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Uma conversa com Miriam Leitão sobre seu novo livro, ‘Amazônia na Encruzilhada’ I AO PONTO

Uma conversa com Miriam Leitão sobre seu novo livro, ‘Amazônia na Encruzilhada’ I AO PONTO

[Música] uma jornada pela Maior floresta tropical do planeta e pelas Idas e Vindas da política Ambiental no Brasil em seu novo livro Amazônia na encruzilhada a jornalista e colunista do Globo Miriam Leitão traça um quadro complexo cheio de momentos dramáticos mas que também aponta caminhos para o futuro detalhes

De suas varas viagens Amazônia percorrendo os grandes rios Os Pequenos Igarapés e visitando comunidades no meio da céu personagens como Beto marugo liderança do Vale do Javari e reconhecida em todo o Brasil é uma densidade única narrativa as páginas também detalham oficial ocorridos nos últimos anos a exploração ilegal de árvores minérios e

Terras provocou uma destruição Ampla e que pode ter impactos duradouros não apenas para o Brasil mas para toda a humanidade [Música] florestais continuarem a floresta ficando vulnerável ao fogo e a degradação continuar em 10 a 20 anos pode ser que nós vamos passar desse ponto de não retorno aí a

Floresta vai continuar se degradar e ela pode desaparecer entre 30 e 50 anos Qual o ponto de hoje fala sobre Amazônia nem Encruzilhada uma obra que além de contar história sobre a floresta serve como um documento de nossas políticas ambientais quem fala com a gente sobre a

Obra é a própria Miriam que também conta os detalhes por trás do projeto que envolveu entrevistas pesquisas e as dificuldades impostas pela pandemia eu sou Carolina Mourão eu sou o Felipe Marini de agosto de 2023 começa agora vem com a gente [Música] Mirela Então antes de mais algum prazer

Tê-lo aqui no ao ponto para falar desse livro que eu particularmente eu li aqui em algumas horas de tão fluida que a narrativa é de tão ricas que são histórias mas antes da gente falar do livro em si eu queria te perguntar sobre esse processo de você fazer o livro de

Andar por essa mensidão na floresta conversar com tanta gente enfrentar uma pandemia no meio do caminho desse projeto olha muito prazer estar aqui com vocês no ponto prazer Carol Felipe é o seguinte Na verdade eu comecei a escrever no começo da pandemia mas o Curioso é que meus livros eles me traem

É assim eu começo eu eles começam a ser escritos e não me contam então assim na verdade quando eu puxo o fio das várias viagens que eu fiz a Amazônia a viagem cada vez mais importante foi minha viagem para uma reportagem para o globo chamado Paraíso sitiado em 2013 que eu

Fui com Sebastião Salgado e que eu já tinha feito outras viagens da Amazônia Mas aquela eu tive noção eu comecei a na verdade a apurar com mais objetividade mas eu não sabia que era para escrever um livro quando começou a pandemia meu editor perguntou Jorge Joaquim que livro

Que eu queria escrever eu falei sobre Amazônia trancada na gaveta para Amazônia era um atrevimento só que eu tinha experiência das viagens anteriores e eu pude falar com muito mais gente por causa da pandemia porque tinha muito mais gente disponível E aí eu saí entrevistando todo mundo e depois voltei

A andar na Amazônia e fazer outra viagem que eu fiz em 2022 Ô Miriam em 2011 você lançou Saga brasileira sobre o controle da Hiper inflação né e o plano real e como aquilo se tornou um do povo brasileiro né uma construção de muitos anos e que acabou virando um bem de

Todos nós e traça um paralelo com a necessidade de proteção da Amazônia que você aborda agora nesse livro é assim como a hiperem inflação a destruição da floresta é uma ameaça ao futuro do país até uma questão de segurança nacional como você coloca bem no livro né no caso

Do meio ambiente o caminho ainda é longo né Miriam assim não sei se dá para dizer que todo mundo já entendeu que isso é um de fato um patrimônio nacional é pois é um paralelo é muito grande com você disse porque tanto é eu faço um capítulo que é logo o segundo

Capítulo plano real do desmatamento e aí eu fui buscar é a mesma técnica que eu fiz no Saga brasileiro Carol eu fui buscar nas políticas públicas que deram certo como foi mesmo que elas foram feitas você tem que estudar o sucesso o sucesso é importante tem que estudar

