fbpx

O debate no Supremo e no Congresso sobre o marco temporal I AO PONTO

O debate no Supremo e no Congresso sobre o marco temporal I AO PONTO

[Música] depois de ser considerado inconstitucional pelo supremo o Senado aprovou a toque de caixa um projeto de lei sobre o Marco temporal das terras indígenas além das demarcações o texto apresenta medidas consideradas preocupantes por especialistas como brechas para o contato com comunidades isoladas o presidente do senado Rodrigo

Pacheco diz que não se trata de revanchismo com o judiciário e que temas dessa natureza precisam ser tratados pelo congresso já o governo que orientou o voto contrário viu senadores da base apoiando o texto de forma considerável a aprovação veio no mesmo dia do fim do julgamento do Marco temporal no Supremo

Além de garantir as demarcações e a proteção das populações o plenário estabeleceu regras para indenização de donos de terrenos ocupados previamente por povos originários da construção colegiada de uma compreensão que não reúnem se apenas uma das 11 voz mas que congregas 11 vozes que vão gradativamente construindo ideias

E soluções que expressem a percepção majoritária do colegial ao ponto dessa sexta-feira fala da disputa em torno do Marco temporal e como aprovação do projeto no senado pode levar a judicialização ainda mais Ampla do tema a gente conversa com a repórter Camila Tortelli da socorçal do Globo em

Brasília que conta os detalhes da votação do congresso e também com a antropóloga e professora da Unilab Andressa Lewandowski os impactos da Lei se ela for implementada eu sou Carolina Mourão eu sou o Felipe Marine o ponto de 29 de setembro de 2023 começa agora vem com a gente [Música]

Camila Tortelli bem-vindo aqui ao ponto mais uma vez conta pra gente o que que estabelece exatamente essa lei que foi aprovada pelo congresso além de restabelecer a tese do Marco temporal ela ainda permite uma série de intervenções em terras indígenas né isso Carol e Felipe é o seguinte então além

Dessa tese que é contrária é o STF né sobre o a data e da o Marco temporal para demarcar a terra indígena o projeto ele traz alguns outros pontos como por exemplo permitiu o cultivo de transgênicos em terras indígenas permitia a instalação de algumas unidades militares de monitoramento

Entre as indígenas sem a consulta prévia dessas comunidades e tem um ponto que é bastante polêmico que foi citado bastante teve ontem durante a sessão da aprovação do projeto que é o acesso a povos isolados ele permite um acesso Esses povos isolados em questões de saúde

Em questões de calamidade que é um ponto que foi bastante criticado pelos que são contrário ao projeto aprovado pelo congresso antes da gente entrar nesses detalhes mais assim é especificamente a gente não tem como deixar de notar que a aprovação ocorrer em tempo recorde né Tem alguma razão

Para isso a gente pode de certa maneira acreditar isso uma certa insatisfação de uma aula do congresso com as decisões do STF a respeito de temas polêmicos o Marco temporal incluindo é isso Ficou bem claro né né o projeto ele tava lá já há um bom tempo

Né só que foi muito rápido assim entre aprovação da comissão de constituição e justiça e a ida dele aprovação dele no plenário O Senado é uma casa que Diferentemente da câmara dificilmente faz uma coisa dessa colocar provar um projeto numa comissão num dia e naquele mesmo dia de levar para o plenário muito

Raro de acontecer mas como você disse né Felipe foi claramente um recado para o STF que tava terminando de fazer o julgamento dele sobre o Marco temporal no entendimento contrário Então eles passaram nessa CJ e no mesmo dia levou a sua urgência para o plenário e foi aprovada no plenário e

É claramente assim um recado né do congresso para o STF a bancada ruralista ela tava falando a bancada por Alice é uma principais forças no Congresso até hoje e eles tinham na semana passada dito estabelecido que eles iam obstruir toda a pausa do congresso enquanto o Senado não aprovasse o Marco temporal

Obstruir a deixar de votar né fazer ele o barulho que eles podem usar as ferramentas regimentais que eles podem para que as coisas não sejam votadas agora Camila o presidente do senado Rodrigo Pacheco diz que não haveria revanchismo com o judiciário mas de certa forma foi uma um meio que ele teve

Para atender demandas e pressões da oposição e da bancada ruralista né Há uma insatisfação no senado com aprovação de matérias no Supremo como por exemplo a da discriminalização do porte de drogas não é só o Marco temporal tem todo o contexto do voto da Ministra Rosa Weber em relação a discriminalizar o

