preciso que haja uma transição de pressão para outro território para gerar algum valor Então são discussões que devem aprofundar este debate a respeito da agenda de valorização da floresta em Pé E o Pará tem apostado muito nisso apostado nisso eh nos créditos gerados por redução e apostado nisso nas concessões que nós acabamos de fazer A concessão que nós fizemos na última sexta-feira de restauro de área e apoia as NDCs do Brasil o Brasil tem uma NDC importante no que diz respeito uma das metas da NDC do Brasil é restaurar 12 milhões de hectares 12 milhões de hectares Como é que nós vamos fazer isso Eu acho que o modelo que o Pará aponta é uma grande estratégia que é concessão de áreas para que o privado possa com a concessão restaurar a floresta e explorar isso por 40 anos que é o que o Pará fez Agora ele vai explorar como carbono E se o carbono não tiver valor se essa não for uma grande estratégia que o Brasil vai aportar portanto nesse cardápio que ele é diverso nós precisamos entender que essa agenda de mercado de carbono pode ser uma grande oportunidade que nós temos para escalar na dimensão das nossas ambições e dos nossos desafios Obrigada vereador Tô olhando o nosso tempo Eu acho que a gente tem tempo para duas perguntas aqui que estão muito conectadas a isso e com a temáticas as temáticas centrais da da COP principalmente no que interessa diretamente ao Brasil né Uma é justamente vocês todos pontuaram a questão da participação nesse momento inclusive que países importantes como os Estados Unidos estão de fora do setor privado né das participações parcerias público-privadas o papel do empresariado seja o empresariado produtor seja empresariado investidor né Eh essa COP ela ela pode dar essa virada de chave também aí e impulsionar ainda mais essa essa essa participação Eu eu eu espero que sim a gente aí falando em nome do do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e e eu gostei que a a Ana trouxe uma coisa que que é o o caminho até até a COP né que é um pouco do que estamos fazendo aqui hoje também Então é é essa construção esse debate vai se dar dentro e fora do do Brasil Eh então a gente já tá construindo pavimentando esse caminho Eh eu eu acredito e aí muito nesse nessa crença de que de agregação obsecada que estou por agregação de valor por olha eu não quero terminar meus dias vendo o Brasil com a pauta de exportação exclusivamente de commodity Eu gostaria de que a nossa pauta tivesse fármacos Eu gostaria que nossa pauta tivesse eh eh soluções eh que levem a longevidade eh de uma forma geral né E que falem também com o mundo porque o próximo maior consumidor de energia será serão os data centers serão as tecnologias digitais Então eu acho acredito e já tô vendo movimentos o o nosso governador vai poder falar mais sobre isso mas eu já tô vendo vários várias casas sendo construídas nesse sentido para fomentar essas discussões Eh pessoalmente eu tenho recebido e eh e eh questionamentos de Dubai questionamentos da Arábia Saudita questionamentos da Ásia no sentido de olha eh queremos ter espaço queremos ter locais para poder promover essas discussões para poder ver esses green corridors por exemplo aí voltando pra minha área que é muito de de energia mas o Brasil tem toda a sua costa né E aí não passa só por eh a BRF JBS todo mundo tá falando de exportação e vai por navio Então tem toda uma toda uma costa Que portos são esses que aeroportos são esses Que infraestrutura Eh e aí de novo aqui trazendo é é um ponto fundamental Se nós vamos passar e nós vamos passar tá dado uma eletrificação do mundo que infraestrutura Como é que vamos ligar de norte a sul né Eh tive recentemente terça-feira eu tava em Foz do Iguaçu e aí na Binacional e aí a gente falando sobre a importância das conexões América do Sul também a gente esquece ano ano que vem a gente vai liderar o Mercosul aqui Então todas essas são oportunidades que a gente tem que fazer essa COP Sim vai ter uma vão ter os governos né discutindo mas o business do hoje em dia e aí a gente pode falar do pequeno ao grande mas eu gosto de trazer aqui os grandes porque e eh esses esses vão na frente né e vão trazer a Então eu tô muito animada e e realmente conto com todos vocês pra gente estar trazendo essas essas discussões e o tempo todo obsecada por não vamos parar só na commodity o que que a gente vai estar olhando aqui de maior agregação eh em todas essas indústrias e e principalmente provendo essa infraestrutura necessária Obrigado Olha a questão a sua pergunta é mais ou menos óbvia né Quer dizer sem o setor privado obviamente nós não vamos tirar a humanidade dessa situação Agora a gente precisa do setor governamental para regular né em que direção a gente efetivamente vai andar do ponto de vista de sustentabilidade do planeta como um todo mas é cada vez mais importante de que a solução passa pelo setor privado como um todo particularmente pelo setor financeiro né Então eu acho que esta questão é absolutamente clara hoje É eu eu vou nessa linha do do Paulo também na linha de todos Eh e só lembrando mais uma vez a gente tem a caixa de ferramentas aqui no Brasil né Eh volto a desfalar o do plano safra tá O plano safra hoje financia nossa agricultura mais ou menos 1/3 da agricultura brasileira é financiado pelo plano safra Isso alavanca outros recursos privados Os outros 2/3 são recursos privados Agora a gente tem que redirecionar esses investimentos Aquele modelo tá que nos trouxe até aqui que nos fez de um país importador de alimentos há 50 anos atrás para ser um dos maiores produtores exportadores do mundo isso aí é motivo de muito orgulho para todos nós esse modelo levou 50% do serrado e 20% da Amazônia Esse modelo foi incentivado Eu não tô aqui para criticar a decisão que foi tomada há 50 60 anos atrás porque havia uma conjuntura de de fatos diferente da realidade atual O fato concreto é que hoje o modelo que nos trouxe até aqui ele precisa de mudar A gente tem que continuir continuar expandindo a nossa produção agropecuária sem desmatar A gente tem que tem que abrir outras frentes de investimento como bem colocou a Rafaela e o governador e o Paulo também de bioeconomia de bioindustrialização de criação de bioinsumos esses incentivos todos não existem ainda ou existem e tão tão direcionados pro lugar errado Então acho que tem um um uma uma um papel sim importante pro setor privado mas acho que como bem o o Paulo colocou o o setor público precisa de ser o indutor desse processo né Ele tem que ser oaker né Ele pode tem que ser aquele cara que vai avalizar né Nós já fizemos isso deixa eu pegar só o recorte aqui dos biocombustíveis o plano Proálcool nós já fizemos isso a gente sabe fazer Então vamos avançar um pouco mais e e enfim colocar a discussão de forma um pouco mais aprofundada para podermos de fato fazer mudança em larga escala como já foi dito aqui também Eu queria apenas me somar Eu acho que este é o grande ponto É natural que a geopolítica mundial hoje vive um nervosismo diário Eh hoje nós voltamos a ter que ficar atentos ao exo invés de nos preocupar com outras coisas porque a gente não sabe o que que pode vir certo do do do Twitter do presidente americano Perfeito Eh e isso é natural porque nós vivemos um mundo globalizado e aí em se tratando da maior potência política e econômica do planeta aquilo que acontece lá reverbera em toda parte Mas se nós formos fazer uma análise abstraindo o simbolismo disto quanto efetivamente o governo americano tem colocado de cheque na mesa para o financiamento climático no planeta muito pouco quase nada E aí eu não tô fazendo julgamento de governo republicano ou governo tanto faz O Biden teve aqui na reta final lá em Manaus e foi um desastre um desastre Um desastre do cheque e um desastre da fotografia Perfeito Para Belém né G Se ele viesse para Belém a gente cuidava pelo menos da fotografia A gente não ia dar conta de cuidar do cheque É Mas eh o fato é que o que nós temos que ficar preocupados é qual a ferramenta de indução governamental políticas indutoras porque aí me preocupa por exemplo o ruído de que bancos americanos não irão mais financiar agenda de sustentabilidade Aí é um sinal de alerta de que companhias privadas americanas não estarão mais comprometidas com a agenda de transição energética de financiamento de novas matrizes energí alerta Perfeito Então isto é no campo da geopolítica global e no campo da geopolítica local é um pouco do exemplo que que o André foi muito assertivo Nós precisamos construir uma agenda em que os bancos públicos estimulem inclusive o sistema financeiro geral a serem indutores cada vez maiores a práticas sustentáveis subsidiando crédito facilitando crédito estimulando a esta atividade O Brasil tem vários exemplos disso pro bem e pro mal Hoje uma das coisas que culturalmente mais a gente tem sensibilidade aqui é porque as pessoas que foram paraa Transamazônica na década de 60 elas vieram para cá com qual conceito Integrar para não entregar terras sem homem para homens sem terra em que o crédito bancário público era relacionado ao desmatamento Tinha que desmatar para ter acesso ao crédito Para ter título da terra tinha que explorar a floresta Isso fazem 70 anos vai conversar com o senhor lá num travessão da Transamazônica com 90 anos Ele vai dizer: "Mas doutor há 70 anos atrás eu só vim por isso" Aí eu tenho que dizer para ele: "Não mas olha isso era há 70 anos atrás agora é diferente Agora é outra é outra agenda" Então o que que tem que acontecer O plano safra ele tem que ser um fomentador da agricultura da pecuária e da bioeconomia tem que fortalecer com subsídio diferenciado com prazo de carência maior com dilatação da amortização para induzir que aí o cara na hora que ele vai olhar acesso a crédito se os juros da pecuária é maior do que o juro do cacau ele vai para onde Ele vai pro cacau ele não tem apego à pecuária não Ele tem apego é no final do mês ele poder colocar dinheiro na mesa colocar dinheiro no bolso e alimento na mesa da família dele Então nós temos que ser indutores desse processo e quem tem que ser o chefe da locomotiva é o poder público Nós não devemos atribuir ao poder público a exclusividade da responsabilidade mas quem tem que ser a locomotiva é o poder público E aí vem a indução para fortalecer a Embrapa para poder fortalecer certo o CNPq para poder fortalecer as bolsas de estudo para poder fortalecer o financiamento as atividades que estejam correlatas a uma escolha a uma opção de país Por isso ah nós temos que construir essa agenda de financiamento ligado a esta nova governança a este novo modelo E isto tem repercussão global E aí te respondendo apenas sobre essa questão da composição global no caso dos Estados Unidos é conversar com os estados subnacionais é valorizar estados como Texas estados como a Califórnia que t autonomia administrativa e que tem governantes e agendas atreladas a esta a esta pauta de mudança eh de matriz e outras estratégias correlatas à redução das emissões é fortalecer as relações com China com a União Europeia com África com países emergentes que possam conectar conosco E por último não alimentar polêmica certo Se os Estados Unidos ficar falando bobagem lá deixa eles falarem sozinho Não vamos ficar perdendo tempo perdendo energia com polêmica que não tem absolutamente nenhuma construção Coisíssima nenhuma É cair em silada Encailada O Trump dizer que não vem convida ele para vir tomar um tacacá aqui um açaí aqui que ele será bem-vindo Do que ficar batendo boca certo Com quem obviamente certo usa disso como uma estratégia para pautar o mundo diariamente Não vamos cair nisso Vamos ter foco e entregar aquilo que a gente pode entregar que é protagonismo ambiental a partir de modelo de desenvolvimento pra nossa região e pro nosso país Obrigada Eh bem eu tenho tempo para mais uma pergunta e que conversa com isso né Uma das a grande aposta do Brasil a Ana Tony comentou né É o fundo Florestas Tropicais para sempre que muito nos interessa né ao ao ver de vocês né a chance de avanço disso da gente conseguir ter isso como um efeito positivo um resultado muito positivo dessa cópia Primeiro a ideia do TFF né o fundo tropical fundo das solares tropicais para sempre eh é genial Ou seja eh vai na linha do que nós todos falamos aqui principalmente governador valorizar a floresta em pé Aqueles países aqueles estados aquelas regiões que conseguirem reduzir o desmatamento são beneficiadas Aquelas que aumentaram desmatamento são prejudicadas É muito simples a a estrutura e a lógica do negócio