Fracasso também mas o sucesso é importante que traz lições durante 10 anos o país é derrubou o desmatamento de forma consistente aliás uma outra vinculação direta entre o Saga brasileiro e esse é que é de quando o governo venceu o hiper a hiperinfação enfrentou o hiper desmatamento

Exatamente em 96 nos 12 o dado de 96 se refere a julho de 94 a Júlia de 94 a junho de 95 E aí é o que que foi o que que foi que aconteceu aconteceu a maior taxa de desmatamento até que eles façam um gráfico chegou a

29 mil km quadrados depois aí o governo Fernando Henrique fez uma política forte que derrubou um pouco desmatamento veio o começo do governo Lula e o desmatamento cresceu novamente e foi o 27 mil quilômetros quadrados de 2004 e daí para diante a ministra Marina depois Ministro e o presidente Lula trabalharam

Ardorosamente para derrubar o desmatamento e foi a maior queda do desmatamento da história do Brasil Então a gente teve esse sucesso no passado Então como você disse nem todo mundo entendeu mas muita gente entendeu chama muita atenção no livro A forma como você trata ministra do meio ambiente Marina Silva com muita

Reverência nas várias ações até mencionou ela nessa resposta dá para a gente estimar o peso que ela tem não só para política mas também nessa busca do Brasil por uma liderança Global na questão ambiental ela é uma liderança Global né É uma história muito muito emocionante

Numa história é uma pessoa que se fez que veio da que veio da pobreza da Periferia para o centro de decisão e muitas vezes eu acho que ela foi subestimada ela foi se apaixonado por ser mulher por ser negra por ser do Acre e por ser então sempre foi subestimada

Mas na verdade quando você olha e conversa com todo mundo Em volta dela você percebe o quanto que ela tem de consistência ela é uma formuladora e uma gestora de políticas públicas muito competente né então isso eu fui me convencendo ao longo de várias reportagens de várias entrevistas

Com ela e com todo mundo do Entorno e com pessoas dorientarias ela é de fato uma pessoa muito importante no combate ao desmatamento no Brasil a história do combate do desmatamento o histórico da proteção da floresta não pode ser contada sem Marina Silva Ô Miriam a Marina Silva chega cria ali o

PP Sedan que essa experiência de muito êxito no controle do desmatamento qual foi o papel da tecnologia nisso tudo porque não dado momento a gente começou de fato enxergar o desmatamento literalmente né com sistemas de imagem e começar a detectar onde e o momento preciso em que o desmatamento é

Acontecia Aliás você conta no livro que muita gente tentou desacreditar sistemas como a gente tem até hoje o deter a ponto da Marina Silva colocar um monte de gente no helicóptero para sobrevoar a área desmatada e ela diz ó Tá desmatado mesmo né Pois é essa é uma história

Muito boa mesmo do livro Mas voltando para o começo da sua pergunta depois eu respondo o final é uma pedra fundamental desse processo de combate o desmatamento a gente não pode combater o que a gente não vê né e o ímpe é uma construção até quando o

Início do IP porque ele começa como no governo no governo Jânio Quadros que começa a primeira comissão que depois vai dar o INPE no militares junto com cientistas é que fizeram o INPE o Instituto Nacional de Pesquisas espaciais e ele foi fundamental ele foi ficando cada vez mais eficiente em 88 começa a

Monitoramento depois da morte do Chico Mendes né o governo decide então acompanhar o desmatamento mais precisamente E aí começa 88 a série que vai contando ano a ano como é o desmatamento mas ao mesmo tempo a tecnologia foi se aperfeiçoando e tornando mais possível ver a Amazônia então a gente consegue ver Amazonas

Só com os olhares da ciência né então a ciência a ciência de da comunicação E a ciência do monitoramento que nos mostrando hoje não apenas o INPE mais biomas ele tem um banco de memória de tal forma que se um grileiro falar não essa terra sempre foi minha esse aqui já tava

Desmatado quando eu cheguei você pode verificar naquele polígono se é verdade ou não então o Brasil hoje tem uma quantidade de informação gigante e o IP sempre trouxe ele sempre foi o que trouxe uma notícia aumentou o desmatamento aumentou o desmatamento e várias vezes o governo tentaram desacreditar

Ele foi ficando ele se aperfeiçou né a tecnologia forçada cada vez mais eficiente e teve um momento em que na história do que junto com outros tentou dizer que não tinha né o Evaristo Miranda que é um que era da Embrapa foi fez para ele tá tudo errado esses dados