Aborto o plano de fundo é esse sim é total esse plano de fundo e assim o presidente do senado Pacheco ele meio que encabeçou isso nos últimos tempos né ele comprou essa briga de falar de dizer que o Supremo tá extrapolando um pouco as funções dele e entrando um pouco na

Nas funções do Parlamento do Legislativo que é o de criar leis e o que nós fazemos hoje é tão somente a afirmação Legislativa em relação a um tema um tema que vem sendo debatido ao longo de anos no Congresso Nacional e que precisou ser submetido nesse momento

Em função do que é a vontade da maioria que algo sagrado sendo Valério numa casa legislativo e eu quero apenas fazer esse registro para afirmar o nosso papel legislativo repito sem qualquer tipo de revanchismo a qualquer poder ou qualquer instituição estamos apenas cumprindo o nosso dever no Exercício mais legítimo e

Democrático possível através do voto da maioria do congresso nacional e tem essas outras questões como você citou Carol No começo dessa semana a gente teve o líder da oposição no Congresso protocolando um pedido de plebiscito para que a população venha Decidir sobre a discriminalização ou não

Do aborto um recado para o STF que começou a discutir o tema a umas duas semanas o presidente do senado O Senador Rodrigo Pacheco apresentou uma pack de autoria dele que coloca nos ali no repositório de direitos da Constituição coloca um siso a mais para que para tratar sobre a criminalização

Das drogas que é outro assunto que está sendo discutido pelo congresso e daí tem alguns outros assuntos também outros temas que que estão nessa nesse embrólio um deles é aquela questão da enfermagem isso irritou bastante Rodrigo Pacheco o congresso tinha aprovado esse piso da enfermagem é algo que a categoria te

Pressionado bastante os parlamentares e daí o Supremo falar e derrubou o Rodrigo Pacheco chegou a reclamar disso no plenário durante uma sessão e agora essa questão do Marco temporal que ainda vai dar muito plano para manga né você vai e o governo ontem ele orientou ontem a gente tá gravando na quinta-feira o

Governo orientou ele para votar contra o projeto do Mal temporal que não impediu com alguns partidos da chamada base votassem a favor mas a tendência apesar do resultado entendesse que o presidente Lula Vete esse projeto e tem clima no Congresso para derrubar um eventual veto

É da mesma forma que a gente viu como foi teve um apoio mas isso para provar o projeto temporal com certeza deve ter para Se derrubar o veto ainda mais o veto né ele é ele é votado numa sessão do Congresso Nacional então assim ele é primeiro votado pelos deputados e pelos

Senadores então e a bancada ruralista é mais forte ainda entre os deputados a chance dos vetos que que vierem a ser sobre o projeto caírem é grande Agora sim uma uma que a gente precisa analisar e esperar um pouquinho para entender melhor como que vai ser se o presidente

Vai vetar o projeto inteiro se o presidente vai vetar alguns pontos do projeto porque pela tramitação Deu para entender ali que talvez a oposição Concorde com alguns verbos como por exemplo a questão do cultivo de transgênico como por exemplo a questão dos povos isolados Pode ser que daí o governo fecha

Para que sejam mantidos alguns vetos ao projeto porém não o veto ao projeto inteiro só para jogar a luz aí sobre a situação no Congresso Camila deixa eu trazer uns números que a gente publicou no Globo partidos da base deram 34 dos 43 votos favoráveis ao Marco temporal todos os 17

Senadores do PP do republicanos do União Brasil que são partidos do centrão que hoje tem Ministérios votaram pela aprovação do texto base e houve votos a favor também na base por exemplo Senador Renan Calheiros Senador da Via Então essa situação em relação ao mar temporal é complicada para o governo

Né Tem até uma movimentação para apresentar agora uma PEC uma proposta de emenda constitucional bom Primeiro eles queriam por honra da bancada provar esse projeto de toda forma que é um projeto de lei um processo de lei ele não muda a constituição né mas ele já tá tão

Trabalhando com uma PEC a proposta de mim constitucional que é algo que muda constituição para tratar sobre o Marco temporal isso está sendo articulado tem ainda um outro projeto que é um projeto muito antigo Carol que trata sobre a indenização dos proprietários de terras demarcadas é