Agora vai precisar de um caminhão de dinheiro tá Fala-se aí em 20 bilhões para alavancar 100 bilhões etc e tal Eu acho que vai ser um bom teste pra gente ver realmente o apetite dos grandes investidores dos fundos de pensão dos fundos soberanos para participarem da solução Então acho que é um é um é um é um acho que é um esforço brasileiro é um esforço que tem sentido do ponto de vista lógico e eu ainda vou além vai ser um bom teste para ver se realmente tem compromisso real com o clima do planeta o setor privado e os demais nações principalmente as desenvolvidas É é eu completando é uma provocação ao sistema financeiro internacional para começar a dar sua contribuição na construção de uma sociedade sustentável Eu achei a ideia brilhante realmente e ela tem tudo para dar certo pelo menos não sei se na escala né que o André tá querendo mas com certeza isso não você Exato Exatamente Bom esclarecer mas é uma brilhante ideia que eu acho que tem tudo para dar certo né Claro que isso vai estamos passando num período muito turbulento não é só nos Estados Unidos na Europa também que tem que refinanciar a o armamento para se defender etc e tal mas eh há muitos caminhos Quer dizer a China tá aí com recursos financeiros monstruosos que pode ajudarem muito nessa questão bem como a maior parte dos bancos de desenvolvimento pelo pelo mundo como um todo Então há dinheiro o dinheiro está aí ele só precisa ser mobilizado para causas que façam sentido paraa preservação do planeta como um todo Eu queria eu queria corroborar apenas contribuindo que acho que o Brasil tem autoridade para fazer esta provocação eh tem legitimidade para isto eh tem credibilidade eh da sua liderança O presidente Lula efetivamente é alguém que tem o respeito da comunidade internacional no sentido desta mobilização e constrói eh neste eh ambiente provocativo uma eh um grande chamamento para o financiamento A outra ponta nós temos é que facilitar que o financiamento acontecendo que o acesso a isto possa ser desburocratizado para que os recursos possam chegar na ponta Acho que o fundo Amazônia é um exemplo de eh demora de gestão eh um tanto quanto eh dificultosa no sentido do acesso e aí não conecta com as urgências eh ambientais com as urgências da agenda Então nós precisamos construir apenas em eh tendo sucesso na captação um modelo de governança para aplicação efetiva destes recursos diante eh das necessidades que vivemos Até desligou Ah foi João Vão eu só vou corroborar e concordar que sim E e gostei da provocação do André que será um teste Vamos ver o nosso test drive aí como é que vai como é que vai fluir Obrigada a todos Obrigada Bem eu quero agradecer muito a vocês ao governador a Rafaela ao Paulo Arta ao André pela participação Foi maravilhoso Não fosse nosso tempo ele até parou ali poderíamos continuar Agradeço muito a todos né e convido a ficarem pro nosso próximo painel Muito obrigada [Aplausos] Valo por favor permaneçam S aqui Bem eu gostaria de convidar a todos para voltarem retornarem O nosso evento ele está ao vivo está sendo transmitido pela internet É meu Pode deixar Muito obrigada Olha eu peço a todos por favor para sentarem-se Olha olá novamente Eu sou Ana Lúcia Azevedo repórter especial do Jornal Globo e estamos de volta pro segundo painel do evento COP 30 Amazônia uma iniciativa dos jornais Valor Econômico Globo e da Rádio CBN com patrocínio da JBS e da Vale apoio do governo do estado do Pará e parceria institucional do Instituto Clima e Sociedade e do Centro Brasileiro de Relações Internacionais sobre o tema O que a COP 30 representa para o Brasil Eu vou chamar os nossos participantes o prefeito de Belém Igor Normando por favor prefeito por aqui Vieira pesquisadora do Museu Paraense Emílio Guelde Mercedes Bustamante bióloga e especialista em mudanças climáticas e Thaís Ferraz diretora programática do Instituto Clima e Sociedade o ICS Eu acho que a Mercedes então eu vou dar a gente enquanto a gente espera a Mercedes eu vou começar aqui com Vamos lá prefeito A primeira pergunta vai para o senhor né como também anfitrião da COP a sociedade está recebendo esse evento tão importante E que legados o senhor espera para Belém né Eh eh não só dessas melhorias agora mas legados de longo prazo mesmo né Qual a importância para Belém de sediar um evento como esse dessa magnitude Bom primeiro queria te cumprimentar cumprimentar a Thaís cumprimentar a Ima Vieira cumprimentar o Fernando Ribeiro presidente do Tribunal de Contas que esteve aqui presente governador Alder Barbalho cumprimentar a Sora Mercedes cumprimentar a Thaí e cumprimentar a você Ana e a todos que assistem e acompanham essa essa mesa aqui que é fundamental paraa discussão principalmente justamente da sua pergunta que é do legado que a COP vai deixar paraa nossa cidade Belém é uma cidade extraordinária com potencialidades incríveis Toda a cidade Amazônida é uma cidade que tem desafios estruturais desafios logísticos desafios que toda a cidade todo grande centro urbano tem com a particularidade eh de serem uma região que tem todas as particularidades de uma região amazônica cercada por rios e florestas Eu acredito muito que o debate que vai ser feito na COP ele é fundamental É fundamental pelas discussões das mudanças climáticas pelas soluções que vão ser criadas a partir das reuniões feitas na COP As obras são muito importantes para nossa cidade porque vão deixar um legado estrutural para aqueles que mais precisam e para fomentar novas matrizes econômicas da cidade Mas se me perguntam qual é o maior legado que a COP vai deixar e aí eu vou dizer que o maior legado que a COP vai deixar paraa nossa cidade é justamente a visibilidade que Belém está tendo e vai ter do Brasil e no mundo Passando o evento da COP 30 nós vamos ser a capital da Amazônia pro Brasil e pro mundo Nós vamos fazer com que aqueles que queiram conhecer a Amazônia possam vir a Belém como aqueles que estão vindo à COP e vão conhecer não só nossas belezas naturais e o nosso potencial turístico gastronômico mas vão conhecer também a realidade da Amazônia vão conhecer a realidade de daquilo que eles escutam falar muit das vezes nos livros na literatura na televisão ou numa reportagem vão conhecer o povo acolhedor que vive aqui mas vão conhecer também as nossas dificuldades Esse é um momento fundamental e o Brasil sem dúvida alguma vai ganhar muito fazendo a CO aqui Porque quando se fala de Amazônia eu vejo que muitos gostam de colocar a colher muito gosto muitos gostam de dizer que a Amazônia é um patrimônio do mundo mas na hora de preservá-la na hora de ajudar os povos originários na hora de ajudar aqueles que precisam da ajuda do mundo muit das vezes aqueles que possuem o capital financeiro internacional não aproveitam para ajudar também a desenvolver ver e melhorar a vida daqueles que precisam E a COP vai ser uma oportunidade extraordinária da gente mostrar as nossas potencialidades e discutir o meio ambiente discutir as mudanças climáticas mas sobretudo criar uma grande rede de responsabilidade social mundial não só com aqueles que moram em Belém mas aqueles que vivem nos rincões mundiais e que vivem largados à própria sorte porque muit das vezes tem obrigação de cuidar e de resolver os problemas sociais se arrastam e e se eh se ela deu por décadas Então se me perguntarem qual é a grande legado que a COP vai trazer pra nossa cidade eu vou dizer que é justamente a visibilidade porque a partir desse momento Belém vai abrir a as oportunidades para aqueles que visitam a cidade mas sobretudo para aqueles que moram aqui pessoas trabalhadoras honestas e que precisam de oportunidade e que precisam ser desenvolvidos Belém vive eu disse anteriormente antes de começar essa esse evento que nós estávamos vivendo o segundo ciclo da borracha porque Belém foi uma das capitais mais pujantes do mundo eh no período da Bela Epoque no ciclo da borracha quando nós éramos um grande produtor de borracha de de láx para o para o mundo E desde aí nós vivemos num declínio econômico enorme Para você ter ideia Belém ah tem hoje no estado salvo engano é o terceiro ou quarto PIB do estado sendo capital morando aqui mais de 1.300.000 1000 habitantes E a partir desse momento onde a COP 30 vai estar voltada para cá onde é um evento mundial onde todos vão estar com os olhos voltados para cá nós vamos ter a capacidade de renovar a nossa economia de fazer com que a nossa economia possa ter novas matrizes econômicas que não seja apenas o comércio garantindo com que a população tenha acesso à geração de emprego e renda de qualificação e fazendo com que Belém deixe de ser apenas uma cidade com foco no comércio para ser uma cidade que possa desenvolver seja no setor turístico seja no setor da bioeconomia seja fundamentalmente usando os nossos rios e as nossas florestas como o nosso principal ativo econômico fazendo com que a bioeconomia seja uma realidade fazendo com que a industrialização seja uma realidade e fazendo com que a economia sustentável e circular possa garantir pra nossa população melhor qualidade de vida Então o maior legado da COP para nós sem dúvida alguma é a visibilidade que Belém vai ter para se tornar efetivamente e definitivamente a capital da Amazônia pro Brasil e pro mundo As pessoas olham as obras seria a seu ver o legado imaterial e não apenas a infraestrutura que tá sendo construída né Obrigada Professora Mercedes Bustamantes a senhora também uma veterana de COPS é membro do IPCC né eh conhecedora de todos esses processos Realisticamente né Macop pode contribuir pro enfrentamento dessas das nossas crises né a questão do desmatamento dos desastres ambientais né a falta de adaptação das cidades Eh bom dia a todas as pessoas aqui presentes né Muito obrigada Ana cumprimento aqui também meus colegas de de painel Um prazer tá aqui Eh eu acho que na a COP o toda a história das COPES às vezes as pessoas criticam que o processo é lento é demorado mas é importante a gente perceber que todo esse processo já resultou em ação climática que se ainda não reduziu as emissões desacelerou o incremento das emissões e hoje nos indica que a gente vai caminhando para um cenário de um aumento menor de temperatura do que seria esperado se a gente não tivesse esse processo Então apesar de ser um processo complexo porque é um processo dentro de ONU que demanda um consenso com um número muito grande de países não é uma questão trivial porque ela envolve exatamente o controle de emissões de carbono sob oriundas do setor da energia que permeia toda a atividade econômica nas diferentes sociedades Mas a gente percebe que há aí um um espaço e a oportunidade de trazer discussões que sem esse processo das COPES talvez não tivessem espaço E eu acho que pro Brasil e e um pouco da pergunta que representa aqui o nosso painel né do legado eu acho que entender claramente eh a centralidade da questão climática hoje sobretudo a centralidade do combate à mudança climática como parte importante do combate à redução das desigualdades sociais Então eh eu gosto muito de lembrar essa frase do do Antônio Gutérrej secretário geral da ONU que a mudança climática ela é uma amplificadora de outras crises Então todos os nossos programas sociais de combate à pobreza de distribuição de renda eles vão ser impactados negativamente no cenário de mudança climática Então o Brasil precisa entender hoje que essa agenda que é tão importante essa agenda social de bem-estar né de de distribuição de renda de educação ela vai ser impactada pela mudança climática e ela não pode hoje ser mais apartada das discussões do desenvolvimento que nós queremos Então acho que um um legado importante para essa discussão é trazer essa centralidade da agenda do clima paraa agenda de desenvolvimento eh e ao mesmo tempo perceber que o país precisa avançar muito rapidamente Eu acho que até independente dos processos globais ele tem que trazer essa agenda para para a política doméstica E eu acho que quando a gente fala num num plano de transformação ecológica isso tem um significado muito profundo porque a gente não tá usando mais a palavra transição né transição é algo que eu vou fazendo Então quando eu já falo de transformação é aonde eu quero chegar eu acho que esse é um um componente importante E eu quero resgatar talvez um ponto que foi aqui o o comentário da mesa anterior que me pareceu fundamental né Nós estamos falando de oportunidades o prefeito falou aqui também da questão da da bioeconomia Essa bioeconomia ela só se vai estabelecer com um investimento