Pois bem, vamos mudar de assunto de novo. Agora a gente volta pro Congresso Nacional. Vamos falar de Congresso Nacional. Isso porque depois de um debate intenso nas últimas duas semanas, depois de greve de fome, ã, o deputado Glauber Braga do PSOL decidiu falar na Comissão de Constituição e Justiça, até porque ele precisava apresentar a defesa dele contra a cassação do mandato que foi determinado pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Quem tá aqui comigo hoje é o nosso repórter da historia de Brasil que cobre o Congresso Nacional, Gabriel Bulls. Oi, Gabriel, muito boa tarde. Seja bem-vindo. Boa tarde, Neila. Boa tarde a quem nos assiste. Conta pra gente um pouquinho. Gabriel tava lá na CCJ hoje pela manhã. Na verdade, CCJ que começou pela manhã, mas foi até a hora do almoço ali, até mais ou menos 1 hora da tarde ainda tava acontecendo. Então conta pra gente como é que foi. Eu vi que até o próprio Glauber discursou e discursou por um tempo ali bastante extenso. Foi exatamente isso, Neila. Foi uma sessão maior do que era previsto, uma vez que todo mundo já sabia, quem tava ali na Câmara, os deputados que participam da CCJ sabiam que haveria esse prazo regimental de vista, que é quando os deputados pedem mais tempo para análise da proposta. Isso é previsto no regimento. Então, havia assim um até uma pressa para que a sessão fosse breve, porque como todos sabem, quem tá aqui em Brasília costuma sair de Brasília na quinta-feira. Então, é comum que sessões que acontecem nas quintas-feiras, sejam em comissões ou no plenário, são bem reduzidas justamente pelo tempo. Mas o que deu para sentir é que hoje os governistas estavam mais organizados na defesa do Glauber, o que não tinha acontecido de forma tão organizada no Conselho de Ética. Então, a sessão foi estendida ao longo da manhã e terminou ali por volta de 1 da tarde. Clar Braga discursou, o presidente da CCJ deu para ele o mesmo tempo, até um pouco mais, na verdade, porque ele se estendeu ali na defesa que ele fez. ele ficou por cerca de 40 minutos falando, eh, e se defendendo das acusações. Ele é acusado, vale lembrar aqui, que ele é acusado de ter agredido um integrante do MBL depois de ser questionado por várias coisas, com o celular no rosto. E ele não esconde isso, né? Tá, até porque tem imagens, ele admite que fez essa agressão, mas a justificativa dele é que ele estava sendo agredido ali contra a família dele. A agressão era contra a família dele, porque envolvia uma agressão à mãe dele que estava doente na época, internada, veio a morrer, poucos dias depois. Mas é uma agressão que obviamente não tem qualquer justificativa. A gente sabe disso, agressões não são toleráveis, eh, sejam de um espectro ou de outro. O que Glauber pondera é que outras agressões foram perdoadas na Câmara dos Deputados. Todos os deputados que tiveram alguma ação contra eles no Conselho de Ética, não foram cassados, não tiveram mandato cassado, como agora ele tá andando para ser cassado dentro da Câmara dos Deputados. ainda a votação na CCJ, mas o relator, deputado Alex Manente, do Cidadania de São Paulo, apresentou hoje um parecer rejeitando todos os argumentos de Glauber, inclusive Neil, um argumento que ele usou pedindo a modulação da pena, ou seja, vamos trocar a cassação por outra medida, uma outra medida cautelar, uma outra medida ali que pudesse ser punido, porque outros parlamentares já foram punidos de outras formas que não a cassação. Mas o relator na CCJ disse que não tinha como e fazer esse tipo de trabalho, porque o trabalho da CCJ e nesse ponto ele ele realmente tem um ponto regimental, o trabalho da CCJ é dizer se o trâmite foi constitucional e válido ou não, porque o que está sendo julgado na CCJ é justamente se o processo recebeu ali o devido tratamento que é proposto pelo regimento do Conselho de Ética. A gente, eu tava acompanhando a fala do deputado Glauber na CCJ e ele tava usando ali da emoção, né? falou de coisas pessoais, de casos pessoais, da perda do cunhado dele no Rio de Janeiro. A gente lembra que o irmão da deputada Sam acabou sendo assassinado lá no Rio de Janeiro. Ele que era médico, eu não vou me lembrar quando de quando foi esse