Outro projeto antigo era acho que lá da época do bairro mágico estava no Congresso ainda que voltou a ser articulado e tem também até uma PEC que é para tratar sobre atuação do congresso poder derrubar algumas coisas que o que o STF decidir então tem algumas frentes sendo trabalhadas aí nessa

Nesse embate entre congresso e STF para a próxima pergunta eu só queria citar aqui um barulhinho que você ouvinte você deve tá ouvindo no fundo do som da Camila não é nenhuma interferência são as famosas cigarras de Brasília capital federal é natureza participando também do nosso podcast agora Camila voltando

Aqui ao tema do Marco temporal e o que que diz os juristas a respeito do assunto também interpretação de que o direito dos povos originários a terra seria uma cláusula pétrea mas o tema provavelmente deve ser judicializado É com certeza vai ser judicializada porque essa questão se é uma cláusula

Pétrea ou não também não é algo algo consolidado né Tem gente que que concorda com com essa tese tem gente que discorda então o que que o juristas dizem né que uma o projeto do congresso ele pode vir a ser derrubado se alguém provocar o judiciário sobre isso ele

Pode ser considerado inconstitucional ao mesmo tempo tem uma outra tese que atrás da bancada ruralista que diz que não que o congresso criou uma lei após o entendimento do STF e o que sobressai é a lei com certeza vai ter a judicialização né vai essa briga vai continuar ela não para aí

E a gente ainda vai ver o que que vai acontecer e é justamente por isso que a bancada ruralista já tá se movimentando para tentar emplacar uma pet que é uma proposta que mexe na Constituição e mas aí vai ter esse questionamento eles isso é algo que pode ser mexido não é uma

Cláusula pétra ou seja algo que está na Constituição e que não pode ser mexido por nada tá ali é para não ser mexido Então a gente tem que aguardar ainda assim vai é uma história que não acabou que ainda não [Música] acabou aí a gente vai continuar

Acompanhando aqui né o ponto com seu apoio como sempre Camila Tortelli um prazer recebê-lo aqui no podcast vote sempre Obrigada Camila um abraço até a próxima Obrigada pessoal Agradeço o convite [Música] a defesa dos povos indígenas é a defesa também da Agricultura porque se hoje nós temos o desequilíbrio que temos é muito

Em função da emissão de CO2 e no Brasil o maior vetor de emissão de CO2 é desmatamento 53% das nossas emissões o licenciamento é fundamental e todas essas agendas é um trabalho muito grande é um trabalho de convencimento Andressa Lewandowski antes de mais nada muito bem-vinda ao ponto para falar desse tema

Extremamente importante que a gente ouviu agora pouco a colega Camila Tortelli de Brasília contou os detalhes da aprovação do pl no senado na quarta-feira mas a gente queria falar começar a falar uma decisão do STF sobre o Marco temporal até esse foi derrubada mas a corte aprovou a indenização aos

Ocupantes de terras demarcadas em que não houvesse presença de indígenas antes do depois de 1988 foi uma vitória dos povos originários mas o texto final também vende umas demanda do sobralistas né o Marco temporal ele foi declarado em constitucional mas tem essa coisa né de decisão judicial a gente celebra com uma certa

Cautela né E nessa decisão também tem uma certa cautela e cautelas assim preocupantes né em termos o que ficou decidido do entendimento daquilo que ficou decidido pelos ministros de modo geral a gente tem teve afastado temporal como critério né de demarcação ao mesmo tempo que como você disse se

Aguentou e se consolidou Ou pelo menos nesse processo né a indenização de terra nua é que não estava prevista nos processos de demarcação de terra indígena E aí Existe uma grande preocupação inclusive um desentendimento uma falta de entendimento melhor dizendo de como é que é essa essa indenização porque na

Decisão se fala uma indenização prévia mais apartada né apartada do processo de demarcação ela é prévia ao que né sem a indenização não tem a demarcação isso ainda não tá muito Claro na decisão do juízes né e do meu ponto de vista eu acho que a indenização até as indígenas

Elas querem um pouco a própria natureza de como se constituiu o direito originário foi reafirmado é importante dizer pelos ministros princípios de anato né que foi afirmado pelos ministros ao mesmo tempo que se prever a indenização de terra nua né antigamente nos processos até então se

Pagava bem Feitoria de boa fé era isso que acontecia Andressa Depois dessa decisão do supremo o congresso aprovou em tempo de um projeto de lei que restabelece o Marco temporal mas não só isso também libera o plantio de transgênicos o garimpo em terras indígenas a instalação de bases