Ele acreditou não é verdade [Aplausos] tem uma eu conto que você passou dentro do gabinete do Lula nesse dia e depois essa viagem que eu chamei do voo da discórdia e foi uma viagem maravilhosa eu vou contar só uma frase que uma das minhas Fontes me contou

Desse voo Eu sei até a cor do manga então é interessante porque isso permitiu esse voo fortaleceu a ministra Marina Silva no momento em que ela tava sendo atacada por Aliados do presidente ficou como você falou a pressão que vinha de fora do governo dentro do governo contra Marina Silva ela até

Chegou a pedir demissão é você narra esse momento no livro inclusive é um trecho muito forte emocionalmente mas e depois disso nos governos do PT mesmo com Dilma Rousseff nos governos posteriores alguns retrocessos na política ambiental é Belo Monte é um Marco disso aí né é exatamente depois da

Ministra Marina veio Ministro Carlos minc que fez um excelente trabalho e o belo motion é um Marco negativo porque o Ibama foi atropelado foi claramente atropelado e ele não queria e na verdade tinha muitas outras vozes mesmo fora do Ibama falando que não devia ser feito a usina por razões por razões

Climáticas por razões fiscais por razões hídricas por razões hidrelétricas e principalmente por razões indígenas né porque mexeu com a Volta Grande do xingou e depois do da Usina a usina quanto eu peguei o relatório feito por pelo monitoramento monitoramento da Usina feita por indígenas e pessoas do Isa Instituto soft ambiental né então

Eles acompanharam tudo que aconteceu nos quatro anos depois e é trágico né Uma vez eu tava conversando com uma liderança indígena eu falei ah Belo Monte foi muito ruim né Não foi ruim está sendo continua sendo é um presente é um está no nosso presente de sofrimento mas enfim

O livro eu tento trazer essas informações todas né contar essa história Inteira Do que que aconteceu nos últimos anos é assim o período bom de combate dos desmatamento uma mostra que não foi fácil foi uma briga o tempo todo o tempo todo e o período ruim que não foi ruim o

Tempo todo de gente dentro da máquina fez até conspiração para cumprir o dever funcional né teve que vai passar o chefe bolsonarista para conseguir cumprir a sua institucional de servidor público então eu vou contando essas histórias para desse período né que a gente viveu de sucesso e de fracasso Pois é aí a

Gente chega no governo bolsonaro que foi aquele período de terra arrasada né na área ambiental como você disse muita gente dentro do próprio sistema que bom que a gente tem funcionários de carreira muito comprometidos conseguiram ainda manter ali o mínimo de estrutura dentro daquele caos mas queria te ouvir se dá

Para dimensionar o tamanho dos trago e como é que era escrever esse livro nos anos de governo bolsonaro no meio de uma pandemia Eu imagino que devia ser de certa forma aflitivo né você conseguia ver alguma luz no fim do túnel sabe essa pergunta importante porque na verdade eu

Acho que eu devo muito ao livro e eu escrevi isso lá eu agradeci ao livro pelo livro por ele existir por ele me pegou pela mão no meio de uma pandemia terrível que eu tava presa em casa eu trabalhava bastante continue trabalhando muito por aqui né

Mas eu tava presa não saía de casa e ao mesmo tempo sentindo o sofrimento do país aquela aquela dor aquelas mortes todas e aquele sofrimento e então era o mesmo tempo que era uma distopia política era uma tragédia sanitária ao mesmo tempo e então cada vez que eu não tava trabalhando eu

Corria para o livro e o livro me fazia pensar numa coisa maior e que poderia nesse nessa nesse trabalho do jornalista né de ter que contar uma história e quanto mais eu me sentia presa aqui na gaga mas o mais um livro me libertava né porque pensar na Amazônia estudar Amazônia ler os

Textos relatórios conversar fazer entrevista me libertava aqui dentro né da estava presa por causa da pandemia mas livre para sobrevoar pela imaginação a Amazônia e assim que eu pude eu voltei mas voltei fisicamente Mas então foi difícil e ao mesmo tempo foi uma uma força para mim eu escrevi no

Livro que é nos momentos do tempo eu sentei para escrever e o tempo presente era o rendo né Ministro Ricardo Sales sendo acusado de participar de suposto contrabando de madeira era uma coisa é tudo antes Ministro do meio ambiente E aí eu eu tava fazendo uma remissão histórica lá