caso, Gabriel, mas ele que tava naquela naquele encontro de médicos que aconteceu no ano passado no Rio de Janeiro. Alguns médicos foram baleados na orla e lá no Rio de Janeiro e, se eu não me engano também na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na zona oeste da capital fluminense. E um dessas uma dessas pessoas que foram baleadas e que acabou morrendo era o irmão da deputada Sâmia. Ele que acabou lembrando desse caso e falando de forma emotiva sobre a os momentos que o deixaram mais triste, que as pessoas precisam ter solidariedade. Enfim, ele acabou indo por um caminho que ninguém entendeu muito bem. O presidente da CCJ pediu para que ele encerrasse o seu discurso. Ele retomou o discurso por várias vezes. Então, me pareceu um tom um pouco desesperado de convencimento ali na CCJ. Neila, ele repetiu muito do que ele vem falando nos últimos meses e, como você disse, apelou ali para um instinto mais emocional, porque ele perdeu a mãe, logo depois teve o assassinato do cunhado. Então, foram episódios que aconteceram de, né, sequencialmente, vamos dizer assim, não tão próximos, mas sequencialmente. Ele trouxe esse esses fatos. Eh, a deputada Sâmia na época chegou a receber uma escolta de reforço da segurança da Câmara por causa da situação. Eh, o irmão dela foi assassinado por engano, né? Foi assassinado por engano naquela época. Enfim, ele adotou esse tom mais emotivo. A situação dele realmente é muito complicada dentro da Câmara dos Deputados, justamente pelo estilo que o deputado usa, né? muitos aliados e até opositores de Glauber, porque ele tem ali muitas pessoas que não gostam do estilo dele, falam que o estilo às vezes atrapalha ele, mas hoje ele deixou muito claro que não pretende abandonar esse estilo e falou que tá aberto a conversar com os parlamentares, tanto da CCJ quanto do plenário como um todo para buscar apoio, para reverter essa situação. Porém, ele foi bem taxativo em dizer que não vai mudar, não vai sair de sorrisinhos. foi a expressão que ele usou, a a apertando mão de parlamentares em troca de apoio, fingindo que eh é amigo de todos para que seja livrado dessa cassação. E um ponto que chama atenção, mas não é novidade, é que ele voltou a atacar o o ex-presidente da Câmara, Artur Lira. Ele que sempre fala que tudo isso tá sendo coordenado pelo ex-presidente Artur Lira, de quem ele foi muito crítico durante a gestão de Lira. E hoje ele usou uma frase que me chamou muita atenção nela, que foi a seguinte: eh, "Lira não vai tentar, não vai conseguir me calar, a menos que ele tente me matar". Ele usou essa frase, uma frase até de efeito, se a gente pode dizer assim, mas ele foi bem taxativo. Eh, tanto de relembrar esses fatos eh mais emotivos da sua vida pessoal, como também em criticar o presidente, o ex-presidente Artur Lira, que vem sendo criticado desde o início do processo por Glauber. Bom, ô Gabriel, se a gente levar em consideração que o ex-presidente Artur Lira ainda tem muita influência dentro da Câmara dos Deputados até com o atual presidente Hugo Mota, eh, e levar em consideração também que a bancada do PL, ou seja, de oposição a Glauber, é a maior da Câmara dos Deputados, eu acho que ele vai ter que sair apertando a mão de muita gente que ele não quer, viu? ele não vai ter muita opção, não. Há uma crítica, Neila, justamente ao PSOL sobre isso. Eh, há uma avaliação, inclusive de governistas aliados de Glauber, de que eles esperaram muito para pedir ajuda do governo. Só quando a situação já tava numa situação quase irreversível ali no Conselho de Ética, eles foram procurar a ministra das relações institucionais, que é responsável pela articulação política, a ministra Gaz Hoffman. Só que aí já era tarde demais, não havia muito que o governo pudesse fazer num clima que já tava tão desfavorável paraa Glauber Braga. Então há essa crítica a deputados do PSOL como um todo, mas a Glauber nesse sentido de que demorou-se para começar a reagir politicamente. A gente sabe que todos os processos dentro da Câmara, no Conselho de Ética, são políticos. Deputados só perdem mandatos quando perdem base política, quando perdem apoio político, porque às vezes há deputados, e a gente vale sempre