significativo em ciência tecnologia em pessoas que sejam capazes de gerar e conduzir esse processo de de elaboração do conhecimento E o outro aspecto importante é não é eu preservo e aí eu estabeleço a bioeconomia Eu acho que a gente precisa dizer que essas duas pautas andam de maldadas Não se eu desenvolver a bioeconomia e não preservar eu vou estar perdendo os recursos biológicos que são a base dessa bioeconomia Então não são agendas contraditórias eu só resolvo o primeiro problema da bioeconomia e aí eu olho conservação Para resolver a questão da bioeconomia eu preciso ter a conservação Então acho que pro Brasil e aí fechando um pouco a a minha resposta a gente tem a oportunidade de trazer aqui eh pautas que aproximem as duas grandes crises globais que são crises gêmeas o declínio da biodiversidade e a questão da mudança climática por sermos um país mega diverso por sermos um país que tem uma comunidade científica robusta e bem estabelecida e porque sermos extremamente vulneráveis à mudança do clima Então eu acho que se a gente conseguir conjugar eh essa essa oportunidade que vem associada a essa crise e juntar muito fortemente a pauta da biodiversidade a pauta da mudança do clima Dora Vieira né que é uma expoente pesquisa de restauração e uma face conhecida no Brasil inteiro da pesquisa da Amazônia né Como que a realização de uma cópia aqui pode contribuir para mudar a realidade das pessoas e do ambiente na Amazon Bom eh bom dia a todos e todas Obrigado aqui pelo convite a gente tá aqui debatendo esse tema tão importante pro mundo para pro Brasil paraa Amazônia e ter oportunidade de comentar e de conversar sobre essa questão eh que você coloca que é muito importante os os cientistas de uma maneira geral em nível global em nível mundial estão muito bem articulados Eh desde 92 quando noticiaram e colocaram alerta para a humanidade né nos informando e nos colocando bem a questão de que nós estarmos em rota de colisão com o mundo natural Eh depois em 2007 quando os cientistas também novamente fazem outro aviso à humanidade dizendo e falando da gravidade do problema eh climático da questão climática eh o IPCC que é o o painel científico intergovernamental também com papel robusto importante de subsidiar com eh a ciência feita no mundo inteiro é todas as os compromissos e as negociações em nível mundial em torno da questão climática Na Amazônia historicamente nós não temos participado efetivamente de uma de grandes negociações como essas ainda é muito tímida a participação de cientistas amazônidas em torno dessa problemática mas eu vejo uma oportunidade ímpar de que a ciência feita na Amazônia mostre a sua a sua cara né eh que nós possamos dar visibilidade à ciência produzida aqui na região É super importante Aliás esse processo já começou então a cópia ela vem contribuir para que a ciência produzida na Amazônia possa ser eh vista e e lida né nos seus artigos e nas suas nas suas na na tanto nas suas análises como nas proposições Eh e isso é isso é muito bom Isso já já vem sendo feito desde agora né Tem vários movimentos aqui na Amazônia em que os cientistas estão eh se colocando com muito mais voz digamos assim do que em outros tempos Agora tem uma oportunidade também eu vejo de nós conseguirmos maior financiamento à pesquisa Isso Hoje a ciência produzida na Amazônia tem menos de 10% dos recursos nacionais e menos de 1% dos recursos internacionais Então assim com essa articulação toda esse todo esse movimento internacional aqui em Belém eu vejo uma ótima oportunidade de conseguirmos ampliar o financiamento a pesquisa A cooperação internacional é muito importante Aqui já tivemos uma grande experiência que foi o programa LBA né A Mercedes lembra bem que foi do comitê científico assim como eu eh e que nos proporcionou um aumento e uma visibilidade grande da produção científica brasileira e amazônida em torno dessa temática Então acho que é uma ótima oportunidade também da cooperação internacional Um outro um aspecto importante dentro disso é que eh nós podemos e aí alguns pesquisadores até estamos fazendo isso aqui na na região em cooperação com outros colegas é que nós possamos colocar um arcabolso conceitual da relação entre mudanças climáticas os limites né eh aqui que atingem a floresta amazônica e as soluções baseadas na natureza mesmo né não baseadas no mercado mas soluções baseadas na natureza que possa eh ser internalizada nos territórios Então isso também há um movimento eh de propostas Nesse sentido eu acho que é uma grande contribuição e também de dar visibilidade a outras vozes e a articulação com os saberes tradicionais na relação de ciência de políticas públicas e de saberes tradicionais eh articulando tudo isso em eh tanto nas análises né conjuntas e também nas soluções paraa Amazônia Então é realmente uma ótima oportunidade para isso tudo além das outras claras que que vão vir a partir das negociações Taís como o próprio nome do seu instituto clima e sociedade né Quando a gente pergunta olha as pesquisas a brasileiro ele é muito preocupado com o clima mas ele não se mobiliza muito pelo clima Você acha que a COP tem esse poder ela ela de de trazer mais participação sair simplesmente do a eu concordo que é um problema sério para a eu vou me mexer e tentar fazer alguma coisa Bom dia Bom dia Tá me ouvindo Tá bom Obrigada Eh bom dia Mercedes Ima prefeito Eh Ana eu acho que a gente precisa até retomando um pouco né do que foi dito no painel anterior reposicionar a questão de clima como algo que precisa ser olhado sob a perspectiva de desenvolvimento A gente não tá falando disso de uma forma isolada e são revisões dos modelos de desenvolvimento que precisam acontecer Na prática a gente tá falando de mudanças profundas e que a essas fórmulas não estão necessariamente prontas Hoje existe sim um incentivo Eh o governador trouxe aqui por exemplo né como aconteceu o processo eh de popula de popular a Amazônia muito baseado no desmatamento E a gente tem um desenvolvimento industrial completamente baseado eh em fóssil em combustíveis fósseis Então eh a partir do momento que se descobre que não pode mais seguir dessa forma que é quando começam se as negociações e as COPs eu acho que a COP ela tem esse papel muito relevante E aí eu retomo um pouco eh do início da fala né E relembrando que a COPA ela não é composta só pela negociação oficial mas que a gente tem também à frente de mobilização e a agenda de ação E isso tudo é muito relevante E considerando o legado local isso é muito importante porque é realmente o que a COP mobiliza a partir das negociações Então neste contexto eh eu acho que a COP sim ela tem um papel muito importante para promover esse tipo de diálogo que já está acontecendo na região eh algumas discussões sobre modelo de desenvolvimento mas muito mais do que isso influenciar algumas ações concretas Então eh falando em agenda de ação nós já tivemos isso né desde COPS passadas Então são compromissos assumidos publicamente principalmente pelo setor privado e tem sim avanços a partir disso No contexto que nós vivemos agora eu acho que isso ganha uma relevância ainda maior porque a gente não pode esquecer que na cópia anterior chegou-se à meta de financiamento climático no valor de 300 B Mas o valor apontado como necessário para que os os compromissos sejam implementados é da ordem de 1.3 trilhões Ou seja existe essa rota que foi mencionada também que tem o grupo dos economistas trabalhando de como sair dos 300 B para chegar nesse valor de 1.3 E isso só acontece com a mobilização de recursos privados De que forma tendo negócios que sejam alinhados ao combate às mudanças climáticas como a gente falou de alguns aqui É então existe uma grande eu acho que o Brasil realmente tem essa oportunidade no contexto amazônico tem uma agenda eu vou salientar existem várias mas a agenda de restauração ela é uma agenda que tem vários estudos já mostrando a viabilidade econômica não só a partir da receita do mercado de carbono mas também a partir da receita de outros produtos da floresta E para se ter uma ideia do quanto essa é uma agenda que conecta desenvolvimento econômico combate às mudanças climáticas e desenvolvimento social para que o Brasil cumpra a meta de restaurar os 12 milhões de hectares que é já algo comprometido pelo nosso país isso tem o potencial de gerar 25 milhões e meio de empregos né a partir de toda a cadeia da restauração que pode ser estruturada que você deixou a bola da restauração Eu ia deixara um pouquinho mais para frente mas vou trazer agora né Se fala muito de restauração a gente tá na década da restauração mas esses 12,5 milhões de hectares eles são prometidos de O Plana Veg se eu não me engano né E andou pouquíssimo Acho que a gente tem a Mercedes me corrija mas é cerca de 500.000 haar 700.000 né mas muito muito muito muito OK E quando se pensava nisso se pensava basicamente em Mata Atlântica que continua é o mais é o mais devastado dos biomas continua precisando ter essa restauração só que agora se soma a Amazônia o serrado né Então eu queria eu lanço a pergunta para todos né de caminhos para essa para essa chegar a esse patamar de restauração né e tornar a restauração ela tem que ser economicamente interessante porque não boas intenções não serão suficientes para regenerar florestas né ou cerrado Pode Eh não Ótimo ponto Ana Eu acho que eh esse é um enorme desafio A meta é efetivamente muito ambiciosa quando a gente pensa no nos 12 milhões de hectares frente ao que nós já conseguimos restaurar hoje E quando a gente amplia essa essa meta considerando os diferentes biomas brasileiros que tem características ambientais diferentes né tem características diferentes com relação aos setores envolvidos né no potencial esforço de restauração Então o Brasil efetivamente tem muita tradição na restauração florestal começando pela pela Mata Atlântica que você mencionou mas hoje o próprio grupo né da Ima Vieira trabalha em outras estratégias né de restauração biocultural também alinhando né com conhecimentos tradicionais com povos indígenas comunidades eh locais mas nós temos também enormes desafios para restaurar biomas não florestais no Brasil Então é preciso avançar hoje e volto ao ponto também do da importância do conhecimento científico da tecnologia de como é que a gente faz uma restauração que seja adequada para as condições do bioma cerrado uma restauração que seja adequada para o Pantanal e muitos desses processos de restauração ou da Catinga ou mesmo do Pampa né que a gente esquece também né da nossa formação campestre também rica em biodiversidade com grandes estoques de carbono sobretudo na parte do solo também E aí é importante a gente pensar que hoje não se trata simplesmente de fazer plantios mas considerar que nós vamos estar implementando sistemas de restauração num clima que está mudando Então como é que nós fazemos a adequação dessa estratégia de restauração a uma condição ambiental que vai se modificando ao longo do tempo A um país onde eh a quantidade de precipitação vem diminuindo a superfície de água também vem diminuindo Então esse é um desafio importante é que a gente fala que é perseguir um alvo móvel né você apontou lá mas o esse alvo tá se movendo e essa estratégia vai depender de uma adaptação contínua a a esse processo de transformação O outro fator importante é não só pensar né no incremento da cobertura vegetal mas como é que a gente controla outros fatores de degradação que afetam os ecossistemas do Brasil Então a questão das queimadas mencionada aqui eh brevemente também no painel anterior é importante como é que vai se dar essa questão do controle dos grandes incêndios florestais porque para que a restauração ela tenha efetividade com relação à integridade climática a gente precisa garantir a permanência né desses estoques de carbono e a gente precisa garantir um certo tempo de residência do carbono Então não basta fazer o plantio e não monitorar né ou contar com uma regeneração natural que a gente sabe que muitas vezes o tempo de residência das áreas de regeneração no Brasil é relativamente curto né A área volta você tem uma revegetação 5 a 10 anos depois ela volta a ser desmatada Então eu acho que tem aí desafios que são muito importantes que o Brasil precisa eh enfrentar E eu queria fazer só um último comentário Eu eu olho eh eh como uma meta ambiciosa Eu vejo que muitas vezes quando a gente comenta a meta ambiciosa não mas nós estamos também falando de regeneração natural Falei regeneração natural também não é isenta