Militares sem consulta às lideranças dos povos originários e também abre a possibilidade uma possibilidade maior de contato com povos isolados Qual o impacto dessa nova lei se ela foi implementada Olha o peric foi aprovado ele é completamente devastador ele é um ataque e uma violação a todos os direitos indígenas conquistados durante

Todos esses anos né ele ignora completamente todo o processo Violento de colonização que aconteceu e acontece no Brasil né E isso que você disse né Ele é muito pior do que o Marco temporal além de restabelecer uma temporal que foi afastado pelo Supremo Tribunal Federal ele ele tem essas esses outros

Elementos né que é isso um contato forçado uma questão de uma cultura de uma suposta aculturação que faria com que os indígenas perdessem seus direitos né então é importante dizer que um direito conquistado pela construção de 88 né que é o artigo 231 que garante aos indígenas do direito originário sobre

Suas terras né sobre a perspectiva dos seus usos costumes e tradições ele não pode ser mudado em três minutos né assim numa discussão que nem é que nem garante a maioria qualificada do congresso nacional a constituinte debate constituinte ele foi um debate alongado que envolveu os povos indígenas povos indígenas estavam presentes lá

Discutindo o seu direito como é que como é que são os processos demarcatórios como é que é se dá o seu direito à terra e aí de repente um pele como esse que é uma violação que é não significa nada menos do que o genocídio dos povos indígenas ele é aprovado tão rapidamente

Sem debate um pouquíssimo debate enfim que de modo geral ele só garante o direito e os interesses de uma parcela muito pequena relação e enfim é uma afronta também a própria o enfrentamento as mudanças climáticas ele é esse pele que passou no senado ele de fato tem que

Ser repudiado pelo conjunto da sociedade brasileira assim não só pelos povos indígenas o ponto específico desse período que eu queria chamar atenção que é o que prevê que o governo pode tomar na terra o destinar o programa nacional de reforma agrária se houver abre aspas alteração dos traços culturais ou se for

Verificada que a área não é mais essencial à comunidade indígena Afinal a pergunta né como que a gente define esse indígena continua sendo indígena não define esse indígena continua sendo indígena né então para começar né o critério da atribuição ele é fundamental e ele é uma conquista e ele é uma

Conquista do direito internacional também da convenção né Essa essa ideia de uma pessoa possa aculturação ou de perda de traças culturais ela é baseada numa numa antropologia de baixo calibre né politicamente completo e cientificamente equivocada isso não existe não existe perda de traços culturais no sentido em

Que o PL advoga né e ele só a única o único interesse que tá em jogo aí é poder de fato remover os indígenas das suas terras né O interesse é puramente territorial né e é de novo com essa pele ele se afirma o Brasil esse Brasil

Ruralista em que ele só significa para os povos indígenas Para os Povos quilombolas tradicionais no sistema de proteção de terra então é claro que cientificamente isso não existe né você perda de traços culturais e pelo contrário é uma coisa que muda se transforma ela é dinâmica e atribuição

Né alto atribuição é o critério fundamental do qual a gente a política destinada né a política destinada a Esses povos as políticas públicas os seus direitos constitucionais e tudo o acabou-se de direitos reconhecidos pela constituição e pelo Enfim uma séries normativas constitucionais e internacionais também falta um pouquinho até esse julgamento

Do STF qual que era jurisprudência sobre o tema que a última decisão de plenário envolvendo debate foi em 2009 Quando ocorreu a demarcação contínua da terra indígena raposa Serra do sol e aplicando que surgiu essa figura do critério do Marco temporal como que funcionava antes dessa decisão dessa semana

De raposa que também ao mesmo tempo foi muito parecida com essa ali agora né mas então foi uma vitória porque ela decidiu pela demarcação contínua das terras ao mesmo tempo que eu lá 19 ar condicionais que eram constitucional o artigo 231 do da Constituição ele é absolutamente claro

Né assim é garantido aos índios aos indígenas na época se usava os índios ainda né o direito à sua terras na Perspectiva dos seus usos costumes e tradições o julgamento da raposa ele coloca lá 19 condicionantes entre elas no mar temporal cria lá uma suposta a teoria do