Atrás ver tudo que foi errado e certo nos governos anteriores para concluir o seguinte Olha esse é só o pior trecho da estrada não é o fim do caminho Então isso que essa frase que eu falava para mim mesmo cada vez que eu ficava arrasada né com que eu vi aumenta o

Desmatamento fogo na Amazônia dia do Fogo de terríveis e eu dizia para mim esse é o pior trecho da estrada não é o fim do caminho [Música] agora voltando ao título do livro As Encruzilhadas você destacou com o governo passado quando diante dessas Encruzilhadas tomou caminhos que colocaram Amazônia e a própria posição

Do Brasil no mundo em risco e nesses primeiros movimentos do terceiro mandato de Lula Dá para perceber que um caminho diferente e potencialmente Mais Positivo foi tomado Sim muitas decisões os garimpeiros da terra e a nova mami e os Generais diziam os Generais do governo bolsonaro disseram ao STF o

Quanto isso também no livro dos generais que era impossível tirar os garimpeiros fez isso em alguns meses você ainda tem remanescentes Mas isso foi enfrentado com coragem o governo Lula antes de completar um mês pegou um voo com todo mundo com oito minutos Tinha pessoas sendo tratada da forma desumana

Eu não vi o povo e anomando se tratado aqui eu não acreditaria da gente resolver ainda da Saúde transportar 10 médicos do que é transportados é capaz de fazer um trabalho sabe que Que honra e orgulho o povo brasileiro é só para fazer uma comparação o ex-presidente bolsonaro pegou um avião

Foi para região e se reuniu com os garimpeiros Não exatamente naquela região mas ele fez uma das eu até mostro né as duas viagens né compara as duas viagens foi para se reunir com o garimpeiro e o presidente Lula foi para se reunir com as vítimas né quase de

Vítimas e tomou decisões muito fortes o desmatamento já tá caindo né E então já houve uma mudança é é um processo tem erros no meio do caminho também tem o essa questão ainda não resolvida da exploração do petróleo no mar da Amazônia que precisa ser mais bem

Discutida mas o que eu gostaria de fazer justiça aqui sim o governo Lula mudou a direção completamente na encruzilhada ele tomou o caminho certo e na encruzilhada o ex-presidente do bolsonaro tomou o caminho completamente errado porque não é só que é que o desmatamento cresceu que ele estimulou o desmatamento ele se

Uniu aos crimes os crimes se uniram hoje é um consórcio de crimes na Amazônia o crime tá muito mais bem armado por decisões que foram tomadas pelo governo bolsonaro o projeto era destruição da floresta ao longo da vida a gente passou por vários vários momentos de crescimento de munição do desmatamento mas

O projeto do bolsonaro se permanecesse era para destruir completamente Então nesse momento da nossa história depois de quatro anos de um governo queria demolir ficou nós ficamos aconselhada mesmo assim porque se a gente é piscar nesse caminho do combate ao desmatamento nós vamos perder a floresta a floresta

Significa perder a capacidade de chover no sul do país no Sudeste do país então O agronegócio que sempre apoia para altas tão mesmo congresso ele tá tirando no próprio pé o milho está falando da embricação dos crimes né tá tudo atrelado é grilagem com garimpo com tráfico de drogas com pesca ilegal enfim

É um consórcio criminoso hoje na Amazônia e aí me remete a um trecho do livro em que você fala sobre os atentados do oito de Janeiro destacando que mesmo essa tentativa de golpe teve uma ligação direta indireta com a destruição da Amazônia e com financiamento desse tipo de atividade é

Exatamente eu tive que no Livro eu tive que falar do da tentativa de golpe eu falei até um sobre o capítulo chamados muitos as muitas Faces do golpe entrei embaixadores e tal que foram revelados tem sido revelados ao aluno Mas o que eu soube muito antes bastidores do golpe

Que é quem tava por trás né todos os interesses todos os interesses contrariados o garimpo é um interesse contrariado a grilagem era um interesse contra com a vitória do presidente Lula é os desmatadores então eles foram parte do financiamento e parte da do trabalho de trazer de trazer pessoas para o 8 de

Janeiro então é sim é o cara que veio que que ia botar uma bomba né que tentou botar uma bomba no aeroporto veio de Xinguara eu passei por Xinguara no caminho da minha última reportagem é a gente vai pelo caminho viajar pelo caminho eu fui ainda no governo