de desafios Um dos problemas é efetivamente o monitoramento e garantir a permanência dessas áreas E eu acho que um outro aspecto só complementando também eh esse ponto eh o o quanto que mercados ou ferramentas de mercado com uma questão do mercado de carbono podem atuar nisso É preciso lembrar que eh a transação de crédito de carbono ela não é licença para poluição ela não pode ser para compensação de outras emissões Hoje a gente tá olhando muito que a gente não vai precisar só parar de emitir a gente precisa aumentar o sequestro né Então é parte dessas soluções baseadas na natureza Como é que eu incorporo mais carbono em sistemas e mantenho esse carbono lá Aí sim a restauração tem um papel que é relevante mas normalmente se a gente conseguir garantir que o carbono permaneça nesses estoques de mais longo prazo E o Brasil tem uma um um ponto eh cortado tô me alongando muito né Sei se a gente tivesse feito investimento 60 anos atrás que o Brasil fez na Embrapa na pesquisa agropecuária e tivesse feito esse investimento na economia florestal nós hoje teríamos uma potência florestal Então acho que o Brasil precisa também pensar em estratégias de manejo florestal Muitas vezes se coloca que a manutenção da floresta significa manter a floresta intacta Não você consegue manter a floresta fazendo manejo Povos indígenas já fazíamos Então eu acho que a gente pensar em qual é a estratégia econômica de aproveitamento de florestas que permita que ela continue sequestrando esse carbônio Então acho que a gente precisa avançar também na questão das concessões florestais do monitoramento dessas concessões e também de pensar em estratégias muito claras de uma economia florestal que considere a possibilidade de utilizar os recursos florestais sem degradar a floresta Alô Eh na Amazônia nós temos duas situações eh que eu vejo que eh essa a restauração né como como uma alternativa digamos assim ou uma possibilidade de enfrentar a crise climática eh deve ser considerada Uma é quando nós estamos vendo em várias áreas da Amazônia esse arco do desmatamento aquelas áreas que não deviam ter sido desmatadas foram desmatadas ilegalmente e precisam segundo segundo a nossa lei de proteção da vegetação nativa ser recuperada E outra é uma situação de que nós temos áreas protegidas hoje na Amazônia sofrendo muito com os incêndios florestais com a degradação florestal causada pelo fogo mas também pela exploração predatória de madeira e e os efeitos de borda que são provocados pelo desmatamento Nós temos uma situação de muitas unidades de conservação degradadas né Então temos florestas em pé que estão degradadas e que estão perdendo biodiversidade carbono eh causando problemas às comunidades que vivem nessas áreas tanto terras indígenas como como unidade de conservação de uso sustentável E é uma situação que realmente precisamos olhar paraa recuperação também dessas florestas degradadas Agora se olharmos a situação do Código Florestal do cumprimento do da lei da vegetação nativa de proteção da vegetação nativa nós temos hoje na Amazônia o último levantamento do do grupo do IMP do Dr Gilberto Câmara mostra que são 13 milhões de hectares que nós deveríamos estar recuperando asos proprietários né ou os que têm a posse da terra aqui na Amazônia e e desmataram ilegalmente E desses 13 milhões de hectares 4 milhões de hectares são florestas secundárias ou seja são áreas que já estão em regeneração como a Mercedes disse tem um tempo de vida muito curto geralmente 5 6 anos Então é pra gente garantir que esse seja um método de restauração usar a regeneração natural nós temos que garantir a permanência dessas florestas na paisagem Eh mas temos também pastagens que estão muito degradadas e que eh já em avançado estágio de degradação que podem ser recuperadas e temos outro outra parte cerca de 8 milhões de de pastagens que podem ser reincorporadas ao sistema produtivo da pecuária Então essa é uma situação que facilmente se considerarmos apenas os os cinc os 4 milhões de florestas secundárias mais cerca de 4 milhões de de pastagens em processo de de recuperação nós temos aí 8 milhões ou 70% eh dos compromissos do Brasil atingidos né só com a Amazônia só considerando a situação crítica dessas áreas que foram foram desmatadas ilegalmente Eh então assim não é difícil chegarmos a isso O difícil é chegarmos a uma situação de eh convergência de de políticas públicas federal estadual municipal eh articulações inter eh atores né vários atores aí trabalhando juntos para essa para mudar esse quadro Enfim tem uma série de outros problemas que não são exatamente o problema ecológico do Podemos chegar a isso sim só cumprindo a lei É e podemos estar incentivando por exemplo a Mercedes falou rapidamente outros modelos de de restauração que é o que a gente tá chamando de restauração biocultural quando você considera o diálogo intercultural a convergência de ideias com outros saberes a ciência e outros saberes tradicionais paraa busca de soluções para esses territórios coletivos que estão sendo muito mas muito impactados pela degradação florestal causada por diversos entre por diversas tem diversas causas entre eles eh o fogo né esses incêndios florestais que estão impactando muito as áreas protegidas terras indígenas e unidades de conservação E aí o modelo não pode ser o modelo empresarial não dá Então quando a gente pensar em concessões de floresta como falou o governador nós temos que pensar também em outras abordagens para os territórios coletivos Essas abordagens tê que ser eh tem que envolver essas comunidades e temos que pensar também outras formas eh de que o financiamento eh desses grandes fundos cheguem até esses territórios que é o que não tá acontecendo né Então alternativas como RED como a questão do carbono eh tem a sua importância Agora temos que olhar a questões do território e como isso chega a a essas a esses grupos né eh que que são importantes paraa manutenção Hoje na Amazônia acho que são 40 a 45% das florestas na Amazônia são ocupadas manejadas e conservadas por essas populações Obrigada Eh eu acho que eu queria só retomar também um outro um outro dado e eu acho que essas falas deixam também muito claro que não é uma solução única nem de restauração e nem de financiamento desses modelos Então a gente precisa de diversos tipos de financiamento e modelos que sejam também adequados às diferentes realidades Eh a gente tem essa meta né da recuperação da restauração florestal que são os 12 milhões Mas teve um compromisso também do governo e é e tem sido adotado como uma meta prioritária de de converter e de recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas numa combinação entre modelos produtivos né e alguns deles por exemplo até uma pecuária eh mais sustentável e mais produtiva E e esses 40 milhões de hectares diminuem a pressão de abertura de novas áreas eh pode gerar muito mais riqueza e pode ser recuperado de um jeito muito mais eh sustentável com diversos modelos compondo e vai precisar de muito investimento Então o primeiro cálculo é que para recuperar então desses 40 milhões eh foram feitos alguns estudos para avaliar exatamente quais são os modelos a serem aplicados quais os custos em quais áreas e 27 milhões de hectares estariam mais aptos já para serem convertidos a um custo de 139 bilhões de investimento Então se a gente comparar de reais eh não tem como mobilizar esse essa quantidade de recurso de fundos multilaterais ou de doação Então precisa realmente que existam modelos de negócio Mas é muito importante que a gente garanta que o que não é um negócio viável então por exemplo os territórios o modelo para pequenos produtores desses 40 milhões de hectares 66% está com pequenos e médios Então para pequenos e médios é outra realidade A gente tá falando de recursos muito possivelmente numa taxa mais atrativa que daí entra naquela questão que pro produtor ele consegue captar um recurso com um valor melhor porque ele tá implementando práticas mais sustentáveis e tem que comprovar Então eu acho que isso é muito relevante né fazer com que exista a garantia da comprovação de que essas de que essas práticas estão sendo aplicadas E mas pro pequeno produtor não tem como não ter nenhum tipo de subsídio Hoje o Brasil tem o PRONAF mas realmente né direcionar mais o PRONAF a práticas mais sustentáveis à bioeconomia Isso é muito importante para que tenha o alinhamento entre recursos públicos e privados Bom eu quero corroborar com a com a fala que foi dita pela Thaís porque eu acredito em um modelo que seja prático e que entregue resultado A gente muit das vezes acompanha as discussões e agora por ser prefeito de Belém que é a cidade que tá sediando a cópia eu tenho acompanhado debates com muito mais proximidade confesso do que acompanhava anteriormente porque mudança climática eh os desastres naturais eles só debatidos quando acontece eh perto de você Antes disso maioria da dos gestores e a maioria inclusive dos nossos congressistas tratam esse debate com um debate distante dos outros dos outros a não ser quando acontece na tua cidade que você é obrigado a enfrentar esse problema e aí sim você começa a discuti-lo No Brasil isso foi muito latente depois do caso eh que aconteceu eh em Porto Alegre no Rio Grande do Sul Ah depois do desastre natural todas as cidades começaram a se preocupar com as mudanças climáticas e o debate foi pro centro da mesa Então eu acredito muito que nós precisamos fazer isso eh de forma muito prática A teoria ela é ela tem vertentes a escolha e o gosto de cada um prática Foi mas a prática tem que ser uma só A gente precisa compreender de que cada ator que senta na mesa tem uma obrigação tem o seu papel Por exemplo Belém é uma cidade é um grande centro urbano A gente hoje poderia dizer: "Ah mas Belém não tem ah não tem o que preservar" Belém hoje tem ah 42 ilhas cerca de 39.000 1000 habitantes habitando essas ilhas áreas que são ah de preservação áreas que precisam ah efetivamente de um cuidado do poder público e áreas que infelizmente ah têm uma tendência forte a serem desmatados porque as a população que mora nessas áreas ela tira o seu ganhaapão destas áreas E evidentemente quem tá com fome ou quem precisa resolver o seu problema diário ele não pensa na preservação do meio ambiente nas mudanças climáticas ele quer matar a fome dele do dia E é fundamental que os governos atuem mas também que a iniciativa privada possa eh contribuir com tudo isso É importante que a a academia possa se envolver também em práticas sustentáveis que gerem economia para aqueles que produzem e principalmente pro pequeno produtor Porque o grande produtor ele tem a capacidade de investir em tecnologia ele tem acesso a crédito ele tem acesso a conhecimento a consultorias Agora o pequeno produtor o médio produtor não ele tá ali para salvar o dia dele para comprar o almoço para comprar o jantar dele E é fundamental que a gente possa ter essa compreensão E aí eu tô falando de ter a capacidade capacidade de crédito a capacidade de acesso a microcrédito a informação que é fundamental e também ao acompanhamento de a de todo o processo através desse conhecimento Porque muitos das muitos dos pequenos produtores principalmente aqueles que vivem até mesmo do extrativismo eles estão ali com uma cultura passada e um conhecimento passado de pai para filho Um conhecimento que foi que foi aprendido não foi dentro eh nos bancos escolares ou na universidade foi passado de geração em geração E para que ele possa mudar inclusive a forma de enxergar o planeta ele precisa sim ser assistido não só pelo poder público mas por todos os agentes que entendem e sabem a importância e que tem que ter o dever de poder contribuir com essa agenda Então quando se fala eh em preservação quando se fala em crédito de carbono quando se fala em ações importantes para garantir essa preservação eu vou dizer que isso é muito importante Mas a agenda por exemplo que eu como prefeito de Belém tenho que cuidar é justamente a agenda do micro do pequeno do agricultor familiar para que ele possa através do benefício que nós temos de rios de florestas garantir preservação mas garantir também o seu ganhaapão E para isso a gente precisa assim muito da ajuda do governo federal do governo estadual da iniciativa privada do terceiro setor da academia todos juntos para construir uma agenda Porque ninguém faz nada sozinho Nós temos desafios diários Eu sou prefeito de uma cidade de 1 milhão eh e e mais de 1 milhão 300.000 habitantes com problemas sociais e econômicos