Fato indígena né que quer dizer a presença física dos indígenas e ocupação de fato nas terras em 1988 Então você já precisa lembrar e é engraçado a gente em 2003 2023 precisa lembrar disso ainda né assim de que nenhuma comunidade indígena saiu de suas terras porque quis ao

Contrário a gente tem aí o esbulho remitente é o fato né é o fato desde 1.500 Né desde a grande invasão né então a violência e as graves violências que sofreram os povos indígenas e conta um pouco da história dessas terras e da história desses povos então naquele momento

Existiam essas 19 condicionantes algumas delas que ainda que esse novo julgamento também colocou em Pauta né Por exemplo a revisão dos limites na época da raposa isso ficou completamente restrito né agora nessa decisão atual do desse julgamento mais recente entendeu aí um prazo de cinco anos essa decisão também portanto a atual Ela

Também tem algumas eu vou usando esses termos mas que não são os termos do julgamento condicionantes né e qual que é o problema disso tudo né o problema disso tudo é que ao mesmo tempo que o tribunal afasta temporal né ele vai criar dois tipos de demarcação a

Demarcação em que existe a presença indígena nas terras é demarcação que não existia a presença indígena nas terras É nesse segundo tipo né que em que a indenização se aplica E aí de novo né sempre bom lembrar eu vou lembrar lembrar de novo a violência das propriação né dessa ideia de que nenhuma

Comunidade indígena nenhum coletivo indígena sai de suacesso porque quis foram expulsos de suas terras e os casos e os registros etnográficos históricos estão aí para provar que isso não é só uma retórica política né a história desses povos no Brasil clima É tenso na comunidade localizada na terra indígena raposa Serra do Sol

Ontem à tarde policiais militares foram Aldeia segundo a PM para desobstruir uma estrada a PM diz que um grupo de indígenas tirou o bloqueio mas depois teria voltado com reforço e Atacado soldados os policiais avançaram houve disparos inclusive de bomba de gás lacrimogêneo e de efeito moral a gente tem também

Nessa decisão na decisão na época do julgamento de raposa você tinha lá a possibilidade de que outros interesses né o interesses ligados à defesa eles se sobrepusessem aos interesses dos coletivos indígenas enfim essas 19 condicionais na época elas foram um julgamento depois elas foram declaradas que elas avaliam exclusivamente para

Raposa ou seja elas não tinham um efeito vinculante porque aquela decisão quase 19 condicionantes também aumentavam o número de processos dado um pouco a confusão que se ficava ali em relação ao entendimento do que eram essas 19 condicionantes nesse processo que foi julgado agora a expectativa que também

Se crie assim um aumento muito significativo da judicialização dos processos né E era a expectativa contrária que se tinha né a expectativa que se tinha é que o Supremo declarasse em constitucionalidade do mar temporal porque o mar temporal É de fato inconstitucional mas que ele então portanto pacificar esses processos

Judiciais e que as demarcações pudessem agora ocorrer de uma maneira mais pacífica judicialmente né e o que a gente vê a partir dessa decisão e de alguns critérios que ela coloca é que a perspectiva é justamente o contrário é justamente é que a judicialização aumente dado a indefinição a confusão em

Torno do que que é uma indenização prévia e que quer uma transa num processo apartado né assim a gente ainda não tem clareza do que isso significa e a gente não tem clareza também isso é uma questão né porque indenizar a terra não Exige uma adotação orçamentária que

É sempre muito difícil se você for pensar por exemplo na articulações das Comunidades Quilombolas né em que a indenização é prevista a gente tem pouquíssimas Comunidades Quilombolas que foram tituladas e tiveram as terras indenizadas né Aos seus proprietários originais é porque no caso das Comunidades Quilombolas se tratam de proprietários nas comunidades indígenas

Não mas então você tem no caso que não bola poucas né um avanço muito pequeno nos processos de titulação justamente porque Você prevê a indenização das áreas né E aí a gente começa a tentar imaginar como é que essas indenizações também de alguma maneira paralisam os processos de demarcação que são tão

Caros e tão importante aos coletivos indígenas é o seu modo de vida essa existência que tá em jogo aí essa ausência de um Marco temporal dizendo que por essa teoria nada impediriam os povos indígenas de reivindicar por exemplo até a aula de Copacabana né já que o Brasil antes da

Chegada dos portugueses era todo território indígena isso faz sentido isso é um argumento de uma fé né de uma fé no sentido de que ele é um argumento feito para colocar medo né no sentido de que até hoje né se a gente ficou concretamente né algum coletivo indígena Copacabana não isso nunca aconteceu