Bolsonaro era o tanto de várias placas agradecendo a bolsonaro por agora as pessoas estarem Armadas E então é isso quer dizer na verdade essa é o Brasil eu sempre teve ambiguidades Mas agora tá diante da Encruzilhada mesmo nesse momento agora nós estamos decidir que que nós queremos

Fazer com a floresta mas é o seguinte ela tem que alertar com jornalista né eu tenho que alertar a destruição da floresta o desmatamento continuando pode dar o ponto de não retorno como que isso Carlos Nobre Ou seja a floresta começar a morrer e isso significa nada tem

Impacto planetário né O Mundo Precisa da Floresta em pé nós precisamos da floresta até em primeiro lugar mas o mundo também precisa é um impacto seria global de acelerar a mudança climática esse processo de destruição da floresta amazônica um tema que é recorrente Impossível falar da Amazônia sem eles são os povos

Indígenas que é uma riqueza que muita gente no próprio Brasil não sabe cultura civilizações e idiomas você conversou com muitos personagens interessantes eu queria até citar um deles Beto marubo um poliglota que se tornou uma voz importante dos povos indígenas Pois é o Beto é uma liderança importante do

Universo e ele aprendeu português com 17 anos ele fala um português perfeito o projeto de lei 490 que eles chamam ela ele abre as terras indígenas para o agronegócio ele abre o negócio anacrônico né vale a pena ressaltar isso né para mineração ilegal né E nós já

Estamos visto do que isso tem acontecido nesses espaços é o exemplo do que tá nós estamos vendo agora no genomami o caos né o genocídio que tá acontecendo nesse espaço então assim é o que pode acontecer nessas terras indígenas caso isso venha ser convalidado né eu queria como quando eu comecei o

Projeto eu falei olha eu não quero tratar dos indígenas como parte da paisagem eu quero conversar com eles eu quero ouvi-los e ouvi-lo é muita gente né É muita gente porque eles são a diversidade é muito grande então eu fiz algumas escolhas né A escolha de ouvir longamente Humberto marovo e eliés o

Irmão dele é o uma com uma reunião que eu tive com três lideranças inclusive o cacique geral uma longa conversa com ele é e eu tive uma uma conversa com uma liderança que tem 400 anos de são situações completamente diferente tem 400 anos que estão em

Contato com os não indígenas já o Beto Ele nasceu na primeira na primeira é feita pela Funai para os no Vale do Javari que a aldeia marional então assim Tem situações eu vou eu fui ouvir muito e eu em todo o contato eu aprendi muito né Eu fui no em 2013 nessa

Viagem que eu falei do começo da nossa conversa aqui eu fui para dentro de uma aldeia a terra indígena Carol junto com Sebastião Salgado e a gente ficou lá com a água já que são um povo de recente contato então quase ninguém fala português eu tive que descobrir entre os

Adolescentes homens alguns falantes de português mas porque o antropólogo ficou preso na estrada Demorou a chegar lá tentando apurar com a barreira da língua mas eu aprendi muito muito nessa em contato com a água já então são povos completamente diferentes em áreas completamente diferentes

E qual é o tudo que o que que os une o que os une é o fato de que eles são parte da nossa definição de país somos o que somos não seremos o que somos nós somos um país com enorme é sócio diversidade é diversidade étnica e biodiversidade diversidade é o nosso

Nome do meio e a gente tem que respeitar isso quanto mais a gente respeitar a diversidade mais inclui negros mais influe indígena mais ouvir os indígenas colocá-los dentro do centro de decisão mais Brasil nós seremos nós não somos um país de pessoas brancas como parece quando você olha a estrutura de poder majoritariamente

[Música] Ô Miriam queria te ouvir também é sobre como é que foi o seu contato direto com pessoas e atividades Ilegais nessas reportagens tem uma passagem que nos chamou muita atenção Foi numa visita só a uma Madeireira no Maranhão em 2013 e tinha lá um Capataz armado né É tinha

Foi bem assim cinematográfica Até porque eu entrei eu entrei sem eles me chamarem né eles me permitiram entrei clandestinamente dentro de uma mamadeira à noite e eu entrei e não pude gravar nada não pude fazer imagens não né senão eles não e eles não sabiam que eu era eles

Achavam que eu era do Ibama eu entrei eu entrei e era uma cena eu Descreva a cena era uma cena meio trágica porque eles estavam trabalhando com as luzes apagadas porque eles não queriam chamar atenção mas entrava e saía caminhão entrava e saía caminhão entrava e saía caminhão então uma das