históricos com uma das piores arrecadações do nosso país com problemas que têm que ser enfrentados ainda eh que já não deveria mais estar sendo enfrentado mas que a gente precisa enfrentar Então diante de tantas agendas prioritárias pro bem-estar social da nossa população nós precisamos aliar tudo isso à preservação do meio ambiente E para que a gente possa construir isso é fundamental que aquele que quer discutir a Amazônia que tá lá na Europa possa financiar sim boas práticas aqui em Belém na Amazônia porque é inadmissível que aqueles que estão ah em outros países da Europa fazendo discussão de preservação de meio ambiente e fazendo a discussão de mudança climática ele faça dentro de um gabinete de ar condicionado sem conhecer a realidade de perto de um povo amazônica que precisa do apoio daqueles organismos internacionais que muit das vezes tiram da própria Amazônia a sua riqueza porque é muito fácil quem vem de fora explorar a nossa terra e querer colocar o dedo aqui dentro Ele já explorou tanto o Brasil já explorou tanto a Amazônia já explorou tanto a Amazônia então agora ele vem a recuperar ajudar a recuperar a Amazônia Isso é muito importante que a gente possa abrir os olhos do mundo como vivem os povos amazônicas como vive o povo ribeirino para que aqueles que falam tanto possam parar de falar e possam exercer na prática aquilo que eles falam que é justamente nos ajudar a preservar a Amazônia O poder público tá aberto A prefeitura de Belém o governo do estado tem feito diversas iniciativas para poder fazer com que essa agenda seja uma agenda central no debate mas é fundamental que aqueles que tanto falam possam passar a fazer Então eu eu fui contemplado aqui de forma mais técnica pelos que me antecederam a fala mas de forma real prática e pragmática de alguém que vive essa cidade que conhece a realidade dessa cidade de compreender de que mais do que falar nesse momento é preciso fazer Eu fico muito feliz da COP tá acontecendo em Belém muito feliz A gente vai ter um legado histórico na nossa cidade Nós vamos mudar a vida de muita gente Belém tem a capacidade de mudar a sua matriz econômica inclusive e de virar um farol de preservação e de desenvolvimento econômico baseado na bioeconomia pro Brasil e pro mundo Mas eu preciso relatar aqui também a minha expectativa a expectativa de que o que se fala na COP o que se discute na COP possa ser realizado na prática E isso parte sobretudo dos grandes organismos internacionais de passarem a falar e fazer na mesma sinergia porque o Brasil e o mundo estão cansado de muito falar e pouco fazer E esse é o momento extraordinário da gente pautar quem pode ajudar o planeta a ser melhor Eh uma pauta que com dialoga com isso e que ela era secundária nas outras COPs mas que ela se a realidade se impôs que é adaptação climática As cópies sempre se falaram de mitigação adaptação sempre foi um assunto muito muito muito para trás né Mas só que o Brasil tem sofrido uma série de desastres para falar de Amazônia uma seca severíssima com períodos de inundações igualmente graves né Então eh essas outras questões que dizem respeito ao dia a dia das pessoas as atividades econômicas né a a vida como ela é qual a expectativa de vocês né para que a essa COP possa fazer avançar a a agenda A Ana Tony falou um pouco sobre isso mas a gente já tá muito atrasado A gente teve o desastre do Sul a gente teve queimadas no Brasil inteiro ondas de calor absolutamente escorchantes no país todo também né A Amazônia sofreu com uma seca absurda o Pantanal também Então eh em termos realísticos né o que que o discurso e negociações tão longas da COP podem né eh representar pro Brasil num avanço de adaptação Pode Vou gastar só 30 segundos aqui para fazer um comentário sobre a questão da restauração que eu acho que é importante A pauta de restauração ela não vai ter efetividade se a gente não controlar o desmatamento porque sem controle é e a degradação porque sem controle do desmatamento é enxugar gelo né A gente tá falando da do desmatamento de áreas com grandes estoques de carbono conservados ali ao longo de milhares centenas de anos E a restauração ela vai se desenvolver ao longo de décadas Então tem um mismatch né temporal que é importante Então é é sempre importante lembrar que eu não posso pensar que a restauração vai resolver o problema do desmatamento Então a mesma questão da intensificação da recuperação de pastagens ela vai ganhar um avanço e a gente impedir que as pastagens continuem intensificando Então acho que esse é um um binômio importante Adaptação é uma pauta central Ana é muito interessante quando a gente olha a incorporação do termo perdas e danos em toda a negociação climática A primeira vez que esse termo apareceu nas negociações climáticas foi lá no início 30 anos atrás e como ele demorou para percolar para o que acontece hoje porque quando você fala em perdas e danos alguém tem que compensar por essas perdas e danos se a gente pensar juridicamente Então hoje isso é uma realidade Mostra que nós temos né um conjunto sejam grupos sociais eh países regiões que estão entrando dentro dessa lista de perdedores e que precisam dessa compensação Pro Brasil essa pauta ela é central porque ela afeta setores da nossa economia como colocado aqui a agricultura o nosso setor energético porque se chove menos parte da energia gerada por hidrelétricas sofre uma redução Como é que a gente faz uma adaptação pensando em segurança energética Mas é importante trazer uma pauta também aqui que é a questão das cidades das áreas urbanas né Aproveitando aqui a presença né do prefeito de Belém porque 70% da população brasileira vive em áreas urbanas cidades ou áreas periurbanas que hoje tem já uma infraestrutura construída e que tem uma maior dificuldade de se adaptar em função dessa infraestrutura que já tá construída Então se a gente não incorporar a questão da adaptação como é que eu faço com o que já existe e como é que eu planejo o que vem paraa frente Eh não pode ser um planejamento que eu falo com olho no retrovisor com clima que já foi mas tem que ser um planejamento com o que vem pela frente qual o desafio que a gente tem pela frente Então a gente vê a expansão urbana desordenada sem acompanhamento a infraestrutura adequada Eu acho que e e novamente é muito bom ter o prefeito aqui porque sempre fala a conta acaba no prefeito né Eh eu falo que às vezes a gente tem uma distância muito grande da explanada dos ministérios e eu que sou de Brasília da realidade do prefeito que sente eu falo que sente a a dor de barriga do povo né É é isso que a gente tá falando Então essa é uma pauta das cidades Adaptação tem que ser uma pauta das cidades Adaptação tem que ser uma pauta do sistema de saúde brasileiro que hoje já tá nosso SUS heróico SUS mas extremamente estressado ficará mais estressado diante das emergências climáticas Então eh eh é muito bom Eu acho que nesse movimento que a gente vê globalmente que quem tem puxado a pauta de adaptação são exatamente aquele conjunto de países e regiões mais vulneráveis mas sobretudo movimento dos prefeitos nas cidades do mundo todo porque eles estão sentindo como é que isso vai afetar a sua população Então e eu acho eh Ana que essa é uma pauta central e o Brasil precisa correr atrás dela mais fortemente É não eu só ia colocar que é importante inclusive lembrar que quando se fala Amazônia raramente se pensa que majoritariamente a população da Amazônia é urbana Aham e que as soluções baseadas na natureza adaptadas no contexto urbano né é uma ótima solução para adaptação das cidades Então eu acho que a agenda de adaptação ela tem um potencial para evoluir pensando no Brasil aqui nas discussões no Brasil talvez menos do que se esperar um avanço na negociação oficial Eh e aí acho que a gente tem muito eh que pode ser construído então precisa se amadurecer uma avaliação real dos custos Então é o clássico né do custo da inação para que a gente consiga pensar em por exemplo obras né mesmo as obras de reconstrução no Rio Grande do Sul o quanto que essas obras levam em conta fatores para que elas sejam muito mais resilientes ainda pouco Eh e aí com isso tudo precisa ser adaptado Então por exemplo o sistema de licitação pública o sistema de financiamento de obras públicas também deveriam considerar esses critérios para que a gente possa de fato ter a conta do quanto custa se você implementar por exemplo uma infraestrutura que não é resiliente versus ter um custo maior no início mas que a gente sabe que a longo prazo isso vai ser muito mais efetivo É difícil Alô Tá faltando Alô Alô alô Bom ah tem que esperar um pouquinho né Eh essa pauta da adaptação ela é muito importante eh e não pode ser desacoplada das discussões sobre modelos de desenvolvimento H h h algum tempo atrás a professora Berta Becker numa reunião em que o Carlos Nobre apresentava já essa necessidade de mitigação adaptação na década de 90 eh virou para mim paraa Tatiana Sada Brapa aí assim meio de forma bem engraçada como ela sempre se colocava ela disse: "Não sou bicho nem planta para me adaptar sou das revoluções." Então assim eh eh é nessa ideia de e que é preciso mesmo uma verdadeira revolução né das políticas públicas no Brasil e nos países mais vulneráveis né nós temos questões sérias eh históricas de falta de saneamento de uma série de problemas aqui que com esse problema climático se agrava Então as soluções de adaptação elas não são nada banais das cidades tem um papel muito importante nisso mas também o setor eh de produção de alimento também tem um aí um um grande desafio né E mas eu acho que nós estamos no caminho aí Eu não eu não espero muito que saia alguma coisa da COP 30 mas que os países se mobilizem em busca dessas soluções e das revoluções Bom eu quero assim ouvindo a todas eu particularmente acredito que precisa se ter uma política internacional mas começando pelo nosso país e principalmente por aqueles que podem financiar essas iniciativas Eh hoje para você construir de forma sustentável é mais caro do que você construir eh do modelo construtivo normal convencional E isso faz muit das vezes com que você acabe optando pelo modelo construtivo por exemplo convencional porque você precisa resolver o problema E aí precisa-se ter uma política de valorização dos modelos sustentáveis seja através da redução de custos de de imposto seja através até mesmo de de incentivo a financiamento Isso é uma prática que poderia ser executada é algo que eh deveria ser executado para que nós que somos do poder público pudéssemos garantir esta e eh essas formas melhores de poder gerir eh esses nossos desafios A questão por exemplo Belém é a capital da Amazônia mas nós temos na área urbana uma das menores taxas de área verde do Brasil entre capitais é um grande desafio Para que a gente possa enfrentar esse desafio diante de tantos problemas sociais e econômicos que temos é fundamental que a gente possa contar com auxílio e com ajuda Isso passa desde um ah a um recurso a fundo perdido para projetos de arborização como também a apoio através dos dos fundos de financiamento de investimento inclusive dos próprios bancos que possam financiar ações que garantam essa essa política e até mesmo também a facilidade de legislação para que se possa praticar conversão por exemplo ah uma empresa que deve a à União ou que deve o Estado ou que deve o município que possa ter abatimento nessas dívidas garantindo com que ajude eh na preservação ou então até mesmo em medidas que sejam eh compatíveis à sustentabilidade e o fomento da bioeconomia tem várias ações é possível fazer as ações Agora é fundamental que a gente possa ter flexibilização e que possa ter crédito e até mesmo bonificação para aqueles que que praticam a tem boas práticas Então é fundamental que a gente possa olhar por esse prisma porque se não houver nenhum tipo de de benefício ou nenhum tipo eh de condição para que a gente possa fazer e ter medidas sustentáveis isso não vai ocorrer tão cedo no Brasil Porque nós temos desafios enormes e desafios diários Eu dei a entrevista agora a pouco sobre a Vila da Barca Vila da Barca é um projeto habitacional que se arrasta por mais de 20 anos aqui em Belém que entre a gestão e sai gestão não acabam de resolver o problema da Vila Barca começou com com um conjunto habitacional e acabou virando uma uma ocupação desordenada na beira do rio E isso ah as pessoas não têm acesso muit das vezes a à água esgoto que acaba eh degradando inclusive o meio ambiente E esse é um tema por exemplo central no