Os coletivos indígenas eles têm uma relação com as suas terras o seu modo de vida e sua produção eles têm uma relação de memória com essas terras que são reivindicadas né as terras que são demarcadas no Brasil são aquelas terras de ocupação tradicional né E aí eu fico me perguntando sempre né

Pensando que é menos que os moradores de Copacabana começa a se reindicar de lança né Copacabana não vai ser reivindicada como Terra indígena e isso e ela não vai ser que indicada não porque Copacabana não tenha sido uma terra indígena foi uma terra indígena como o Brasil inteiro foi uma terra indígena

Né mas Copacabana tá longe de ser pensada ou de ser reivindicada como uma área que se pode pensar no tipo de ocupação tradicional cujas modos de vida de coletivos indígenas possam se fazer e se dá né então então é isso a menos que os moradores de Copacabana decidam que vão

Pintar o corpo cortar o cabelo né e começar a cantar e fazer suas danças rituais isso não vai acontecer né Isso é pura má fé para a gente concluir aqui nossa conversa você mencionou um pouco a judicialização eu queria entrar um pouquinho mais esse assunto é com a

Própria decisão do STF já já a porta para processo mais demorado como você disse tava aberta e esse com essa esse projeto que foi aprovado no senado então a gente pode esperar muita incerteza nesse cenário Olha o que eu espero que o projeto do Senado um projeto que significa genocídio dos

Coletivos indígenas no Brasil não pode ser aprovado sem maiores consequências né mas em relação a essa disputa política que tem aí uma disputa entre os poderes né sem o Supremo Tribunal decidiu a pouquíssimo tempo afastando uma temporal O Senado vai lá e aprova um projeto rapidamente que aprofunda

Radicalizam da sua pior na pior forma possível então o que a gente espera que o processo que o projeto seja afetado não só pelo presidente da república mas que ele seja também e de novo declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em relação aos processos de socialização

De maneira mais geral é como eu falei antes né Como existe essa dúvida a questão da indenização é uma novidade né ela não existia ela não tava prevista justamente porque uma terra indígena né ela não era ela indigenato né o direito originário dos povos indígenas o que que ele diz né Ele

Diz que estado reconhece de uma terra é indígena ou seja de que nenhum proprietário tem propriedade legítima sobre uma terra que é indígena porque ela nunca foi propriedade de ninguém legitimamente né a propriedade na matéria indígena nunca foi um ato jurídico perfeito o Supremo ele desestabiliza essa essa

Essa tese né a própria casa indígena não é após convencional É a firma indianato ele coloca a questão da indenização E aí como ainda tem existe essa questão né de uma indenização prévia Mas apartada a questão da judicialização parece que se coloca como Horizonte de vários processos no sentido

De que eu eu não teria particularmente assim não teria nenhum problema se existe uma disputa judicial entre os proprietários aqueles que se sentiram lesados porque enfim a propriedade foi concedida pela união que processassem a união para conseguir uma indenização fora completamente separado do processo de demarcação e portanto isso não significa demarcação

Indenização prévia a decisão do supremo fala a indenização prévia e ao mesmo tempo apartada então tem essa essa confusão aí daquilo que a gente ainda não entendeu que eu acho que o tribunal vai precisar esclarecer e o modo do tribunal esclarecer esse tipo de confusão é via processo judicial então

Ao contrário do que a gente imaginava essa decisão não Pacifica o entendimento embora de novo que era afirma que ela faz tão mal temporal mas ela não passa e fica o entendimento sobre o processo demarcatória a gente vai ficar de olho aqui no ponto e hoje a gente agradece muito a sua

Participação Dr Andressa Lewandowski pelas suas informações pelos seus detalhes e por ajudar a gente a entender um pouco o que tá pela frente neste tema volte sempre ao ponto Obrigado Andressa um abraço obrigada [Música] Esse foi o ponto de hoje podcast Diário da redação do Globo essa conversa a gente conta com a

Participação de toda a equipe do jornal as mesmas pessoas que levam até você a informação e análise de qualidade todos os dias quer saber mais assine o globo.com e confira todas as notícias e reportagens especiais a edição desse Episódio Oliveira a produção de Ana Clara será assim até mais até mais [Música]

Fonte





Fique informado(a) de tudo que acontece, em MeioClick®