Há mais ou menos 12 anos, o desaparecimento de uma estudante provocou um verdadeiro caos nos Estados Unidos. Brianna Denison estudava em Santa Bárbara, na Califórnia, mas tinha passado boa parte de sua vida em Reno, no estado de Nevada, Estados Unidos. Ela se formou no Ensino Médio em 2006 e logo conseguiu entrar em uma faculdade pra fazer psicologia. Brianna era uma garota alegre, estudiosa e amada por todos ao seu redor. Ela costumava participar de um famoso evento em sua cidade natal e aproveitava a ocasião pra visitar familiares e rever os amigos. Na última vez que esteve na cidade, no dia 20 de fevereiro de 2008, Brianna foi vista por volta das 4 horas da manhã. Ela estava na casa de uma amiga perto do campus da Universidade de Nevada, local em que passaria a noite. Tudo parecia completamente normal, até que sua amiga acordou no outro dia e não encontrou Brianna na cama. Ela procurou pela casa toda, na sala, no quarto de hóspedes e até no quintal, mas sem sinal de onde a moça poderia estar. Quando sua amiga deu uma olhada com mais detalhes na cama onde Denison estava, reparou que havia uma pequena mancha de sangue no travesseiro. Depois, ela percebeu que a bolsa, o celular e outros pertences de Brianna também estavam em sua casa. A garota jamais sairia sem eles. A amiga da universitária começou a ficar preocupada. A princípio achou que Denison pudesse ter bebido demais ou algo do tipo, mas depois de ver a mancha de sangue, percebeu que o caso era sério. Primeiro, avisou os pais de Brianna, depois ligou para a polícia e contou tudo o que tinha acontecido. Inicialmente imaginavam que Brianna tinha saído de casa vestindo apenas um moletom e uma camiseta branca. Mas depois confirmaram que ela estava usando apenas meias laranjas. Nos dias seguintes, começou uma grande investigação sobre o misterioso desaparecimento da menina. Ninguém tinha pistas de onde ela poderia estar e tudo indicava que, provavelmente, tinha sido sequestrada. Em uma investigação forense na casa onde ela desapareceu, a polícia encontrou um DNA na maçaneta da porta que era de um homem não identificado. Pra quem não tinha pistas, já sabiam que poderia haver um homem envolvido no sequestro. Depois, foi confirmado que o sangue no travesseiro realmente era de Brianna. Com esse cenário e todos os fatos apresentados, para a polícia nossa personagem tinha sido sequestrada e era questão de tempo até que o criminoso entrasse em contato pra pedir o resgate. Mesmo assim, no dia seguinte ao desaparecimento, os detetives começaram a procurar por toda a cidade. Até o governo federal se solidarizou com o caso e enviou alguns agentes pra ajudarem nas investigações. Dias depois, os resultados do exame de DNA mostraram que o homem que esteve na casa onde Brianna se hospedou era o mesmo que tinha participado de, pelo menos, dois outros casos de ataques sexuais na região. Um aconteceu em 13 de novembro e o outro em 16 de dezembro, ambos em 2007, apenas alguns dias antes de Brianna desaparecer. Ainda apareceu um terceiro caso de uma vítima que disse ter sido abusada por um homem no campus da Universidade de Nevada, em outubro de 2007. Por medo, a mulher decidiu não registrar o crime, mas depois que os casos foram divulgados, resolveu contar tudo à polícia. Com todos esses fatos, as autoridades tinham algumas pistas. A primeira é de que se tratava de um homem. A segunda é que esse criminoso estava atacando mulheres da região e esses ataques tinham o mesmo padrão. Isso indicava que se as outras garotas estavam vivas, Brianna tinha grandes chances de ser encontrada com vida. 10 – A polícia intensificou as buscas e interrogou cerca de 100 criminosos sexuais registrados que moravam a menos de um quilômetro do local da ocorrência. Além das autoridades, a população também se juntou ao grupo de 1700 pessoas que ajudavam a procurar Brianna por todos os cantos da cidade. Até a esposa do governador de Nevada se voluntariou para encontrar a jovem. Todos