nosso debate Como é que eu vou falar de arborização se eu tenho eh mais de 2.000 1 pessoas vivendo em condição subhumana no centro da cidade eh num dos metros quadrados mais caros de Belém Se eu faço esse debate dentro dessa perspectiva imagine aquele que vive eh num bairro mais afastado periférico da cidade A realidade dele ainda é muito pior Então nós temos desafios enormes e desafios que é que são enormes e prioritários de uma gestão Como é que eu vou falar de meio ambiente se tem gente passando fome ali naquele bairro periférico Então é fundamental que a gente possa contar inclusive como disse anteriormente com políticas de flexibilização de legislação de conversão de financiamento com juros mais baixos para práticas sustentáveis com inclusive a facilidade de quem quer empreender de forma sustentável possa ter um um ativo maior por parte dos governos São práticas que têm que ser discutidas porque antes da gente fazer o perfeito precisamos fazer com que o feito funcione E porque o feito possa funcionar nós precisamos ser pragmático e precisamos olhar o problema do jeito que ele é a vida como ela é A gente não pode olhar inclusive eu eu falo isso muito porque nós aí desculpem até o alongar da fala mas é até um um clima de desabafo A gente vê muitos países falando ah que Belém não deveria sediar a COP porque não tem hotel cinco estrelas porque nós temos alguns problemas eh que são corriqueiros em grandes centros urbanos que deveria ser feito em cidades que já t uma estrutura teoricamente eh feita para o turista E pelo contrário porque se nós queremos discutir a Amazônia se nós queremos discutir o meio ambiente se nós queremos discutir as mudanças climáticas tem que discutir nas raízes dos problemas E a raiz do problema muit das vezes tá o quê Tá nas cidades que tem uma grande população e que com a grande população também tem grandes problemas a ser enfrentados Se querem resolver o problema tem que resolver o problema na sua raiz Não adianta discutir meio ambiente no hotel cinco estrelas sem conhecer a realidade Então a adaptação e a resiliência climática nas cidades que têm grandes problemas sociais e econômicos é um dos grandes desafios sim do planeta não é do Brasil apenas E aí é muito importante nós exercermos E aí eu digo isso quando eu digo nós eu digo de modo geral os aqueles que exercem um papel eh de de gestor público de compreender e ter empatia sobre os problemas da nossa sociedade Porque nós só vamos resolver problema quando a gente tiver empatia e quando a gente tiver solidariedade entre os povos que é justamente aquilo que eu acredito e que eu tenho esperança que se discuta na COP 30 não são apenas as medidas não são apenas as tarefas que cada eh que cada um precisa exercer mas sobretudo um grande movimento de solidariedade para a a discussão da sustentabilidade mas principalmente para socorrer aqueles que precisam e aqueles que muit das vezes necessitam da terra para sobrevivência Então é prática sustentável mas com apoio de todos aqueles que discutem essa temática tão importante Muito obrigada Bem esse é um tema extremamente complexo e mais uma vez a gente poderia ficar aqui muito mais tempo mas nosso tempo plf eu eu queria agradecer muitíssimo todos vocês ao prefeito a Mercedes Vieira Thaís muito obrigada Obrigada a todos pela participação aqui pela audiência e vou convidar a Daniele Queared repórter especial do Valor para conduzir o próximo painel Muito obrigada Так Pessoal vou chamar aqui pro pro último painel Então eu retorno agora já dando boa tarde a vocês embora ninguém tenha almoçado mas a gente a gente inicia agora o terceiro e último painel do evento sobre como a iniciativa privada pode ajudar no futuro da Amazônia E a intenção aqui é a gente falar sobre o futuro da região e como a COP 30 se insere nesse cenário Então para isso já recebo os nossos convidados Alex Dias de Carvalho presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará a FIEPA Muito obrigada Alex AI Ví Correa diretora de sustentabilidade da JBS Brasil e o João Meirelles diretorgeral e CEO do Instituto Pabiru Então muito obrigada E eh eu vou pedir eu vou tentar eh fazer uma coisa um pouco dinâmica aqui pra gente eh acho que pode ser mais interessante Eu vou pedir para vocês só muito rapidamente 1 minuto 2 minutos se apresentarem e apresentarem eh o que é a FIEPA e qual a sua eh por exemplo qual a sua o seu background Mesma coisa para JBS o tamanho da JBS do Clierge e João também Por favor Daniela primeiro seu nome é manifestar a honra de estar dividindo esse painel com você com Dieg com com João falar um pouquinho da Federação das Indústrias do Pará uma jovem senhora que revigoradamente tem entendido a importância de uma reconexão com o setor produtivo e com a chegada da COP 30 eh trazer eu acho que os painéis que nos antecederam eh deixam claro eh a oportunidade que nós estamos diante reforçar compromissos reforçar trazer eh à tona boas práticas e caminhos possíveis E o sistema FIEPA como um todo que envolve o SESI o SENAI eu estou falando aqui de educação tô falando de de formação profissional o IEL com gestão eh empresarial um conjunto de soluções que precisam caminhar juntas né e ter mais entregáveis conectados com aquilo que a gente entende ser o momento de se discutir o que tanto se falou aqui o novo modelo de desenvolvimento econômico Muito obrigada Alex L por favor Obrigada Bom dia boa tarde Eh prazer tá aqui Bom eu sou a Lieg acho que falar de mim também falar da JBS Eu sou engenheira agrônoma de formação tô liderando essa área de sustentabilidade atualmente na na empresa aqui no Brasil E a JBS acho que mais do que contar aqui que ela é a maior empresa de proteína e alimentos do mundo uma empresa brasileira o tamanho é relevância dela mas acho que o número que me dá mais orgulho dizer são os 280.000 colaboradores que a gente tem pelo mundo e quase 160.000 aqui no Brasil Então são essas 160.000 famílias que a gente abarca dentro dos números da JBS E pensando no e no s e no g o s sem dúvida é o mais importante porque é nele que fala sobre pessoas Então esse é o número que eu quero destacar aqui Obrigada Prazer Vai lá João Boa tarde Obrigado pelo convite Daniela Na verdade a gente interage há não vou falar quanto tempo umas quatro décadas eh quando ela tá foi da primeira editoria de meio ambiente de um jornal no país Então é uma trajetória muito importante Eu tava na SOS Mata Atlântica eu há 40 anos me apresento como eh ativista socioambiental desde que cheguei a Belém e aprendi com o movimento de mulheres das ilhas de Belém o sócio na frente e e dirigo uma instituição paraense o Instituto Piairu tem 88 colaboradores 25 pesquisadores associados da Federal do Pará com o Museu Gude temos uma forte interação apoiando as iniciativas Trabalhamos no campo Ontem tava no Acará no baixo Acará Nós somos uma organização de campo de linha de frente Trabalhamos com quilombola agricultores familiares muito em parceria com grandes empresas Nos sentimos muito à vontade Contribua aqui com a FIEPA na jornada COP Mais com diversas empresas Então a gente tá muito feliz em estar aqui com vocês hoje Muito obrigada Mas a gente se conhece desde que tem 14 anos que eu fui numa festa na tua casa quando era criança Exatamente Pronto para lei Pronto Exato Bom mas eu queria perguntar para vocês agora que visão cada um de vocês tem de eh bioeconomia da nova economia da Amazônia porque esse é um conceito e conflito e eh como várias coisas que a gente ouviu nos painéis anteriores quer dizer nós ouvimos falar de mercado de carbono com duas perspectivas duas nuances né aos pesquisadores e as universidades mais receosas colocando o freio e as outras pessoas talvez mais entusiasmados né E só e a bioeconomia é um conceito em em disputa Então vou vir de trás paraa frente João Bom aqui tá o Chiquito que é junto com Danilo e o Chiquito pesquisador da Federal do Pará a gente chama amorosamente de Chiquito Francisco né Eh que coloca muito bem essa questão da bioeconomia ecológica ligada ao bioma né Nós estamos claro como organização da sociedade civil trabalhando com povos e comunidades tradicionais agricultores familiares nós estamos olhando o acesso a esses bens aos direitos né Pabiru trabalha com açaí desde 2005 e desde 2018 com o Tribunal Regional do Trabalho e com a questão do trabalho precário trabalho infantil que tá envolvido aí Então a bioeconomia é informal e muitas vezes ilegal Bioeconomia legal É isso o primeiro mel de abelha sem ferrão que o Instituto Pabiru com apoio do BNDS Fundo Amazônia conseguiu legalizar Então a primeira missão eh aqui nossa do estado a lição de casa é a gente legalizar os processos né Vejo os batedores de açaí Por todo o esforço que foram foi feito nós não temos primeiro não sabemos quantos são Explica o que são os batedores de açaí para quem não é daqui Perdão João explica o que são os batedores de açaí para quem não é daqui Em lojas de esquina que levam açair fresco vindo direto menos de 24 horas chegam e são batidos numa grande batedeira E só em Belém estima na grande Belém 4.000 desses batedores A gente acha que tem uns 700 legalizados Então a gente tem muita lição de casa para fazer né eh no no básico isso no açaí que é o vamos dizer o carro chefe da sustentabilidade como proposta mas eu acho que o o sócio do açaí precisa de uma atenção muito grande e não é diferente distinto nas outras questões né Então eu diria que se a gente quer organizar essa agenda a gente tem que priorizar a legalização Nós recentemente legalizamos o transporte de caixas de abelha Parece uma bobagem mas há um grave problema relacionado a abelhas nativas São 185 espécies do Brasil 50 desconhecidas da ciência duas 2000 no mundo 30 são manejadas Nós manejamos seis dessas abelhas E por que que a gente faz isso Porque sem floresta não tem sem abelhas não tem floresta sem abelha não tem bioeconomia Então nós estamos falando da base da bioeconomia legalidade polinização a questão de justiça social trabalho infantil trabalho precário Essas são as questões básicas Direito à terra acesso à terra Obrigada Lierge Por favor Nós temos visto eh o crescimento e a divulgação do que é a bioeconomia a gente sabe que os povos tradicionais já trabalham com essa bioeconomia de uma certa forma há muito tempo Então eh assim como o conceito de agricultura regenerativa a gente traz como um conceito moderno atual mas não é um conceito novo né Tem toda uma ancestralidade aí envolvida nessas explorações Como é que a gente escala isso Eh eu acho que tem duas eh dois olhares paraa questão da bioeconomia né Quando a gente olha para bioeconomia não há para não dá para se ter uma expectativa que ela vá se transformar imediatamente numa grande commodity Então quando a gente olha com olhar de commodity para uma bioeconomia a gente faz uma certa distorção daquilo que a gente quer chegar Na JBS a gente tem trabalhado junto com a gente tem um fundo que é o fundo JBS pela Amazônia no qual justamente a gente veio testar modelos de desenvolvimento dessa economia local dessa economia para além das commodities que a gente olha pro bioma Amazônia Eh eu não faço parte do bioma como moradora mas trabalho numa empresa que a gente tem uma grande participação nele Mas quando a gente olha para essas comunidades e a gente vai testar modelos para essa bioeconomia para explorar esses produtos açaí cacau o próprio Pirarucu a gente vê a dificuldade que é E aí acho que todo mundo já falou aqui nos outros painéis mas é a questão logística como é que a gente retira esses produtos também para não só gerar essa economia local mas também poder levar pros outros estados e até poder exportar esses produtos E aí dentro do que o João traz aqui da questão da legalidade como é que a gente dá essa legitimidade para que essas comunidades de fato recebam valores justos pelos seus produtos e possam ter acesso a mercados tanto para exportar para fora do estado para fora do bioma mas também para outros países Então a gente tem tentado eh fazer esses projetos o fundo vem apoiando projetos e testando junto com as comunidades junto com as cooperativas esses modelos de negócios que funcionam no bioma Amazônia numa lógica do bioma numa lógica local eh da extração de cada uma dessas produções Obrigada LG Alex vocês têm falado em nova economia e esse estado se desenvolveu a partir de mineração né e de pecuária Eh que que é essa nova economia Como é que ela conversa com a economia antiga vamos dizer assim É uma virada de página que tão óbvio quanto entender que a