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O ataque à ministra Marina Silva | BERNARDO MELLO FRANCO

O ataque à ministra Marina Silva | BERNARDO MELLO FRANCO

Marina Silva tá vivendo o seu pior momento como ministra do terceiro governo Lula. E não é só por causa da [Música] oposição. O Senado implodiu as regras de licenciamento ambiental no país e seis dias depois armou um marapuca para desgastar a ministra do meio ambiente. Marina foi chamada para falar na comissão de infraestrutura e o pretexto era discutir unidades de conservação marinha na margem equatorial. Mas na prática não era um convite, era uma silada. Os senadores submeteram a ministra a uma longa sessão de ataques e de provocações, até que finalmente ela perdeu a paciência e se retirou do plenário. O cerco foi comandado pelo presidente da comissão de infraestrutura, senador Marcos Rogério. Ele é filiado ao PL e é bolsonarista de carteirinha. Mas os governistas também atacaram a ministra. Um dos mais agressivos foi o senador Omar Azis do PSD, que é um aliado de primeira hora do presidente Lula. E o que isso mostra é o seguinte: se hoje existe uma frente ampla no Congresso, é a frente ampla contra o meio ambiente. A maior parte do Parlamento brasileiro é contra o IBAM, contra a criação de reservas ambientais e contra a demarcação de terras indígenas. E olha, no próprio governo também tem muita gente que pensa assim: "O chefe da Casa Civil, Rui Costa, é do time que vê o licenciamento ambiental como um obstáculo para as obras do PAC. E o próprio Lula já acusou o Ibama, que é subordinado à Marina, de ficar de lengróleo na Foz do Amazonas. Palavras do presidente. O IBAM é um órgão de governo, mas parece que é um órgão contra o governo. A sessão dessa terça-feira foi um show de baixaria e de misogenia. O senador Marcos Rogério cortou o microfone de Marina várias vezes para que ela não pudesse se defender das provocações e depois disse que ela deveria se pôr no seu lugar algo que não deve ser dito para ninguém, muito menos para uma mulher em 2025. O senador Plío Valério, que pertence ao que sobrou do PSDB, fez o ataque final da sessão. Ele já tinha manifestado o desejo de enforcar Marina Silva e dessa vez disse a ela que respeitava a mulher, mas não respeitava a ministra. Foi nesse momento que a Marina perdeu a paciência e resolveu se retirar da sala. chamou atenção que a ministra ficou praticamente sozinha no Senado. Ela só foi defendida pela senadora Elisiane Gama do PSD e pelo senador Rogério Carvalho do PT. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, passou pela sala, viu bateboca, mas não disse nada. ficou a impressão de que a Marina tá mesmo mais isolada do que nunca e de que o Planalto não está disposto a comprar a briga com parte da bancada governista para defender a causa que ela representa. [Música]

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