tinham esperança de achar Brianna com vida mas, infelizmente, no dia 15 de fevereiro, toda a expectativa foi por água abaixo. Um homem que estava no intervalo de almoço e caminhava de volta para o trabalho viu um par de meias laranja que parecia estar preso a um galho em uma vala. Ao se aproximar, percebeu que as meias estavam nos pés de um corpo. Na verdade, primeiro ele achou que se tratava de um manequim, porém chegando mais perto, descobriu que era um cadáver. O homem que encontrou o corpo já tinha escutado o caso de Brianna e sabia que as meias laranjas poderiam ser dela. Depois que a polícia chegou ao local, foi confirmado que o corpo realmente era de Brianna Denison. Apesar do óbito ainda havia muito trabalho pra tentar encontrar o assassino. Depois de conversar bastante com as outras vítimas, a polícia conseguiu fazer um esboço do suspeito. Perto do corpo de Brianna foi encontrada uma roupa íntima com o DNA do assassino e de uma outra mulher desconhecida. Dias, semanas e meses se passaram, e nenhuma pista do bandido. Até que em 1º de novembro de 2008, policiais de Reno receberam uma denúncia anônima de que um homem chamado James Biela, de 27 anos, era suspeito e estava tendo um comportamento muito estranho desde que os crimes aconteceram. As autoridades foram atrás do homem e pediram, amigavelmente, um cotonete de saliva para fazer o exame de DNA e acabar com qualquer suspeita. Porém, Biela negou dar a amostra e aparentou estar muito nervoso. A polícia agora tinha o principal suspeito e era questão de tempo até que tudo fosse esclarecido. No dia 12 de novembro, os investigadores encontraram a namorada de James Biela. Durante a conversa, eles questionaram várias coisas sobre o rapaz, inclusive onde ele estava no dia 16 de dezembro de 2007 e 20 de janeiro de 2008. Ela disse que a relação entre eles era um pouco conturbada e que era normal Biela ficar dias fora de casa. A namorada do suspeito ofereceu uma amostra de DNA de saliva do filho de Biela, para que assim pudesse ser comparada com a prova de DNA encontrada durante a investigação. §E adivinha? Sim, o DNA do criminoso tinha semelhanças com a amostra de Biela e provavelmente ele era o assassino de Brianna e o agressor de todas as outras mulheres que tinham sido atacadas. No dia 25 de novembro de 2008, após comparar o perfil de DNA da criança com o perfil de DNA do suspeito, foi determinado que James Biela era o principal suspeito na morte de Brianna Denison. Ele foi posteriormente preso enquanto pegava o filho na escola, sob a acusação de assassinato, sequestro em primeiro grau e agressão sexual. Assim que a polícia o prendeu, eles obtiveram uma ordem judicial para uma amostra de seu DNA e confirmaram, no dia seguinte, que seu DNA era realmente compatível com o do criminoso. Com o resultado do DNA finalmente disponível, Biela foi então acusado de estuprar uma aluna no estacionamento da Universidade de Nevada e de sequestro e agressão sexual contra outra vítima, em dezembro de 2007. No dia 27 de maio de 2010, Biela foi declarado culpado pelo homicídio de Brianna Denison. O júri deu o veredicto de culpado de todas as acusações contra Biela. Os advogados de defesa contestaram se seria necessário a pena de morte, afirmando que o acusado teve uma infância abusiva devido a um pai alcoólatra, que tinha sido um membro produtivo pra sociedade antes dos crimes e que era um prisioneiro exemplar. Biela acabou sendo condenado a quatro sentenças de prisão perpétua por múltiplas acusações de estupro e sequestro associados a ataques a duas vítimas antes do sequestro e assassinato de Denison. Ele até tentou recorrer, mas seu recurso foi negado em 2019. Lamentavelmente não há nada que vá preencher o vazio deixado na família de Brianna. Mas ao menos eles têm certeza que James Biela passará o resto de seus dias na cadeia. Eu me despeço por aqui, mas nos vemos em breve. Um abraço e até mais!
Fique informado(a) de tudo que acontece, em MeioClick®