mineração é um recurso finito é que alguma coisa precisa já ser pensado e planejado com antecedência suficiente para poder termos outros modelos eh de desenvolvimento social ambiental e econômico Hoje nós temos sim grande grandes players não só da mineração de atividades da pecuária da indústria da carne eh com visões muito mais eh fortalecidas e presentes na indulção desse novo modelo Aqui na minha frente tem a Ana Carolina da Vale ali da JBS mas poderia citar aqui algumas indústrias de grande porte de de de mercado global que tem sido parceiros das instituições da academia eh estimulando estudos para que esses gargalos que que tanto hoje são desafios para que tenhamos a escalabilidade racionalmente falando eh a para que esses produtos possam acessar os mercados seja nacional seja eh mundial mas que nós tenhamos esse diagnóstico de forma dinâmica porque entre o ponto A e B tem a jornada E a jornada eh coincidentemente eh é um dos projetos que nos levou a estarmos mais próximos ainda Um dos eixos da jornada tá justamente na entender a bioeconomia nos nos recorremos a ao UNIA professor Chiquito professor Danilo para trazer metodologias científicas nos recorremos à experiência da da das organizações não governamentais de ter esse trabalho de base e ter a a o sentimento de como seria possível como será possível transformar esse desafio ainda desculpe a redundância muito desafiador de que não conseguimos ter uma economia que seja capaz de transformar uma realidade ainda muito incômoda E nós temos muitas riquezas o que nós estamos conseguindo nos apropriar delas falandoem como sociedade e ter isso como um mecanismo de agregação de valor e qualidade de vida para pra população da Amazônia mas não somente da população que aqui está pensando um pouco mais em Brasil é entender que ao fazer isso nós estamos tentando buscar caminhos que nos tirem de qualquer assistencialismo e que também lá na frente nós possamos colher essas sementes de esperança que a sócio bioeconomia pode nos trazer Muito obrigada professor Esquita e Danilo são tantos são tão citados aqui que dá vontade de trazer quebrar o protocolo e trazer vocês aqui pro painel Mas eh eu João só rapidamente Naia o que que é o Naia para quem não conhece eh dentro da Federal da Universidade Federal do Pará existem diferentes núcleos institutos é o núcleo de altos estudos amazônicos né que foi criado já há um bom tempo e que é uma referência não só na Amazônia mas no Brasil todo Obrigada Eh Liege Eh já nós ouvimos aqui em todos os painéis eh ou o estoque de terras degradadas que há na Amazônia as dificuldades que há históricas eh de de eh eh de conceitos de desenvolvimento E eu queria te perguntar então a JPS quer dizer eh como que ela como que ela lida com esses com a dificuldade de de criar gado e comprar gado Criar não mas comprar gado da Amazônia né E como lida com os fornecedores indiretos Quer dizer agora nós temos essa COP 30 como Anatoney diz esse processo de COP 30 é o processo né Essa COP 30 já começou né não é em novembro a gente tá vendo isso claramente Como é que vocês uma empresa tão grande eh conseguem controlar que esse essa esse essa carne que vocês compram não vem de territórios eh desmatados Obrigada pela pergunta É um desafio enorme trabalhar no Brasil com pecuária né Eh e dentro desse desafio quando a gente fala em bioma o risco e a exposição é maior ainda E aí a gente tem eh três modelos de atuação para esse risco Primeiro modelo que muitas empresas eh listadas em bolsa grandes empresas que é abandonar o bioma deixar de trabalhar no bioma aí para outros lugares produzir pecuária em lugares com menor risco de exposição o segundo modelo que é trabalhar na ilegalidade que é não se preocupar com essas áreas e cada vez mais estimular esse mercado Eh e o terceiro modelo que é o que a gente vem tentando fazer aqui que é trabalhar em parcerias e ajudar na regularização desses produtores porque só excluir não comprar deixar de atuar desestimular a economia local fechar as unidades não ter emprego e renda para essas famílias que eu citei eh não é a solução né E não tem solução simples senão a gente não tava aqui discutindo hoje né Tem as soluções são complexas Então dentro dessa complexidade o que a gente tem tentado fazer nos últimos anos então desde 2009 a gente faz o monitoramento 2012 começa a surgir o CAR e aí vem a implementação do CAR Então hoje registrados pelo menos o último dado que eu tive acesso são 7.hõ cadastros eh ambientais rurais no Brasil Quando a gente olha para R.200 200 ou 6 milhões e meio de propriedades rurais porque a gente sabe que tem a sobreposição Só que o estado do Pará tem uma sobreposição enorme de áreas eh na mesma o vários CARS registrados na mesma área então você tem mais essa camada adicional de dificuldade Mas quando a gente olha para esse universo e se a gente pensar aí que vamos falar um número baixo tá 1 milhão de propriedades tenham pecuária no Brasil A JBS comercializa por ano de 30 a 40.000 produtores rurais Esse é um número que a gente tem relação direta Então mesmo com o tamanho muito relevante da JBS eh o meu ponto aqui é que sozinhos a gente não resolve a gente não faz uma mudança eh de paisagem uma mudança setorial Então que a gente vem tentado atuar é em parceria inclusive parcerias pré-competitivas com outras empresas do mesmo setor E nesse sentido a gente tem feito a regularização ambiental de propriedades junto A gente tem um programa que chama escritórios verdes São 20 escritórios físicos espalhados pelo Brasil e um escritório virtual que atende todo e qualquer produtor rural do Brasil gratuitamente para ajudar na regularização Então a gente tem buscado regularizar esse produtor no primeiro momento dar assistência técnica num segundo momento ou até em paralelo e ajudar na gestão da propriedade para que ele tenha dados e números e com isso a gente consiga fazer não só o monitoramento de fornecedores diretos desses 30 40.000 por ano que eu comentei mas também o fornecedor indireto porque se a gente compra de 30.000 e tem 1 milhão para mais de 1 milhão de produtores tem uma discrepância de dados Então esses outros produtores que não necessariamente estão na cadeia de fornecimento da JBS eles estão atuando em outras áreas seja cria seja recria O pequeno produtor faz muita cria que é a criação de bezerros em pequenas propriedades Então é nesse sentido que a gente tem tentado avançar regularizar e dar assistência técnica para esse pequeno produtor também Muito obrigado Le Quanto quanto o que que significa Amazônia pra JBS Amazônia é muito relevante no nosso eh na nossa atuação no Brasil A gente tem uma grande participação aqui como em todo o país e da parte dos escritórios verdes por exemplo o maior número dos escritórios verdes está localizado fisicamente no bioma Amazônia porque não só pela relevância eh em termos de produção mas também pelo tamanho e desafio dos problemas que a gente tem enfrentado aqui em relação ao desmatamento Eu queria te perguntar em termos de produção em termos de compra que que a que que que a Amazônia é para JBS Em termos de a gente é como eu te falei né A gente tem atuado na parte de sustentabilidade em relação A gente tem uma grande produção eu precisaria estimar aí entre a produção toda de bovino mas a produção também de aves e suínos da produção Mas eu eu te diria que assim ela tem uma grande relevância em termos de produção Tá bem Muito obrigada Alex Queria te perguntar uma coisa já ficou evidente aqui que tem uma tensão entre escala eh a bioeconomia quer dizer e escala e conservação da biodiversidade né Eh e também das culturas A professora IMA falou muito aqui de biocultura né de trazer os o conhecimento que existe aqui Quer dizer eh como é que é isso Comodity a gente tá sentindo não combina com eh Amazônia Eh monoculturas aprendi com o professor Chiquito e Danilo também eh não combinam com a Amazônia as sucessivas histórias de derrotas aqui E e como é que vocês estão vendo a bieconia esse potencial enorme essa chance de crescimento mas com esses limites claros do bioma Eu acho que é um grande exercício de complementariedade Há pouco citei o professor Danilo professor Chiquito e avistei também a Joana Martins E o muito que o paraense deve a culinária a nossa riqueza na nossa gastronomia ser reconhecida no Brasil e no mundo deve ser um esforço hercúlio que ela traz na ancestralidade do pai da família de colocar na mesa colocar em pratos aquilo de tão rico que nós temos E hoje ela é uma empresária Joana me permita a citação que enfrenta todos esses desafios de de levar sabores saberes e como fazer isso chegar nas prateleiras né nos supermercados seja eh no próprio estado num estado de dimensões continentais com precária condição de infraestrutura Então fazendo assim uma transformando uma longa história numa síntese acho que além de entender a importância de se internalizar mais investimentos em ciência inovação pesquisa aplicada precisamos eh arregaçar as mangas mesmo mãos à obra o engenheiro falando e transformar impulsionar uma infraestrutura que seja capaz de que esses insumos em pequena escala também consigam chegar aos pontos de de agregação de seja de de manufatura de industrialização em condições competitivas Porque se essa é uma regra geral professor Danilo economicidade né competitividade ela ela não pode estar desassociada dos nossos sonhos e ideais Então respondendo um pouquinho Daniela eh a complementariedade de trazer porque o lado o copo cheio é que nós temos sim né uma riqueza a ser melhor aproveitada E no momento em que nós temos essa capacidade de oportunizar isso ao mundo talvez não como um exercício de benevolência de de levar levantar as mãos para céus e pedir de joelhos precisamos disso não Eh eu acho que nós estamos diante de um grande momento de transformação de reconhecimento do Brasil para conosco do mundo para com o Brasil de que muitas soluções serão possíveis se e somente se tivermos a altivez de transformar muitos discursos muitas iniciativas dispersas e um plano de ação efetivo para que uma indústria de boas práticas aqui que traz uma a agregação do valor desde o investimento ao produtor rural até a entrega do produto acabado em qualquer prateleira em ótimas condições seja sanidade sanidade eh eh sanidade da carne mas qualidade proteica em em qualquer prateleira do mundo não pode estar não pode ser desproporcionalmente ao risco de como a a L falou diz: "Ó eu tenho três alternativas Uma delas é sair do bioma Então é internalizar das melhores práticas internalizar aqueles que não se utilizam do pretexto e do atributo porque geramos empregos podemos fazer e porque sou serei o mal necessário É isso que a gente tem a capacidade de hoje dizer Daniela falar de olho no olho de que nós precisamos dessas indústrias que tem essa visão verdadeira e transparente do investimento social da dessa inclusão social dessa desse pertencimento ao território que está ao respeito e fundamentalmente eh trazer soluções para que este estas iniciativas sejam mais sustentáveis e sobre o aspecto ambiental e econômico Agradeço Mas eh João você que também escreve tanto sobre a Amazônia é também um historiador eh como é que a gente avança sem repetir os erros do passado até se você quiser citar algum e eh com desafios que o resto do país não conhece e o resto do mundo também não conhece Vocês conhecem Eh como é que faz Então é não é uma resposta fácil e mas tem que ser consciência com o Museu Gude com IBRAPA tá aqui o professor Roma também e e com tecnologia social O que que é tecnologia social São os saberes tanto tradicionais quanto advinhos da ciência que tão acessíveis a todos É um exemplo E por exemplo a questão do açaí a gente brinca tem 300.000 coletores de açaí Hoje num dia de safra tem 2 milhões de subidas de árvore Então qual é o EPI o equipamento de proteção individual do coletor de açaí Eu brinco mas é verdade que é um calção e um facão sem bainha Então a Agropalma por exemplo resolveu o problema com a Funda Centro órgão público federal que ajusta a questão do trabalho no meio rural Eh então se a gente quer tratar de açaí com sustentabilidade vamos tratar com seriedade né A questão da família do coletor Claro que o aprendizado do açaí começa com 7 anos porque você não vai subir com 15 mas não dá para coletar Uma coisa é coletar pra família outra coisa é coletar 30 caixos pular de uma árvore para outra com 30 kg na mão um jovem de 14 16 anos Então eu acho que a gente para mim eu acho que esses são os problemas reais como até