O jornalismo do SBT tá acompanhando o caso absurdo de pacientes que esperam por cirurgias e são colocados em macas e até em cadeiras nos corredores do Hospital Municipal do Tatuapé, uma das maiores unidades de saúde pública da zona leste de São Paulo. A nossa repórtera Fabíula Correa voltou ao local para buscar respostas, mas em vez disso se se deparou com mais denúncias graves. Veja só, o jornalismo do SBT trouxe à tona uma denúncia exclusiva de um grave descaso na saúde pública com flagrantes que impressionam. Nossa equipe voltou ao Hospital Municipal do Tatuapé, zona leste, referência em queimados na capital paulista, atrás de esclarecimentos, mas encontrou mais perguntas sem respostas. Até agora a gente não estamos não conseguimos entender o porquê da morte dela. A Nair Silva de Paiva, 51 anos, passou mal no trabalho com enjoo e falta de ar e foi sozinha até a UPA, unidade de pronto atendimento mais próxima. deram um soro para ela e nesse soro ela foi acabou tipo, ela mandou mensagem que a gente tem mensagem dela mandando, falando que através do soro que ela tomou, ela foi começou a passar mais mal. Ela enviou um áudio enquanto recebi o medicamento. Tomei a medicação, tô aqui ainda. Eu tomei o primeiro soro e passei mal. Aí agora eu vou ficar internada de observação. O celular descarregou. A família não sabia, mas ela havia sido transferida já entada ao hospital do Tatuapé. O médico daqui do municipal, ele falou pra gente que não sabia da situação da minha mãe. Foi, falou assim: "Eh, ela chegou aqui desse jeito, desse estado que ela tá. A gente não sabe, não sabe o que, o que que deram para ela. A gente não sabe qual foi a dosagem, a gente não sabe de nada. Os exames imprescindíveis não foram realizados. Era final de semana e não havia equipe suficiente de plantão, segundo o filho relata, como era no final de semana, ele falou que só conseguiria pedir uns exames no outro dia. Também não tinha leito, não tinha espaço. Quando a gente chegou aí, não tinha nem como a gente andar, entendeu? Minha mãe tava tipo jogada num canto lá e aí eles falou que ia arrumar um espaço, uma vaga para poder depois liberar ela. Quando o nosso produtor investigativo esteve aqui, o cenário era igualmente revoltante. Dezenas de macas hospitalares espalhadas pelos corredores e salas improvisadas. Para a identificação de cada paciente, um prontuário improvisado preso na estrutura. Perceba que não havia nenhum tipo de isolamento entre uma pessoa e outra. Este homem esperava com um machucado no pé em meio a confusão. Em um outro canto do hospital, este paciente esperava no corredor. Segundo ele, os médicos disseram que precisaria amputar a perna esquerda. Obrigado. Um tempo depois desse registro, uma enfermeira chegou para ver como ele estava e o atendimento aconteceu ali mesmo, sem nenhum cuidado. Foram mais de quatro dias até, enfim, ele conseguir uma vaga no centro cirúrgico. Tentamos contato com o responsável pela administração do hospital. Esperamos 40 minutos e não fomos atendidos. Em nota, a Secretaria de Saúde diz que a unidade hospitalar está com corpo clínico completo para a demanda e que conta com insumos, equipamentos e medicamentos. Afirma ainda que o hospital realiza cerca de 5.000 atendimentos mensais e conta com 392 leitos e que os casos são classificados conforme a gravidade. Sabe a dona Nair que citamos no início da reportagem foi aqui nessa UPA que ela recebeu o primeiro atendimento? Daqui os casos mais graves são transferidos pro Hospital Tatuapé, que fica aqui do lado. E aqui recebemos uma nova denúncia. O Rodrigo veio com a filha que estava com sintomas de influenza e presenciou lá dentro cenas que ele não pretende esquecer e nem deixar de lado. Isso aqui tava lotado. As pessoas desmaiavam aqui dentro. Teve uma senhora que desmaiou aqui e os funcionários ficavam passando de um para o outro quem iria levantá-la. No final das contas, eu levantei a senhora porque ninguém quis levantá-la. Por fim, o atendimento da filha dele foi acelerado. O motivo? Após uma um pequeno escândalo que eu fiz aqui dentro, ela sim foi bem tratada. A dona Nair morreu dois dias depois de chegar ao hospital municipal. teve três paradas cardíacas e não resistiu. Negligência, negligência total deles. Ela não tinha nenhum problema de saúde prévio, estava toda contente e ela super bem. Minha mãe tem 51 anos. Auxiliar de limpeza deixou dois filhos e quatro netos. Não vai deixar assim. Não vai, porque é revoltante. Revoltante de verdade. Bom, sobre a denúncia apresentada na reportagem, em nota, a Secretaria Municipal de Saúde disse que está apurando o caso. SBT News, o maior canal de notícias do YouTube. [Música]
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