Vezes que um caminhão saiu eu entrei né tava com eu falei com o motorista ainda aí ele depois ele quando a gente depois que eu saí de lá conversei com eles eles armados e aquela ambiente de crime né Depois O motorista falou assim você é louco

Mas eu queria ver também né Isso tava querendo ver tudo que cercava a terra indígena ou água está por isso que eu chamei de Paraíso ciclado lá fora o crime tava dominando tudo e aí essa reportagem foi muito importante porque essa porque ela foram fotos de Sebastião

Salgado fotos incríveis né ele só fez do portal eu viajei sozinha no entorno mas essa reportagem fez com que o governo Dilma determinasse cumprir se a polícia federal José Eduardo Cardoso Ministro da Justiça fez cumprir a ordem de desintrusão tirou os criminosos da da terra indígena

Se faz Amazônia como você bem contra o livro algumas dessas histórias como a pessoa Joaquim da colônia shadowzinho mostram que há caminhos viáveis para uma economia sustentável que é uma bandeira mandaram também por Carlos Nobre uma figura recorrente do seu livro também na visão mais Ampla da Amazônia 4.0

Priorizar modelos como esse Aliados a tecnologia põe o público e privado é um caminho não só possível mas necessário para Amazônia é um caminho possível e necessário Fundamental e é curioso porque o que o Carlos Nobre fala como cientista do clima eu vi no chão falado de outra forma no chão da

Amazônia né o produtor rural eu encontrei vários pequenos produtores que falavam a mesma coisa que ele cientista tava falando então é muito bom como repórter quando a gente chega encontra aquilo que o especialista te falou se encontra lá quando você anda então entre que o que o Carlos Alves falava fala e o

Que eu encontrei Nas reportagens que eu fiz me deram essa satisfação de repórter né e mais vários outros né O Tácio Azevedo é uma pessoa que eu entrevistei longamente com o livro também Beto Veríssimo tem muita coisa boa acontecendo mesmo nesse tempo ruim aí teve um momento dos Olhares Sobre a Amazônia muitas

Organizações que se uniram atuaram em rede em defesa da Amazônia e ou então a produção porém muito no banco de dados do Amazônia 2030 que é comandado por Beto Veríssimo e o aqui no Rio quando Juliana Assunção da PUC professor de economia da PUC que é do km Então os dois

Produzem uma quantidade muito grande de estudos reuniram vários especialistas e tem muitos estudos sobre aspectos diferentes da questão Amazônica e eu li muitos desses o Álvaro gribel que trabalhou comigo nesse livro tá lá inclusive na ficha técnica reportagem porque várias vezes eles Liam estudo ou eu lhe estudo a

Gente né fazia o Álvaro leu muitos estudos lá ele é muito detalhista né E aí depois foi atrás de informação que me repassava daí eu ia para fazer nova nova checagem enfim Foi uma foi um trabalho muito intenso muito intenso é muito trabalhoso Mas por outro lado a

Existência desses estudos me dá essa tranquilidade quer dizer ao mesmo tempo que o crime se uniu há uma corrente uma aliança entre quem quer proteger Amazônia de que pega todo mundo desde o super especialista até a pessoa que tá fazendo produção orgânica numa cidade toda cheia de grileiros Mas ela tá ali

Produzindo comida orgânica lutando pela Floresta como por exemplo a dona José da Associação das mulheres de São Félix do Xingu né essa viagem que eu fiz foi para São peleco no qual encontrei boas notícias também como essas mulheres da Resistência Miriam Leitão Obrigada pela participação aqui com a gente parabéns pelo livro

Certamente vai ser um sucesso porque bom demais estou aguardando a noite de autógrafos em estarem lá certamente Pois é quinta-feira né é que nessa quinta-feira de às 19 horas na livrarei da Travessa do Leblon o lançamento aqui no Rio de Janeiro e depois eu vou por aí muito obrigado por essa oportunidade [Música]

Editora intrínseca é uma leitura que vai te prender do começo ao fim volte sempre ao ponto [Música] essa conversa a gente conta com a participação de toda a equipe do jornal as mesmas pessoas que levam até você a informação e análise de qualidade todos os dias quer saber mais

E confira todas as notícias e reportagens especiais nós usamos material da TV Cultura de São Paulo a produção foi de Pedro Guimarães a edição de João Guilherme Lacerda [Música]

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