o prefeito tava falando que nós temos que enfrentar e tem solução Então o o Museu Gueld tem priorizado a questão de ciência de tecnologia social A BRAPA trabalha nisso bastante Nós não temos no Pará como até o Amapá tem um instituto estadual de de que é o IEPA né Então a gente tem que ir pro campo né E acho que a FEIPA tem que levar essas questões para como a Joana que é uma microempreendedora mas eu tô falando aqui dos nanoempreendedores a senhorinha da feira que vendia R$ 2 o seu Tucupi que não só durava na geladeira e depois estragava com o apoio da IDO do fundo ídro do projeto Titic que eu convido vocês a visitarem eh que no Pabiru Executor essa senhora continua vendendo na feira mas o O Tucupi tá fora da geladeira como o Tucupi que a Joana trabalha também foi um esforço conjunto que a gente fez Então é sobre essa tecnologia que nós estamos falando As empresas privadas têm todas as condições de apoiar esse processo eh seja diretamente entre eh órgãos científicos e universidades e empresas ou em parceria com organizações de sociedade civil como Piabiru Ipan e Amazon IEB enfim Então acho que as soluções estão dadas falta não é nem vontade política falta marcar a reunião Obrigada Verge Nós estamos acabando o tempo Vou te perguntar sobre COP Eh qual a importância da COP eh 30 eh para uma empresa como a JBS eh como é que vocês enxergam ela Eh a Ana Tony trouxe aqui no primeiro painel né a COP está importante para o mundo assim como o Brasil está importante para a COP Assim como o Brasil está importante para a JBS né Então como o tamanho da empresa a gente faz parte desse país a gente vem desse país Então a mensagem que a gente vai levar e acho que a gente pode discordar sobre vários temas mas o mais importante é a gente procurar quais temas a gente concorda enquanto brasileiros enquanto empresas e pessoas que moram trabalham e tiram o sustento do bioma Então quais são os pontos de convergência que a gente vai poder apresentar pro mundo todo sobre o país O que é que esse mundo não conhece sobre o Brasil A gente tem áreas degradadas mas a gente também tem pastagens extremamente produtivas A gente tem agrofloresta a gente tem bioeconomia Então o que que a gente pode mostrar que deu certo no país e que a gente pode contar pro mundo esses cases de sucesso E não são pequenos cases eles são extremamente escaláveis e já estão escalados né Então a gente tem grandes números Eu nem tô falando aqui só do da punjança e do tamanho do agro das commodities mas das pessoas das explorações dos sucessos eh do dos povos que vivem aqui São 20 milhões de pessoas Isso não dá para ser ignorado Então a gente tem que contar os problemas com certeza trabalhar para melhorá-los influenciar a NDC do Brasil foi apresentada eh os gases de efeito estufa a gente precisa reduzir A gente tem agendas aí que já são muito eh efetivas mas falta a gente ter os pontos de convergência numa mesmo país para poder contar pro mundo que o Brasil faz parte da solução da mudança climática de forma afirmativa e definitiva Muito obrigada E a diversidade de opiniões também é uma diversidade né Não só a diversidade de opinião mas é discordando que a gente avança porque se todo mundo pensasse igual a gente não ia sair do lugar A gente precisa discordar para que os extremos encontrem um caminho do meio que a gente possa seguir Obrigada Lierge Alex Eh vocês falam até em eh vocês tm um programa eh da sobre COP queria que você falasse rapidamente sobre isso que inclusive você convida pessoas da academia e tudo mas ele tem COP 30 mais né ou mais Obrigado pela oportunidade né Ela a provocação do do João ela é extremamente saudável no momento que a gente trouxe o entendimento né dessa diversidade ser tão importante para o momento atual Eh é através dessa diversidade que nós vamos juntar o que muitos têm em comum em convergências eh soluções possíveis e o crescimento através desse diálogo como forma de aprendizado a jornada COP mais além de de trazer o senso de jornada não pode ser um uma receita pronta uma receita de bolo pronta algo que que ela precisa ter essa transitoriedade mas ela está muito muito galgada no mais no que será depois Não não faria não fez sentido para nós enquanto federação trazer um neste momento sermos tão somente anfitriões eh recepcionar a CNI nossa nossa mãe né da Confederação Nacional das Indústrias eh criar parceiros institucionais mas não contribuir nesta discussão tão importante e oportuna porque nós estamos convencidos Daniela que nós temos estamos diante de muito mais soluções do aqui embaraços e e e repetições daqu dos dos erros do passado Acho que há um senso coletivo há uma conscientização do meio empresarial eh isso é um caminho um caminho sem volta Então falando até como como cidadão eh assim meu deito a cabeça no travesseiro dizendo agradecendo a Deus pela oportunidade de poder contribuir para que a Amazônia o estado do Pará Belém que o meu filho possa no momento da minha idade que seja melhor do que esta que eu que eu estou vivendo hoje Então é vem um compromisso pessoal vem um um propósito eh institucional e é um movimento colaborativo o o convite a todos que aqui estão seja presencialmente mas nos assistindo Daniela é é convidar para essa agenda colaborativa e ela tem esse papel de exercer na prática a a transformação tão necessária que que se não for assim nós certamente fracassaremos e quem vai a ser penalizado além da pobreza tem sido o meio ambiente Então essa junção de agregação de valor com conservação ambiental e da nossa riqueza maior riqueza da biodiversidade elas estão diretamente intrinsecamente ligadas na nossa visão Muito obrigada E é por isso então que vocês o senhor na sua gestão da FEP convidou então academia ambiental para ajudarem vocês nessa construir Exatamente Exatamente Criar um um essa multilateralidade já que está tão sensível mas um exemplo que nós né daremos eh aqueles que ainda insistem em radicalizar aqueles que ex insistem em não dialogar Eu acho que aí João eu deixo de público um agradecimento não só às empresas a você ao professor Chiquito Esses diálogos têm sido extremamente enriquecedores Eu agradeço também Daniela a oportunidade de falar um pouquinho da nossa jornada Obrigada ao senhor João Para terminar eh toda vez que a gente eu sou de São Paulo né Toda vez que eu venho aqui paraa Amazônia eu aprendo muito e enxergo coisas que não tinha visto antes Então agora me chamaram atenção do lado das batedeiras eh pro tamanho dos sacos né que ficam depois com os caroços de açaí né cada esquina é um saco desse tamanho de caro de açaí Você tá falando de tecnologias de novas tecnologias de eh como é que como é que esses caroços de açaí podiam ser aproveitados Hoje eles são jogados fora entopem tudo Como é que é É o açaí para quem não conhece em detalhe ele é 5 10% de uma película que é o que a gente come o vinho de açaí a polpa como a gente fala e o caroço os outros 90% E até recentemente ele era realmente jogado continua sendo jogado em Belém uma cidade aquática né Isso é um grande problema em outros municípios até mais crítico mas temos soluções soluções que até podem tornar ele tão valioso quanto a polpa Tem duas grandes indústrias a indústria sementeira e do alumínio que se tiver 500.000 toneladas estou falando em 500.000 toneladas não é chute de ambientalista tá É número técnico Eh se tiver 500.000 1000 toneladas hoje tem comprador Imaginem a rede de distribuição de coleta de processamento quantidade de emprego pode ser gerado Então isso não é conversa eh eh à toa Então nós temos uma oportunidade real e mais do que isso os microprocessadores Então nós podemos ter tirar o óleo que faz da de fazer o carvão do açaí o carvão para retornar paraa agricultura Isso é uma revolução agrícola né E o problema da Amazônia é criar solo Esse é o problema número um da Amazônia Quem mexe com pecuária eu sou de cinco gerações de pecuária Meu pai foi presidente do Conselho Mundial da Carne Eu já dirigi fazenda de 20.000 bois Eu sei o que é isso e só que eu tô do outro lado da cerca E mas eu acho que a gente tem que encontrar soluções O caroço de açaí de de Pat enfim eu não vou descrever o número de oportunidades que a gente tem aqui Essa é a nova indústria Devia ter um um sindicato que tratasse disso ou pelo menos um espaço pra gente tratar disso Talvez deste evento a gente possa tirar aqui uma ideia conjunta né Já temos até um financiador aqui né Para eh e a gente trabalha de construção conjunta para atacar esse problema de frente e isso é problema de rápida solução Essas são oportunidades que nós temos que mostrar na cópia Nós estamos montando um parque de tecnologia social atrás do Cumbu né onde a gente já trabalha com eh a fazenda de abelhas sem ferrão que é para isso junto com Embrapa Museu Guilde agora Unesp e outros centros de pensamento também pode estar FIEPA junto a gente demonstrar questões reais Qual o problema número um da Amazônia hoje O forno para a mulher o forno fogão a lenha para as mulheres Esse é o problema número um Saúde Não pera aí explica E porque aquele inalação do carbono né faz um mal tremendo É com com madeira com porque porque é madeira ou algum tipo de carvão né E isso tem solução técnica tem geração econômica e nós vamos resolver um problema de saúde que é dos maiores problemas invisíveis do Brasil Então nós estamos sempre falando de soluções rápidas imediatas e de fácil execuibilidade Muito obrigada E tem a história maravilhosa que eu escutei dos dos da possibilidade acho que foi professor Danilo que me falou da possibilidade de se criar uma indústria de eh fabricação dos barcos né Porque aqui a gente vê uma variedade de barcos maravilhosos tradicionais artes né feitos por mestres e teriam um potencial enorme né de de de se avançar nisso Eu acho interessante olhar o açaí novamente O açaí tem zero de governo Ele foi montado toda a estrutura do açaí Há 20 anos quando eu cheguei em Belém eu tenho casa aqui moro aqui moro no interior de São Paulo por causa das minhas netas essa é a única razão Eh ele não ele essa rede que foi construída nas últimas duas décadas foi montada sozinha e ela funciona claro ela pode ser mais eficiente pode ser mais vantajosa O coletor de açaí fica com 90% dos riscos 10 8% dos ganhos né Então essa injustiça a gente precisa trabalhar para resolver né Agora a questão é que esse tudo que nós estamos falando aqui o a questão do barco da embarcação né A questão do da logística nós temos soluções Belém foi um há 400 anos um importante porto naval de fabricação né de estaleiro né E a gente não quer só que seja estaleiro para transporte de soja Tem que ser a legal legalização Nós temos 30 portos irregulares em Belém É pena que o prefeito não tá aqui Esse é um problema número um para resolver né Ou e resolver a questão das embarcações né Acho que é nós temos uma pauta boa e imediata e de fácil solução Muito obrigada Eu preciso encerrar Eh você quer quer falar alguma coisa Eu vi Se eu puder em 5 segundos é só agradecer a Cle Helen Marcela Irtes Ana que faz parte também da nossa FIEPA é um time muito valoroso é todo time de comunicação Nós temos esquece de alguém Ah sim eh na área de comunicação né esqueci do manifesto Fizemos hoje um manifesto Dani e inclusive publicado no valor que são algumas alguns drops daquilo que a gente pensa da importância da o senso de urgência acho que o João traz muito para nós o senso de pertencimento de grandes players fundamentalmente chegando eh a esse encadeamento produtivo é um manifesto eh contributivo e aglutinador E mais uma vez agradeço a oportunidade A gente que agradece Então obrigada a todos pela participação no nosso terceiro e último painel Agradeço a vocês todos que estão na plateia também a quem tá nos assistindo pela internet por ter acompanhado essa discussão conosco O projeto COP 30 Amazônia é uma iniciativa dos jornais Valor Econômico Globo e da Rádio CBN com patrocínio da JBS Vale apoio do governo do estado do Pará e parceria institucional do Instituto Clima e Sociedade e do Centro Brasileiro de Relações Internacionais E mais uma última coisa esse foi o nosso primeiro evento mas ao longo do ano teremos outras oportunidades para nos encontrar e debater a CORP 30 E espero que novembro a gente possa estar todos juntos aqui em Belém para acompanhar de perto a conferência Então eu convido vocês a seguirem a cobertura da COP 30 no jornais Valor Econômico no Globo e também na rádio CBN Ótima [Aplausos] tarde Obrigada Parabéns Agradeço

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