destacar aqui, Chiquinho Brazão foi preso, agora tá em prisão domiciliar e até agora não foi caçado. Há uma explicação política para isso, porque se houvesse vontade política, isso já teria sido pautado. Não há essa vontade política. Então, eh, o caso do Chiquinho Brasão é só para exemplificar que mesmo em casos extremos, quando um parlamentar até foi preso, ele ainda consegue segurar essa essa votação por causa de articulação política. Aí muitos aliados de Glauber falam sobre essa ausência de articulação que agora ele diz que vai ter, mas não vai ter, porque como que você vai articular, mas não vai realmente tentar ali fazer um beijoão, como a gente chama aqui em Brasília, de cumprimentar parlamentar parlamentar para se explicar. Vamos ver os próximos passos do que de fato vai acontecer, né? Olha, antes de me despedir do Gabriel, vou pedir para ele ficar comigo pra gente assistir um VT da fala do Glauber na saída dele da CCJ. Vou continuar com o apoio das pessoas, com a solidariedade das pessoas, de cabeça erguida, seguindo em frente, apresentando as minhas posições políticas. Não vou deixar de fazê-lo. Eu não vou pessoalmente me caçar previamente. E o que que eu tô querendo dizer com isso? Eu não vou de antemão deixar de ser o que eu sou, de representar politicamente aquilo que eu represento para me adequar ou para me formatar aquilo que alguns deputados possam esperar de mim para uma eventual salvação no plenário. Eu, evidentemente tenho que tratar as pessoas com respeito, mas eu não tenho que abdicar das posições políticas que muitas vezes são duras, são de denúncias e que tem que ser realizadas pelo mandato. Eu lamento a decisão da Constituição do da apresentação do relatório na comissão de constituição e justiça. Vou fazer a luta política na próxima semana, junto com os meus companheiros e companheiras, a quem eu muito agradeço. Tô indo pro Rio de Janeiro agora no ato que tá chamado agora lá e que eu também não tenho palavras para agradecer. e luta te segue. Agora não vou me calar, não vou deixar de dizer aquilo que eu tenho que dizer e vou exercer esse direito de falar todas as vezes que for chamado para tal, até porque eu não consigo mesmo, mesmo que essa fosse a definição, ah, não se cale, não fale, não diga, não diga aquilo, eh, modifique as suas posições políticas, se abstenha das suas posições políticas, Eu ia assumir um compromisso com que eu não vou fazer e eu vou continuar mantendo aquela que é a posição que tenho desde o início desse processo. Eu não tenho que temer. Eu tô com a verdade, a gente tá com a verdade e quem não tá com a verdade é quem tem que se explicar. Obrigado, gente. Um abraço. Tá aí, ó. Como o Gabriel falou para vocês, ele durante todo esse discurso acabou falando a mesmíssima coisa de que ele não vai mudar, ele vai manter o discurso político dele, ele não vai apertar a mão daqueles que ele não considera aliados, não vai ficar de sorrisinhos. Mesma fala, vamos ver se ele vai manter o discurso nos próximos, nas próximas semanas. Ele que ganhou um respiro, né, Gabriel, um respiro dado pelo Hugo Mota agora. Então vamos ver se ele, qual vai ser a expectativa e qual vai ser a estratégia do Glober a partir de agora. Exatamente. Ele tem ali agora na CCJ na próxima terça-feira votação do seu recurso. Como eu disse, o relator votou contra esse recurso e a tendência é que a CCJ recuse esse recurso e aí vai depender dos do plenário da Câmara. O presidente da casa, Hugo Mota, deu o prazo de 60 dias. Então, não deve ser resolvido no primeiro semestre, não deve ser levado a plenário no primeiro semestre essa cassação, mas no segundo semestre talvez esse tema avance e e seja pautado. E aí se 257 deputados votarem pela cassação, Globalber Braga então perde seu mandato. Bom, vamos conferir as cenas dos próximos capítulos, até porque o Hugo Mota até falou hoje também sobre a cassação do Chiquinho Brasão. Ele que vai dar prioridade nesse tema. Vamos ver quando ele voltar de viagem aí do Vaticano com o presidente Lula. Gabriel Bus, nosso repórter de congresso falando aqui com a gente. Muito obrigada, Gabriel. Obrigado vocês. Até a próxima. Ah.
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